AINDA REMOENDO suas epifanias na hora do almoço, Joe chegou em
casa e foi diretamente para o escritório. Lá, jogou o imenso envelope que havia
encontrado à porta sobre a mesa e abriu seu e-mail.
Nada.
Verificou sua secretária eletrônica.
Nenhuma ligação.
Para uma mulher tão dedicada às emoções, era de se esperar que ela
se empenhasse mais para obrigá-lo a enfrentar as dele. Claro, ele a afastara.
E, se ela tivesse tentado procurá-lo no dia anterior, ele provavelmente teria
desligado o telefone na cara dela. Mas, droga, por que ela não estava
telefonando?
Joe revirou os olhos e recostou a cabeça nas costas da cadeira de
couro. Deus, aquela baboseira emocional o estava transformando em um
adolescente.
Ele espiou o envelope que tinha trazido consigo. Sem remetente.
Rasgou o pacote e leu o bilhete anexado ao que ele reconhecera ser o original
deixado com Demi.
Você pediu que eu lesse como se estivesse fazendo uma crítica
literária. Achei que gostaria de saber o resultado.
Ele encarou a letra dela. Era surpreendentemente simples para uma
mulher tão sensual e feminina. Ele traçou o dedo sobre o “D” cursivo que ela
usara como assinatura.
Percebendo o que tinha feito, Joe bufou. Ah, sim, total
adolescente. Se não tomasse cuidado, estaria assinando a revista Seventeen e
assistindo aos filmes do Orlando Bloom.
Para se torturar, ele tirou o elástico do original e começou a
ler. Deixou as anotações dos papeizinhos vermelhos por último, se concentrando
nos comentários que ela havia feito nas próprias páginas.
Uma hora depois, Joe lia a última página e percebia que era um
completo idiota. Quaisquer que fossem os motivos de Demi para não contar sobre
seu emprego, eles não tinham absolutamente nada a ver com a aposta dela para
inserir profundidade emocional nas obras dele.
Havia ficado tão paranoico, tão preocupado que suas emoções e
palavras pudessem ser consideradas inadequadas, que fizera exatamente o que
Demi o acusara de fazer. Ele a rejeitara antes que ela pudesse rejeitá-lo.
Muito triste.
Ele olhou para as anotações que ela havia rabiscado nas margens,
cada página repleta de percepções, comentários, reflexões. Demi tinha
encontrado a profundidade nas palavras dele. Intercaladas entre as análises
havia propostas sensuais, sugestões de coisas que ela gostaria de experimentar
com ele, e uma ou duas vezes ela até mesmo oferecera maneiras de deixar uma
cena ainda mais quente.
Era de admirar que ele a amasse?
Amor. Joe bufou e aceitou a verdade. Uma percepção que, em vez de
fazê-lo se sentir sufocado, era libertadora. Toda a raiva, as dúvidas, se
foram. Demi, assim como seus sentimentos por ela, o faziam se sentir como capaz
de qualquer coisa.
Joe folheou até a última página de anotações dela. Em vez de
comentários, havia um exemplar da revista Risqué com a história da
transformação que ele lera um mês atrás. Um papelzinho caiu no chão.
Ele o pegou e encarou. Uma cópia de seu crachá de professor.
Dra. D. D. Lovato, PhD, Universidade Rosewood. Ele olhou a data de
admissão e ergueu uma sobrancelha. Pelo visto ela colocava aquela tendência
cerebral em bom uso, para ter se tornado uma professora totalmente credenciada
tão jovem.
Ele franziu a testa para a fotografia. Com certeza tinham usado
uma iluminação péssima. A pele dela estava pálida, o cabelo, desbotado. No
entanto, o humor em seus lindos olhos castanhos parecia óbvio. O olhar dele
trilhou pela curva sensual do lábio inferior, se lembrando de como era passar a
língua naquela carne macia. A boca de Demi o fascinava, estando reluzente por causa
daquele batom melado que ela usava, ou nua e tentadora como naquela foto. Joe
queria, necessitava, sentir o gosto dos lábios dela.
Ela era linda. Ela era inteligente. Ela era sincera.
Dolorosamente sincera. Se ele não estivesse tão ocupado fugindo, teria
admitido isso antes. Independentemente do conteúdo do tal e-mail, Demi não o
teria manipulado. Ela poderia até ter usado a aposta deles para obter vantagem,
mas ele não tinha feito o mesmo?
Ou, reconheceu Joe quando olhou para seus originais, ele não teria
feito se tivesse vencido? Só que Demi vencera em ambos os casos, na aposta das
resenhas e no debate sobre luxúria versus paixão. Porque a paixão o tomara cem
por cento.
Joe pegou seu laptop e, com algumas pancadas rápidas no teclado,
escreveu uma mensagem para Gary:
Perdi a aposta, inseri as emoções. É um rascunho inicial. Deve
funcionar, mas, se não, vou ainda mais fundo.
Ele anexou o arquivo contendo as mesmas páginas que Demi tinha
lido.
Tendo terminado, ele acariciou o crachá de Demi outra vez.
Universidade
Rosewood, não é? Talvez fosse hora de lhe fazer uma visita.
*****
Fim da maratona minhas lindas. Espero que tenham gostado. A fic está quase no fim. Vou sentir falta, pois eu realmente a amo muito :'( enfim, amanhã tem mais capítulo, se cuidem, beijos. ♥
Adorei, sem palavras por favor posta só mais um agora
ResponderExcluirTbém quero mais um hj por favor!!! Amo essa fic!!!
ResponderExcluirvocê poderia dizer nome e autor do livro quando acabar de postar? eu simplesmente amei e necessito ler o livro. Desculpe-me a demora de comentar, comentava mais no blog da sexologa e espero que você volte a escrever, enfim estava sem tempo com essas loucuras da vida. Posta logo!
ResponderExcluirSam, xx
Lol me perdoe sobre a confusão, outro blog iria postar a mesma história que você e eu confudir, enfim avisei lá que havia outro blog postando a mesma história, me perdoe!
ExcluirAh, ok, haha, obg amore.. Se quiser o nome do autor, me avise, que após o término da fic eu posto aqui. Beijos ♥
ExcluirNão to sobrevivendo de ansiedade :(
ResponderExcluirTo com preguiça de escrever, mas to aqui. Posta logo!!
ResponderExcluirBjs.