30.9.14

Capítulo Quatro (2/2)






Demi saiu de seu carro vermelho e exalou o ar que estava segurando em seus pulmões. Não estava no clima para festas, mas a mãe e a tia estavam saindo em férias e esta era a última chance que teria de vê-las por um tempo. Caminhou lentamente até os degraus de pedra cinza, olhando para as bem cuidadas roseiras vermelhas alinhadas em ambos os lados. A cor vermelha era a única coisa que ela e sua mãe concordavam. Embora sua mãe amasse a cor vermelha, sua cor favorita era rosa, mas para Demi, rosa era nada mais do que uma versão fraca de vermelho.
Demi caminhou até as portas de vidro fosco e parou por um tempo. Ela sempre tinha sentimentos mistos quando vinha para esta casa. Odiava o que ela representava, a casa em si tinha sido seu santuário, bem como seu próprio inferno pessoal. Este lugar especial tinha sido a sua casa desde o seu nono aniversário, quando tropeçou em uma orgia em sua fase mais perversa.
Após esse infeliz incidente, sua mãe tinha empacotado tudo o que possuíam e transferiu todos para uma casa maior em Nova York. Dianna, mãe de Demi, esperava que a mudança de cenário ajudaria a filha esquecer, mas nada poderia apagar a imagem obscena da mente de Demi. Era apenas uma daquelas coisas que ela nunca iria esquecer, foi um incidente irreparável que tinha criado um grande impacto na sua vida adulta. Depois, sua mãe tentou protegê-la do funcionamento interno do bordel, mas tinha sido uma tarefa impossível, considerando que a sua casa tinha sido a sede onde ela conduzia todo o seu negócio. Crescendo em um bordel, Demi tinha sido testemunha de alguns outros atos desagradáveis ao longo dos anos, mas aquele incidente em particular tinha sido o mais prejudicial para a sua mente jovem impressionável.
Não era de admirar que ela tinha crescido para se tornar sexualmente reprimida e com um coração frio, ela tinha sido treinada para o medo, a desconfiança e a evitar os homens. Ela também passou a ser desgostosa com sua própria atração para o sexo oposto e vetou a ideia antes mesmo de ter se formado.
Demi respirou fundo antes de, finalmente, entrar na casa, prometendo mostrar a cara, dar um rápido 'Olá' e depois sair. Sua mãe estava tendo uma festa de despedida grande e exigiu que sua filha viesse. Ela tentou recusar, mas sua mãe tinha um jeito com chantagem e culpa. Elas iriam ficar fora por um mês e, apesar de Demi estar relutante em admitir isso, sempre sentia saudades de sua mãe e sua tia quando elas estavam fora.
Demi atravessou a casa de sua mãe e foi direto para a porta dos fundos. Ela sabia o que esperar, nudez, sexo, toneladas de comida boa e bebidas de boa qualidade, as mesmas coisas que tinha visto na maior parte de sua vida. Já que Demi não bebia, comia alimentos de alto teor calórico ou fazia sexo, não sentia a necessidade de estar ali. Abriu as grandes portas traseiras para encontrar a festa que estava em pleno vigor e respirou fundo antes de caminhar para fora.
Ela se dirigiu diretamente ao ponto isolado à esquerda da área da piscina onde sua mãe estava, seu lábio com espasmos de irritação quando um grupo de mulheres seminuas chegou perto e tentou dizer Olá. Hoje não era o dia para quebrar a tradição, Demi fez o que sempre fazia, continuou passando por elas sem dizer uma palavra.
"Devonne", ela ouviu a voz de Natalie e não pode deixar de parar, a pequena mulher de cabelos platinados correu até ela, vestindo um biquíni escandaloso preto e branco de zebra. Quando Natalie estava perto, ela pegou Demi em um abraço apertado. Natalie sabia que Demi não era do tipo que gostava de abraços, mas ignorou o enrijecimento de seu corpo e abraçou-a de qualquer maneira. "Como tem passado, não te vimos durante toda a semana." Ela exclamou: "Você sabe que sua mãe fica desesperada quando você fica longe por muito tempo." Seu sorriso preenchido com o calor que emanava naturalmente.
"Eu tenho trabalhado muito."
"Sempre uma abelhinha ocupada." Ela parou o garçom andando e pegou um copo de champanhe para Demi. Natalie sabia que ela não queria beber, mas nunca parava de oferecer, esperando que um dia iria aceitá-lo. "Espero que você tenha vindo para se divertir e esquecer o trabalho por algum tempo." disse ela, embora sabia que não havia chance de Demi parar de pensar sobre o trabalho, mesmo em uma festa.
"Minha querida filha!" Demi ouviu a mãe chamá-la e foi na sua direção. Sua mãe queria algo mais privado para fugir de festas e montou uma bela sala de estar sob um gazebo grande e branco de ferro forjado. Havia várias espreguiçadeiras chaise branca grandes em veludo marrom-chocolate, almofadas com estampa de leopardo, vasos em forma de pérola, mesas e um buffet personalizado.
"Olá mãe." Ela viu a mãe se levantar da espreguiçadeira com a realeza de uma rainha.
"Onde você estava? Eu não vi você durante toda a semana" ela abraçou Demi como se não a tivesse visto em mais de dez anos antes de se afastar para olhar para ela: "Você está propositadamente tentando dar a sua mãe um ataque do coração, querida?"
"Ando muito preocupada com o trabalho." Demi explicou, embora soubesse que mencionar seu trabalho iria irritar sua mãe.
"Ugh, trabalhar, é sempre sobre o trabalho. Espere, hoje não é o seu dia de folga?" Dianna zombou.
"Sim."
"Então por que você estava no trabalho, em primeiro lugar?"
"Dianna." Demi precisava parar sua mãe antes que ela começasse, porque quando Dianna começava, era difícil fazê-la parar. Ela estava cansada de ouvir a opinião de sua mãe sobre o seu emprego e as horas extras que trabalhava.
"Pare de me chamar de Dianna." Ela fez uma careta.
"Então pare de me perseguir sobre como ganho a vida."
"Mas esse trabalho está matando você!" Dianna colocou a mão sobre o coração de forma dramática.
"Mãe."
"Sim, querida" ela fingiu inocência.
"Não comece."
"Começar? Moi?" Dianna bateu os cílios inocentemente.
"Sim, você." Pam disse quando veio por trás e, em seguida, abraçou sua sobrinha. "Oi querida, estou feliz que você esteja aqui." Pam foi uma segunda mãe para Demi toda sua vida e lhe tinha ensinado sobre as coisas que sua mãe se recusou a ser incomodada.
"Minha querida filha estava me pedindo para não mencionar o quanto a sua vida é voltada para o trabalho" ela exclamou, incapaz de manter a boca fechada sobre o assunto. "Quer dizer, na verdade, você trabalha 21 horas por dia e 7 dias por semana, você nunca tira um dia de folga."
"Eu não preciso de um dia de folga."
"Todo mundo precisa de um tempo para si!" Dianna objetou.
"Na verdade, com essa posição aberta, preciso de mais tempo."
Demi estava muito confiante sobre conseguir a posição de sócia, ela tinha analisado a concorrência e, na verdade, não havia nenhuma. O único que poderia ser páreo para ela era Joe. A posição deveria ter sido sua, mas ele estava muito ocupado estragando tudo para obtê-la. Agora, por alguma razão maluca, ele queria a posição, o que não era bom para ela. Só ele poderia ficar em seu caminho, ele era muito inteligente, afinal de contas, apesar de suas falhas e seu desejo sexual adolescente. Realmente, o homem era uma aberração da natureza, estava constantemente sendo pego com as calças arreadas e não se importava, ainda era capaz de ser um dos melhores advogados que conhecia.
"Como estão as coisas?" Pam perguntou com emoção, ela estava além de orgulhosa de Demi e suas realizações.
"Está entre eu e o filho do patrão." Ela franziu a testa.
"O horrível Sr. Joseph Jonas." Pam brincou.
"O repulsivo Sr. Joseph Jonas." Ela pegou uma cenoura da bandeja. "Você pensaria que seria fácil, considerando que o homem passa a maior parte do seu dia tendo relações sexuais com as secretárias, em vez de se concentrar no trabalho, mas ele provou ser bastante inteligente." ela balançou a cabeça, desejando que pudesse lançar Joseph Jonas fora do prédio.
"Então você sabe o que fazer para ganhar." Pam adorava abastecer a natureza competitiva de sua sobrinha.
"Pare de encorajá-la Pam!" Dianna abanou a cabeça, "Chega de conversa de trabalho! Eu gostaria de saber como foi seu encontro na semana passada."
"Qual encontro?" perguntou Demi.
"Você sabe muito bem qual."
"Ah, eu cancelei ele."
"Você o quê?" Dianna bateu com o copo de chá gelado para baixo e Demi viu quando gotas do líquido âmbar se infiltraram na toalha de mesa.
"Eu cancelei." Disse ela calmamente.
"Por quê?"
"Ele era estranho." Demi tomou um gole de chá gelado.
"Você nem sequer o conheceu!"
"Não, mas eu falei com ele no telefone." O desgosto de Demi era mais do que evidente em sua testa franzida.
"Só uma vez e foi menos de cinco minutos." Dianna lembrou.
"Confie em mim, era o tempo que eu precisava para descobrir que ele era um idiota obcecado por sexo." Demi balançou a cabeça em desgosto, "Realmente mãe, onde você encontra esses tipos?"
"Mas ele é filho de Grace Gerick."
"Bem, diga a Grace que seu filho é um pervertido e que ela deveria ter dito a ele que só porque minha mãe dirige um bordel, não significa que troco sexo por dinheiro."
"Eu vou arrancar a cabeça dele!" Dianna rugiu como um senhor Viking. Demi observava a fúria inflamar nos olhos de sua mãe, em seguida, virou-se para ver sua tia Pam mordendo o lábio, um hábito que ela tinha quando estava tramando uma vingança. "Depois de tudo o que fiz para a mulher e é assim que ela me paga?"
"Eu disse para você não apresentá-los!" Pam a repreendeu, estava cansada da intromissão de sua irmã na vida de sua sobrinha. Dianna precisava parar de tentar forçar um romance na garganta de Demi e deixar a natureza seguir seu curso. Demi era uma mulher bonita com um intelecto elevado e uma carreira de sucesso, ela iria encontrar um namorado quando estiver pronta.
"Violet!" Dianna gritou olhando para ela que em breve será sua ex-assistente pessoal. Violet estava provando ser mais adequada em outras partes do bordel.
"Eu te falei que havia algo estranho em Grace." Pam disse com irritação.
"Ela é um pouco excêntrica, mas não achava que seu filho era um pervertido arrogante."
Dianna estava chocada que Grace poderia gerar um cretino desrespeitoso.
"Bem, ele definitivamente é." Demi assentiu.
"E querida, você sabe que sua mãe não administra um bordel." Dianna corrigiu Demi.
"Bem, como você está chamando o barraco do sexo agora?" Demi respondeu observando Violet correr na direção delas com seus olhos claros cor de ametista e suas bochechas coradas na cor rosa quente.
"Sim?" Violet fungou ridiculamente.
"Eu quero que toda a família Gerick seja banida do estabelecimento", ela gritou e Violet assentiu enxugando uma lágrima de seu olho. "Qual é o problema?" perguntou Dianna, embora já tinha uma boa ideia do que estava errado.
"É Antônio," ela fungou mais alto "ele... ele terminou comigo!"
"Aquele Antonio que acabou de conhecer no mês passado?" perguntou Dianna com uma careta.
"Sim." ela respondeu.
"O mesmo por quem você estava chorando na semana passada, porque você descobriu que ele estava noivo?" Pam ergueu as sobrancelhas.
"Sim." Violet fungou.
"Então por que você está chorando? Você deveria estar grata." Pam perguntou com nojo.
"Porque eu o amo!" Violet chorou mais.
"Você pode comprar uma barra de chocolate no supermercado e conseguir os mesmos efeitos da reação química que você está chamando de amor." Demi informou.
"Eu não sei o que vou fazer sem ele." Gritou Violet descaradamente.
"Você estava muito bem no mês passado, antes de conhecê-lo." Pam lembrou.
"Mas eu preciso dele, eu não sei como viver sem ele." Ela chorou mais dramaticamente.
"Se você está tão desesperada por companhia," Demi se virou para ela com uma careta "e você não se importa em limpar merda, você deve apenas ter um cão, pelo menos você pode treiná-lo eventualmente."
"Vá lá pra cima e descanse querida, vou subir mais tarde e podemos conversar." Disse Dianna compassivamente enquanto Pam e Demi reviraram os olhos.
"Tudo bem." Violet ainda estava chorando enquanto se afastava.
"Eu fiz o cozinheiro assar o seu bolo favorito, caramelo com sorvete de baunilha." Dianna sorriu quando mudou de assunto "e tem chocolate quente e biscoitos frescos."
"Eu disse que não ia comer doces este ano." Demi respondeu.
"Eu pensei que era no ano passado e no ano anterior e no ano anterior." Disse Dianna sarcasticamente.
"E este ano também."
"Você precisa parar de privar-se de tudo que é bom." Dianna disse em frustração, não compreendendo a necessidade de sua filha em manter o controle.
"Bom? o que tem de bom em consumir 3.000 calorias?"
"Tem um gosto bom."
"Bem, isso não parece bom na minha bunda depois de eu comê-lo."
“Um dia você vai deliciar-se Demetria Devonne Lovato e não vai saber o que atingiu você." Dianna só não sabia que sua filha, era indiferente, controlada e indelicada. Demi também passou a ser imprevisível e não-maleável, na melhor das hipóteses, nada como a sua divertida e amorosa mãe e seu bando heterogêneo de sem-teto.
"Bem, isso não vai acontecer hoje."
"Oh, eu quase esqueci!" Dianna bate as palmas de excitação "Shelly e seu filho vem amanhã."
"Shelly Ono?" Pam pergunta em horror.
"Sim."
"Por favor, me diga que ela não vai voltar logo, não suporto aquela idiota indecisa." Pam estalou.
"O que você quer dizer? Nós não a vemos quase há dois anos."
"Eu sei! Isso não é muito cedo Dianna?" Pam protestou.
"Ela chega amanhã à noite e é melhor você ser boa, Pam." Dianna avisou a irmã mais nova.
"Besteira." Pam respondeu, com a intenção de ser boa para Shelly.
"Ela está trazendo seu filho, acredito que seu nome é Peter, acho que você deve conhecê-lo Devonne."
"Não haverá mais encontros." Demi se opôs imediatamente.
"Apenas este, juro que é o último!"
"Absolutamente não! E é verdade mãe!"
"Apenas um, Devonne." Dianna raramente chamava sua filha por seu nome do meio, era normalmente só quando queria alguma coisa ou estava tentando suavizar. Desde que ela se recusava a ser chamada de Demetria, Dianna em troca recusou-se a chamá-la de Devonne, optando por chamá-la de querida ou algum outro termo carinhoso.
"Se você me perguntar mais uma vez eu vou embora." Disse ela.
"Eu me preocupo com você." Dianna não se conteve.
"Não comece com isso." Ela balançou a cabeça, pronta para sair, "Eu tenho 26 anos, pare se preocupar comigo."
"Eu não posso acreditar que você me disse para parar de me preocupar com você Demetria, você é minha filha!" por outro lado, quando Dianna estava irritada com sua filha ela se referiria a ela pelo seu primeiro nome.
"Eu não posso acreditar no que você acabou dizer Dianna." Demi franziu a testa em desespero.
"Não me chame de Dianna!" Dianna gritou dramaticamente, como se Demi tivesse arrancado o coração de seu peito.
"Então não me chame de Demetria."
"Te dei esse nome por uma razão."
"Um motivo ainda desconhecido para mim.", Ela levantou-se, "Eu tenho que ir."
"Mas você acabou de chegar aqui!" Dianna lamentou: "E você sabe que nós estamos saindo de férias."
"Eu te ligo mais tarde." Demi disse antes de sair.
"Ela fica mais fria a cada ano." Dianna falou.
"Ela não é fria, ela é direcionada para o trabalho e não há nada de errado com isso."
"Nada de errado? Ela tem 26 anos e não só nunca teve um encontro, como parece odiar o sexo oposto!"
"O que você esperava? Nós a criamos para evitar os homens."
"Nem todos os homens, apenas os clientes."
"Como ela poderia saber a diferença, principalmente nessa idade?" Pam sacudiu a cabeça, desejando que ela tivesse uma máquina do tempo para voltar alguns anos e recriar Demi.
"Se eu soubesse o que sei agora." Dianna fungou dramaticamente "É minha culpa."
"Não é sua culpa, ela está trabalhando duro para realizar seu sonho, ela simplesmente não tem tempo para uma relação."
"Será que eu nunca terei netos?" Soluçou dramaticamente, segurando o cachecol de leopardo em seda nos seus olhos "É pedir muito? É este o meu castigo por criá-la em um bordel? Eu nunca quis magoá-la, só queria dar-lhe as coisas que nunca tive, mas ainda assim ela me odeia!"
"Ela não te odeia, apenas ficou brava porque você a chamou de Demetria1, você sabe que ela odeia esse nome."
"Eu deveria ter apenas nos livrado de todos os problemas e a nomeado de Hell2." Dianna gritou antes de sair correndo chorando, seus robes de seda fluindo atrás dela e enfatizando sua exibição dramática. Pam revirou os olhos e pegou um copo de chá gelado, aproveitando o silêncio repentino.

1 Demetria – tradução livre: Céu
2 Hell – tradução livre: Inferno

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6 comentários:

  1. a família da Demi é uma peste tbm ne kkkkkk Demi super chata gente, meio sapatao kkkkkkkk
    Quando acontece o encontro jemi? To ansiosa

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  2. Ameeeeeeeeeeeeiiii esse momento mãe e filha kkkk...e como assim a Demi nunca deve nenhum encontro???
    Posta logoooooooooooooooooooo pleaseeeeeeeeeeeeeeeeeeee

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  3. Ansiosa por uma maratona.... estou viciada nessa história... vc me mata de curiosidade assim kkkkkkkk da uma dica please kkkkkk

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    1. Aushaue que bom que ta gostando <3 n posso dar dicas n alskaoksiakskajziajs

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