30.4.15

Capítulo Doze




Dallas estalou os dedos na frente do rosto de Demi.
— Ei, você ouviu alguma coisa do que eu disse?
Demi sentiu as bochechas ficarem coradas enquanto tomava um longo gole do vinho.
— Claro, você estava falando sobre o trabalho. — Não era nenhuma novidade. O trabalho de Dallas, que era química em um laboratório médico, sempre rendia histórias sem graça.
— E?
Demi pôs a taça na mesa, pegou o garfo e espalhou um pouco da salada pelo prato.
— E? Continue!
Dallas suspirou.
— Sério? Acabei de listar os elementos da tabela periódica, e você ainda quer mais?
Demi soltou uma risada curta e se inclinou para a frente.
— Não me surpreende o fato de eu ter parado de ouvir.
— Onde você está com a cabeça? Hoje é a noite das garotas! Lembra? Comida? Bebida? Diversão?
Ah, você sabe! Onde a cabeça de qualquer outra garota estaria. Beijando Joe, tocando seu peito musculoso, passando a língua por seu lábio inferior e...
— Alguém disse “noite das garotas”? — Uma voz conhecida se fez ouvir no restaurante. Demi se virou e deu de cara com vovó. Bem, vovó e uma jaqueta dourada ofuscante, com pele de leopardo no colarinho. A calça jeans skinny era realçada por sapatos de salto com estampa de oncinha.
— Como você...?
— Ah. — Vovó a calou com um gesto e se sentou à mesa. — Hoje em dia existem aplicativos para tudo. Sabia?
— Sim, mas...
— De qualquer forma... — Vovó acenou para um garçom e pediu três shots de tequila. Era melhor ela beber aquilo sozinha: de jeito nenhum Demi tomaria shots com a avó de Joe! — Tem um aplicativo muito útil que se chama “Encontre Meus Amigos”!
Demi pegou o celular.
— Nem sabia que tinha isso no telefone. Nem que você era...
Vovó deu de ombros como se estivesse querendo disfarçar um segredo.
— É assim que vigio as vagabundas de Joe.
Dallas engasgou com a bebida, molhando toda a mesa, e então começou a tossir.
Vovó bocejou e examinou as unhas, sem se deixar abalar pela reação de Dallas. Demi olhou de cara feia para a irmã e se virou outra vez para vovó.
— Tenho certeza de que o aplicativo foi criado para que ninguém se preocupasse com os amigos e os familiares, não para que as pessoas fossem perseguidas.
— Ah, bem. Cada um usa como quiser. — Vovó pôs o telefone na mesa e clicou na tela com um dedo. Depois clicou outra vez, e outra.
Dallas tentou dizer alguma coisa à irmã apenas mexendo os lábios, mas Demi não conseguiu entender.
O garçom serviu os shots no instante em que vovó se endireitou, batendo palmas.
— Eu sabia!
Dallas parecia estar entorpecida enquanto via a velha senhora bater palmas e erguer o celular no ar.
— Ele vai chegar logo.
— Desculpe, mas quem é você, mesmo? — perguntou Dallas.
— Sou a vovó. — Aquilo foi dito com tanta normalidade, que Demi teve de admirá-la. Quer dizer, será que havia outro jeito de descrever aquela mulher?
Dizer “sou a vovó” devia cobrir todos os pecados. — Saúde! — Vovó pegou seu shot, ergueu-o no ar e então olhou para as duas irmãs.
Demi bebeu um grande gole de água, pegou seu shot e o ergueu no ar, copiando vovó.
— Um brinde — propôs vovó. — À música que cantarei no casamento do meu neto!
— Claro. — Dallas bateu o copo no dela. — Posso beber a isso.
Demi deu de ombros e tomou seu shot no instante em que Joe entrava no restaurante e seguia direto até a mesa delas.
Ela estava acostumada a tomar shots. Mas, por alguma razão, o modo como os jeans rasgados de Joe envolviam suas coxas musculosas a afetou de alguma maneira. A tequila desceu queimando e ameaçou voltar, ainda mais quando ele deu uma piscadela para ela e se inclinou para beijar a avó na bochecha.
Demi tossiu.
Dallas suspirou.
Demi chutou a irmã por baixo da mesa.
Vovó pediu mais shots.
— Hã... — Demi soltou uma risada nervosa. — Estamos comemorando alguma coisa?
— A noite das garotas! — anunciou vovó, sacudindo os seios para a frente e para trás, alegre.
Joe desviou os olhos e corou.
Era estranho que um homem como ele, que não tinha moral alguma, fosse capaz de corar.
— Mas Joe está aqui. — Demi apontou para o homem pecaminosamente cheiroso e rezou para que ele se inclinasse só um pouquinho para a frente, de modo que ela pudesse sentir o calor que emanava de seu corpo sem parecer uma doida no cio.
Vovó olhou o neto de cima a baixo.
— Ele não conta.
— Obrigado, vovó — respondeu Joe, tenso.
— Oi. Eu sou Dallas. — A irmã de Demi estendeu a mão sobre a mesa e o cumprimentou. — Teria me apresentado no avião, mas você estava todo inchado.
— Agradeço a lembrança.
— Não há de quê. Bem-vindo à noite das garotas.
— Tenho certeza de que essas foram as últimas palavras de muita gente. — Joe apertou a mão de Dallas, depois se virou para a avó. — Bem, dá para ver pelas suas roupas que você não foi atropelada por um caminhão nem está sofrendo uma concussão ou de escarlatina. Essa é nova, aliás. — A última frase fora dirigida a Demi. — Ela costuma deixar as doenças raras para pessoas mais ingênuas, como meu irmão. — Então se dirigiu outra vez à avó. — Que foi que houve?
Vovó ergueu um dedo e começou a procurar alguma coisa na bolsa gigante.
— Tenho certeza de que tem crianças perdidas dessa bolsa. Dá para contar logo, para não precisarmos esperar? — Joe reclamou.
Vovó fez um gesto pedindo a Joe que ficasse quieto.
Ele pegou dois shots na mesa e os virou.
Demi deu tapinhas consoladores em suas costas.
Coitado. Ela quase sentia pena dele. Vovó levaria qualquer um a beber demais.
— Achei! — Vovó puxou um pedaço de papel e, com as mãos trêmulas, começou a lê-lo. — Vocês dois ainda precisam completar algumas tarefas da lista que lhes entreguei hoje mais cedo, aliás. — Ela colocou o papel na mesa. — Onde será que está?
Vovó começou a revirar a bolsa outra vez, da qual puxou um par de óculos com diamantes incrustados.
— Onde será que está o quê? Sua cabeça? — perguntou Joe. — Deve estar na bolsa.
Dallas limpou a garganta para esconder a risada.
— Não, seu idiota! — retrucou vovó.
Demi pediu mais drinques. Ofensas. Isso não era nada bom.
— A lista que eu dei a vocês hoje de manhã! Tinha um monte de pendências a ser resolvidas antes do casamento. Onde está?
— No carro — respondeu Joe.
— Perdemos — explicou Demi, falando ao mesmo tempo que Joe.
Os dois trocaram olhares irritados.
— Eu vou só... — Dallas se levantou da mesa.
— Sente-se! — gritou Demi.
Dallas obedeceu.
— A lista está com Joe. — Demi apontou para Joe e sorriu de um jeito doce.
Um músculo da mandíbula dele tremeu quando ele se inclinou sobre a mesa e respirou fundo algumas vezes.
— Certo, ela está... em segurança.
— Em segurança. — Vovó bufou com desdém. — Tudo bem. Só não se esqueça de cuidar das últimas tarefas.
— Por que você mesma não faz isso? — perguntou Joe. — Está aposentada, não pode... sair por aí com um dos meus carros e resolver tudo?
Vovó fez silêncio, muito concentrada na própria respiração. Então virou a cabeça bem discretamente na direção de Joe. Um sorriso frio surgiu em seu rosto antes de ela pegar a lista com cuidado e colocá-la na bolsa.
— Se você não fosse um idiota, saberia: vou jogar cartas com as meninas.
— Todos os dias? — perguntou Joe.
— Todos os dias. Pelo menos durante a manhã — Vovó deu uma risadinha, parecendo recobrar o bom humor.
— Ótimo. Então consegue cuidar das tarefas à tarde.
— Ah, Joe! — Ela deu tapinhas no braço do neto. — Você é tão inocente!
Foi a vez de Demi se engasgar com a bebida.
— Reservo as tardes para outras... atividades.
— Meu Deus do céu! Ao menos tente esconder o fato de que você sai por aí fazendo... coisas.
— Que coisas? — perguntou Dallas de repente, inclinando-se para a frente, demonstrando interesse.
— Não pergunte. — Joe olhou de cara feia para Dallas e sacudiu a cabeça.
Vovó deu uma risadinha.
— Ah, você sabe! Coisas. — Ela pronunciou “coisas” com grande ênfase, como se a palavra tivesse um significado muito importante, então voltou a dar risadinhas. — Adoro as minhas tardes! Ah, e como adoro! — Seu olhar ficou distante.
— Vamos precisar de mais álcool — sussurrou Demi para Joe.
— E de “Boa noite, Cinderela” — acrescentou o homem. — Quero apagar esta conversa da minha memória. Para sempre.
— Amanhã. — Vovó se afastou da mesa e se levantou. — Joe, me leve para casa. Estou cansada. Mas amanhã você pode encontrar Demi... Que tal na hora do almoço, lá em casa? E vocês podem terminar o restante da lista antes de a gente viajar, na quinta-feira.
— Quinta-feira? — gritaram Joe e Demi.
Vovó deu uma piscadela.
— Mas é claro! Vocês precisam chegar pelo menos uma semana antes do casamento! O que é que há de errado com os jovens, hoje em dia? — Ela tirou uma nota de 50 dólares da bolsa e a colocou na mesa com um tapa. — Divirtam-se, garotas. Não façam nada que eu não fosse fazer.
— Ótimo, vovó. — Joe praguejou. — Só falta dar permissão para que elas sejam presas.
— Foi uma vez só! — argumentou vovó.
— Você esteve em uma prisão mexicana. Tem sorte de estar viva.
— Ah, aquele Pablo era mesmo uma coisa! — Vovó apertou o colar e começou a acariciar as pérolas.
Dallas ficou boquiaberta.
Demi precisou chutar a irmã por baixo da mesa outra vez, para que ela fechasse a boca.
— Bem, tchauzinho! — Vovó acenou  e puxou Joe pela camisa até a saída do restaurante.
A mesa mergulhou em silêncio.
Havia shots de tequila por todos os lados.
Dallas olhou para Demi.
Demi olhou para a mesa.
— Então — disse Dallas, chupando um pedaço de limão. — Foi divertido.
Demi gemeu e bateu a cabeça na mesa.
— Como vou sobreviver às próximas semanas com esses dois?
Dallas riu.
— Fácil.
— Como?
— Calmante.
— Muito engraçado.

*****

Desculpem todo esse tempo pra postar, mas como eu já tinha adiantado, tava (e ainda estou) em semana de provas, foram 9 provas em 4 dias e ainda faltam mais 7 até quarta-feira, quando, finalmente, acaba. Por isso, não sei se vou postar esses dias, mas, pra compensar, como hoje é feriado e to em casa, a cada 4 comentários, um capítulo novo, ok?
É isso, beijos, amo vcs, saudades 

Primeiro selinho ♥



Recebi meu primeiro selinho da Jéssie e não poderia estar mais feliz por isso, já que o blog dela, maravilhoso, perfeito e lacrador, só pra constar, é um dos meus preferidos 
Muito obrigada amor!

1- Com quantos anos fez o blog? Por que fez?  
     Fiz o blog com 13 anos porque, apesar de não escrever, sou apaixonada por livros e gosto de transmiti-los a outras pessoas, assim, adaptá-los pra Jemi , que é meu casal favorito e que supus que as pessoas leriam - coisa que não fariam se fosse somente o livro em si - foi uma maneira que encontrei de fazer isso.

2- Quando começou a ler e escrever fanfics jemi (Ou de outros casais)?
   Comecei a ler no início de 2014, três meses depois de virar fã da Demi, quando, pesquisando sobre ela, encontrei um capítulo de fanfic por acaso, AMEI e agora, aqui estou. Foi maravilhoso! 

3- Algumas/Alguns fanfics/capitulos foram inspirados em você?
 Não, são todas adaptadas de livros.

Repasso para:


22.4.15

Capítulo Onze




Mas o que tinha acabado de acontecer? Os dois estavam brincando e rindo, e, de repente, em questão de segundos, Demi estava falando de vagabundas e batendo a porta na cara dele. O que ele tinha dito? Ela parecia apressada, então Joe não quis irritá-la fazendo-a esperar enquanto ele pegava o número dela.
Pensou que estivesse agindo como um cavalheiro, ou ao menos tentando ser um.
Mas, segundo Demi, tinha agido como um babaca.
Mulheres. Será que algum dia conseguiria entendê-las?
Enquanto deixava o estacionamento, refletindo sobre todos os motivos pelos quais beijar Demi outra vez seria uma péssima ideia, o celular tocou.
— Que foi? — Estava rouco.
— Opa! Dia ruim? — Nick riu.
— Tive aula de dança. O que você acha?
— Sinto muito. Espere, você disse que teve aula de dança?
— Não vou repetir — respondeu Joe, seco. — Ah, aliás, é capaz de vovó não poder ir ao casamento.
— Sério? Por quê?
— Vou matá-la. Hoje à noite. Ou então vou colocar algum tranquilizante nas vitaminas dela.
— Ah! Bem, não use Benadryl. Ela já tem tolerância a esse.
— É, bem, depois do que aconteceu com Selena, acho que todos podemos dizer que temos tolerância. Posso jurar que usei uma caixa inteira na última vez que tive crise alérgica.
— Fico feliz que ainda esteja respirando. — Nick riu.
— Não seja babaca. O que você quer?
Nick riu mais uma vez.
— Primeiro me conte mais sobre a dança.
— Dança do acasalamento — corrigiu Joe, pegando a saída para a loja de smokings. — Foi tudo bem. Demi salvou a minha pele. Madame, e sim, esse é o nome dela, queria um novo brinquedinho.
— Como é?
— Um brinquedinho, uma distração, um homem com quem brincar e que pudesse vestir como quisesse. Era provável que você nunca mais me visse.
— Assustador.
— Você não faz ideia. De qualquer forma, acabei de deixar Demi no trabalho e vou tirar as medidas para o smoking.
— Beleza.
A ligação ficou silenciosa.
— Nick? Está aí?
— Estou. — O irmão ficou quieto outra vez. — Preciso perguntar uma coisa.
— Não, não vou doar um rim para você, peça à vovó.
— Ela só tem um.
— Por isso mesmo.
Nick suspirou.
— Não é isso. É...
— Ok, agora você está me assustando.
— Então, você sabe que o papai vai levar Selena até o altar, né?
Joe acabara de estacionar e suspirou.
— Sei.
— Ela, hã... — Nick soltou um palavrão. — Ela queria saber se teria problema se você... se você fosse com eles.
— Eu? — gritou Joe. — Por que ela iria me querer ao lado dela? Isso é uma piada? Se sim, não é muito engraçada...
— Pare de gritar! — Nick soltou outro palavrão. — Viu? Sabia que você iria surtar. É só que... Você e Selena foram melhores amigos por tanto tempo, e, mesmo com esses dois anos complicados, você ainda é importante na vida dela. E ela quer homenageá-lo.
Droga.
Joe nunca chorava.
Nunca.
A última vez que chorara fora quando os pais de Selena morreram. E, mesmo assim, ele se trancara no dormitório e bebera até esquecer que tinha chorado lágrimas de verdade.
Mas desta vez... sentia uma vontade absurda de chorar até não aguentar mais. Porque não devia ser ele a levar Selena até o altar. Nem o pai dele. Devia ser o pai dela.
Parte dele, uma parte pequena, se sentia culpada do que acontecera e achava que todos estariam vivos e felizes se fosse possível voltar no tempo e consertar algumas coisas.
— Joe, está me ouvindo?
— Estou — respondeu, rouco. — Posso... hã... Posso pensar no assunto?
— Claro.
— Certo. — Joe bateu no volante com uma das mãos. — Preciso ir. Diga oi a Selena por mim.
— Ok. A gente se fala depois.
Joe desligou o carro e bateu no volante de novo.
Uma vez não tinha sido o bastante. E bateu de novo, e de novo, até que a mão ficou tão dormente que ele teve certeza de que precisaria colocar gelo depois.
Um dia ele contaria tudo a Selena. Explicaria que o pai dela tinha... salvado a vida dele.
Sentiu um gosto amargo na boca ao pensar no passado — no passado como um todo. Será que Bill sentiria orgulho dele e das escolhas que fizera? Ou será que faria o que fizera oito anos antes... Que o faria cortar lenha e cavar buracos até que seus dedos sangrassem — até que ele percebesse o enorme erro que tinha cometido?
Praguejando, Joe saiu do carro e caminhou até a loja de smokings. Precisava pensar naquele convite — pensar na possibilidade de levar Selena até o altar —, mesmo que isso significasse que não seria ele o homem a esperá-la no fim do caminho. Nunca tinha merecido um amor como aquele e provavelmente nunca o mereceria.

*****

Que bom que estão gostando, amorecos
Não consegui postar dois capítulos hoje porque meu not tava dando pau e a fic só tá salva nele, mas pelo menos esse eu consegui o/
Lua, amor, não entrei no e-mail hoje, mas amanhã pego seu número lá, ok? To muito feliz que tenha voltado, eu tava com saudade
Se cuidem, amo vocês. Beijo.


21.4.15

Capítulo Dez




— Puta merda, ela está de sacanagem! — Joe olhou para o prédio com um misto de horror e confusão. — Espero muito que a gente esteja com o endereço errado.
Demi arrancou o pedaço de papel das mãos de Joe.
— Deixe-me ver.
— Eu sei ler, sabia?
Revirando os olhos, ela examinou o papel.
— Inacreditável.
— O quê? — Ele se inclinou por cima do ombro dela, olhando o papel mais uma vez. O perfume de Demi o atraía, e isso o deixava tenso.
— Você saber ler.
— Muito engraçado!
— É o endereço certo. — Demi bateu no peito dele com o papel e andou até a porta escura. — Acho que devíamos... Devíamos entrar?
— Claro que não. — Joe cruzou os braços. — Sem chance.
— A lista diz que a Madame nos espera à uma da tarde! Vamos nos atrasar se não entrarmos.
Joe umedeceu os lábios e olhou outra vez para o prédio. Nas vitrines havia imagens de casais dançando.
As mulheres riam e jogavam confetes para o ar. Parecia um desses comerciais toscos sobre absorventes internos.
— Não. E quem é chamada de Madame, hoje em dia?
Demi revirou os olhos.
— É o nome dela. Por quê? Está com medo de desenvolver um par de peitos? Tem medo de que suas bolas desapareçam?
Joe bufou com desdém.
— Tudo bem, vamos lá. — Irritado, ele agarrou o braço de Demi com a mão esquerda e abriu a porta com a direita.
Lá dentro estava escuro.
— Viu? Endereço errado. — Joe soltou o braço de Demi e pegou o celular no instante em que uma música começou a ser ouvida no ambiente. Então alguns refletores se acenderam e o cegaram momentaneamente.
— Que porra é essa?
Foi aí que começou a cantoria.
Demi, ao seu lado, ficou tensa. Mais luzes foram acesas, embora Joe não tivesse nem ideia de onde elas vinham. Ainda estava um pouco cego por conta do primeiro clarão. Tentou dar um passo para o lado, mas bateu em uma mesa. Apoiando as mãos no tampo, olhou para baixo.
E viu fotos de strippers do sexo masculino sem blusa.
Ele se endireitou rapidamente, mas então esbarrou em alguma coisa dura, que oscilou. Joe se virou, tentando estabilizar o objeto.
Era uma estátua nua.
De um homem.
Como é que ele ia tocar naquilo? A escultura tinha sido colocada na mesa de um jeito que deixava as pessoas frente a frente com o órgão sexual masculino. Esticou a mão para segurá-la pela cintura, quando sentiu Demi esbarrar nele. Ela parecia travar a própria batalha contra um enxame de balões na forma de... é... partes íntimas.
— Mas que droga! — Demi segurou a mão dele. — Precisamos correr.
— Parece o inferno, só que pior — concordou Joe, agarrando-a pelo braço.
— Bem-vindos, bem-vindos! — cumprimentou uma voz amplificada por um alto-falante.
— Meu Deus. É oficial: estamos nos Jogos Vorazes! — Joe segurou Demi e a empurrou para trás de si. — Só deixe que eu morra primeiro, Senhor! Por favor, deixe que eu morra primeiro.
— Estava esperando vocês! — anunciou a voz feminina, alegremente.
— Não me sinto melhor com esse seu pedido, não, Joe — sussurrou Demi, atrás dele. — Aliás, só é romântico se sacrificar por outra pessoa quando a morte não é a melhor opção, pezinho de valsa!
Joe parou.
— Você jurou que levaria esse segredo para o túmulo!
— Ops? — Demi deu de ombros. — Por quantos anos você fez balé mesmo, hem? Um, dois?
— Não me venha com esse seu “ops”! — Por que tinha mencionado aquele apelido antigo? Ainda mais naquele momento? Será que tinha ideia de como aquilo feria sua masculinidade?
— Só fique quietinho...
— Posso ver e ouvir vocês — disse a voz. — E não tenho o dia todo. Agora, preciso examinar vocês.
— Saímos dos Jogos Vorazes e entramos nos Jogos Mortais. — Joe sacudiu a cabeça e gritou para a voz: — Poderia ao menos apagar as luzes? Não conseguimos ver você!
— Ah, meu querido! E não é esse o objetivo? — respondeu a voz, rindo.
— Hã... não? — Demi soltou uma risada nervosa.
— Não tenho o dia inteiro! — gritou a voz. — Agora, separem-se! Preciso examinar o material com que terei de trabalhar.
Devagar, Demi saiu de trás de Joe e parou ao seu lado, de cabeça erguida. Joe foi obrigado a admirar a coragem da garota. Qualquer outra teria saído correndo dali. Ele era homem e ainda assim teria pesadelos com aquilo.
— Nada mau — comentou a voz, com frieza. — Nada mau mesmo.
— Obrigada. — Demi sorriu.
Joe revirou os olhos.
— Ela só a está elogiando para que você fique bem gorda e feliz antes do abate.
— Esse aí tem uma língua afiada — comentou a voz. — Mas dá para o gasto. Joe, você vai servir. Diga, você se sente à vontade no palco?
— Nem um pouco — soltou Joe, tossindo. — Nem um pouco mesmo. Tenho um joelho ruim e...
— O joelho dele é ótimo! — interrompeu Demi, com uma piscadela.
Ele investiu contra ela, mas naquele instante as luzes se acenderam e a sala voltou ao normal.
Iluminada, não era um lugar tão assustador. Parecia uma mistura de estúdio de dança e loja de artigos esquisitos para festas.
— Olá! — Uma mulher surgiu em uma sacada acima dos dois. — Desculpe deixá-los sob os refletores desse jeito, mas sua querida avó disse que vocês precisavam de uma boa risada.
— Ha-ha. — Joe ia estrangular a avó.
— De qualquer jeito, imagino que já tenham recebido instruções sobre a dança de vocês.
— Dança? — perguntou Joe.
— Nossa? — indagou Demi.
— Mas é claro! Sou Madame, a melhor professora de dança da cidade.
Joe duvidava do que a mulher dissera. Ela era, no mínimo, da idade de sua avó, e descia as escadas tão devagar que ele tinha certeza de que naquele exato momento, ali, bem diante de seus olhos, a desconhecida estava envelhecendo.
— Ah, acho que minha avó deve ter se confundido. — O olhar de Joe estava fixo nas pernas trêmulas da mulher, que descia lentamente os degraus. Bom Deus!
Aqueles saltos deviam ter pelo menos 15 centímetros, e a saia... Não cobria nada. Para ser sincero, as pernas dela eram bem-torneadas. Ele inclinou a cabeça, na tentativa de ver melhor.
— Acho que foi Joe que se confundiu. — Demi o cutucou. — Ou isso, ou foi enfeitiçado por um longo par de pernas.
Madame sorriu ao descer o último degrau.
— Isso sempre acontece. O que eu posso fazer? Sou mesmo um presente para os olhos. — Ela ajeitou a postura e deu uma piscadela para Joe.
— Quero ir para casa — sussurrou ele, buscando a mão de Demi.
A jovem afastou a mão de Joe e se aproximou de Madame.
— Como Joe disse, acho que vovó se confundiu. Veja bem, temos uma lista de pendências a resolver antes do casamento. Este era o compromisso da vez. Nós precisamos pegar alguma coisa, ou...
— Silêncio! — gritou Madame. — Não quero saber dessa conversinha. Vovó disse que apresentariam uma dança, então dancem!
— Dançar? — grasnou Joe.
— Dancem! — Madame deu um giro diante de Joe, estalando os dedos acima da cabeça. — Vou ensinar a vocês a dança do amor. Vocês irão apresentá-la na cerimônia. Essa dança é um ritual de acasalamento.
— Ah, merda. — Joe respirou fundo algumas vezes. — Não vamos acasalar na pista de dança.
Madame riu.
— Mas é claro que não! Vocês vão dançar! É um ritual, não o ato em si, safadinho. — Ela ergueu a mão e pegou o queixo de Joe, virando-o para si. — Nossa, você é mesmo bonito.
Joe ia matar a avó. Mas estava traumatizado demais, chocado demais, para fazer qualquer coisa que não fosse olhar de volta para aqueles olhos de loba e rezar para que a mulher não o amarrasse e o jogasse em uma jaula.
Madame rosnou e soltou seu queixo.
— Agora, assumam seus lugares no meio do salão. Lembrem que essa dança traz boa sorte ao casamento. Se fizerem besteira, a possível infelicidade de seu irmão no casamento será culpa de vocês.
— Sem pressão — comentou Demi.
Madame apertou um botão e, de repente, as luzes diminuíram outra vez. Uma música suave começou a tocar ao fundo, uma melodia que lembrava tango.
— Vão para o meio da pista — instruiu Madame.
Joe foi até lá e estendeu a mão para Demi.
— Vamos lá. Quanto antes acabarmos com isso, mais rapidamente poderemos ir embora e entrar em coma alcoólico.
Os olhos de Demi foram da mão para o rosto de Joe antes que ela, com má vontade, aceitasse dar-lhe a mão e se aproximar de seu corpo.
— Certo, mas não quero saber de mão-boba.
— Ah, por favor. — Joe bufou. — Como se seu corpo fosse tentador para um homem como eu.
Demi deu um sorriso doce.
— Esqueci, você prefere os artificiais... Erro meu.
— Eu...
— Agora! — Madame bateu palmas. — Fechem os olhos. Eu os guiarei pelos movimentos da dança, mas vocês precisam confiar em mim. E precisam confiar um no outro, também.
Demi sentiu que suas mãos estavam suadas. Era aquela palavra: confiar. Ela reacendeu as lembranças daquele dia no acampamento, durante o exercício de confiança, quando Joe — que tinha prometido segurá-la — a deixou cair.
Quando foi chamada de gorda. E ele se recusou a defendê-la.
A mãe de Demi costumava dizer que um dia a filha riria daquilo, que as coisas que aconteciam na escola não influenciavam a vida adulta. Mas ela estava errada...
Quando se é magoado em uma idade tão vulnerável, é impossível esquecer a dor. Ainda mais se o episódio leva a dois anos de problemas com bulimia e pílulas para emagrecer.
Então, era preciso confiar? Não, ela não confiava em Joseph Jonas, porque, nas últimas duas vezes, ele a deixara na mão.
— Confiem — repetiu Madame — e sigam as minhas mãos. — Demi sentiu mãos em seus ombros, que a empurraram para os braços de Joe. Ela sentiu que a respiração do homem ficou acelerada quando sua bochecha encostou no peito rijo dele.
— Joe, vamos lá, dê um passo para trás — instruiu Madame. — E faça um... Ah, você sabe dançar, né?
Demi abriu os olhos no instante em que Joe a empurrou e a fez girar, para depois puxá-la de costas de volta para perto dele, inclinando-a sobre uma de suas pernas.
— Confie em mim — sussurrou Joe ao seu ouvido enquanto a trazia novamente a seus braços, de costas, e a mantinha firmemente apoiada em seu corpo.
Era bom demais tocá-lo.
Outro giro deixou Demi de frente para ele.
— Agora você deve jogá-la sete vezes — continuou Madame. — Não se esqueça de girá-la, incliná-la para um lado e... Ah, meu Deus, filho! Você já fez a dança do acasalamento?
Joe corou.
Demi abriu a boca para fazer a mesma pergunta, mas então ele a inclinou sobre uma das pernas e depois a levantou e girou, quase fazendo com que ela perdesse o equilíbrio, até que, com um puxão, Joe a deixou firmemente apoiada em seus braços outra vez, sem tocar o chão.
Ele a soltou bem devagar, fazendo-a deslizar por seu corpo, o que permitiu que Demi sentisse cada músculo de sua barriga de tanquinho. Sabia que eram seis, porque os contara enquanto ele a soltara devagar.
A música parou.
Demi olhou bem nos olhos de Joe.
Ele tinha os lábios semiabertos ao inclinar-se para a frente.
— Maravilhoso! — Madame aplaudiu.
Demi se sobressaltou e esfregou as mãos no jeans.
— Já fez isso antes, não foi, querido? — Madame deu uma piscadela para Joe e um tapinha em sua bunda, então se virou para Demi. — É só deixar que ele a conduza, e vai dar tudo certo no dia do casamento.
Demi assentiu com a cabeça.
— Então acabamos?
— Dançar é parte da vida. A dança nunca termina.
— Ou o acasalamento — completou Joe, solícito.
Madame corou e abanou o rosto com as mãos.
— Gostaria de beber alguma coisa?
Demi parecia invisível. Joe agarrou seu braço e a puxou para mais perto de si.
— Ah, não, obrigado. É melhor eu levar minha namorada para casa.
Madame fez beicinho.
— Namorada?
Joe agarrou a cintura de Demi com mais força.
— É, Joe, namorada? Quer dizer... — Demi se virou para encará-lo. — Não sabia que tornaríamos o relacionamento oficial...
As narinas de Joe inflaram e seus olhos correram de Madame a Demi.
— Então vamos oficializar com um beijo, que tal?
Antes que Demi pudesse protestar, os lábios dos dois estavam colados.
Mas que droga.
Joe tinha um sabor viril. A língua passou pelos lábios de Demi e mergulhou em sua boca. Seus lábios eram como veludo, perfeitamente encaixados nos dela, que não ofereciam nenhuma resistência — pelo contrário, estavam participativos.
Com um gemido, Demi envolveu o pescoço dele com os braços — perdendo totalmente a compostura — e retribuiu o beijo. Joe fez um som baixo no fundo da garganta e a apertou ainda mais.
— Isso aqui... não é um bordel — interrompeu Madame, friamente.
— Ah, é? Poderia ter me enganado — respondeu Joe, ainda colado aos lábios de Demi.
Com uma risadinha, Demi se afastou.
— Obrigada por tudo, Madame. Mas, como a senhora viu, eu e meu namorado precisamos comemorar!
— Bem, então vão logo. — A voz de Madame soou aguda, e sua expressão era de desagrado, como se ela tivesse acabado de chupar um limão.
Eles saíram da loja e entraram correndo no BMW de Joe. Assim que Demi bateu a porta, os dois caíram na gargalhada.
Joe ligou o carro.
— E eu que pensei que vovó fosse louca.
— Né? — Pela voz, Demi parecia um pouco sem fôlego. Que ótimo, tinha perdido a capacidade de falar como um ser humano normal na frente de Joe! Fora apenas um beijo — um maldito beijo! — para despistar a loba, nada mais.
— Obrigado... — O carro parou no sinal vermelho. — Por me ajudar. Se eu estivesse sozinho, tenho certeza de que acabaria nas manchetes dos jornais.
— Doce. — Demi assentiu com a cabeça.
— O quê?
O sinal ficou verde.
— Seria assim que ela o atrairia para o quarto. Faria uma trilha de doces até a porta. É assim que as lobas fazem. Aí, quando você estivesse lá dentro, ela iria embebedá-lo. E você deixaria, faria qualquer coisa para destruir a memória daquela noite... E fim. Viraria um escravo sexual. Sairia no jornal.
Joe bufou e sacudiu a cabeça.
— Sua imaginação me assusta.
— Ei! — Demi ergueu as mãos. — Só estou dizendo.
Joe deu de ombros e pegou o caminho para o centro da cidade.
— Então, que tal um drinque? Eu prometi e tenho certeza de que lhe devo um favor.
Depois daquele beijo? Não, era ela quem devia a ele. A dor da rejeição, familiar demais, a invadiu. Claro, ela até podia aceitar e beber um drinque com ele, e depois cair em todas as armadilhas que a maioria das garotas caíam.
Ele ficaria bêbado o bastante para convidá-la para casa.
Dividiriam um táxi. Ela diria que ficaria apenas para mais um drinque. Acabariam na cama dele.
E ela acordaria e no travesseiro haveria um bilhete de agradecimento e uma nota de vinte dólares para o táxi.
Não, obrigada.
— Na verdade... — Demi olhou para o relógio de pulso. — Ainda consigo uma boa tarde de trabalho no escritório. Pode me deixar lá, no prédio da Komo?
Joe coçou a cabeça, nervoso, e deu de ombros.
— Beleza. Se é o que você quer... Acho que margaritas são melhores que qualquer dia de trabalho.
— É. — Demi colocou os óculos escuros. — Mas você está desempregado, então...
— Obrigado por me lembrar disso — resmungou ele, pegando a saída para o centro. — Eu, hã... Vou ver o que mais tem na lista da vovó e qualquer coisa ligo para você.
— Você precisaria do meu número.
— Pego com a vovó. — Ele deu de ombros.
Homem maldito. Não podia nem pedir o número dela?
Sério, isso?
— Bem. — Demi abriu a porta depois que ele parou o carro. — Não podemos correr o risco de você salvar meu número no seu celular e acabar ocupando o espaço destinado aos telefones das suas vagabundas.
— Demi, calma...
Ela bateu a porta antes que ele conseguisse terminar a frase e saiu caminhando determinada em direção ao edifício.

*****

Eu JURAVA que não ia ter 4 comentários até 23:30, OMG zjdcnjd
To feliz que estejam gostando tanto assim.
LUAAAAA, VOCÊ APARECEU, ANJO, QUE SAUDADE!
To bem, e você?
Me manda seu número pelo e-mail pra gente conversar, ahbnakjn
Se cuidem, beijos. 

Capítulo Nove




— Vovó está aprontando alguma... — Selena olhou para a foto que a velha senhora lhe enviara por celular e suspirou.
Nick soltou uma risadinha.
— E quando é que ela não está aprontando? Quase sinto pena de Joe.
Ao perceber o olhar irritado de Selena, ele ergueu as mãos, como se estivesse se rendendo.
— Calma aí, tigresa! Só estou dizendo que vovó pode ser implacável. Quer dizer, ela está hospedada na casa de Joe.
— Ela também o demitiu.
— O quê!? — exclamou Nick. — Da Jonas Enterprises? Ela pode fazer isso?
— Parece que sim. — Selena deu de ombros e mostrou a foto para Nick. — Ela também está inclinada a bancar o cupido.
Nick pegou o telefone e caiu na risada.
— É Demi?
— Sim.
— Vestida de noiva.
— Isso.
— E Joe está atrás dela... olhando?
— Babando — corrigiu a noiva. — Ele está babando.
— Não dá nem para ver o rosto dele, Selena.
— Verdade. — Selena pegou o celular da mão do noivo, mas virou o visor novamente para ele, como se para fazê-lo ver com mais clareza. — Mas está com essa pose de He-Man.
— O quê?
— Você sabe. — Ela o cutucou. — He-Man.
— Você está falando a minha língua?
Com um suspiro dramático, Selena pôs as mãos nos quadris e imitou a pose de Joe para Nick.
— Entendeu? Os caras só fazem essa pose quando estão se exibindo, dando uma de He-Man. Ocupam o máximo de espaço possível, tentando parecer maiores e mais protetores.
Alguém buzinou, mexendo com Selena. Ela revirou os olhos, irritada, e olhou de relance para o carro, que estava cheio de gente. Quando se virou, procurando Nick, ele estava com as mãos no quadril e as pernas abertas.
— E isto prova meu ponto. — Ela apontou para o noivo e riu.
— Droga. — Nick fez careta. — Isso não prova nada, e, sejamos sinceros: se Joe quisesse sair com Demi, já teria feito isso há anos. Ela não é uma desconhecida, praticamente cresceu com a gente.
Homens. Selena jogou a cabeça para trás e riu.
— Certo. Você e eu também crescemos juntos, mas acabamos de retomar contato e agora vamos nos casar. Crescer junto não quer dizer nada.
— Viemos correr ou fofocar sobre meu irmão? — Nick deu um tapa na bunda da noiva e a ultrapassou.
— Pode me lembrar de por que eu pensei que fazer esse programa de exercícios militares para o casamento fosse uma boa ideia?
— Estava em uma dessas revistas idiotas que você tem acumulado como se fosse um esquilo juntando nozes. Eu reparei na barriga de tanquinho da garota e você me deixou com o braço roxo... Obrigado, aliás... Depois disse que queria ficar mais gostosa para o casamento. Por isso estamos correndo oito quilômetros, e agora eu estou sonhando com um bom banho quente...
Selena o alcançou.
— Ah, está certo. E não é minha culpa se você fica roxo com tanta facilidade. Parece um pêssego.
— Querida, você sabe que não me importo com esses machucados... — Ele mordeu os lábios e parou de correr, puxando Selena para seus braços. — Eu amo você.
Selena fez cara feia.
— Mas o que vamos fazer em relação à vovó?
— Mulheres são estranhas. Estou falando em morder cada centímetro do seu corpo e você quer falar sobre a minha avó. Sério?
— Nick.
— Selena. — Ele mordiscou o lábio inferior da noiva e depois a beijou no nariz. — Vamos vencê-la em seu próprio jogo. Se ela quer bancar o cupido, nós faremos o mesmo.
— Está dizendo que também deveríamos tentar arranjar alguém para Joe? E ver quem ganha?
— Isso mesmo.
— Gostei da ideia. — Selena pôs os braços ao redor do pescoço de Nick. — Afinal de contas, sabemos o que é melhor para ele.
— O seminário religioso?
Selena bufou.
— É bem provável. Mas, de qualquer forma, podemos convidar algumas garotas solteiras para o nosso casamento. Garotas que realmente combinariam com Joe.
— Um desafio. Nós contra vovó. Se ganharmos, ela paga a lua de mel. Se ela ganhar...
— Pode cantar no casamento. — Selena suspirou.
— Não! — Nick encostou a testa na de Selena. — Não sou tão maluco assim. Prefiro dar um barco de presente à vovó, ou então pagar aquelas aulas de stripper que ela faz toda semana.
— Cantar é o que ela quer.
— Ela também quer comprar um tigre, como fez o Mike Tyson. O fato de vovó querer alguma coisa não significa que sejamos obrigados a atender a todos os seus desejos.
— Nick. — Selena beijou os lábios do noivo com suavidade. — Não há nada com que se preocupar. Ela não vai ganhar.
Resmungando, Nick a beijou na testa.
— Está certo, mas se vovó ganhar e acabar com um microfone nas mãos, a culpa será sua. Agora, vamos terminar a corrida e tomar um banho juntos.
— Primeiro, você vai ter que me pegar! — gritou Selena, passando depressa por ele.

*****

Woooow, vocês comentaram! Se eu tivesse visto antes, teria postado, pra ver se dava tempo de postar outro hoje. Bom, ta aí o capítulo prometido.. Se até umas 23:30 tiver uns 4 comentários, posto outro, ok? Beijos