30.1.16

Capítulo Quarenta e Um




— Mas que merda, Amy! — gritou Joe. — Qual é o seu problema? Eu falei que não estava interessado.
— Você parecia interessado. — Ela ergueu uma sobrancelha e tentou se aproximar outra vez. Joe levantou as mãos para impedi-la.
— Sério, não estou interessado. Nem agora, nem nunca.
— Mas caras como você...
— Caras como eu, o quê? — desdenhou Joe. — Termine o que você ia dizer.
Ela umedeceu os lábios e cruzou os braços.
— Não dizem não.
Joe assentiu.
— Você está certa.
Amy abriu um sorriso malicioso ao se aproximar.
— Talvez eu não seja mais esse cara. — Ele saiu do quarto e foi procurar Demi.
Uma hora depois, ainda não a tinha encontrado e não pudera se desculpar. O único motivo de estar naquele maldito quarto fora que Amy tinha bebido tanto que ele não queria que ela arruinasse a festa, ao fazer alguma loucura. Ele a vira tomar algumas pílulas antes da última taça de vinho. Murmurando outro palavrão, Joe subiu as escadas para tirar um pouco do óleo do corpo e vestir roupas que não o fizessem parecer um prostituto barato. Era engraçado como, apenas alguns meses antes, ele não teria se incomodado em se vestir daquele jeito. Mas agora só se sentia sujo, usado, nojento. Pegou uma toalha úmida e começou a limpar o corpo, quando um celular começou a tocar. Ele olhou para o criado-mudo. Era o de Demi, e a mensagem na tela mostrou que era uma ligação de trabalho. Ela estava ignorando o celular o fim de semana inteiro, então ele achou melhor ignorá-lo também. Mas, dez minutos depois, e mais duas ligações perdidas, ele perdeu a paciência.
— Alô? — disparou, no instante em que o aparelho começou a tocar pela terceira vez.
— Quem é que está falando? — gritou um homem.
— Joseph Jonas. Por quê? Quem fala?
— Mike Cromwell. Sou o chefe da sua namoradinha.
Joe não teve forças para dizer que realmente não estava saindo com Demi, e que ela provavelmente estava planejando matá-lo durante o sono.
— O que posso fazer por você, Mike?
— Pode dizer a Demi que ela tem exatas seis horas para me mandar uma reportagem, ou estará demitida.
— Uma reportagem? — repetiu Joe. — Qualquer uma?
— Não, seu idiota! — Mike soltou um palavrão. — Sobre o casamento. Ela deveria estar cobrindo o casamento.
— Mas...
O telefone ficou mudo. Atordoado, Joe se sentou na cama, ainda com o celular nas mãos. Então tudo aquilo era por causa de uma reportagem? Ela estava sendo legal para conseguir algo dele? Assim como todas as outras garotas do mundo.
Demi queria algo dele, mas Joe começou se perguntar se o que ela queria era outra coisa, e não o que ele estava disposto a dar. Ela só queria seu corpo, talvez? Algo se quebrou dentro dele. Talvez ela tivesse passado dos limites, mas ele estava furioso. Não, estava mais que furioso. Como ela podia fazer uma coisa dessas com ele? Depois de tudo o que ele dissera? De tudo o que tinham dividido? Para Demi, ele era apenas um sorriso e uma reportagem. Mas e para ele? Demi era o mundo.
Todos os rostos sem nome, todas as conquistas passadas, voltaram à mente de Joe. Todas as mulheres, todo o sexo, todas as festas... Cada uma delas quisera algo dele — dinheiro, status ou sexo. E Demi? Ela acabou sendo a pior de todas, porque tinha fingido ser sua amiga. Tinha se inserido tão profundamente na vida dele que a ideia de expulsá-la agora era repulsiva a ponto de ele quase passar mal.
Então era assim que se sentia uma pessoa traída. Parecia que tinham enfiado facas em suas costas e em seu peito, e ele experimentava uma perda de controle absoluta de todas as emoções. Certo. Bem, ele odiava esta sensação. Odiava o fato de ser Demi a pessoa que estava fazendo com que ele se sentisse assim. Nunca tinha esperado muito das outras mulheres, porque sabia a que se resumiam aqueles relacionamentos. Elas queriam algo dele e ele queria algo delas. Todas as partes saíam ganhando. Mas desta vez? Ele se sentia vazio, como se tivesse acabado de oferecer a Demi tudo o que tinha, na esperança de que ela lhe desse ao menos um abraço e dissesse obrigada — e não de que o atropelasse com um caminhão e fugisse. Odiava colocá-la na mesma lista das outras mulheres. Odiava permitir que o nome dela se juntasse aos outros. Mas...
Ela acabou se revelando igualzinha às outras. Joe foi tomado por uma onda de náusea ao pôr o celular de volta no lugar. Com as mãos trêmulas, passou os dedos no cabelo. Demi só quisera mais um pedaço da piada que era Joseph Jonas. O que significava apenas uma coisa: ele estava prestes a se arriscar em nome do comprometimento, e sem certeza alguma de que sairia ileso. Bem, se era uma história que ela queria, então iria conseguir. Não deixaria que Demi o culpasse por perder o emprego. Uma hora depois, Demi voltou para o quarto. Estava com as bochechas coradas e o cabelo bagunçado pelo vento.
— Onde você estava? — perguntou Joe. Demi revirou os olhos e tentou sair, mas Joe a segurou pelo braço e a puxou para o quarto. — Eu estava preocupado.
— Ah, me poupe! Você parecia bastante preocupado nos braços de Amy.
Joe murmurou um palavrão e se afastou dela.
— Eu não a queria antes e não a quero agora. Mas, também neste caso, confiar na minha palavra significa confiar em mim como pessoa. E também significa que tenho que confiar em você. E eu não confio.
Demi jogou a bolsa no chão e voou para cima dele.
— Como você se atreve, eu não fiz nada para...
Ele ergueu o celular.
— Mike ligou.
— Você é um babaca! — Demi arrancou o telefone das mãos dele. — Atendeu meu celular? Isso é pessoal!
— Você tem sorte de eu ser bonzinho.
Ela bufou com desdém.
— Então faça as perguntas.
— O quê? — Demi olhou as mensagens. — O que você quer que eu pergunte?
— Sobre o casamento. Você sabe, os detalhes, que serviços foram contratados, que celebridades foram convidadas... Os detalhes sórdidos. Pode me entrevistar.
Demi pareceu desapontada ao encarar os olhos frios e indiferentes do homem à sua frente.
— Joe, eu não ia fazer a reportagem.
— Eu não ligo. — Ele ligava, mas não queria que ela soubesse disso, porque só o faria parecer patético. — Pode perguntar. — Ele jogou um pedaço de papel e uma caneta na mesa. — Vamos lá, quer ser demitida?
— Não, mas...
— Estou furioso — disse Joe, sendo sincero. — Mas você não vai perder o emprego por minha causa.
— Nossa, mas você é mesmo um santo! — Demi bufou. — Não me acha melhor do que isso, Joe? Acha mesmo que eu trairia meus amigos para me dar bem? Não sou como você!
— Você está sendo escrota.
— E você é um babaca, por me considerar tão baixa — gritou ela.
— Bem, você é uma péssima amiga. — As narinas de Joe se dilataram quando ele ergueu a voz. — Pensei que você fosse diferente. É por isso que eu...
— Joe — chamou a voz de Nick, abafada, do outro lado da porta. — A festa está acabando, cara. Você já pagou à mulher maluca com os brinquedos eróticos?
— Tem tanta coisa errada nessa frase... — Joe revirou os olhos. — Estou indo. — Ele andou até a porta. — E você... — ele apontou para Demi — ... não diga nem uma palavra a Selena e Nick. Nem mesmo que considerou aceitar a oferta do seu chefe. Partiria os corações deles, e os dois já têm muito com o que lidar agora. Vou lhe dar uma maldita história. Vou correr pelado na rua se for preciso. Só deixe os dois em paz.
Enojado, Joe atravessou a porta enquanto se perguntava se seu coração algum dia conseguiria confiar em outra pessoa.


*****

Eqhwisheishwjskekxsn adorei esse capítulo..
E agora, o que vocês acham que vai acontecer? A noite posto outro capítulo ok? E se vocês comentarem e tiver visualização, faço maratona. Beijos!! 

29.1.16

Capítulo Quarenta




— Abra a porta, Demi. Não deve estar assim tão ruim... — Joe bateu na porta pela décima vez e esperou. Do outro lado, ela soltou um palavrão. — Demi? Estou esperando. Somos os anfitriões dessa Festa do Prazer.
— Não fale assim — ela pediu, do outro lado da porta.
— Quer que eu fale como? Reclamando, ela abriu.
— Não ria.
Rir? Ela estava maluca? Parecia uma versão mais gostosa da Britney Spears — de antes de ficar louca. O cabelo castanho-avermelhado comprido estava alisado, pendendo abaixo dos seios. Ela usava um chapéu de couro que combinava com o vestido curto de couro. Demi botou as mãos nos quadris, e Joe viu que ela usava luvas de renda.
— Entre no banheiro — grunhiu ele. Demi arregalou os olhos, recuando.
Joe fechou a porta com um chute, e sua boca encontrou a dela. Ele a pôs sentada na bancada, e Demi passou as pernas em volta da cintura dele.
— Nossa, você ficou muito gostosa! — Joe beijou o pescoço de Demi, que inclinou a cabeça para trás e suspirou enquanto apertava as costas dele.
— Está na hora! — gritou alguém, batendo à porta.
— Não está, não — retrucou Joe, sem tirar os lábios do pescoço de Demi.
— Ah, está sim. — A porta foi escancarada, revelando a atendente da loja. — Testando alguns produtos, é? As fantasias são sempre um sucesso.
Joe se afastou de Demi e praguejou, limpando a boca com as costas da mão.
— Agora é a sua vez. — A mulher entregou uma roupa a Joe. — Todos estão prontos, só falta você.
— Está bem. — Ele pegou a roupa. — Obrigado por lembrar.
Ela ficou lá, esperando Demi sair, para só então fechar a porta. A roupa de Demi tinha saído direto de suas fantasias mais loucas, então a dele não podia ser tão ruim, certo?
— Você viu Joe? — perguntou Jace, sentando-se ao lado de Demi. — Tenho algumas perguntas sobre o brinde que ele irá fazer. Acho que também quero fazer alguma coisa amanhã. Isto é, se ele deixar de ser orgulhoso e falar comigo. Demi respondeu com um sorriso educado.
— Não o vi ainda, mas tenho certeza de que ele não vai ligar.
— Ele não vale a pena, sabe? — comentou Jace, tão baixo que apenas Demi podia ouvi-lo.
— Desculpe, não entendi. — Demi tomou um gole de vinho e sorriu enquanto alguns amigos entravam na enorme sala de estar.
— Joe. — Jace se sentou ao lado dela, no sofá. — Ele é um conquistador. É bom no que faz, mas não gosta de compromissos. Você já devia saber. — O homem suspirou. — As coisas com ele... os relacionamentos com esse tipo de homem... sempre vão ser difíceis de administrar. E, no fim, tem 50 por cento de chance de que você acabe com o coração partido.
— Obrigada pela preocupação.
— É egoísmo da minha parte, puro egoísmo. Você é linda. Só a conheço há alguns dias, mas adoraria levá-la para sair.
— Hã, bem, eu e Joe, nós estamos...
— Senhoras e senhores, o padrinho se ofereceu para apresentar uma dança para a gente!
Se ofereceu o caramba, pensou Demi. Deve ter sido coagido — ou drogado.
As luzes diminuíram e um holofote foi aceso no saguão. A música “Save a Horse (Ride a Cowboy)”, da dupla country norte-americana Big & Rich, começou a tocar no volume máximo. Joe apareceu sem camisa, com uma calça de couro de caubói e cuecas justas por baixo. E ainda não tinha acabado: ele também usava uma gravata de renda e um chapéu preto de caubói. E... Nossa! Ele parecia uma delícia! Era óbvio que a atendente tinha passado alguma coisa no corpo dele, porque o peito brilhava — devia ser alguma espécie de óleo.
Demi ficou boquiaberta quando seus olhos se encontraram. Com passos seguros, ele caminhou até ela. Enquanto Joe cruzava o aposento, os convidados foram colocando dólares na calça dele. Parando na frente de Demi, Joe se abaixou e montou em seu colo. Meu Deus! Meu Deus! Ela olhou ao redor, em busca de ajuda. Ele ia mesmo fazer alguma espécie de lap dance caubói? Como no filme Magic Mike? Na frente de todos os convidados do casamento? E da vovó? Ele começou a dançar em torno dela. Disse um desculpe com os lábios quando deu uma cotovelada na cara de Jace, durante um giro.
Channing Tatum, aquele ator e modelo, não chegava nem aos pés de Joe. Ela ia acabar enfartando. Na hora do refrão, todos cantaram juntos. Save a horse, ride a cowboy. Joe cumprimentou Demi com o chapéu e saiu de seu colo. Se dependesse dela, ele passaria a noite toda lá. Ele andou pela sala igual a uma pantera. Os cabelos castanho-claros caíam sobre o rosto, um pouco ondulados. Demi não sabia se era suor ou o óleo que fazia o cabelo dele ondular. Mas não tinha imaginado que, fossem ondas naturais ou só o calor, ela seria capaz de jogar vovó na frente de um ônibus apenas para poder deslizar as mãos por aquele cabelo. Algumas outras garotas gritaram o nome dele. Ele desviou a atenção para o grupo e foi dançar no meio delas.
— Como eu disse... — Jace pigarreou ao lado dela. — Uma vez conquistador barato, sempre conquistador barato. Acha mesmo que ele vai abrir mão desse estilo de vida? — Por você? Essa parte não foi dita em voz alta, mas Demi recebeu as palavras como um soco no peito. A música parou e todos aplaudiram. Demi olhou para o colo e brincou com a borda da taça.
— Agora deem as boas-vindas ao noivo e à noiva, e a uma convidada especial!
Nick, parecendo muito infeliz, entrou na sala. Ele era enorme, só músculos e força bruta. Usava uma fantasia de homem das cavernas de couro. Coitado! Não teve muita sorte com a escolha de fantasias. Selena estava usando uma saia curta de couro branca e uma blusa de renda também branca. Parecia pronta para a festa. Atrás deles, vinha vovó. Em uma fantasia sexy de gato, que não teria sido tão chocante se ela não tivesse pintado bigodes no rosto. Mas se havia alguém que conseguia ficar bem naquelas roupas, esse alguém era vovó.
— Vamos começar a festa! — gritou ela. Começou a tocar música eletrônica. Selena bebericava seu vinho.
As pessoas conversavam e riam pela sala, mas Demi se sentia completamente só. Como se alguém lhe tivesse tirado toda a vontade de seguir em frente. Não tinha conseguido esconder o celular no vestido, então ela se tornara, oficialmente, a garota sozinha que estava encarando a mesa na festa da qual ela deveria ser a anfitriã, com Joe. Jace se inclinou à sua esquerda.
— Quer que eu busque mais vinho?
Ela faria qualquer coisa para se livrar dele e daquela sua atitude condescendente.
— Sim, obrigada.
Demi lhe entregou a taça e ficou observando Joe, que continuava a conversar e a flertar com algumas amigas em comum que ela não encontrava havia algum tempo. Eram as outras madrinhas. Tecnicamente, ela deveria fazer as apresentações e agir de forma madura, mas só queria se lamentar.
— Demi! — chamou Joe, do outro lado da sala, gesticulando para que ela se aproximasse. Tentando não fazer cara feia, ela se levantou do sofá e sentiu as bochechas corarem quando as garotas a olharam de cima a baixo. Avaliando a competição. Quando se aproximou, Joe passou o braço pelos ombros dela, mantendo-a presa. — Essa é Demi. Acho que algumas de vocês estudaram juntas.
— Sério? — perguntou Demi, que não reconhecera nenhum rosto.
— Sim. — Joe apertou seu ombro. — Sério? Não se lembra de Britney? — Argh. Uma garota alta e loira com boca larga e olhos castanhos estendeu a mão.
— É tão bom rever você, Demi! — Nota mental: Britney era legal e tinha um sorriso bastante gentil.
— E Lillian. — Joe apontou para uma asiática com mechas azuis no cabelo. Demi nunca a vira antes, mas apertou a mão da mulher mesmo assim.
— Acho que você se lembra de mim — disse a garota seguinte, em um tom um pouco venenoso. Era da altura de Demi, mas com mais curvas, mais ou menos como uma das irmãs da família Kardashian. — Sou Amy...
— Stevens. — Demi engasgou. Pelo visto a punição divina havia terminado com Joe, e agora era a vez dela.
Maravilha! Quais eram as chances de algo como aquilo acontecer? A mesma garota com quem foram ao acampamento? E por que Selena a tinha convidado para ser madrinha? Aquilo estava mesmo acontecendo? Para ser sincera, Selena nunca soubera por que Demi odiava Amy. Demi sentia muita vergonha de sua antiga obsessão por Joe, então nunca quis explicar. Amy mantivera contato com Selena, era o que ela sabia. Tecnicamente, Demi era a culpada. Estivera tão focada no trabalho, que, quando Selena enviara os detalhes sobre as madrinhas, praticamente ignorara a amiga e concordara sem nem ao menos ler. Argh!
Estava arrependida de não ter lido aqueles e-mails com atenção. Como tinha deixado passar o nome de Amy?
— É muito bom ver você de novo, Demi. — O sorriso de Amy não chegou aos olhos, e, depois de um silêncio desconfortável, ela tocou de leve o braço de Joe. — Conte como está a sua vida, vou adorar saber das novidades. Não nos vemos há séculos. — E, simples assim, Demi foi deixada de lado.
Joe olhou para ela, com um sorriso pateticamente gentil, o que só piorou as coisas. Se ele se comportava como um babaca, ela ao menos podia ficar irritada com ele. Mas se ele agia de forma legal ou parecia estar com pena dela era uma droga. De verdade.
— Aqui está seu vinho. — Jace surgiu ao seu lado. — Olá, cirurgia plástica! — Ele sacudiu a cabeça e olhou para Amy e Joe. Demi reclamou baixo e pegou a taça das mãos de Jace. — Tudo bem? — perguntou ele.
Demi suspirou e olhou para Jace. Por que não podia gostar dele? Talvez, se fechasse os olhos, pudesse imaginar que estava tocando e beijando Joe, não Jace. Será que todos os homens seriam ruins, em comparação com Joe? Será que passaria a vida inteira comparando qualquer um com ele, para início de conversa?
— Atenção! Peço a atenção de todos! Vão para os seus lugares! — A atendente se dirigiu ao meio da sala e começou a tirar alguns objetos de várias caixas e a colocá-los em uma mesa coberta com um veludo preto.
Demi não era puritana, mas ficou chocada. Sem saber o que fazer, olhou para Joe, que ainda estava imerso na conversa. Selena ria, Nick olhava para a noiva, desejoso, e vovó... Ah, que ótimo! Vovó estava arrastando Petunia para ver o show. Seria uma briga de proporções épicas. Demi se encolheu quando as luzes se apagaram. A mesa começou a brilhar. Droga.
— Bem. — A atendente bateu palmas. — Eu me chamo Lola. Vou ser sua consultora do prazer nesta noite.
Jace engasgou ao seu lado. Demi deu tapas em suas costas e ele soltou um “obrigado”.
— Para dar um clima mais íntimo à festa, coloquei vários produtos espalhados pelos quartos. E trouxe também lingeries maravilhosas da nossa linha romântica. Perfeita para a noiva!
— Eba! — gritou Nick. Risadas nervosas se espalharam pelo ambiente.
— Agora... — Lola passou a apresentar os itens, começando por um dos cantos da mesa. Meia hora de apresentação depois, Demi ficou grata pelo fato de as luzes estarem apagadas. Devia estar com o rosto vermelho como tomate.
Depois que o último produto foi exibido, Jace sussurrou ao seu lado: — Será que sou menos homem por admitir que não sabia de metade do que ela estava falando?
— Não, você é apenas uma pessoa normal — respondeu Demi.
— Que bom, porque comecei a ficar preocupado já no primeiro quarto da apresentação.
Rindo, Demi deu tapinhas no braço de Jace bem na hora em que o olhar de Joe — que tinha ido para o outro lado da sala — pousava nela. Ele sacudiu a cabeça, apertou os lábios em uma linha fina e deixou a sala.
— Alguma dúvida? — indagou Lola.
As luzes se acenderam. Vovó se balançava no meio do aposento, segurando uma taça de vinho. Petunia parecia ter perdido as forças. Ou isso ou estava morta. Não dava para saber. Ela estava de olhos fechados, jogada no sofá com a boca aberta.
— Você a matou. — Demi apontou para Petunia.
— Eu a droguei — corrigiu vovó. — Petunia não parava de reclamar da festa, então misturei Benadryl ao suco dela.
— Vovó! — gritou Demi. — Isso é perigoso!
Vovó tomou um gole longo de vinho.
— Já saí com um farmacêutico.
— O que não faz de você uma farmacêutica.
— Ah, isso é um detalhe! — Apertando o ponto entre os olhos, Demi decidiu não entrar na briga. — Tudo bem, querida? — Vovó franziu a testa, preocupada.
— Dor de cabeça. — Ou dor no coração, era tudo parecido.
— Tem aspirina no meu quarto, no final do corredor. Pegue uma lá. Estão no criado-mudo, ao lado do Benadryl. Mas lembre que tem de pegar a pílula branca, não a rosa. A rosa a deixaria doidona, depois de todo esse vinho.
Assentindo, Demi atravessou o corredor para pegar o remédio. O quarto de vovó ficava no térreo, porque ela odiava subir escadas. Selena contara que, no ano anterior, vovó quisera ocupar um quarto de cima, porque assistira ao filme Up — Altas Aventuras e pensara que seria legal ter uma daquelas cadeiras que se prendem às escadas para descer. Ideia vetada.
Suspirando, ela abriu a porta e deu de cara com Joe e Amy agarrados. Os braços de Amy estavam apertados ao redor do pescoço de Joe, e ela usava apenas a lingerie barata da festa. Joe a empurrou e então viu Demi.
— Pode sair? — disparou Amy, para Demi. — Estamos um pouco ocupados.
— Demi, espere! — gritou Joe. Mas ela, mesmo com os saltos plataforma, já tinha saído correndo pelo corredor, e porta afora.

*****

Desculpa a demora, daqui a pouco tem outro pra compensar..
Obrigada por não terem me abandonado. Vocês são incríveis!
Como vou viajar na quinta e voltar depois de uma semana, vou tentar postar vários capítulos ao longo da semana. Amo vocês, beijos.

21.1.16

Capítulo Trinta e Nove




Joe parou o BMW na frente da casa, e, sem nem desligar o motor, saiu em disparada para a porta da frente.
— Vovó!
— Joe! — Ela saiu correndo pela porta de entrada, segurando a bolsa. — Me leve para o hospital!
Ele parou. Ela parecia muitíssimo bem. Na verdade, estava com um belo macacão branco e os enormes óculos de sol pretos. Ela passou depressa por ele e abriu a porta traseira do carro.
— Oi, Demi. — Vovó bateu a porta atrás de si.
E então Joe viu a fonte do problema da avó sair pela porta da casa a passos firmes atrás dela. Petunia. Pela expressão tensa no rosto da mulher, ele percebeu que não tinha sido um encontro agradável. Petunia vestia um cardigã rosa e exageradamente grande por cima de uma blusa de gola rulê, embora fosse verão. Por baixo da saia jeans comprida, meia-calça cor da pele. Sapatos ortopédicos completavam o visual.
— Ah, Joe! — Petunia deu uma risadinha. — Senti falta do meu garotão! Ele deu um abraço apertado na tia-avó.
— Tia Petunia, você ainda parece ter 50 anos!
— Ora, seu bobo! — Ela dispensou o elogio com um gesto. O cabelo branco estava preso em um coque no topo da cabeça e os óculos grandes demais escorregavam pelo nariz. Ela os endireitou e botou as mãos nos quadris. — Ela não está morrendo, aliás.
— É, eu percebi. — Joe olhou para o carro, onde vovó acabara de passar batom e agora apertava os lábios.
— Ela só não tinha um carro. — Petunia olhou além do sobrinho-neto. — O restante do pessoal saiu para resolver coisas do casamento e eu e Nadine ficamos sozinhas.
— Preciso limpar alguma mancha de sangue? — Joe olhou para a casa. — Pratos quebrados? Alguma coisa?
— É claro que não. — Petunia fungou com desdém. — Eu estava apenas tendo uma boa conversa com Nadine sobre essa roupa escandalosa.
— Mas ela está de branco. — Joe coçou a cabeça, confuso. — Você não gosta de branco?
— Não é por causa da cor, querido — explicou a senhora. — Aquela mulher está usando sapatos de salto vermelhos com spikes. E, quando ela me mostrou os saltos, sabe o que vi?
— O quê?
— Uma tatuagem! — uivou Petunia, fazendo o sinal da cruz e agarrando o terço.
— Deve ser falsa — mentiu Joe. Vovó provavelmente fez a tatuagem só para irritá-la.
— Não é! Eu perguntei! — Petunia voltou com o terço para dentro da blusa e suspirou. — Eu só não quero que ela vá para o inferno. É pedir muito?
— Ninguém vai para o inferno por causa de uma tatuagem.
— Você tem razão. — Petunia se endireitou. — As pessoas vão para o inferno porque Deus as manda para lá, e, assim que Ele vê tatuagens, elas perdem a chance do céu! — Bufando, ela se virou e voltou para a casa.
Mulheres. Esfregando a nuca, Joe foi até o carro e bateu na janela. Vovó a baixou, mas se recusou a fazer contato visual. Apenas fez biquinho e olhou para a frente.
— Bem, estou esperando. — Ela umedeceu os lábios. — Pode começar o sermão.
— Vovó, não vou fazer um sermão — respondeu Joe, perplexo. — Mas por que é que você não tenta se dar bem com ela?
— Eu estou de branco! — Ela apontou para a casa. — E aquela mulher disse que eu era uma abominação!
— É. Você devia ter escondido a tatuagem.
— O sr. Casbon me deu esta tatuagem de presente no Havaí, no inverno passado. Não se pode recusar um presente!
— O sr. Casbon? — perguntou Demi, no banco da frente.
— Nosso vizinho — grunhiu Joe. — Melhor não perguntar.
— Ele agora usa andador — acrescentou vovó. — Está difícil se locomover, mas ele ficou muito mais criativo. — Ela deu uma risadinha. — Você vai conhece-lo no casamento.
— Estou ansiosa. — Demi abriu um sorriso.
— Está bem. — Joe abriu a porta do carro. — Deixe eu ver.
— Não tenho a menor ideia do que você está falando.
— Levante a perna da calça. Me deixe ver essa tatuagem. — Ele apontou para a perna da avó. — Se não deixar, vou anunciar no semanário da igreja.
Vovó engasgou.
— Você não faria isso!
— Ah, tenho certeza de que faria — respondeu Demi. — Pode acreditar, vocês são farinha do mesmo saco.
Vovó sorriu.
— Este é o meu garoto.
— Mostre. — Joe ergueu uma das mãos, ignorando o elogio.
— Está bem. — Vovó levantou a perna da calça. A tatuagem era bem colorida. Na verdade, seria até muito bonita se a havaiana de roupas tradicionais não estivesse quase pelada. Quando Demi engasgou, vovó respondeu: — É um clássico! Ora, um monte de gente usava durante a guerra!
 — Sendo guerra ou não, ainda assim ela está nua — retrucou Joe.
— Está sem blusa. — Vovó deu de ombros. — Não pelada. Não é como se eu tivesse feito também uma...
— E chega de papo — interrompeu Joe. — O que vamos fazer? Eu e Demi temos que planejar essa festa que você decidiu fazer de última hora, e você não quer nem chegar perto da tia Petunia.
Com um suspiro dramático, vovó saiu do carro.
— Está bem, vou me comportar. Só faça aquela... aquela mulher ficar longe de mim.
— Vovó — Joe beijou a mão dela —, sabia que chegaríamos a um acordo.
— Seu safado! — Ela piscou. — Você sempre foi meu favorito.
— Que engraçado, eu a ouvi dizer a mesma coisa ao Nick não faz muito tempo.
Ela o dispensou com um gesto.
— Sim, sim. Mas agora ele está na minha lista negra.
Demi, que estava atrás dos dois, caiu na gargalhada. Vovó olhou para ela por trás de Joe.
— Sei que parece drama, mas é verdade. Ele andou escapulindo do quarto! Muito mal, na verdade. Aquele rapazinho vai me agradecer depois da noite de casamento. Isso é, se não morrer primeiro. Mas, se isso acontecer, vai morrer puro, não um pecador.
— Acho que ele e Selena já...
— Shhh, tudo bem. Vou procurar um pouco de vodca. Vou precisar de algo bem forte se vou ter que respirar o mesmo ar que Petunia, a beata.
Demi saiu do carro e foi atrás deles.
— Vovó, são dez da manhã.
— Minha querida... — Vovó se virou e olhou para Demi. — Quando você tiver 86 anos e já tiver vivido uma vida longa e feliz, a última coisa em que prestará atenção será na hora. E daí que são dez da manhã? Em algum lugar já são cinco da tarde! — Com isso, ela foi embora a passos firmes.
— Hum — murmurou Demi.
— Que foi? — Joe passou o braço pelo dela.
— Estou tentando descobrir o que me deixa mais preocupada.
— Hã? — Joe parou de andar.
— Se é vovó ouvir Jimmy Buffett ou o fato de estar bebendo nove horas antes da Festa do Prazer.
— Talvez ela se fantasie de abajur — concordou Joe. — Mas você a ouviu, e a palavra dela é lei.
— Então ter 86 anos talvez não seja tão ruim. — Demi riu.
— Se você viver de acordo com as regras dela... — Joe apontou para a cozinha, onde vovó se servia de uma bebida — ...tenho certeza de que não será.

*****

Meninas, não vou fazer maratona por enquanto porque, por ter estado meses longe do blog, muitas leitoras não viram que voltei a postar e não quero que elas entrem com uma metralhadora de capítulos atrasados pra lerem, mas assim que as visualizações irem se normalizando, faço maratona pra vocês, ok? Obrigada por não terem me abandonado, vocês são maravilhosas!!
Beijos 

20.1.16

Capítulo Trinta e Oito




Joe estava parado no meio do Quarto do Prazer, tentando manter os olhos fixos na mulher que explicava tudo sobre a festa. Seus lábios se mexiam, mas Joe estava com dificuldade em prestar atenção. Qualquer um teria. Droga, ele estava se sentindo extremamente desconfortável!
— Então. — A mulher pegou uma folha de papel. — Só marquem os produtos que gostariam que eu incluísse na apresentação. Vou chegar cedo. Ah! Cobramos uma taxa extra pelas fantasias.
— Fantasias? – A mulher assentiu.
— Mas é claro! Pensei que Nadine tivesse avisado. Os convidados da noiva usarão fantasias. Ela escolheu o tema: couro e renda. Fantástico, não é mesmo?
Ela estourou a bola de chiclete e piscou para Joe. Consequentemente, ele quase se engasgou com a própria saliva.
— Então, você vai levar as fantasias e nós...
— Vocês vão usá-las. — A mulher sorriu. — Enquanto mostro os produtos, as pessoas vão comer, beber vinho...
— Uísque — corrigiu Joe. — Litros de uísque.
Ela o calou com um gesto.
— Sim, o que você preferir. E então poderão ir para os quartos, caso desejem olhar os itens mais de perto, se é que você me entende. — Ela mordiscou o lábio inferior e apertou o braço de Joe.
— Ótimo — completou Demi, ríspida, sentada à direita de Joe. — Faz muito tempo que quero experimentar esse, hã... — ela olhou para a lista — ...pacote Me Chicoteia.
Joe a encarou, desesperado. Não era possível que ela esperasse que ele mantivesse a expressão serena. Como é que ele iria se concentrar? Couro? Renda? Chicotes? Joe se agarrou à mesa com força e tentou manter a respiração estável.
— Bem, vou deixar vocês decidirem.
— Isso mesmo — concordou Joe, brusco. Estava cerrando os dentes com tanta força, que acabaria travando a mandíbula. Quando a mulher já não podia mais ouvi-los, Joe suspirou e se apoiou na mesa.
— Tudo bem? — Demi deu tapinhas em suas costas.
— Não encoste em mim. — Ele não queria soar como um babaca, mas estava prestes a perder a cabeça.
— Ah... — Maldita Demi, que continuava a tocá-lo! — Isso é tensão sexual. Faz muito tempo, amiguinho? Você está um pouco... estressado? — Suas mãos passearam por suas costas e depois por seu pescoço. Ele gemeu.
— Vejo que estão aproveitando a lista! — Eles ouviram a voz da atendente, na sala dos fundos. Sacudindo-se para tentar se recompor, Joe se afastou de Demi.
— Pode escolher. Marque qualquer um. Não me importo.
— Sério? — Demi andou devagar em sua direção. Nem mesmo o metal frio do balcão, que cutucava as costas de Joe, foi suficiente para acalmar seu estado de excitação. — Não se importa?
— Não — mentiu. Ah, claro que se importava! Se importava até demais.
— E que tal marcar... — Ela pegou a folha e leu algumas palavras que ele não saberia nem soletrar, quanto mais pronunciar. — Acha que seriam boas escolhas?
— Vovó e Deus estão de sacanagem comigo — retrucou Joe com sinceridade. — É isso que eu acho. E também acho que... — ele se desencostou do balcão e foi andando lentamente na direção de Demi enquanto ela recuava — se você não parar de olhar para mim deste jeito, não vou me responsabilizar pelos meus atos.
— Que atos? — Os olhos de Demi pareciam suplicantes. Estavam quase implorando que ele a beijasse. Xingando, ele se virou e interrompeu o contato visual.
— Este, por exemplo.
— Prontos? — A mulher retornou ao aposento.
— Na verdade, não. — Demi lhe devolveu a folha. — Será que você poderia escolher por nós? Tenho certeza de que o que decidir estará ótimo. Dando de ombros, a mulher pegou o papel e lhes entregou um cartão.
— Vou chegar por volta das sete, para ajeitar as coisas. Vejo vocês hoje à noite!
— Hoje à noite? — perguntaram Joe e Demi, em uníssono. A mulher parecia confusa.
— Sim, hoje à noite. Fui informada de que o jantar de ensaio será no sábado, e hoje é sexta. É a única noite disponível para a demonstração.
— E quanto tempo dura? — indagou Joe.
— Ora, querido! Se essa é a sua dúvida, você não deve estar fazendo direito.
Demi precisou puxá-lo para fora da loja. Não estava fazendo direito? Não estava fazendo direito?
O olhar de Joe parecia indicar que ele estava prestes a bater em alguém.
— Ei, bonitão! Fique calmo. — Ela o conduziu para o carro, sentindo cada centímetro daqueles músculos que se contraíam sob seu toque.
— Não estou fazendo direito? — repetiu ele, desta vez em um tom mais suave, como se de fato estivesse tentando entender o que vinha fazendo de errado esse tempo todo. — Demi? — Ele olhou para cima. Ah, não. Não mesmo.
— Hum? — Ela brincou com o próprio cabelo e desviou o olhar.
— Eu fiz?
— Fez o quê? Ele ficou em silêncio. Então praguejou por alguns segundos.
— Você sabe o que eu estou perguntando.
— Não sei, não.
— Sabe, sim.
— Não, acho que...
— Demi. — Joe deu a volta no carro e se aproximou dela. Ela devia ter descartado as preocupações dele com algumas risadas, afastando-se em seguida. O melhor teria sido mentir, mas ela não conseguia, não enquanto sentia o toque dele. Nem sob o efeito daquele rosto perfeitamente esculpido tão perto do seu. — Responda.
Com o coração batendo forte contra o peito, Demi engoliu em seco e respondeu:
— Talvez eu precise que você me ajude a lembrar, já que minha memória está um pouco confusa...
Ele abriu um sorriso.
— É mesmo?
— É.
— Acho que isso não seria muito difícil. — Ele passou as mãos pela lateral do corpo de Demi. E aí o celular dela tocou outra vez. Era do trabalho. Droga. Joe deu um passo para trás enquanto ela apertava o botão de ignorar chamada.
— Tem alguma coisa errada? — Ele ergueu as sobrancelhas, preocupado.
— Não. Na verdade, está tudo muito bem. — Ela se ergueu na ponta dos pés e o beijou com vontade. Soltando um gemido, ele segurou Demi com as duas mãos e usou seu corpo para empurrá-la contra o carro.
— O que a gente está fazendo? — sussurrou Joe, junto a seus lábios.
— Nos beijando.
Ele mergulhou a língua na boca de Demi. O beijo e o gosto dele eram indescritíveis. O calor se espalhou pelo corpo dela, e todos os seus nervos estavam à flor da pele, de modo que cada toque da língua dele lhe provocava calafrios. E, mesmo quando ele a tocava de leve, ela quase se derretia. Tudo o que ele fazia parecia marcá-la. Se aquilo era um beijo, nenhum outro se comparava. Joe se afastou.
— Você tem certeza de que quer isso?
Ele parecia vulnerável de uma forma como Demi jamais tinha visto. Os olhos de Joe estavam cheios de carência, mas tinha algo mais... Desejo e insegurança. Durante toda a vida ela quisera ser seu porto seguro. Sempre desejara o melhor dos dois mundos — amigos e amantes — e agora sentia que talvez pudesse tê-lo.
— Tenho certeza.
O telefone tocou outra vez. Joe soltou um palavrão.
— Sério, vou jogar seu celular no rio.
Ela espiou o visor e suspirou.
— É vovó. Ou a gente atende ou sofreremos as consequências.
Joe pegou o telefone das mãos de Demi e atendeu, colocando no aparelho de viva voz.
— É bom que seja importante. — Os olhos de Joe ficaram mais escuros enquanto ele umedecia os lábios.
— Estou morrendo! — uivou vovó, do outro lado da linha.
— Você está em casa? Onde você está? — gritou Joe.
— Em casa! Venha logo!
— Merda! — Ele destravou as portas do carro e eles entraram depressa. Em pânico, Demi só conseguia agarrar o assento enquanto Joe dirigia, torcendo para que vovó ficasse bem. Ela possuía o pior timing do mundo!

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Eu sei que eu vacilei muito com vocês, e nem tenho justificativa pra isso. Na verdade, é bem simples: eu já vinha falando que meu not tava ruim, então ele estragou de vez e eu perdi toda a fanfic. Como é um livro adaptado, eu teria que baixar tudo de novo e adaptar capítulo por capítulo, o que leva tempo, que eu não tinha, por causa do vestibular. Agora que passou, to adaptando de novo e espero conseguir postar todos os dias.
Não sei se ainda tem leitoras aqui, mas quero que saibam que todas vocês significam muito, muito pra mim. Vocês são muito especiais e, apesar de não estar postando, em momento algum eu esqueci do blog ou de vocês.
Se cuidem, amores, beijos