7.9.16

Explicações



Bom, antes de tudo, vou explicar porque criei esse blog. Apesar de ter virado Lovatic no fim de 2013, quando a Demi e o Joe nem eram mais próximos, de certa forma, eu sempre os amei juntos. Descobri vários blogs maravilhosos, mas que, com o tempo, foram sendo abandonados, inclusive com histórias pela metade, ou por autoras que abandonavam e voltavam. Então, decidi que eu mesma procuraria livros e os adaptaria para Jemi pra eu poder ler, porque, ao mesmo tempo em que eu leria histórias do meu shipper, estaria lendo diversos livros, o que é essencial cultura e intelectualmente. Mas eu descobri livros tão bons, porém tão pouco valorizados pelo fato de não serem conhecidos, que decidi criar meu próprio blog para postá-los, pois sabia que seria muito mais fácil eu induzir outras pessoas a lerem os "transformando" em algo que elas gostassem de ler, como fanfic, do que simplesmente indicando o livro, que provavelmente poucas pessoas iriam efetivamente ir atrás de um pdf, ou comprar numa livraria, pra ler de verdade.
Acontece que um belo dia eu descobri as fanfics interativas, nas quais você pode escolher os nomes dos personagens principais. A partir daí eu deixei de depender de blogs Jemi ou das minhas próprias adaptações, que, querendo ou não, davam trabalho. É claro que é necessário procurar fanfics interativas pra ler, uma vez que, obviamente, nem todas são boas, mas as que eu encontrei, são simplesmente fantásticas. O melhor, é que há a opção de escolher dentre diversos tipos de fanfics, as restritas, com aquelas cenas +18 que a gente adora, as que o personagem principal tem uma banda, é ator, etc., e sempre podendo escolher os nomes. Agora, escrevendo esse post, parei pra pensar no quanto sinto falta de ler livros de verdade, pois, mesmo que eu os adaptasse, eram, literalmente, livros, mas depois de encontrar tantas fanfics interativas à minha disposição, o que me permite continuar a ler Jemi, eu possivelmente nunca mais li livro algum :( aí, chegamos ao motivo de tudo: eu vou parar de postar porque simplesmente não tenho o que postar. Infelizmente não escrevo e de maneira alguma abandonei Jemi, só que se tornou muito mais viável eu ler interativas do que baixar os livros, adaptar, arrumar as falas e parágrafos que quando passados pro Word ficam uma bagunça total.
Eu amei esse tempo aqui com vocês, amei cada segundo, cada comentário, cada demonstração de carinho, toda a paciência que vocês tiveram comigo, e, principalmente, amei ter compartilhado com vocês histórias que eu me apaixonei ao ler, que me marcaram de alguma forma. Eu aprendi muito com vocês, conversei, há MUITO tempo, com a Lua por e-mail, com a Milena pelo whatsapp, com algumas nos comentários ou até mesmo no twitter, e pode parecer, mas não, nunca me esqueci de nenhuma de vocês. Desculpem-me pelas demoras, pelas promessas não cumpridas de postar, pelas maratonas não feitas, mas vocês sabem que houveram problemas na minha família, mudança de colégio, de rotina, falta de tempo. Eu serei eternamente grata a todas vocês, por tudo. Obrigada por me proporcionarem momentos maravilhosos e por serem essas pessoas fenomenais que vocês são. Amo todas vocês com todo o meu coração, vocês são muito especiais pra mim e eu gostaria muito de manter contato. Por isso, mais uma vez, me procurem no twitter (@wildfzre), ou me adicionem no face (Giovanna Galan), pra me passarem o número de vocês ou o que preferirem.
Eu amo esse blog e ele faz parte de mim, nunca vou desativá-lo, ele vai ficar sempre aqui caso vocês queiram reler alguma fanfic. Não vou mais postar, porém, compartilhar com vocês o que eu leio sempre vai ser minha paixão, por isso, o que vocês acham de, periodicamente, eu fazer posts indicando minhas fanfics interativas preferidas, com os links de uma resenha, pra que vocês saibam do que elas se tratam e os próprios links de onde elas estão disponíveis, pro caso de vocês não acharem blogs com fanfics Jemi que agradem?
Espero que vocês tenham lido até aqui e respondam minha pergunta, porque eu iria amar continuar postando aqui, mesmo que só indicações. Mais uma vez obrigada por tudo. Amo vocês. Se cuidem, meus amores. Milhares de beijos 

Epílogo




Aviões.
Todas as viagens do ano anterior haviam sido dramáticas. Ao menos desta vez ele podia ficar tranquilo. Tinha a esposa ao lado, além de Nick e Selena, que decidiram mudar os planos para a lua de mel em cima da hora e ir com eles para o Havaí.
Quem poderia imaginar que Joe partiria em uma lua de mel? E com o irmão? E mais a garota de quem ele costumava rir. Sem mencionar sua esposa.
Meu Deus, sua vida era quase uma novela mexicana! Pelo menos vovó não ia junto. Ele deu uma risada nervosa ao tirar os óculos escuros e carregar a mala de Demi para o terminal.
— Está rindo de quê? — perguntou ela.
— Nada. — Joe suspirou. — É que, da última vez que viajei de avião, vovó apareceu de surpresa e decidiu ir junto. A vida nunca mais foi a mesma.
Demi riu.
— Admita, você está feliz por ela ter se intrometido!
— Vou levar esse segredo para o meu túmulo — resmungou ele, beijando-a.
— Nada disso — repreendeu Nick, atrás deles. — Nada de agarração até que estejam na suíte de lua de mel. E mesmo assim, vou fingir que vocês estão jogando damas, ou algo do tipo.
— Claro. — Selena balançou a cabeça. — Porque é isso que as pessoas fazem na lua de mel.
Joe bufou com desdém e puxou Demi para si, beijando-a na testa. Alguns fotógrafos registraram o gesto, mas ele já estava acostumado com a atenção. Nem se incomodou. Até que os fotógrafos começaram a correr na direção deles.
— Ei! — Joe acenou. — Agora não, gente.
Eles continuaram a tirar fotos, passando direto por Joe e Nick.
— Uau! — Nick olhou para os fotógrafos, que se afastavam. — Eles obedeceram.
— Senador, é verdade? Fontes dizem que o senhor estava com uma prostituta na noite em que sua noiva o deixou.
Jace atravessou a multidão de fotógrafos, indo até Joe e Nick.
— Senhor senador! — Uma repórter correu até Jace.
Soltando um palavrão, ele se virou para se dirigir à imprensa.
— Sem comentários. Agora, se me dão licença...
Joe e Nick formaram uma pequena barreira entre Jace e os repórteres enquanto o grupo se afastava. Em pouco tempo, a segurança do aeroporto chegou e começou a afastar o pessoal da imprensa.
— Merda. — Jace cerrou a mandíbula. — Preciso desaparecer por uns dias.
— Alguém falou em desaparecer? — perguntou uma voz feminina atrás deles. Todos resmungaram ao mesmo tempo quando se viraram para encarar vovó. Ela segurava em mãos um cartão de crédito e passou direto por todos. — Olá. Preciso de três passagens para Maui. Kihei? Qual é mesmo o nome? — Vovó se virou. — Selena, querida, onde é a sua lua de mel?
— Minta — sussurrou Nick, ao mesmo tempo em que Demi respondia:
— Kaanapali.
— É claro! — Vovó se virou de volta para o balcão. — Três passagens para lá. Sim, gostaria de usar as minhas milhas.
— Isso é uma piada, não é? — perguntou Joe.
— Bem que eu gostaria! — Nick suspirou. — É como se ela soubesse se materializar.
— Esperem. — Demi passou por Joe. — Por que três passagens?
Vovó acenou para alguém atrás do grupo.
— Dallas, querida? Venha aqui. Preciso da sua identidade.
Demi observou, em choque, enquanto Dallas se aproximava com uma expressão não muito feliz.
— O que ela tem contra você? — perguntou Joe. — Fotos pornográficas? Algum momento vergonhoso? Mensagens bêbadas?
Dallas lhe lançou um olhar desconfiado.
— Mensagens bêbadas?
Joe apontou para Nick.
— Algumas pessoas não são muito inteligentes. Ele caiu nas teias da vovó por causa de mensagens que mandou quando estava bêbado.
— Três palavras! — Nick ergueu três dedos. — Dança do acasalamento!
— Touché. — Joe suspirou. — Então o que foi, hem, Dallas?
Ela mordeu o lábio inferior e olhou para vovó, então seus olhos passaram por Jace. Os dois desviaram o olhar no mesmo instante.
— Ah, não! — disse Joe. — Escute só, Dallas, se teve Benadryl envolvido...
— Você foi drogada. — Nick balançou a cabeça.
— Acontece com os melhores.
— Vovó drogou você? — perguntou Demi. Dallas ajeitou o cabelo atrás da orelha.
— Não exatamente. Eu só, hã... Bem, ela...
— Dallas! — gritou vovó, alto o bastante para chamar a atenção das pessoas ao redor. — Venha cá. Pare de enrolar. Não temos o dia inteiro! Você também, Jace. Traga esse corpinho lindo aqui. E deixe vovó cuidar de tudo.
Joe suspirou.
— É como esperar a tempestade. Não importa quantas vezes a gente grite “Furacão, protejam-se!”, as pobres vítimas continuam olhando para o céu, embasbacadas.
— Vovó tem esse efeito nas pessoas. — Demi deu o braço para ele.
— Não consigo parar de olhar — comentou Nick. — É como assistir a um acidente de carro. Você sabe que deveria ligar para a polícia e tentar ajudar, mas não consegue fazer nada além de passar dirigindo devagar, de boca aberta.
— Só Deus pode ajudar os dois agora. — Selena suspirou.
Os quatro ficaram observando Jace e Dallas enquanto vovó comprava bilhetes de primeira classe para o paraíso. Que logo viraria o inferno, já que a maioria dos planos de vovó envolvia dor, humilhação, manipulação... Pensando melhor, Joe sorriu.
— Por que você está sorrindo?
Ele deu de ombros.
— Imagino que esse tenha sido o sentimento de Nick quando viu vovó manipulando nossa vida amorosa.
Nick riu.
— Um grande sentimento de superioridade?
— É, isso mesmo.
— Ainda sinto isso — admitiu Nick.
— É bom saber que ela seguiu para as próximas vítimas.
Nick e Selena seguiram para o aparelho de raios x, deixando Joe e Demi sozinhos.
— Acha que nosso encontro foi como um acidente de carro?
— Não. — Joe sorriu. — Acho que eu não seria idiota o bastante para ignorar você para sempre... ou ao menos gosto de pensar que não seria. Mais cedo ou mais tarde, acabaríamos juntos. Com ou sem vovó.
Nessa hora, vovó passou por eles e bufou com desdém.
— Mané!
— Ou não. — Joe riu.
— Eu te amo. — Demi ficou na ponta dos pés e o beijou na boca.
Ele nunca se cansaria dela, nunca mesmo. Talvez vovó o conhecesse melhor do que ele conhecia a si mesmo. Afinal, ela precisara de muitas estratégias para fazê-lo deixar o orgulho de lado. E Joe sabia que, em breve, teria de agradecer a vovó, mais uma vez, a manipulação.

*****

Acabou, definitivamente :( apesar de toda a demora e enrolação durante a postagem dessa fanfic, eu amei tê-la adaptado e postado pra vocês, foi um dos meus livros/adaptações preferidas, e eu só tenho a agradecer por toda a paciência e carinho de vocês, e por não terem abandonado o blog. Vou fazer um post explicando o porquê de eu parar de postar a partir daqui, ok? Beijos, anjos 

4.9.16

Capítulo Sessenta e Três




Joe observava enquanto Demi pegava uma taça de vinho e vinha até ele na varanda de trás. Dallas e Jace tinham ido dar uma volta perto do rio. Ideia de vovó, não deles. Mas os dois aceitaram, para deixá-la feliz, como fazia a maioria das pessoas, e disseram que voltariam mais tarde para planejar o café da manhã do dia seguinte.
— Então. — Joe bateu a taça na de Demi. — Onde vamos passar a lua de mel? Quer dizer, você teoricamente foi demitida, então podemos passar o mês inteiro fora, se quiser.
Demi deu uma risadinha.
— Simples assim? Pegamos o primeiro avião para qualquer lugar?
— É. — Joe se inclinou para beijá-la. — Simples assim.
— Mas eu não tenho passaporte.
Joe deu de ombros.
— Então dá para esperar ele ficar pronto, e saímos de Seattle, ou podemos viajar aqui pelos Estados Unidos mesmo.
— Havaí. — Nervosa, Demi olhou para o outro lado e tomou um gole de vinho.
— Posso perguntar por que o Havaí?
Ela se inclinou para trás, apoiando-se nas mãos. O luar brilhava em sua pele bronzeada, e Demi fechou os olhos e suspirou.
— Meus pais sempre prometeram que me levariam para conhecer. Primeiro, depois de terminar a escola, mas aí aconteceu alguma coisa e virou depois da faculdade, e... Bem, dá para imaginar. Sempre foi uma promessa vazia. E eu sempre quis ir.
Deus do céu, como ele a amava! Compraria o Havaí inteiro para ela, se fosse possível.
— Então, combinado: Havaí. — Ele a beijou na bochecha.
— Crianças? — Vovó abriu a porta dos fundos e saiu. — Aqui estão vocês! Estava procurando os dois. — Ela pegou uma cadeira e se sentou. — Então, sei que meus métodos nem sempre são corretos.
— Bem, esse é o eufemismo do século — retrucou Joe.
— Babaca. — Ela estreitou os olhos. — De qualquer forma, eu gostaria de pedir desculpas.
— É mesmo? — Joe se inclinou para a frente, apoiando as mãos nas coxas, e sorriu.
— Por quê?
— Por tudo.
— Que seria... — insistiu Joe. — O quê, exatamente?
Vovó desviou os olhos e respondeu, em um tom irritado.
— A dança do acasalamento, mas, em minha defesa, tive que ter certeza de que vocês sentiriam a tensão.
— Ah, nós sentimos! — Demi deu uma risada e, notando o olhar irritado de Joe, recuperou a compostura.
— E? — O homem olhou para a avó. — O presente da farmácia. — A velha senhora fungou.
— Certo. — Joe soltou um palavrão. — Muito obrigado, aliás.
— Ah, seu bobo! Você precisava passar por algumas dessas, ou muitas. Conte, eles usaram o sistema de som para pedir a camisinha no balcão? Estava torcendo para que isso acontecesse!
Joe a ignorou e balançou a cabeça.
— E o que mais, vovó? Pelo que você está realmente pedindo desculpas?
— Enganar vocês para que assinassem uma licença de casamento. Mas vocês sabem a quantidade de leis que tive de quebrar para isso? O dinheiro que passou de mão em mão, os favores que pedi! — Ela se levantou e começou a andar de um lado para outro. — Ora, tive até que fazer doação para a droga da Câmara de Comércio!
— Estou comovido — comentou Joe, seco.
— E tudo isso para fazer um favor a vocês dois.
Depois de alguns segundos, Joe finalmente respondeu.
— Você está certa.
— Estou? — Vovó levantou a cabeça de supetão. — Quer dizer, sim, sim, estou. E não se esqueça disso! Agora, onde é que está aquela sua irmã querida, Demi?
— Ah, não. — Joe agarrou a mão da avó e a empurrou de volta para a casa. — Seus dias de cupido acabaram.
— Mas...
— Vá para cama. Agora. E sozinha, ou vou pegar aquele apito.
— Você não se atreveria a perturbar meu santuário!
— Me atreveria sim, e é o que vou fazer. Você merece isso e muito mais.
Com a cabeça erguida, ela entrou na casa batendo os pés, os saltos fazendo barulho no piso de madeira até o fim do corredor.
— Você queria que tivesse sido diferente? — perguntou Demi, atrás dele. Joe se virou e a puxou para um abraço.
— Não. Nunca. Sem dúvida. E você?
— Espero desde o nono ano para ser sua namorada, posso muito bem ser sua esposa. — Ela o beijou.

*****

Esse foi o último capítulo, amores. Amanhã posto o epílogo, ok? Beijos 

Capítulo Sessenta e Dois




— Está pronto? — perguntou Selena, apertando a mão de Nick.
— Pronto. — Ele beijou a cabeça da esposa e a conduziu para o carro, que esperava.
Joe estava discutindo com vovó, e Demi cobria o rosto com as mãos, rindo.
— Ops. — Selena se aproximou do carro. — Eu quero mesmo saber?
— Vovó pensa que é artista — explicou Joe, entre os dentes. — Tentei impedir, mas...
— Ah. — Selena olhou para o vidro de trás. Vovó tinha desenhado um enorme par de peitos e escrito Tetas Para Sempre. — Que gracinha!
— É mesmo um dia muito, muito especial — murmurou Nick.
— Vão logo, vocês dois! — Vovó suspirou. — Agora. — Ela os puxou para o lado. — Imagino que vocês saibam como essas coisas... funcionam.
— Coisas? — repetiu Selena. — Que coisas?
— Ah, minha querida! — Vovó levou a mão à bochecha. — Essas coisas, por exemplo... — Ela deu de ombros. — Quando forem fazer bebês...
— Ah, meu Deus! — Nick fechou os olhos e pareceu desolado.
— É importante manter as pernas para cima. Bem, foi assim que Wescott veio ao mundo! — Ela suspirou. — Entre outras coisas, mantenha as pernas para cima, bem assim, ó. — Vovó abriu a porta do carro, sentou-se e ergueu as pernas esticadas. — Mas é claro que você vai estar com as costas na cama. Entendeu?
— As pessoas estão começando a olhar para cá, vovó — comentou Joe.
— E aí — ela baixou as pernas —, depois de meia hora, você se vira, como fazemos com um assado.
— É preciso virar os assados? — perguntou Demi, em voz alta. — Nunca cozinhei assim.
— Então, minha querida, você precisa de umas dicas — retrucou vovó.
— Não, obrigada. — Demi deu um passo para trás. Vovó olhou para Nick e Selena.
— É melhor que esses soldadinhos sejam fortes! Mas eles têm sangue de Jonas, então devem ser razoáveis.
— Razoáveis? — Nick assentiu.
— Acho que vão ser melhores que isso.
— Vão, sim. — Selena deu tapinhas nas costas do marido.
— Ostras — disse vovó, assentindo. — Coma mais ostras, isso faz o sangue ir para os lugares certos. Esses soldadinhos estarão prontos para a guerra!
— Ah, a guerra! — comentou Joe. — Quem me dera!
Vovó olhou para ele de cara feia, então voltou a atenção para Selena.
— Querida... Tem alguma pergunta para sua avó?
Nick ergueu uma das mãos, assim como Joe. Ignorando-os, vovó deu tapinhas na mão de Selena.
— Sei que pode parecer terrível, mas faça isso. E faça isso pela sua avó. Vá para aquele quarto e pense que está fazendo isso pela vovó.
— Não. — Nick sacudiu a cabeça. — Por favor, não precisamos dessa imagem mental. Eu imploro...
— Preciso de bisnetos. — Vovó deu de ombros. — Agora, não vão me decepcionar! — Suspirando, ela pegou a bolsa. — Isto deve ajudar.
— O que é isso? — Nick apontou para o enorme colar que vovó colocava no pescoço de Selena.
— Contas da fertilidade — explicou vovó, dando de ombros, como se todos devessem saber.
— Maravilhoso — disse Joe, rindo.
— Você é o próximo — murmurou Nick, então passou o braço ao redor de Selena. — Acho melhor a gente ir, hã...
— Brincar de batalha-naval com os soldados? — perguntou Selena, brincando. Ele sorriu.
— Vou afundar esse seu navio.
— Hum, vamos ver se eu deixo — completou ela. Vovó deu uma cotovelada nas costelas de Joe.
— O que eu falei? Essas contas funcionam que são uma maravilha! Olhe só para esses dois.
Selena ignorou vovó e entrou no carro.
— Obrigada, pelo... hã... conselho.
— Não há de quê! — Vovó acenou. — E se tiver algum... problema, basta ligar para a vovó, está bem?
— Nunca. — Nick ligou o carro.
— O que você disse? — Vovó colocou uma das mãos em concha na orelha.
— Amo você! — gritou ele, então arrancou para longe do estacionamento. Selena estendeu o braço e segurou a mão dele.
— Pronto para brincar?
— Claro. — Ele riu.
— Passei a vida inteira esperando por isso.
— Selena, se você não sair por essa porta em cinco segundos, eu vou derrubá-la — gritou Nick, do quarto.
Eles passariam a noite de núpcias na nova ala da casa, em vez de na suíte de Joe e Demi.
— Só mais um minuto! — Ela riu e tirou toda a roupa. Nick pensou que ela fosse usar alguma lingerie, mas nada disso. Seria apenas ela.
— Selena, estou falando sério! — gritou Nick. — Você está me matando.
— Bem... — Selena abriu a porta do banheiro. — Eu não ia querer que meu novo marido morresse, né?
Ela abriu a porta devagar e se apoiou no batente. Nick se virou e ficou pasmado. Boquiaberto, seus olhos a acariciaram dos pés à cabeça, bem devagar, até se encontrarem com os dela.
— Uau!
— É mesmo? — Ela sorriu.
— Meu Deus! — Nick andou até ela e a ergueu nos braços, beijando-a com força. — Estou obcecado pelo seu corpo. — Agarrando-a pelos quadris, Nick aprofundou o beijo. Depois a segurou nos braços e a deixou cair na cama. — Não vou devagar. Não consigo, não tenho forças. Eu te amo e prometo que na segunda vez vou bem devagar e vou ser romântico, que vou dizer todas as coisas certas. Mas agora só quero estar dentro de você, ao seu redor, perto de você, em você, embaixo... — Ele soltou outro palavrão enquanto arrancava as roupas. — Então, que Deus me perdoe, mas, se eu não tocar em você agora mesmo, vou explodir!
No instante seguinte, Nick estava em cima dela, beijando-a, provocando-a, puxando seu cabelo e rolando na cama para que ela ficasse por cima. Nick revirou os olhos e soltou outro palavrão, passando as mãos pelo corpo dela, parecendo queimar sua pele a cada toque.
— Eu te amo tanto!
— Eu também te amo. — Selena se inclinou e o beijou, e seu cabelo caiu ao redor deles como uma cortina, enquanto Nick a puxava mais para perto. Ele abriu um sorriso largo quando Selena o puxou para o lado, permitindo que ele ficasse por cima dela.
— Não consigo... — Ele soltou um palavrão. — Não me julgue apenas por essa performance, está bem? É tudo o que vou dizer.
— Bem, vou só fazer a média das performances e acrescentar a de hoje, que tal?
— Combinado. — Ele finalmente a penetrou, sem conseguir conter um gemido. Quando Selena ofegou, ele parou e a beijou bem devagar.
— Fico feliz por você ter se casado comigo.
— Pare de enrolar. — Ela moveu o corpo junto ao dele.
— Sim, senhora.

*****

Não quero que vocês fiquem tristes por eu parar de postar! May, fico muito feliz de saber que tenho uma nova leitora, seja bem-vinda, anjo! Entendo perfeitamente sua dificuldade em encontrar blogs de fanfic Jemi, porque hoje em dia é o que eu menos acho, tanto que decidi eu mesma criar um blog pra postar adaptações de livros normais, mas um dos motivos pra eu parar de postar é justamente ter encontrado uma forma alternativa de ler fanfics Jemi. Depois do epílogo faço um post explicando tudo certinho pra vocês, ok? Beijos. 

1.9.16

Capítulo Sessenta e Um




— Está pronta? — sussurrou Joe, no ouvido de Demi. Ela balançou a cabeça. Como alguém poderia estar pronto para aquilo? Eles iam fazer a droga da dança do acasalamento na frente de todo o mundo, embora a dança não remetesse diretamente àquilo — estava mais para um tango, mas ainda assim.
Não conseguia entender por que vovó estava forçando os dois a se apresentarem, mas lá estavam, no meio da pista de dança, esperando a música começar. Então vovó pigarreou ao microfone.
— Ah, não — sussurrou Demi. — Isso não pode ser bom. Ela vai cantar durante a dança?
— Não acho que dê para ficar pior — murmurou Joe.
— Essa coisa está ligada? — Vovó deu batidinhas no microfone, provocando um barulho agudo, então deu uma risada bem alta. — Ah, adoro tecnologia!
— É, vovó, nós sabemos — disse Demi.
— Estou tão feliz em ver meus dois netos casados! A dança que vai começar foi minuciosamente planejada. Cada movimento tem um significado.
— Eu estava brincando — disse Joe. — Acabou de ficar pior. Ela vai explicar o ritual do acasalamento.
— O primeiro giro — começou vovó — significa o amor verdadeiro. O segundo, uma vida feliz para sempre nos braços um do outro. Os ancestrais acreditam que essa dança remeta aos ciganos. Eles acreditavam que uma dança poderia unir duas pessoas para sempre, apesar do lugar onde foram criadas, da raça, de feridas passadas...
Enquanto vovó continuava a falar, os olhos de Demi se arregalaram, assim como os de Joe.
— Então, meu presente de casamento para Demi e Joe é essa dança. Que eles aprenderam há algumas semanas. Surpresa! E aproveitem!
A música começou. Demi não conseguiu se mexer. Vovó tinha planejado tudo, a dança e todo o restante. Tinha certeza disso. Ela engoliu o nó na garganta quando Joe caminhou ao seu redor e a puxou para os braços dele. Ele a girou uma, duas vezes, sempre a encarando com tanta intensidade que teria sido impossível não se apaixonar de novo e de novo. Cada vez que Joe a girava, Demi via uma nova parte daquele sorriso que a encantava, que dizia “eu amo você” e “eu quero você”.
Joe a puxou para mais perto enquanto Demi envolvia a cintura dele com uma das pernas e se curvava para trás. Ele deu um beijo no pescoço dela e a girou outra vez. O resto da dança era cara a cara. Joe se inclinou para a frente, e seus lábios roçaram a bochecha de Demi.
— Eu sentiria a sua falta, mesmo que nunca a tivesse conhecido. Sentiria a sua falta, porque saberia que uma parte de mim nunca estaria aqui.
Ela prendeu a respiração.
— Mesmo se eu nunca tivesse conhecido você.... Eu ainda a desejaria.
Joe passou os dedos pelos ombros de Demi e puxou a cintura dela ainda mais para perto.
— Mesmo agora, sinto sua falta. — Os lábios dele roçaram sua orelha. — Porque, cada vez que toco sua pele, parece que você não está perto o bastante. Meu corpo dói, pedindo que a gente se aproxime mais. Mas, mesmo quando não tem nada além da pele a nos separar, meu desespero não diminui. Nunca vai diminuir. Porque o que eu desejo é a sua própria essência.
A dança terminou com os dois se encarando.
Demi fechou os olhos enquanto puxava o rosto de Joe mais para perto, passando os braços em volta de seu pescoço. Os dois estavam lá, parados. Os lábios deles se encontraram com suavidade, então Joe suspirou.
— Vou passar a vida correndo atrás de você, desejando, mimando, descobrindo você...
Com um gemido, seus lábios envolveram os dele. Joe a ergueu nos braços e a girou pela pista de dança, aprofundando o beijo, pressionando, buscando, explorando. Calor começou a emanar de todos os poros do corpo de Demi, que também sentia arrepios percorrerem os braços e as pernas. Joe pressionou mais ainda seu corpo contra o dela, e depois ainda mais, porém não era o suficiente. Ela tentou chegar mais perto.
— He-hem! — Fez vovó, pigarreando, e depois riu perto do microfone. — Talvez eu consiga um bebê antes da primavera!
Os convidados se juntaram à risada. A risada fraca de Joe aqueceu o coração de Demi. Como é que um homem que apenas algumas semanas atrás tinha medo de compromissos gostava da ideia de ter filhos? Era um milagre, isso sim! Com um suspiro, ele a soltou. Demi deslizou por seu corpo musculoso, até o chão.
— É hora de dançar! — gritou vovó, que então começou a cantar rap.
— Ah, meu Deus! — resmungou Joe. — E o momento tinha sido tão especial... — Demi riu.
A banda The Black Eyed Peas nunca soou tão bem. Pelo menos os convidados acharam graça, e, para dizer a verdade, vovó não era muito ruim. Nick e Selena se juntaram a Demi e Joe na pista de dança. Dançaram da melhor forma que podiam enquanto vovó passeava pelo palco cantando Tonight’s the night, let’s live it up. I’ve got my money...
— É melhor entrar na brincadeira. — Nick deu uma cotovelada em Joe.
Eles assentiram e começaram a pular. O restante dos convidados os imitou, transformando o que deveria ser uma dança romântica em uma festa animadíssima, em que vovó dominava o palco. Quando as primeiras músicas terminaram, Demi estava toda suada e precisava beber alguma coisa. Ela agarrou a mão de Joe e o levou até seus lugares na mesa. A música ficou mais suave. Vovó saiu do palco e se aproximou dos dois. Seus olhos brilhavam de animação.
— Como me saí? — perguntou.
— Maravilhosa — respondeu Joe. — Extraordinária, de verdade. Nunca tinha visto uma mulher de mais de 80 anos cantar rap. Aposto dez dólares que amanhã mesmo o vídeo vai estar fazendo sucesso na internet.
— Eu adoro o YouTube — disse vovó com um suspiro.
— O que aconteceu de tão importante? — gritou Petunia, caminhando até a mesa. O vestido azul brilhante acentuava os olhos azuis e o cabelo grisalho. — Tive que vir andando até aqui.
— Espere um pouquinho. — Vovó ergueu uma das mãos. Demi olhou ao redor. O que ela estava esperando? — Ah, lá vêm eles.
Um senhor de idade bem-apessoado veio na direção deles, amparado por um andador. Havia outro cavalheiro ao lado dele, uma bela figura de terno preto.
— Quem é aquele?
— Meu namorado. Na verdade, estamos pensando em nos casar no inverno. — Ela deu de ombros. — Aliás, ele tem um irmão. Gostaria que você o conhecesse.
— Não. — Petunia cruzou os braços. — Não vou fazer isso. Não vou...
— Nadine! — O sr. Casbon pegou a mão dela e a beijou. — Linda como sempre! E que música bonita você cantou, minha querida.
— Eu andei praticando. — Ela abriu um sorriso. Joe começou a rir, mas Demi deu uma cotovelada em suas costelas. Ele parou e tossiu.
— E quem é essa bela moça? — perguntou o outro homem, para Petunia. — Estou observando você a noite inteira, minha querida. Você é... maravilhosa.
— Hã. — Petunia olhou para vovó e de volta para o homem, então estendeu a mão. — P-Petunia.
— Ah, linda como uma flor! — Ele pegou a mão dela. — Gostaria de dançar comigo?
As bochechas de Petunia ficaram manchadas de um belo tom de rosa antes de ela assentir depressa e o seguir para a pista de dança.
— Vovó? — Joe pigarreou.
— Sim, querido?
— O sr. Casbon não tem irmão.
O sr. Casbon riu e desviou os olhos.
— Nesta noite ele tem, filho.
— Onde você o encontrou?
Vovó mexeu na parte da frente do vestido e examinou as unhas.
— Vovó — insistiu Joe —, onde você o encontrou?
— Ele é um acompanhante. — Ela dispensou Joe com um gesto. — E cobra uma nota, mas acho que os dois ficam uma gracinha juntos. Sabe, ele perdeu a esposa alguns anos atrás. Faz isso por diversão. Muitas viúvas precisam de companhia.
Demi ficou boquiaberta. Joe colocou a mão em seu queixo e o levantou.
— Vamos dançar? — Vovó agarrou o sr. Casbon e o levou para a pista, com andador e tudo. Chocada, Demi viu Petunia rir e dançar como se estivesse tendo a melhor noite da vida.
— Hum. — Joe balançou a cabeça. — Acompanhante?
— Bem, pelo menos ela está feliz — comentou Demi. — Quer dizer, olhe só para eles!
Rindo, Joe se levantou e puxou Demi.
— Não quero olhar para eles. Quero olhar para você.
— Ah.
— Você é linda.
— Esta coisa está ligada? — gritou Bets, ao microfone. — Ah, sim. Que bom. É hora de cortar o bolo.
Todos aplaudiram. Joe e Demi foram de braços dados até a mesa do bolo e então congelaram.
Os laços estavam derretendo.
— Merda — murmurou Joe. — Precisamos fazer alguma coisa.
O funcionário do bufê virou o bolo de frente para os convidados. Todos soltaram exclamações surpresas, que foram seguidas por muitos murmúrios.
— Faça alguma coisa! — Demi empurrou Joe na direção do bolo. — Agora!
Ele fincou os calcanhares no chão.
— Nada disso! Não vou sozinho. — Ele segurou o pulso de Demi e a puxou consigo bem na hora em que os noivos chegavam até o bolo. Nick foi o primeiro a reparar. Ele arregalou os olhos e se virou para Selena.
— Hã... Surpresa! — gritou Demi, alto o bastante para que todos ouvissem. Nick ficou boquiaberto.
— Surpresa?
— Nós... — Demi deu um tapa em Joe.
— Queríamos... — Ele tossiu. — Fazer... — Ele ficou pálido.
Ah, não. Não tinha nada a dizer, nada! Aquela não era a hora de perder o jeito! Selena e Nick esperaram. Finalmente, Joe baixou a cabeça. — Somos os piores padrinho e dama de honra do mundo! Não foi possível consertar a tempo. Por isso que está escrito...
— Tetas para sempre! — gritou vovó ao microfone. — E vou dizer que esses garotos Jonas adoram umas...
— Um brinde! — gritou Bets, interrompendo vovó. — A Nick e Selena.
Todos ergueram as taças enquanto os noivos iam até o bolo para olhar os bonequinhos.
— Ao menos eles se parecem com a gente — comentou Selena.
— E eu realmente gosto d...
— Do seu coração enorme! — interrompeu Bets. — Muito bem! Que maravilha, um bolo maravilhoso! — Ela virou o restante do vinho, parecendo prestes a desmaiar.
Joe suspirou.
— Vamos tirar isso de cima do bolo, antes que nossa mãe pire.
Demi caiu na risada.
— Ha-ha-ha, vamos descobrir as tetas. Entenderam?
Eles tiveram ataques de riso, até que alguém passou bolo no rosto de Demi. Foi Joe, aquele babaca! Então Nick fez o mesmo com Selena. E foi assim que a guerra começou. Até que Nick e Joe se entregaram, dizendo que não queriam estragar a maquiagem linda das garotas. Mas Demi e Selena sabiam que eles só estavam desistindo porque perceberam que iam perder. Afinal de contas, os rapazes Jonas nunca tiveram a menor chance.

*****

Faltam dois capítulos e o epílogo. Amanhã acaba, anjos. Beijos 

Capítulo Sessenta




— Pronto? — Joe deu alguns tapinhas nas costas do irmão, que se olhava no espelho e reclamava.
— Mas que inferno! Não consigo parar de tremer! — Nick fechou os olhos e balançou os braços, então começou a dar pulinhos.
— Bem, primeiro, pare de pular. — Joe colocou as mãos nos ombros de Nick. — Não é um jogo de basquete. Você não está nas finais do campeonato estadual.
— Certo. — Nick parou de se mexer e assentiu com a cabeça algumas vezes.
— E pare de fazer que sim com a cabeça. Você está parecendo um maluco.
— Merda. — Nick se sentou em uma cadeira e apoiou a cabeça nas mãos. — Preciso dar o fora daqui antes que eu enlouqueça.
— Concordo. — Joe enfiou a mão no bolso da frente do casaco. — Mas, até lá, use isso.
Nick não olhou para ele.
— Joe, acho que as pílulas de Benadryl da vovó não são indicadas nessa situação.
— Não é uma pílula rosa. — Joe enfiou a pequena garrafa de bebida na cara de Nick. — É coragem líquida, meu amigo! Beba.
Nick abriu os olhos e pegou a garrafa de plástico.
— Hum, então é um remédio de Joseph Jonas? Gostei.
— Talvez seja apenas um remédio dos Jonas, apesar de mamãe costumar optar pelo vinho. — Joe deu de ombros. — De qualquer forma, não preciso levar todo o crédito.
Nick tirou a tampa e fez cara feia ao virar toda a garrafa de vodca barata, os 120 mililitros de uma só vez.
— O gosto disto é horrível.
— Roubei da vovó, então eu já imaginava. Nunca vi uma mulher gostar tanto de vodca barata. — Ele deu de ombros. — De qualquer forma, está quase na hora de ir até o altar. Que tal arranjar coragem?
Depois de alguns segundos, Nick respondeu:
— Pronto.
— Nossa, foi rápido!
— É, bem, foi só perceber que vou poder seduzir minha esposa em exatos 46 minutos. Talvez 44, se eu disser os votos rapidamente.
— Assim é que se fala! — Joe deu tapinhas nas costas dele. — Agora, vou sair para encontrar sua futura esposa. Parece que preciso ajudar certa garota a chegar até o altar.
— Se ela tropeçar, você ganha um olho roxo.
— Beleza! — gritou Joe, saindo do cômodo em busca de Selena.
Ele a encontrou parada na entrada da varanda dos fundos, esperando, enquanto uma música suave tocava ao fundo. Demi estava ao lado dela, as duas conversando em murmúrios urgentes. Até Joe pigarrear e indicar que estava lá. Selena se virou primeiro, com os olhos brilhantes de animação.
— Eu só, hã... — Demi apontou para algo atrás de Joe. — Vou ficar por ali até chegar a minha hora de andar até o altar.
Joe sentiu o perfume de Demi quando ela tentou passar direto por ele. O que não ia acontecer. Ele a agarrou pela cintura e a beijou na boca.
— Você não pode passar por mim sem dizer nem um “oi”.
Os lábios de Demi tocaram os dele outra vez.
— É assim que dizemos “oi”, agora?
— É. — Joe abriu os lábios dela com a língua. — Claro que é.
Interrompendo o beijo, Demi deu uma piscadela safada e foi embora. Joe ainda estava olhando para ela quando Selena falou:
— Nunca pensei que veria este dia.
— O quê? — Joe coçou a cabeça, nervoso, e se aproximou de Selena. — Que dia?
— Você sabe. — Ela cruzou os braços e indicou com a cabeça a parte do cômodo onde estavam Demi e as outras madrinhas. — O dia.
— Ainda não entendi.
Ela deu de ombros.
— Pode chamar de puberdade. Você cresceu e se apaixonou.
— Então, agora eu sou um homem? — Joe piscou.
— Parabéns! — Selena riu. — Ah, meu Deus! Aposto que você deve até ter cabelo no peito! — Joe fez cara feia. Sempre fora um metrossexual, e talvez levasse as coisas um pouco longe demais, ao fazer limpeza de pele uma vez por mês. Ele deu um tapa para afastar a mão de Selena, que tentava tocar seu peito. Peste!
— Está pronta? — perguntou, mudando de assunto.
— Acho que sim.
— Que bom. — Joe riu. — Prepare-se para ficar de boca aberta. Na verdade, prepare-se para chorar. Ouvi dizer que você e vovó tiveram uma boa conversa.
— Aquela mulher não consegue guardar segredo nem que sua vida dependa disso — resmungou Selena.
— Bem, vou deixar Demi alerta, só por precaução. — Joe esticou o braço e segurou a mão da amiga. — Selena, conheço você desde que era uma garotinha usando maria-chiquinha. Você era obcecada pela Barbie e me disse que eu devia ser seu Ken. Na verdade, tenho certeza de que fiz o papel de Ken mais vezes do que gostaria de admitir.
Selena deu uma risadinha e continuou a ouvir.
— Nós rimos juntos, choramos juntos, gritamos um com o outro, brigamos, nos odiamos... — Joe tentou controlar as emoções.
Droga. Não era só Selena que iria acabar chorando. Ele se sentia prestes a perder o controle.
— Eu parti seu coração e nunca o consertei. — Ele umedeceu os lábios e suspirou. — Nick consertou.
Selena pegou a mão de Joe e a apertou.
— Meu irmão o consertou — repetiu Joe, fechando os olhos por um breve momento. — Sel, eu aceitei seu coração, na faculdade. Aceitei, mas não fui cuidadoso. Fui descuidado, jovem, idiota, você decide. — Ele soltou a mão da amiga e enfiou a dele no bolso, para pegar um presente. — Então, aqui estou, devolvendo-lhe os pedaços, para que meu irmão possa ficar com tudo. Nick merece. Queria consertar o que eu quebrei. Queria desfazer o que deu errado, mas você sabe que isso é um tanto difícil de fazer, então aqui... — Ele ergueu a presilha de cabelo. — É um coração azul, de safira. A coisa azul que você vai usar também é a coisa nova. — Ele deu de ombros. — Eu sempre te amei, Sel. — Ele ajeitou a presilha no cabelo dela e beijou a amiga na testa. Selena deu um tapa no ombro dele.
— Pare de me fazer chorar!
— Foi mal! — Ele se afastou e ergueu as mãos.
— Ah, venha cá! — Selena o puxou para mais um abraço apertado. — Obrigada, Joe. Por tudo.
Ouviram música vinda do lado de fora da casa.
— Bem, eu ainda não terminei aqui. — Ele estendeu o braço no instante em que seu pai aparecia, dobrando o corredor.
— Está pronta, querida? — perguntou o pai de Joe, enxugando algumas lágrimas ao dar um beijo no rosto de Selena.
— Pronta. — Ela engoliu em seco e passou uma das mãos pelo braço de Joe e outra pelo do pai dele. — Vamos lá.
Demi se aproximou com o buquê da noiva. Joe deu uma piscadela antes de se virar para a porta. Selena tremia a seu lado.
— Mãe, pai, eu amo vocês — sussurrou Selena.
— Estou tão orgulhoso de você! — disse o pai de Joe, e deu para ver uma lágrima caindo por sua bochecha, antes de ele virar o rosto. — E sei que eles também estão.
Joe apertou mais o braço dela e assentiu para o pai, lutando com todas as forças para não se entregar às próprias emoções. Mas era difícil. Ainda mais quando a música começou. E, simples assim, as lembranças voltaram. A cerimônia era perto da casa da árvore. Selena voltou no tempo, e se viu, com 5 anos, correndo em volta da árvore, fugindo de Joe. A mãe dela apareceu, gritando:
— Selena, largue isso! Não se atreva a jogar lama nele!
Selena não deu ouvidos. E sua memória retrocedeu mais alguns anos, na mesma casa da árvore, com o mesmo garoto. Joe estava mais velho. Ele e o irmão discutiam, e Nick disse que tinha encontrado uma cobra e a segurou bem na frente do rosto dela. Sua mãe e Bets vieram correndo da casa, gritando para que Nick a matasse. E então estavam no ensino médio. Nick a observava da casa enquanto ela e Joe caminhavam perto do rio. Ela olhou para trás e revirou os olhos quando ele e o pai dela apareceram na varanda dos fundos da casa e começaram a colocar o restante do equipamento de pesca na caminhonete.
— Se cuidem! — ela gritou.
— Sempre! — respondeu o pai, e, como se tivesse acabado de se lembrar de alguma coisa, o pai corre até ela com os braços bem abertos. — Quase esqueci!
— O quê? — Ela deu uma risadinha, correndo na direção dele.
— O príncipe sempre precisa de um beijo da princesa antes de ir para a guerra!
— Você não vai para a guerra, vai pescar peixes.
— E caçar leões, tigres e ursos! — O pai arregalou os olhos enquanto dava mais beijos em sua bochecha.
— Pare! — Ela o empurrou para longe e sorriu. — Está bem. Aqui está o seu beijo, gentil cavalheiro. — Ela fez uma cortesia enquanto seu pai se curvava. — Usará minhas cores, querido príncipe?
— Mas é claro. — O pai puxou um laço rosa do cabelo dela e o segurou. — Vou guardá-lo para todo o sempre, milady!
Quando Selena voltou ao presente, percebeu que todas aquelas lembranças, todo aquele tempo que passara em Jonas Abbey, fora como se os pais estivessem ali com ela, conduzindo-a em direção ao futuro. Nick ergueu o olhar.
De repente, parecia que ela não conseguia andar rápido o suficiente. Seus olhos encontraram os dele enquanto ia até a frente do terraço. Nick estava tão bonito naquele terno preto! O cabelo estava um pouco bagunçado e o bronzeado fazia o sorriso parecer ainda mais devastador. Nick deu dois passos na direção dela. Wescott soltou seu braço, assim como Joe, e o noivo estendeu o braço para pegar sua mão. Quando a pegou, virou-a para cima e fez Selena abrir o punho cerrado. E então colocou um laço rosa na palma da mão dela. Os olhos de Nick ficaram cheios de lágrimas quando ele se inclinou e sussurrou:
— Vou guardá-lo para todo o sempre.
Ignorando a tradição, que dizia que não se devia tocar no marido até que quem tivesse levado a noiva ao altar falasse com o pastor, Selena jogou os braços em volta do pescoço de Nick e caiu no choro. Levou cinco minutos até que conseguisse se recuperar. E mesmo assim devia estar com uma aparência péssima. Mas não ligava. Nick pegou o laço de suas mãos e o colocou debaixo da presilha que Joe dera.
— Então. — O pastou sorriu. — Quem traz esta mulher para este homem?
Wescott não respondeu, nem Joe. Selena olhou para trás e sentiu alguém tocar seu braço. Vovó. Ela abriu um sorriso enorme para a noiva e envolveu as mãos de Selena e de Nick com sua mão macia.
— Os pais dela e eu.
— E eu — disse Joe, à sua direita.
— E minha esposa e eu — acrescentou Wescott.
Selena nunca se sentira mais amada e em casa. E pensar que estava no mesmo jardim em que brincara a vida toda! Com um sorriso um pouco choroso, abraçou todos e se juntou a Nick diante do gazebo. Uma brisa quente começou a soprar. Selena olhou para a água no instante em que o pastor gesticulava para que os convidados se sentassem. E talvez estivesse imaginando coisas, mas podia jurar que vira os pais ali no deque, de mãos dadas, olhando para ela e sorrindo.

*****