20.9.15

Capítulo Trinta e Dois




— Joe? — A voz de Nick soava abafada. — Ouviu alguma coisa do que eu disse?
Não, foi mal, estava olhando aquelas pernas. Um par de pernas, para ser exato, que pertencia a uma linda morena de belos olhos azuis e um sorriso eletrizante, desses que poderiam matar um homem.
— Claro, despedida de solteiro. Estou dentro.
— Nada de strippers. — Isso veio de Selena.
Joe assentiu em concordância, ainda mantendo os olhos nas pernas de Demi, que, a alguns metros dos dois, conversava com a mãe de Joe.
Nick estalou os dedos na frente do rosto do irmão.
— Recomponha-se, homem. Se não tomar cuidado, vai começar a babar.
Tarde demais.
— Foi mal, estou distraído. — Ele pigarreou e se virou para olhar para Nick e Selena. O irmão parecia irritado. Selena, preocupada. Ah, que ótimo. Ia ouvir aquela conversa outra vez. Para poupar tempo, adiantou-se: — Selena, estou bem. Foi uma noite difícil, com péssimas escolhas. Estou melhor, e estou bebendo água, não álcool. Sério, você não é a minha mãe. — Aquilo soou mais duro do que ele tinha planejado, tanto que Nick deu um passo à frente. Mas Selena deteve o noivo com um gesto.
Então seus olhos seguiram o olhar de Joe, que encarava Demi mais uma vez. Resmungando, ela entregou a bebida ao noivo e, agarrando a orelha de Joe, puxou-o para fora da casa.
— Ai! Que isso, Selena!
— Você dormiu com ela!
— Quê? Quem?
— Demi!
— Sim! — Os olhos dela se arregalaram, ficando com o dobro do tamanho normal. — Não, quer dizer, foi há muito tempo.
Mas que merda! Ele estava suando.
Selena soltou sua orelha e cruzou os braços.
— Faz quanto tempo?
— Um ano, mais ou menos. — Ele olhou para o chão.
— Foi um erro.
— Você! — Selena pôs o dedo no peito de Joe com força, quando ele tentou fazer com que ela falasse mais baixo. — Você foi o cara com quem ela passou a noite antes da história do vídeo no YouTube!
— Sim, fui eu. Sou culpado. — E em mais de um aspecto.
Com um olhar de reprovação, Selena sacudiu a cabeça.
— Eu devia ter imaginado. Todos os sinais indicavam um Jonas.
— Sinais?
— Sim: a bebedeira, a libertinagem, a irresponsabilidade, a TV...
Joe ergueu as mãos como se para pedir que ela parasse.
— Está bem, já entendi. Mas eu não fiz mais nada desde aquele dia, e você sabe disso.
Maldita fosse, por tê-lo pegado no flagra! Quando Joe ficara bêbado na sua festa de noivado, Selena disse que ele precisava tomar jeito, ou acabaria morrendo na cama de uma prostituta. E ela estava falando sério. Ele tentava fazer a coisa certa. Mas parecia que, sempre que tentava, o resultado era desastroso. Era tão mais fácil tomar o outro caminho, agir de acordo com as expectativas alheias, o que significava ser irresponsável e despreocupado. Quando tentou ser sério e responsável, as pessoas perguntaram se ele estava bêbado. Essa situação era vergonhosa e despertava nele a vontade de se encolher, de se afastar e voltar aos velhos hábitos.
— Você está com aquela cara — disse Selena, interrompendo seus pensamentos deprimentes.
— Cara? Que cara? — Joe tentou mudar a expressão, mas falhou miseravelmente quando Demi passou pela janela.
— Aquela cara! — Selena cutucou outra vez seu peito.
— Está se apaixonando por ela!
— Não estou, não!
— Está, sim!
Joe esfregou o rosto com uma das mãos e soltou um palavrão.
— Será que você pode agir como adulta?
— Disse o cara que dormiu com duas gêmeas bêbadas ontem à noite.
— Não dormi — admitiu Joe, tossindo. — Não consegui... quer dizer... não queria, e não dormi.
— Não conseguiu ou não queria?
Joe sentiu o rosto corar.
— Os dois. — Droga, talvez ele estivesse mesmo precisando de Viagra! Que pensamento deprimente! Quantos anos tinha, 23?
— Se você a fizer sofrer... — Selena apertou mais o dedo em seu peito — ... corto fora seu...
— Está na hora do jantar! — anunciou vovó, abrindo a porta para a varanda.
Selena se virou e respondeu:
— Estamos indo, vovó! — Então olhou irritada para
Joe e completou: — Use sua imaginação.
— Dedo? Você corta fora meu dedo? — perguntou ele, baixinho.
— Você é um babaca. — Ela passou o braço pelo dele enquanto contornavam a casa para chegar ao gazebo lá fora, onde o jantar seria servido.
Joe suspirou.
— Já me disseram isso, várias e várias vezes.
Selena parou de andar e suspirou.
— Você não está cansado disso? — Os olhos dela encontraram os dele, suplicantes, e, pela primeira vez na vida, Joe não conseguiu usar a máscara de indiferença habitual, que os homens inseguros usam quando tentam ignorar o mundo e viver a própria vida. Com um profundo calafrio, ele deu de ombros. Era tudo o que conseguia fazer. Encontrar palavras parecia difícil demais.
Selena olhou para o gazebo, onde Demi entrava de braços dados com Jace.
— Odeio perder, então saiba que só estou dizendo isto porque amo você. Mas...
Joe esperou. — O amor sempre vale a pena.
Tendo dito isso, Selena ficou na ponta dos pés e beijou a bochecha de Joe. Em seguida, foi para perto de Nick, que a esperava.

*****

Demorei uns dias porque estava esperando vocês comentarem, jeisjeujsi
A Demi tava maravilhosa no festival do iHeart Radio, não? Meu Deus, que mulher linda 
E, se a Milena tiver lendo isso agora, amor, eu respondi seu último comentário, lê lá, por favor, ok? Amo você 
Por último, eu quero divulgar esse blog M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O! -> A Aposta.
Então você voltou a postar, moça? Eu amo seu blog do fundo do meu coração e já tinha perdido as esperanças de você voltar a postar. Que bom que voltou. Welcome back, baby 

16.9.15

Capítulo Duplo



Capítulo 30

Jace era gato. Mais que gato. Parecia o Thor, só que de olhos verdes em vez de azuis. Demi reparou porque eram emoldurados por cílios tão longos que ela quase se perguntou se eram postiços.
Ele era incrível.
E a pele bronzeada?
Jace era como uma sobremesa, uma daquelas bem gostosas, do tipo que as mães nunca nos deixam saborear sem que antes comamos toda a comida... A sobremesa que faz todas as outras parecerem sem graça.
O tipo de homem que as mulheres observam de longe, mas com quem nunca falam.
E ele estava falando com ela.
Sentiu o estômago vibrar de animação, até que olhou para Joe. Ele parecia muito infeliz. Não queria se sentir mal por ele: afinal, ele passara a noite com vagabundas.
Mas ainda assim sentia pena.
Embora o corpo respondesse aos estímulos de Jace, o coração ansiava por Joe. E isso era um saco. Nem um pouco justo. Pela primeira vez na vida, o cara interessado nela parecia ser tão bom quanto todos diziam que era, mas seu coração tinha decidido que não estava interessado. Como podia ser?
A limusine parou na frente de Jonas Abbey. Ainda faltava uma semana para o casamento, mas não parecia.
Vans do bufê estavam estacionadas por todos os lados, com decoradores, floristas... Jesus! A casa inteira parecia cenário de uma revista de casamento.
— Demi! — Selena correu até a limusine, mas parou de súbito. — Jesus! Vocês atropelaram um gato morto, ou coisa assim?
— Um gato morto. — Jace riu, saindo do carro. — Acho que foi isso, não é mesmo, Joe?
Gemendo, Joe saiu do carro e foi direto para a casa.
— Ah, que isso! Casamentos não são assim tão ruins! — gritou Jace, rindo.
Demi estreitou os olhos. Não estava gostando de ver Jace provocando Joe. Era verdade que Joe fizera por merecer, mas isso não justificava a provocação. E aquela atitude de Jace não era atraente. Não para ela.
— Parece que Joe voltou para a vida de farra, hem? — Selena cutucou Demi e segurou-lhe o braço, sem nem reparar que o coração da amiga ficava apertado ao pensar naquilo.
Ele tinha passado alguns dias com ela.
E não tinha sido o bastante para mantê-lo longe daquele estilo de vida. O que mais uma vez provava que ele não valia a pena, porque, no fim, sempre escolhia a si mesmo, as antigas tendências e práticas, o dinheiro. Ele nunca a escolheria.
— Então... — Demi ignorou a dor no peito. — Jace é muito legal.
— Ele é senador — cantarolou Selena. — E se formou dois anos mais cedo, na faculdade. É membro da MENSA, aquela sociedade que reúne os maiores QIs do mundo, e sei, por fontes seguras, que ele adota cachorros doentes e abandonados.
— Estão falando de Jace? — Nick apareceu e deu um beijo na testa da noiva. — Ele é uma espécie de pornô para mulheres. Sério, se não gostar dele, não há mais esperanças para você.
Demi não teve chance de responder. Vovó chegou carregando um enorme microfone, coberto de pequenos cristais cor-de-rosa.
— Hã, o que é isso? — Demi apontou para o objeto ofuscante.
— Meu microfone, para o casamento. — Vovó ergueu a caixa do aparelho para mostrá-la a Demi. — Faz minha voz parecer a da Mariah Carey.
— Só se a Mariah Carey fosse um esquilo morrendo — completou Selena, aos murmúrios.
— Eu ouvi isso — retrucou vovó.
— Você não vai cantar no casamento. — Selena abriu um sorriso. — Então, não faz muita diferença.
Com muito cuidado, vovó guardou o microfone na caixa — que mais parecia uma caixinha de maquiagens para crianças — e a apertou com segurança sob o braço.
— O que você e Nick estão planejando é coisa de criança. Eu namorei um Kennedy. — Ela ajeitou a blusa. — Mas já chega. Agora, saiam! Preciso planejar umas coisas. Vamos comemorar hoje à noite!
— Do que vovó está falando? — perguntou Demi, tentando entender por que Nick e Selena estavam olhando para a avó como se tentassem decifrar o enigma que era sua vida e o modo como ela se comportava.
— Temos o jantar e uns coquetéis para os convidados — comentou Selena, ainda observando vovó. — Não gosto do tom de voz dela. O que ela sabe que não sabemos?
Nick coçou a cabeça.
— Ela só está tentando fazer com que fiquemos preocupados.
— Gente, estou perdida. — Demi ergueu uma das mãos. — Vocês estão em guerra contra vovó?
— Não — disparou Selena, olhando para Demi. — Um confronto de ideias, talvez... Mas vamos ganhar. Vovó acha que sabe o que é melhor, mas, desta vez, está errada. E provaremos isso a ela, o que quer dizer que ela não vai cantar no casamento.

Capítulo 31

Demi, Nick e Selena ficaram olhando vovó caminhar até o meio da sala e pegar um apito vermelho.
— Quem foi que deu um apito a ela? — Nick murmurou um palavrão e resmungou alguma coisa sobre como qualquer ventinho o deixava excitado na hora em que vovó apitou, produzindo um barulho alto o suficiente para provocar surdez.
— Olá! — gritou vovó. E apitou novamente. Demi tentou esconder o sorriso ao ouvir uma enxurrada de palavrões vinda de algum lugar da casa. Parecia que Joe também não era fã do apito. — Gostaria da atenção de todos. — Vovó pegou uma prancheta. — Fui nomeada...
— Você se ofereceu — corrigiu Nick. — E foi bem insistente, devo acrescentar.
Vovó ignorou o comentário e continuou a falar:
— Como dizia, fui nomeada — ela olhou irritada para Nick — para ser a organizadora do casamento durante a semana em que todos ficarão aqui em Jonas Abbey. Como a maioria dos convidados está hospedada na casa, decidimos designar quartos.
Enquanto vovó falava sem parar, Demi observava, na expectativa do retorno de Joe. Mas o que ela estava fazendo? Bem, só estava preocupada com a possibilidade de ele morrer engasgado no próprio vômito, ou bater de cara na porta, ou algo do tipo.
— E, como temos apenas uma suíte e Nick alegremente acatou um voto de castidade...
Nick fez mímica, como se desse um tiro na própria cabeça.
— ... a suíte será compartilhada. — Ela abriu um sorriso. — Agora, a programação está milimetricamente cronometrada, portanto, tentem não chegar atrasados a nenhuma atividade. Temos muito que fazer. Espero que todos voltem a seus quartos para trocar de roupa antes do coquetel.
Vovó começou a entregar folhas plastificadas. Era a programação.
— A programação não poderá ser alterada, então, por favor, nem peçam que isso aconteça. Se têm alguma pergunta... — Nick ergueu uma das mãos — ... que não tenha relação com a organização dos quartos... — Nick baixou a mão — ... sintam-se livres para fazê-la.
Demi pegou uma programação com vovó e gemeu. Jace surgiu atrás dela.
— Ei, acha que Joe toparia trocar de colega de quarto?
Se Joe tivesse dito alguma coisa do tipo, Demi teria revirado os olhos e dado risada, porque era algo bem característico dele. Mas ouvir aquilo de Jace foi como um balde de água fria. Na verdade, até fez com que ela se sentisse um pouco incomodada. Como um cara flertando com ela poderia incomodá-la?
Ela conseguiu dar uma risadinha e sacudiu o papel.
— As regras de vovó são definitivas, pode acreditar. Já aprendi minha lição.
— E aí, Demi, como foi com os testes de fertilidade? — perguntou vovó, atrás dela.
Jace arregalou os olhos e Demi ficou boquiaberta. Ma que droga! O que ela deveria dizer? Lutou para encontrar as palavras.
— Ha-ha, vovó, muito engraçada! Está falando dos testes que comprou para Selena e Nick, não é?
— Claro! — Vovó deu uma piscadela.
Demi sentiu o rosto esquentar e se virou para Jace.
— Ela está brincando. Juro.
— Gosto de crianças. — Ele sorriu e a olhou de cima a baixo. — Ou melhor, acho que qualquer um que tivesse filhos com você seria um homem de sorte.
E ele tinha ido longe demais.
— Está certo. — Ela engasgou. — Vou para o quarto, preciso me ajeitar.
— Posso levar sua bagagem. — Jace fez menção de pegar a mala, mas ela afastou a mão dele.
— Não. — Demi deu uma risadinha. — Pode deixar, eu me viro. Vejo você em uma hora.
Quando se distanciou, Jace exibia um sorriso convencido.
Demi subiu as escadas o mais depressa que pôde. Estavam com a suíte. Ela e Joe. Devia ser alguma piada sem graça. A única suíte? A que devia ser de Selena e
Nick, mas que ela iria ocupar com Joe? Joe, o galinha que fugia sempre que alguém falava em compromisso e que ficava bêbado de propósito, só para provar à sociedade que era o que todos acreditavam que fosse: um conquistador barato.
Resmungando, ela abriu a porta e largou a mala no chão.
Tinha algo de errado com ela. Era como se toda a emoção reprimida durante a infância, todo o passado, o drama com os pais e, finalmente, a pressão do fracasso iminente na carreira finalmente a tivessem atingido.
Flores idiotas.
Eram elas as culpadas.
Rosas amarelas, como as que Joe comprara para ela, alguns dias antes. Maldito seja!
Ela pegou uma rosa do vaso e sentiu o perfume. Por um breve momento, Demi se permitiu sonhar que aquela era a suíte de sua lua de mel. Que Joe era seu marido, que tinha comprado flores para ela e que não vomitara havia cerca de uma hora.
Quando abriu os olhos, a realidade a atingiu bem na cara. Na forma de uma única cama king-size.
Tão perto, mas tão longe. Assim era a história da sua vida. Tinha chegado tão perto de se formar com louvor, mas fora Dallas quem conseguira ser a oradora da turma.
E quando agendou a primeira entrevista de emprego, os pais a levaram para jantar apenas para informá-la de que estavam desapontados com o fato de ser em uma emissora de notícias.
Quando Dallas conseguiu um emprego, ganhou um carro.
Era como se tudo o que ela tivesse querido na vida estivesse sempre perto o bastante para ser desejado, mas nunca perto o suficiente para ser conquistado.
Ela era como uma droga de um hamster em sua rodinha.
Ela odiava hamsters.
Bufando, sentou-se na cama e olhou para a porta que se abria e revelava um Joe com aparência decrépita.
Pelo menos havia alguém que estava tendo um dia pior que o dela.
— Como vai, princesa? — perguntou Demi.
— Odeio a minha vida. — Gemendo, ele tropeçou até a cama e caiu de cara no colchão. — E a melhor parte do meu dia... vá em frente, pode perguntar.
Demi deitou com a cabeça apoiada no cotovelo, para vê-lo melhor.
— Quase ter sido preso?
Joe sacudiu a cabeça.
— Hum, conhecer o senador mais novo da história do Oregon?
Ele lhe mostrou o dedo do meio.
Rindo, Demi tentou outra vez.
— Finalmente conseguir vomitar na privada, como um garoto crescidinho?
Ele suspirou e ergueu a cabeça, com a intenção de olhá-la nos olhos.
— Dividir o quarto com você.
O sorriso debochado desapareceu do rosto de Demi, que sentiu o coração bater com força. O quarto ficou em silêncio, exceto por sua respiração agitada. Ela parecia ter perdido a capacidade de respirar sem fazer barulho.
Finalmente conseguiu responder com um “Ah!”. Joe continuou a olhá-la nos olhos, como se Demi fosse a coisa mais preciosa de sua vida, como se realmente tivesse dito aquilo de coração — que a melhor parte de seu dia estava sendo ali no quarto com ela. Mas ele era um galinha. Talvez estivesse pensando que fosse se dar bem à noite.
— Bem, odeio dizer, camarada... — Os olhos dele se estreitaram. — Mas você não vai dormir comigo.
— Ah, sim. — Ele se levantou e enfiou as mãos nos bolsos. — Já sabia disso. Tenho certeza de que o chão e eu nos divertiremos bastante nesta noite. Com bastante agarração e respiração pesada.
— O que foi que você planejou fazer com o pobre chão? E em que universo é normal dizer esse tipo de coisa?
Joe abriu um sorriso.
— Isso cabe a mim saber e a você descobrir. Você sabe que existe a possibilidade de se juntar a mim no chão, caso ache a cama mole demais.
— Gosto de coisas moles.
Os olhos dele brilharam.
— Que pena.
— Joseph Jonas! — Demi jogou um travesseiro na cara dele.
Rindo, ele andou até o banheiro.
— Vamos logo, Demi. Precisamos nos arrumar para o coquetel. Aliás... — Ele abriu a torneira e pegou uma toalha. — Quem foi que deu um apito a vovó? Isso devia ser considerado ilegal em todo o país.
Demi não respondeu. Ficou olhando, fascinada, enquanto Joe passava a toalha pelo rosto. Pingos de água caíam na pia. Sentindo um pouco de calor, ela tirou o casaco.
Maldito Joseph Jonas, por fazer um colírio parecer sensual quando virou a cabeça para trás e o pingou nos olhos! Ele piscou uma, duas vezes, e logo as gotas escorreram por suas maçãs do rosto perfeitamente esculpidas.
— Pare de me observar, Demi — disse Joe. — Estava esquisito há uns dez minutos. Agora, estou com medo de que você tenha uma convulsão, ou algo do tipo.
Nervosa, Demi quase caiu da cama quando se levantou para andar até a mala e procurar um vestido sexy para o coquetel. Dois podiam jogar aquele jogo.
Ela não queria jogar, apenas. Queria vencer.

*****

Me desculpem por ter demorado, tentei compensar com esse capítulo duplo!
Espero que vocês gostem, love u, beijos 

11.9.15

Desculpa a demora

Amores, to viajando, por isso não postei. Volto só segunda, aí posto, ok? Beijos, amo vocês ❤️

6.9.15

Capítulo Vinte e Nove




— Ei, babaca! — chamou uma voz feminina irritante, que interrompeu seus sonhos. — Acorde! Está na hora de pegar o avião! Precisamos embarcar agora!
— Por que está gritando? — sussurrou Joe, levando as mãos às têmporas. — E que troço é esse que você está usando?
Demi parou na frente dele, com as mãos nos quadris. Usava um vestido rosa brilhante diretamente saído do catálogo da Victoria’s Secret.
— Filha da mãe, apague as luzes! — Ele cobriu os olhos com uma das mãos e continuou xingando.
— Ah, desculpe. — Demi continuou a falar alto. — Meu vestido brilhante faz sua dor de cabeça piorar? Que tal um shot de tequila, hem?
Só de pensar naquilo, Joe sentiu o estômago revirar.
Ele tinha conseguido dispensar as gêmeas, mesmo estando completamente bêbado, e ainda assim a mulher de quem ele gostava parecia prestes a esfaquear suas partes íntimas!
— Não — respondeu, rouco. — Nada de álcool.
— Você se divertiu ontem à noite? — Demi cruzou os braços. Os olhos azuis brilhantes estavam límpidos como o céu da manhã. Mas. Que. Merda. Ele agora era poeta?
Bateu no peito e pigarreou. Ah, que bom. Estava batendo no peito. Tinha recorrido ao estilo dos homens das cavernas para provar que ainda era macho.
Adeus, último resquício de masculinidade! Joe sacudiu a mão no ar, como se acenasse uma despedida.
Então percebeu que ainda devia estar bêbado.
— Levante-se logo daí. — Demi chutou sua cadeira.
— Não. — Ele precisava de comida. Como é que tinha chegado ao aeroporto? De táxi? Certo, um táxi, e ele pagou ao taxista, pegou as passagens e passou pela segurança ainda tonto e cheirando à festa da noite anterior.
Mas que engraçado. Exatamente como na última vez que tinha voado.
— Por que você está sorrindo? — Demi agarrou seu antebraço e o puxou, para que se levantasse. — E por que está com cheiro de bunda? Pelo menos tomou banho?
Seu cérebro começou a funcionar devagar enquanto ele relembrava os acontecimentos da manhã. Tinha se esquecido de fazer as malas, então correu pela casa, tropeçando nos móveis, para conseguir estar pronto a tempo, e quase não se lembrou de pegar o celular e ligar para um táxi, mas não tomou banho.
— Hã... Não deu tempo.
— Você foi para casa às nove, ontem à noite. Deve ter sido uma noite difícil, com a no 1 e a no 2.
Ele decidiu não responder. Em vez disso, apoiou-se em Demi enquanto entregavam os cartões de embarque e seguiam até o avião. Pelo menos não seria um voo longo.
Ele também sabia que vovó voaria na primeira classe, então não haveria ameaças de bombas, reações alérgicas nem prisões.
Aliás, onde vovó estava?
Quando entraram no avião, ele olhou ao redor. Ela não estava na primeira classe, pelo que ele tinha visto. Nem na econômica.
— Onde está vovó? — perguntou a Demi, odiando a rouquidão ainda presente na voz.
— Ela foi ontem à noite. Alguma coisa sobre uma emergência de casamento. Você usa o celular, ou só fica olhando para ele e pede a Siri que leia as mensagens?
Joe olhou para o chão com uma expressão culpada e decidiu não responder.
— Então — continuou Demi. Sério, por que ela ainda estava falando? Não sabia que ele estava prestes a vomitar a própria alma? Revirando os olhos, ela afivelou o cinto de segurança de Joe. Ótimo, ele tinha virado um bebê de dois anos!
A melhor parte foi que, naquele exato momento, sua masculinidade resolveu comparecer e se mostrar ao mundo. Mas ele se sentia infeliz demais para ligar para o que quer que fosse.
— Como foi a noite? — Ela estava furiosa. Sim, furiosa.
— Péssima — respondeu Joe, com sinceridade. — Bebi demais e finalmente percebi algo que já devia saber há muito tempo.
— Ah, é? — perguntou Demi, a voz desprovida de qualquer emoção. — E o que é?
Dando de ombros, Joe respondeu:
— Odeio loiras.
O primeiro sorriso da manhã inteira apareceu por um breve momento no rosto de Demi, antes que ela se virasse para olhar pela janela.
— Isso não muda nada.
— Ah, é?
— É. — Ela se virou para ele. — Você ainda está com cheiro de bunda.
Ele sentiu cada mínima turbulência. Cada movimento. Um macaquinho tocando bateria se mudara para o interior de seu crânio e um elefante possuído fora morar em seu estômago. Joe quase vomitou cinco vezes antes do fim do voo.
Demi não ajudou em nada.
Ela se recusou a conversar com ele, a olhar para ele e a tocá-lo.
Com certeza ele tinha aparecido na TV. Era a única explicação possível. Lembrou-se vagamente de alguns flashes.
Como podia ser tão insensível? Sabia o que estava fazendo, e, mesmo assim, seguira em frente. Para provar um ponto. Para prová-lo a si mesmo.
E no momento parecia que ele tinha sido atropelado por um caminhão. E mais de uma vez — como se o motorista quisesse ter certeza de que ele estava morto.
Quando o avião pousou, ele se arrastou pelo corredor e depois até a esteira de bagagens, torcendo para que, ao menos desta vez, vovó tivesse sentido pena dele e mandado alguma coisa — um carro, uma arma, ou mesmo uma aspirina. É, ele aceitaria uma aspirina.
Mas não teve essa sorte.
— Onde está todo o mundo? — Ele deixou cair a bagagem de mão e sentiu outra onda de enjoo. O Jack Daniel’s estava voltando para assombrá-lo. Seu estômago se revirou quando Joe fechou os olhos e tentou se concentrar em respirar.
— Demi? — perguntou uma voz grave e masculina.
Joe arregalou os olhos.
Um sósia enorme do super-herói Thor andou na direção deles.
— Quem é você? — perguntou Joe, irritado.
Reunindo as forças que restavam, ele se endireitou para ficar mais alto e encarou o homem, de cara feia.
— Ah. — O homem sorriu, revelando uma fileira de dentes brancos e perfeitos que reluziam em contraste com o rosto bronzeado. Maldito. — Estou ajudando a família com as coisas do casamento. Nick e eu somos bons amigos e...
— Jace? — A voz de Demi parecia esperançosa e animada demais para o gosto de Joe.
— Você se lembra de mim? — O homem sorriu, aproximando-se dela.
— Claro que lembro! — Ela aceitou o abraço do homem e o retribuiu enquanto Joe se imaginava envolvendo o pescoço de Jace com as mãos e estrangulando-o até a morte. — Não sabia que você estava ajudando Nick e Selena.
— Ah, bem. — Ele se afastou e deu de ombros. Tinha mesmo ficado corado? Sério? Aquele arrogantezinho com certeza sabia ficar corado de propósito, só para impressionar as mulheres.
Colocando-se entre Demi e Thor, Joe estendeu a mão.
— Sou Joe, padrinho e irmão do noivo. — E Demi é minha. Minha. Era possível que tivesse mostrado os dentes, e talvez grunhido. Só faltava fazer xixi para marcar território.
— Ah. — O olhar de Jace passou de Demi para Joe.
— Já ouvi muito sobre você.
— Apenas coisas boas, tenho certeza. — Joe estreitou os olhos.
Jace soltou um risinho sarcástico.
— Se você diz...
De algum jeito, estavam com os peitos praticamente colados. Thor era um pouquinho mais alto, apenas um centímetro. Joe já o avaliara: embora Jace fosse um cara grande, ele ainda era mais musculoso.
— Hã... Nós devíamos ir. — Joe sentiu a mão de
Demi em seu peito. Ele olhou para baixo, para seus olhos suplicantes, e se afastou. Mas apenas um centímetro: não queria ser o primeiro a ceder.
— Você está certa. — Jace sacudiu a cabeça e conseguiu parecer bastante humilde. O babaca. — Vamos? — Ele pegou a mala de Demi e ofereceu o braço.
Por que Joe não tinha pensado em carregar a mala dela? Ah, sim! Porque ele ainda sentia os efeitos da noite anterior: estava bêbado e havia passado a maior parte do voo tentando manter todos os fluidos corporais dentro de si. Não tinha pensado nisso, como também não tinha pensado em deixar de ser babaca antes de falar besteira, ou de permitir que seu coração se apaixonasse por ela.
Soltando um palavrão, seguiu os dois até a saída.
Até a limusine que os esperava.
Claro.
— Então a família mandou a limusine? — perguntou Joe, indiferente, enquanto entregava a mala ao motorista.
— Não. — Jace deu de ombros. — Pensei que Demi pudesse estar cansada, então pedi um favor.
Então ele era pobre. Joe conseguiria lidar com aquilo.
— Um favor? — perguntou Demi, aceitando a mão de Jace, que a ajudava a entrar no banco de trás.
— É. — Jace segurou a porta e deixou que Joe entrasse primeiro. — Não costumo usar limusines, ou carros, mas achei que dessa vez valeria a pena, pois você provavelmente estaria cansada.
 Joe revirou os olhos.
— Não costuma usar limusines e carros porque vai a pé até o shopping em que trabalha? Conte, como vai a Abercrombie & Fitch?
— Ótima. — Jace deu um sorriso sarcástico. — Mas, pelas suas roupas, dá para ver que você esteve lá há menos tempo que eu.
Babaca.
— Pronto para ir, senador? — perguntou o motorista.
— Sim, Donald, obrigado.
— Sempre um prazer, senhor.
— Senador? — Demi franziu as sobrancelhas.
Filho da mãe.
O sorriso de Joe ficou congelado no rosto quando Jace deu de ombros e pegou uma garrafa d’água, antes de dizer:
— O mais jovem da história do Oregon.
— Uau! — O sorriso de Demi se alargou. — Você deve estar muito orgulhoso!
Lá estava aquele ar idiota de humildade que Jace sabia fingir muito bem. Não era de admirar que fosse um bom ator, afinal, o cara era um político! Não caia nessa, Demi! Ele é um mentiroso, traiçoeiro...
Droga, era como se estivesse olhando na droga de um espelho!
Onde Nick estava com a cabeça?
O carro começou a se mover e o estômago de Joe se revirou mais uma vez. Não aguentaria os quinze minutos até a casa.
E estar sentado de costas para o motorista não estava ajudando.
Demi e Jace começaram a conversar com naturalidade enquanto Joe abria a janela e se perguntava se seria muito ruim saltar de um carro em movimento, ou mesmo planejar um homicídio. E se contratasse alguém para fazer o que queria? Ainda seria preso?
O carro parou.
Joe gemeu, com o rosto ainda na janela.
— Ei, camarada, está tudo bem?
Camarada? Jace o chamara de camarada?
— Tudo fantástico — respondeu Joe, entre os dentes.
O sorriso de Jace era tão irritante que Joe jurou que, se fosse vomitar, iria mirar na camiseta preta e nas calças brancas de linho do homem. Que espécie de homem usava calça de linho em plena cidade? Não estavam na praia, e as calças eram praticamente transparentes. Seria mais fácil dizer “Por favor, olhem para as minhas partes íntimas.”
— Joe, tem certeza de que está bem? — Demi parecia sinceramente preocupada. Ele a encarou e teve vontade de gritar. Não estava bem, longe disso. Mas precisava parecer forte. Sua autoestima já sofrera o bastante.
Engolindo a bile na garganta, fez que sim com a cabeça uma vez.
As bochechas de Demi assumiram um belo tom de rosa, antes de seus olhos se desviarem de volta para Jace.
— Bem, como eu ia dizendo... — Jace pigarreou e olhou irritado para Joe, antes de virar o sorriso brilhante de volta para Demi.
Cheiro de fast-food entrou pela janela. Joe tentou subir o vidro, mas era tarde demais. Já tinha sido nocauteado. Todo o enjoo que estivera segurando alcançou de uma vez o fundo da garganta.
— Acho que vou vom...
Não teve tempo de terminar a frase. Botou a cabeça para fora e deixou sair cada gota de álcool que tomara na noite anterior — e talvez até no ano anterior.
Então ouviu as sirenes.
Sentindo-se completamente incapaz de dizer qualquer coisa, Joe só conseguiu observar, horrorizado, enquanto o policial mandava a limusine parar e se aproximava da porta suja de vômito.
— Senhor, não sabe que é contra a lei...
— Está tudo bem, Jim — disse Jace, por trás de Joe.
— Ele está comigo.
— Senador! Está um dia muito agradável, não é mesmo? — Jim, um guarda atarracado, prestou continência. — Tem certeza de que está tudo sob controle? Eu poderia levá-lo até a cadeia, dar uma dura.
Você sabe que está de ressaca quando ir para a prisão parece uma opção mais agradável que a de ter de suportar as marteladas em sua cabeça.
— Não precisa. — Jace deu um tapa nas costas de Joe e riu. — Parece que ele não consegue segurar a bebida no corpo, só isso.
— Não são muitos os que conseguem competir com o senhor, senador.
— Ah, vão arranjar um quarto! — murmurou Joe.
— Como? — Jim colocou a mão na arma de choque.
Ah, não.
Jace pigarreou.
— Precisamos ir, Jim. Diga que mandei um “oi” para Linda e as crianças.
— Pode deixar! — Jim acenou, então se inclinou para Joe. — Vou ficar de olho em você, seu arruaceirozinho.
Ótimo! Agora, além de camarada, era também um adolescente rebelde e arruaceiro. Será que seria julgado como menor infrator, caso fosse adiante com o plano de assassinato?
Ah, tinha muito no que pensar!
A limusine voltou a andar, e Joe foi deixado de lado outra vez enquanto Demi e Jace riam e conversavam como se já fizessem planos de morar juntos.
Maldição! Precisava recuperar o jeito, e depressa. Pela primeira vez na vida, tinha competição à altura. E, claro, já que o carma é uma droga, era também a primeira vez que corria o risco de perder não apenas a disputa, mas também o coração.

*****

Fico feliz que vocês gostem dessa fic 
Caso eu continue postando depois que essa acabar, tenho uma adaptação bem legal pra postar, com uma vovó totalmente o oposto dessa, e 1000% menos amável.. Pra ser sincera, vocês podem chamá-la de cobra, bruxa ou qualquer coisa do tipo ajeijsdje se cuidem, beijos

4.9.15

Capítulo Vinte e Oito




O primeiro pensamento de Joe ao acordar sozinho na cama foi de que Deus tinha tirado seu desejo sexual como forma de punição.
Mas, para ser sincero...
Não tinha sido Deus.
Fora Demi.
Não sabia se deveria odiá-la ou apenas ir até sua casa e fazer com ela o que ele tanto queria — várias e várias vezes.
Duas garotas, ambas lindas e modelos... e nada.
Absolutamente nada. Até o uísque se tornara ácido em seu estômago no instante em que as duas começaram a tirar as roupas. E então ele disse que precisava ir ao banheiro.
Um dos piores momentos de sua vida.
Ao banheiro? Será que ele tinha ficado maluco?
Como uma garotinha, ele correu para o banheiro e ficou sentado na privada com as mãos na cabeça — tremendo. Sim, tremendo porque tinha perdido completamente o controle de sua vida.
Tudo por causa de uma garota idiota que conhecera na escola, com um corpo maravilhoso idiota, olhos brilhantes idiotas e lábios carnudos e... Bem, àquela altura, no banheiro, sentira mais que desejo.
Mas então ele ouvira as garotas, gêmeas, chamando seu nome.
E lá se fora.
Descarga abaixo.
Ficou sentado por dez minutos. Então saiu do banheiro dando a pior desculpa possível.
— Olhem, não estou no clima, hoje. Estou doente.
As garotas se entreolharam e se aproximaram dele. A gêmea número um usava lingerie preta, a número dois estava nua.
Talvez ele fosse gay.
Quando elas chegaram perto o suficiente para tocá-lo, ele se afastou. O perfume que usavam estava sufocante.
Por que não podiam ter um cheiro mais parecido com o de Ch...
— Droga! — gritou, fazendo com que as garotas se sobressaltassem. — Desculpe, não são vocês, sou eu.
— Sério? — perguntou uma das gêmeas. — Está tentando se livrar da gente? Qual é o seu problema?
— Vocês. As duas — grunhiu Joe. — Agora, vão embora.
Elas lhe mostraram o dedo do meio em perfeita sincronia e pegaram suas roupas. No instante em que a porta se fechou atrás das duas, Joe se jogou no sofá e gemeu.
Maldito fosse seu irmão, que o mandara ficar longe da única garota que o faria abrir mão de tudo! Precisava repetir a si mesmo o tempo todo que isso iria passar, que, não demoraria muito, ele não teria mais esse problema. Porque, no fim das contas, sabia que era o tipo de cara que só faria Demi sofrer. Não haveria um “felizes para sempre”, porque caras como ele não sabiam como proporcionar um final feliz a ninguém. E ele não tinha certeza de que conseguiria ser quem ela precisava que ele fosse.
Será que algum dia já tinha sido esse tipo de cara? O cara a quem as mulheres recorrem quando algo errado acontece? Não, esse era seu irmão, Nick. Joe era o errado, o festeiro. Era aquele que, aos 14 anos, tinha sido surpreendido pelo pai de Selena enquanto cheirava cocaína com garotas que tinham o dobro de sua idade, e então recebera um puxão de orelha e o aviso de que estava arruinando a própria vida.
E estava mesmo.
E não ajudara em nada o fato de que, quando Bill o flagrara, Joe estava tão louco e desorientado que caíra no rio perto de casa e quase se afogara.
Desde então, ele nunca mais usou drogas, a não ser álcool. E isso porque a bebida talvez fosse o único meio de tornar tudo mais fácil, menos doloroso. Joe nunca fingira ser quem não era... Agora, porém, não sabia ao certo se ainda gostava de ser aquela pessoa.

*****

Hey, se acalmem que eu não vou largar a fic, mesmo que seja a última que eu poste, vou terminá-la! E, embora eu esteja pensando em não postar mais nada, tenham paciência que não é nada definitivo, inclusive já tenho um livro adaptado pra postar, só vai depender de como anda a receptividade do blog, se muita gente ainda lê, etc..
Se cuidem, beijossss

2.9.15

Capítulo Vinte e Sete


Que capa é essa, que mulher é essa, meu Deus? 
Apesar de não estar namorando Joe, tudo o que Demi queria fazer depois que ele a deixou em casa era abrir uma garrafa enorme de vinho e assistir a reality shows bem ruins. Por que isso? Afinal, ele não tinha feito nada de errado.
Além, é claro, de ser atraente a ponto de deixá-la tonta e de tratá-la como uma princesa, para, então, acusá-la de ser alcoólatra.
Ela sorriu, abriu a garrafa de vinho e serviu uma taça.
Dallas já estava dormindo, mas Demi não conseguia tirar da cabeça os acontecimentos do dia. Como qualquer outra garota, queria dissecar cada detalhe de cada conversa que tivera com Joe, até que conseguisse entender o significado de tudo.
Será que ele só estava sendo legal? Virando a página e tomando jeito, ou coisas do tipo? Ou será que era só uma estratégia para levá-la para a cama outra vez? Será que só estava agindo daquele jeito até conseguir o que queria? Para começo de conversa, será que ele a queria, ou só tinha se cansado do estilo de vida de playboy?
Para aumentar a lista crescente de problemas de Demi, ele ainda tinha dito que não haveria imprensa no casamento. Talvez, se ela apresentasse a situação de forma diferente e fosse completamente sincera, se dissesse que perderia o emprego, assim como ele, se não cobrisse o evento... Será que Joe tinha ficado com pena dela? Por outro lado, ela era muito boa no que fazia.
Aquele único incidente não a definia. Só precisaria de alguns detalhes do casamento, de algumas fotos, e tudo ficaria bem. Ninguém nem ficaria sabendo que fora ela quem tinha vazado a informação para a imprensa. Além disso, será que eles não prefeririam que fosse uma amiga a cobrir um dia tão especial, em vez de uma pessoa qualquer, com uma câmera na mão? Será que seria certo pedir-lhes tal favor? Ainda mais com todo o estresse do casamento? Ela não queria ser motivo de torná-lo ainda maior, e, para ser sincera, não era problema de Selena que o chefe de Demi fosse um babaca egoísta sem escrúpulos. O tiquetaquear do relógio no silêncio do quarto não importava. O barulho lembrava um programa de perguntas e respostas.
Ela se colocou no lugar de Selena. O que a amiga faria? Selena sempre fazia a coisa certa, não importavam as consequências. Demi, por outro lado, não estava se casando com um Jonas milionário. Precisava de dinheiro para comer! Depois de ter perdido o lugar como apresentadora do jornal, sabia que aquela era sua última chance. Se não conseguisse as fotos, seu sonho de aparecer no jornal estaria acabado de uma vez por todas.
E se ela pedisse a Selena? Ou a Nick? Ou a vovó? Sua cabeça começou a latejar.
O telefone tocou e ela olhou para a tela. Era um e-mail, que ela abriu depressa. Duas palavras. Era tudo. Duas palavras e uma interrogação.
E aí?
Era de Mark. A única coisa em que ela conseguiu pensar como resposta foi um palavrão. E mais nada.
Como se precisasse de outro sinal, a foto de Selena brilhou no celular.
Ela precisava de conselhos, de palavras sábias, de alguma coisa, qualquer coisa. Ou — quem sabe? — de mais uma conversa com o chefe. Talvez ele desistisse, se ela lhe explicasse a situação.
Resmungando, fechou os olhos por um segundo, permitindo que o estresse do dia fosse embora. O emprego era uma necessidade. Ponto final. Joseph Jonas?
Bem, ele estava mais para um desejo, e ela nem sabia dizer se ele havia perdido a cabeça ou encontrado um coração naquele corpo musculoso.
Resmungando, sentou-se no sofá e ligou a TV. Logo sentiu os olhos pesarem e caiu no sono.
O barulho da TV a acordou. Devagar, Demi se levantou do sofá e pegou o controle, com a intenção de desligá-la.
Mas, quando encontrou o botão, algo na tela chamou sua atenção.
— Quê? — Ela aumentou o volume, sentindo-se, já, mais acordada do que nunca.
“O playboy milionário Joseph Jonas voltou a figurar na cena noturna Ele foi visto no centro da cidade, no lugar do momento, o Brazeel and Ice. Fontes afirmam que o viram ir embora não apenas com uma, mas com duas mulheres. Rumores ganharam destaque desde a semana passada, quando Joe foi afastado do cargo na Jonas Enterprises. Mulheres de toda a Seattle devem estar felizes, pois o solteirão mais famoso da cidade está de volta.”
O controle caiu da mão de Demi.
Tremendo, ela tomou um gole de vinho.
Babaca!
Ele estava brincando com ela, se divertindo, e de novo Demi tinha entrado nesse joguinho! Quantas vezes, nos últimos dias, tinha jurado que não iria se apaixonar, mas, ainda assim, tentara justificar seus sentimentos, dizendo a si mesma que ele estava diferente?
Era óbvio que onças não viravam gatinhos.
E Joseph Jonas podia dormir com quem quisesse. Era o fim, de verdade.

*****

Meus anjos, não me atrasei dessa vez! Uhul \o/
Bom, acho que muito pouca gente deve ler a fic hoje em dia, talvez pela perda do interesse e, em grande parte, pela minha demora pra postar :( mas eu agradeço muito, com todo o meu coração, a paciência e carinho que vocês tem comigo. Não sei se mais pessoas voltarão a ler, mas se não, não sei se vou continuar adaptando livros pra postar, ok? Eu já não tenho tanto tempo quanto tinha antes, e somado à pouca atividade por falta de leitor, meio que dá uma desanimada de ficar adaptando. Então, por enquanto, essa é a última adaptação que eu vou postar pra vocês. Mas não fecharei o blog, então todas as que postei continuarão aqui.
É isso, princesas! Amo vocês