19.9.14

Capítulo Vinte e Seis






JOE ESFREGOU os olhos, então se espreguiçou, braços acima da cabeça. Suas costas emitiram uma série de estalos satisfatórios, relaxando.
Pronto. Ele havia terminado. Ah, ele sabia que era apenas um primeiro rascunho, escrito em apenas uma semana. Precisaria de mais uns dois meses para completá-lo, para adicionar camadas e detalhes.
Mas o esqueleto estava ali. E era sólido. Pelo menos ele achava que era.
Joe foi tomado pela exaustão se arrastando pelo seu corpo. Mas a mente dele girava em milhões de direções. Ele precisava dormir. Precisava de comida decente. Mais, ele precisava de um banho.
Não, tudo de que precisava era Demi. Vê-la, tocá-la. Ele mataria para prová-la. No entanto, mais que tudo, ele queria que ela lesse seu trabalho. Que dissesse se ele havia atingido aquela barreira emocional que ela estipulara. Para ver se ela estava certa.
Com uma olhada para o relógio, ele calculou quanto tempo levaria para se arrumar e chegar à casa dela. Será que 22h era muito tarde para aparecer?
Joe pensou no assunto, então apertou o botão da impressora antes de se arrastar para o chuveiro. A promessa de ver Demi acabou com o último bocado da fadiga dele.
Ele não podia esperar.
Ele mordiscou as coxas dela, fazendo-a se contorcer com um desejo desesperado. As correntes em seus pulsos beliscavam sua carne, lembrando a ela de que era prisioneira dele. Sua escrava sexual.
Franzindo o cenho, Demi despertou da história para descobrir o que havia captado sua atenção. Levou alguns segundos para se desligar da batida aleatória da música do Aerosmith ressoando em seu aparelho de som.
Seu cérebro ainda estava mergulhado na cena da escrava sexual de um dos livros mais antigos de Joe. Ela levou mais dez segundos para perceber que a batida era em sua porta da frente. Companhia? Ela olhou para o rádio-relógio no criado-mudo ao lado da cama e franziu a testa. Mais de 22h? Provavelmente a sra. Johnson, que morava ao fim do corredor, tivera alguma emergência.
Ela jogou as cobertas para o lado e ajeitou os óculos sobre o nariz. Correndo até a porta, viu seu reflexo no espelho e fez uma careta. Parte de seu cabelo estava presa ao redor do lápis no topo de cabeça, o restante estava arrepiado em volta do rosto. Um rosto que, graças ao hidratante, brilhava tanto que suas sardas refletiam as luzes acima. Calça larga e uma camiseta maltrapilha completavam o visual.
Ah, bem, sua vizinha idosa não iria se importar. Deixando a correntinha de segurança travada, por via das dúvidas, Demi abriu a porta.
Droga.
Ela olhou horrorizada para o homem parado à sua porta. E foi só o que conseguiu fazer para não bater a porta na cara dele.
– Joe? – A visão dela começou a rodopiar em uma névoa negra de pânico.
– Vai me deixar entrar?
Precisava? Será que ela poderia pedir a ele para retornar dentro de dez minutos? Cinco, se ela só fizesse a maquiagem e ficasse nua em vez de encontrar roupas decentes.
– Demi? – perguntou ele, o olhar azul brilhando, divertido. – Eu acordei você?
– Não, eu estava… – Ficando excitada e com desejo lendo o livro dele? Em vez de compartilhar aquela notícia, ela fechou os olhos e tentou encontrar uma saída. Nada. Com um suspiro, fechou a porta, deslizou a corrente de segurança e reabriu a porta para deixá-lo entrar.
Medo, veloz e furioso, corria dentro dela. Seus dedos agarraram o tecido puído da calça enquanto ela mordia o lábio.
Ela não queria que Joe a visse daquele jeito. Nunca. Ela até mesmo tinha feito uma lista de roupas e lingeries casuais e bonitinhas para comprar se eles acabassem ficando juntos, e bolou um plano sobre como fazer para estar sempre arrumada e estilosa.
– O que você está fazendo aqui? – Ela podia ouvir o pavor no próprio tom, mas ele, aparentemente, não, pois simplesmente deu de ombros e lhe deu um beijinho breve na bochecha antes de cruzar a soleira para adentrar a sala de estar.
Ele deu uma olhada rápida na direção dela, mas então afastou o olhar tão depressa que Demi não conseguiu ler a expressão em seus olhos. Ela cerrou os dentes, passando um dedo nas linhas penduradas de sua camiseta. Ai, meu Deus, ela devia estar pior do que tinha imaginado. Sentindo-se em carne viva e exposta, ela respirou fundo algumas vezes enquanto aguardava que ele explicasse o motivo de estar ali.
Mas ele simplesmente ficou andando pela sala, em silêncio.
– Hum, você pode me dar um segundo? – perguntou ela, espiando o quarto. Será que era possível salvar a situação? Fim do plano “facilite para ele enxergar seu eu verdadeiro e veja se ele ainda está interessado”.
– Eu preciso da sua ajuda – disse ele, em vez de responder a ela. Seu tom era tenso e só um pouquinho desesperado.
– Tudo bem – concordou ela imediatamente. Não se sentia menos nua, mas não podia deixá-lo na mão. – O que posso fazer?
– Eu... – Ele olhou ao redor, então olhou para o maço grosso de papéis presos por um elástico que segurava. Estendeu a ela exibindo um olhar tão vulnerável que o coração de Demi disparou. – Pode ler isto? Preciso saber o que você acha.
– É claro. – Com a paranoia da autoimagem esquecida, Demi se apressou em pegar os papéis. Incapaz de se conter, ela abraçou Joe.
Assim que seus braços o envolveram, ele gemeu e a apertou com mais força. De olhos fechados, ele a beijou na boca, um beijo violento e desesperado. Carente e selvagem. Demi estremeceu quando sua língua encontrou a dele. Os dedos infalíveis de Joe encontraram os mamilos rijos dela sob o tecido puído da camiseta. Demi gemeu e chegou mais perto.
Mais. Ela queria mais. Então Joe se afastou e, dando a ela uma olhada breve, sorriu e balançou a cabeça.
– Não. Eu preciso que você leia isto para mim, está bem?
A preocupação na expressão dele dizia a ela para não tomar a rejeição como algo pessoal. Ele obviamente tinha algo mais importante lhe corroendo naquele instante.
– Vá em frente e sente-se – disse Demi para ele. – Eu só vou, bem... você quer beber alguma coisa ou algo assim?
– Preciso que você leia do mesmo jeito que faria com um trabalho – falou Joe para ela. Demi franziu a testa diante da intransigência do tom dele.
– O que quer dizer?
– Não como minha amante, mas como crítica literária.
O calor queimou bem fundo no ventre dela perante a referência como sua amante. O olhar se voltou para o sofá onde ele lhe proporcionara aquele primeiro orgasmo.
Talvez, se lesse depressa, ela poderia ter mais um esta noite?
– Para o meu escritório?
– Perfeito.

*****

Assim como prometi, amanhã começo a maratona. Serão três capítulos amanhã e três no domingo, ok? Okay espero que vocês estejam gostando, pois nos próximos capítulos as coisas vão esquentar ahaha, enfim, se divirtam, beijos 

4 comentários:

  1. Posta só mais um hoje por favor
    O capítulo tá perfeito
    To super ansiosa para a maratona

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    1. Haha, hoje não dá amore, os capítulos já estão programados certinhos pra esse fim de semana.. Mas pra acalmar sua ansiedade, vou te adiantar que o próximo vai ser postado 12:30 ok? Auahsuha boa noite, beijinhos <3

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  2. Adorando!!! Ansiosíssima para a maratona.....

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  3. Imaginei a Demi sem maquiagem e de óculos ♥♥♥♥♥
    Amanhã eu vou sair, mas na medida do possível vou comentar ok?
    Não pare de postar por favor, amo essa fic.

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