DISTRAÍDA DE sua autopiedade por causa de seu relacionamento com o
pai, Demi riu. Ela nunca havia tido uma conversa telefônica safadinha com um
sujeito.
Olhou para sua calça esgarçada de moletom vermelho e para a
camiseta da banda AC/CD. Sentia-se como uma fraude conversando com ele em seu
visual desmazelado, normal, mas ela consideraria aquilo um teste para ver o
quão profunda tinha sido sua transformação. Afinal, ele havia gostado da nudez
dela, e talvez fosse ficar tão interessado quanto por telefone se não fizesse
ideia de que a calça tinha um furinho nos fundilhos puídos.
– Não estou vestindo muita coisa – disse, com uma risadinha
ofegante.
– Você está na cama? – Antes que ela pudesse responder, ele emitiu
um som e disse: – Ah, é claro que não está. Você disse que estava revisando a
resenha.
Ela sentiu uma pontada de culpa lhe ferroando a nuca. Demi tinha
planejado ler o primeiro livro escolhido por ele em seu escritório, assim
poderia manter o assunto estritamente profissional. Mas não conseguira parar de
pensar em Joe a ponto de sossegar e ler seriamente. Finalmente, já correndo
contra o prazo, ela voltara à fórmula do testado e aprovado e levara o livro, o
laptop e uma lata de refrigerante para a cama.
Demi olhou para o livro que havia terminado de ler. Com uma capa
de cores ricas, com a imagem de uma estátua famosa, estava na lista dos mais
vendidos. Era uma escolha interessante para a primeira resenha, e sim, ela
ficara um pouco distraída demais pensando em Joe para lhe dar atenção total.
No entanto, ela já havia lido o tal livro quando fora lançado, por
isso estava completamente confortável com a resenha. Dando uma olhadela para a
tela do laptop, Demi apertou “enviar”.
Agora poderia se concentrar em problemas mais importantes... ou
seja, naquele debate intrigante. Se o sexo por telefone poderia ser
classificado como um passo além para Joe reconhecer o poder das emoções em um
relacionamento sexual, ela deixaria para descobrir depois.
– Para falar a verdade – disse ela lentamente, enquanto fechava o
laptop e o colocava no chão antes de se deitar encolhida de lado –, estou na
cama.
– E o quão pouco está vestindo exatamente? – A voz dele assumiu um
timbre rouco que enviou calafrios para o âmago de Demi. Ele soara daquele mesmo
jeito quando descrevera para ela o jeito como iria beijar seu corpo e onde iria
beijá-lo. Ele usara do mesmo tom quando dissera a ela como lhe dar prazer.
Aquele tom deixava Demi úmida.
– O quão pouco você gostaria que eu estivesse vestindo? –
perguntou ela. – Tenha em mente que está um pouco frio aqui. Preciso de algo
para me aquecer.
Demi riu da própria resposta idiota, mas, oras, ela nunca havia
tido aquele tipo de conversa. Como Joe também riu, ela imaginou que estivesse
se saindo bem.
– E você? – questionou ela. – O que está vestindo?
– Estou de roupa – admitiu ele. – Eu estava tentando escrever e
enfrentando um bloqueio criativo.
– Isso parece... duro – disse ela, com uma risadinha. – Talvez eu
possa ajudar...?
– Você quer me ajudar?
– Não fique tão chocado. Poderia ser útil, se você me desse uma
oportunidade.
A risada dele foi de pura malícia.
– Você ficaria surpresa com o quanto poderia ser útil. Estou preso
em uma cena de sexo. Quer ter uma conversinha safada comigo?
Demi corou. Não pôde evitar. O sujeito havia colocado o rosto
entre as pernas dela e a levado ao êxtase, mas a ideia de ter uma conversinha
devassa a constrangia. Que loucura.
– Você pode querer ficar mais à vontade – sugeriu ela, para ganhar
tempo enquanto tentava descobrir exatamente como era uma conversinha travessa
ao telefone.
– Nunca fico à vontade perto de você – admitiu ele. –
Principalmente quando há chance de ocorrer sexo, mesmo que apenas verbal.
Ela gemeu levemente, então estremeceu. Mas ele ouviu e riu.
– Simplesmente imagine que estou aí, deitado ao seu lado – sugeriu
ele. – Finja que estou observando você.
Tensa, porém já excitada com a ideia, Demi deitou de costas e
fechou os olhos para visualizar a cena.
– Você está passando os dedos no meu cabelo. Estou observando o
brilho que reluz das mechas sedosas. – Ele aguardou, claramente esperando que
ela fizesse o gesto. Demi lambeu os lábios e então, dando um suspiro, soltou o
cabelo e passou os dedos por eles. Quando o fez, imaginou Joe ao seu lado.
Fingiu que os dedos dele estavam ali também.
– Seus dedos estão descendo pelo pescoço e suas costas estão
arqueadas. – Era como se ele estivesse lendo para ela, a voz de escritor em
alto e bom som. Aquilo fez Demi sentir como se estivesse escutando, encenando,
um dos livros dele. – Segure os seios usando as duas mãos. Erga-os, Demi.
Erga-os para que eu possa vê-los.
Como se em transe, ela fez o que ele pediu. Sua respiração
estremeceu e ela gemeu assim que seus dedos aqueceram seus seios através da
camiseta de algodão velha, roçando sobre os mamilos rijos.
– Isso, linda – murmurou ele, num tom rouco. – Estou imaginando
você, sua pele alva, quente e macia. Estou me imaginando deitado aí, observando
enquanto você passa a unha pelo mamilo, circundando com cada vez mais
intensidade até chegar à ponta rija. Estou pensando em você me dando aquela
olhada com seus olhos castanhos imensos, aquela que implora para que eu toque
você, prove você.
Demi se contorceu, pressionando as pernas apertadamente uma contra
a outra, e soltou um gemido ao pensar naquelas imagens.
– É uma tortura maravilhosa – continuou Joe – observar, saber qual
seria o gosto de seu mamilo, mas sem me permitir tocar você.
– O que você está fazendo? – perguntou ela, num sussurro. –
Enquanto me imagina, sabendo que estou me tocando, o que você está fazendo?
– O que você quer que eu faça?
– Quero que você faça a mesma coisa. – Com as cenas que ele
pintara vivas em sua mente, Demi pinçou seus mamilos rígidos e doloridos entre
os dedos, aproveitando a textura de sua camiseta para incrementar a tortura
maravilhosa. Sua respiração começou a ficar ofegante quando ela imaginou que
eram os dedos de Joe tocando ali. Que ele estava ali, observando.
– Quero que você fique excitado ao pensar em mim – disse ela, num
sussurro rouco. Precisava que ele ficasse tão excitado quanto ela. Precisava
saber que era capaz de enlouquecê-lo igualmente. – Quero que você fique tão
excitado que precise se libertar.
Joe gemeu.
– Deixe-me excitado, linda.
– Eu preciso me tocar – gemeu ela. – Estou imaginando que é você,
sua mão, seus dedos dentro de mim. – Desesperada para conseguir alguma forma de
alívio, ela passou uma das mãos pela barriga até chegar ao cós da calça, então
afastou o elástico frouxo e passou os dedos entre os cachos. Quando a umidade
envolveu sua mão, ela gemeu baixinho.
– Conte-me – implorou ele roucamente. – Leve-me com você.
Demi engoliu em seco duas vezes antes de conseguiu falar.
– Estou deslizando um dedo para dentro de mim. Dois, agora – disse
a ele. – Estou úmida, quente. Inchada.
O gemido de Joe desfez completamente as inibições dela. Demi
pincelava os dedos por seu calor intumescido, mordendo o lábio.
– Estou fingindo que você está aqui ao meu lado – disse ela, a voz
tensa. – Estou imaginando você, grosso, quente e duro. E é tão excitante saber
que isso é para mim.
– Estou duro – admitiu ele, a voz baixa e rouca. – Queria que
fosse sua mão em volta de mim, se movimentando cada vez mais depressa.
– Quero você, preciso de você. Meus dedos não são o suficiente, eu
quero sentir você. Conte-me o que deseja fazer comigo – implorou ela.
As frases foram ficando mais curtas, as palavras, mais
entrecortadas. Demi mal conseguia manter a concentração para falar mais. Com
uma das mãos acariciando os mamilos, ela usava a outra para estimular seu
centro feminino úmido, deslizando os dedos por cima, em volta, dentro, sempre
imaginando ser Joe.
Quando ele deu um gemido demorado de prazer, ela chegou ao limite.
Os dedos, escorregadios por causa das próprias secreções, pincelaram seu
clitóris uma vez, duas, então ela flutuou. Cores explodiram detrás de seus
olhos fechados, seus arfares se transformaram em gemidinhos de prazer.
Ao longe, ela ouvia a voz de Joe lhe dizendo o quanto ela era boa.
Finalmente, como se flutuando em uma nuvem macia de exaustão, ela
desabou.
– Você é incrível – disse ele.
Ela se sentia incrível. Fortalecida, poderosa, como se pudesse
fazer qualquer coisa. Nunca havia ficado tão ciente de seu “eu” físico antes
disso, antes da transformação e de Joe. E, não, ela disse a si, só porque o
sexo era ótimo. Ela poderia ter feito aquilo sozinha, embora a ajuda de Joe
obviamente tivesse sido uma coisa boa.
– Você também não é tão ruim assim – provocou ela, com uma
risadinha sonolenta. – E tenho de perguntar: ajudei em alguma coisa?
A gargalhada dele foi densa e maliciosa.
– Linda, ajudou mais do que você imagina.
– Eu me refiro à sua história.
Ele fez uma pausa, gemeu baixinho e então disse:
– Sim. Na verdade, ajudou. Eu vou escrever, você vai dormir.
Ela já estava a meio caminho de adormecer, então simplesmente
murmurou em concordância.
– Doces sonhos – disse Joe suavemente, a satisfação clara em sua
voz.
– Boa noite – murmurou ela, quando desligou o telefone.
Demi se acomodou sobre o travesseiro, exibindo um sorriso. Com o
corpo saciado e quente, ela sabia que sonharia com o que havia acabado de
acontecer. Sem parar, durante a noite toda... o que era muito bom, na verdade.
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Enfim consegui postar! Desculpem, novamente, pela demora. Segunda eu posto mais, ok? Se cuidem, beijos.
Demi querida, sua ajuda foi excelente!!
ResponderExcluirIncrível!
Só comentei agora porque estou cheia de trabalhos na escola e tô sem tempo
Posta logo!!
bjs.
Postado amor, espero que goste. Beijos <3
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