5.8.14

Capítulo Seis






APÓS UM intervalo comercial, o acordo estava selado. O produtor esfregava as mãos de satisfação, Sean havia informado aos telespectadores e Demi estava abatida de exaustão.
Ela deixou o estúdio repleto de testosterona e seguiu pelo corredor estreito. Chegou à porta de seu camarim e girou a maçaneta, apenas para descobrir que estava trancada. Com um gemido, se apoiou na parede oposta e jogou a cabeça para trás.
Estava com tanta pressa de fugir de Joseph Jonas e de seu carisma sexual arrasador que propusera as condições da aposta sem analisá-las. Ela não sabia o que a preocupava mais, o fato de ele ter aceitado ou o sorriso malicioso de Joe quando concordou. De um jeito ou de outro, Demi estava encrencada.
– Esqueceu-se de alguma coisa?
Ela nem mesmo se sobressaltou. No entanto, suspirou antes de abrir os olhos.
O sujeito ficava ainda mais lindo à luz natural. Parado ali no corredor deserto, ele ostentava um olhar de expectativa. Antes que Demi pudesse se perguntar o motivo, ela notou sua bolsa, que ostentava toda sua sedução feminina, pendurada nos dedos dele.
– Obrigada – murmurou pegando a bolsa. Mas, em vez de procurar sua chave, ela simplesmente ficou segurando a bolsa. A ideia de convidá-lo para seu camarim era simplesmente demais para ser cogitada.
Demi lançou um olhar para Joe, que estava parado ali em toda sua beleza masculina. Será que já havia conhecido homem mais sensual que aquele? Ela vira muitos homens lindos ao longo dos anos, mas nenhum exalava o nível de energia sexual de Joe. Definitivamente, nenhum homem que ela namorara chegara nem perto dos atrativos dele.
Ela se recordou de uma cena no livro mais recente dele. O herói havia encurralado a heroína em um corredor escuro. Após prendê-la de encontro à parede, ele descreveu para ela, em detalhes visuais, as muitas maneiras nas quais desejava transar com ela. Então a possuiu ali no corredor mesmo, bem em frente a uma janela de vidro laminado, as pernas dela enroscadas na cintura dele.
Demi espiou a cintura de Joe e se perguntou se sua perna conseguiria alcançar aquela altura. Os saltos altos definitivamente ajudariam. Sentiu uma respiração trêmula presa na garganta enquanto o calor espiralava pelo corpo. Um calor úmido se acumulava entre suas coxas, deixando-a chocada. Ela nunca tinha ficado tão excitada. Tampouco por um estranho, especialmente um com problemas tão óbvios ligados a relacionamentos e intimidade.
A culpa era dos livros dele, Demi tinha certeza. Eram como preliminares, já haviam despertado o desejo na cabeça dela. E, afinal, a mente era o maior órgão sexual, e o mais importante. Lado a lado com o coração, é claro.
– Eu vim trazer isto para você – disse ele, apontando a bolsa. – E confirmar se a aposta está de pé.
Ela afastou as teias de seus pensamentos e se concentrou. A aposta. As resenhas. E sua reputação, um tanto pública agora, em jogo.
– Estou de acordo tal como delineamos – disse ela lentamente. Pelo olhar dele, no entanto, havia algo além da simples aposta com a qual ela concordara. – Alguma coisa mudou?
– Não. Logan a anunciou no ar, está selado. Você vai resenhar meia dúzia de livros à minha escolha para a enquete on-line e veremos com quem os leitores concordam.
A segurança presunçosa nos olhos de Joe deixava Demi ainda mais determinada a vencer. Deus, até mesmo a ideia de tentar dar mais um passo adiante a deixava nervosa. Mas ela o faria. Essa era a proposta da transformação. Ser notada. Aprender a ser visível.
Convicta de seu objetivo, Demi lançou um olhar questionador para Joe, apesar da tensão. Ela sentia como se ele estivesse aguardando para dar o bote.
– Você está de acordo com a aposta? – perguntou ela.
Ele se inclinou para mais perto, o hálito mentolado quente no rosto dela.
– Estou de acordo. Mas eu gostaria de incrementá-la um pouco. Você sabe, torná-la um pouco mais... pessoal.
O modo como ele pronunciou, como se fosse algo que envolvesse rolar nus sobre lençóis de seda, fez o coração dela disparar.
– Como o quê? – arfou. E, mais importante, alertou a parte outrora alerta do cérebro dela: por quê?
– Eu estava pensando em uma aposta à parte. Você sabe, algo particular, só entre nós dois.
– Pensou nisso agora? Por que eu ia querer fazer uma coisa dessas?
– Porque você gosta de estar certa?
Ponto para ele. Demi poderia ter sido fisicamente invisível, mas definitivamente não estava acostumava a ter suas opiniões ignoradas.
Não que quisesse que Joe soubesse disso. Pela primeira vez, um homem olhava para ela como se quisesse devorá-la de forma demorada, lenta e prazerosa. Mas aquilo não era motivo suficiente para Demi fazer alguma aposta estúpida. Ou era?
Ela passou a língua pelo lábio inferior. O olhar dele semicerrou diante do gesto, como chamas azuladas flechando de desejo o corpo dela.
E talvez fosse isso mesmo. A torrente de energia sexual e o poder por ter um homem fisicamente atraído por ela, especialmente um sujeito como Joe, faziam Demi perceber que ela seria uma idiota se recusasse a oportunidade. A mulher ideal, forte e sensual que ela estava tentando se tornar não ignoraria aquilo, e sim agarraria com as duas mãos e tomaria posse.
– A pergunta é – disse ele baixinho, quando começou a contornar o lábio inferior dela com o polegar –: até que ponto você pretende ir para provar que está certa?
Era impossível ignorar aquele desafio. Mas Joe não estava prestes a convidá-la a tomar parte em uma aposta baseada em intelecto. Ele estava tentando adentrar em um campo completamente diferente. Uma área na qual ela nunca jogara. Quem diria que o medo poderia conferir contornos tão irregulares à expectativa?
– Eu sei que estou certa. O fato de você estar disposto ou não a admitir isso não altera minha certeza sobre esse fato.
– Adoro quando você fala desse jeito intelectual – comentou ele, com o corpo tão perto que Demi conseguia sentir o calor do peito dele penetrando a seda macia de sua blusa. – Você fica com um tom irritado e esnobe que nada tem a ver com o brilho sexy nos seus olhos.
– Como sabe que não sou uma intelectual irritada e esnobe? – perguntou ela, dando uma risadinha.
Em vez da negação direta e loquaz pela qual ela esperava, Joe assumiu uma expressão séria. Ele deu um passo para trás e lhe deu uma olhada lenta e intensa de cima a baixo. Desde seus pés pesarosamente doloridos no salto bicolor de 7cm, passando pelas pernas depiladas e hidratadas, até a saia estilo “ai meu Deus, é muito curta”.
Os olhos dele passearam pelos quadris, deixando Demi ciente das curvas que nunca tivera consciência que possuía até começar a vestir roupas mais cinturadas. Ele deslizou o olhar pelo cinto largo de crocodilo e se deteve sobre os seios contornados pela seda vermelha macia da blusa. O olhar dele não se demorou a ponto de deixá-la desconfortável, mas definitivamente transmitiu calor suficiente para aquecer o corpo dela.
Examinou seu rosto. Demi se perguntou se aquilo era coisa de escritor, um modo de catalogar traços.
– Você é inteligente, admito. Mas não tem nada de esnobe ou afetada. – Ele franziu as sobrancelhas e deu uma risadinha desconcertada. – Se muito, debaixo de toda essa sofisticação, eu diria que há um ar de inocência.
– Talvez eu seja inocente. Talvez a sofisticação seja uma fraude.
Ele balançou a cabeça.
– Não, já convivi com muitas mulheres. O suficiente para saber quando estão fingindo e quando são autênticas.
Demi gargalhou; ela devia ser melhor nessa coisa de fingir do que havia percebido. Ser considerada uma sofisticada nata era tão bizarro quanto novo. Mas Joe ficaria atordoado se soubesse que, na verdade, ela era uma geek cerebral incapaz de chamar a atenção das pessoas nem se estivesse cantando o hino nacional a plenos pulmões enquanto sapateava nua.
Empolgada com a avaliação dele, Demi suspirou e permitiu que seu corpo relaxasse, na medida do possível, enquanto estava tão próxima do homem mais sexy sobre a face da Terra.
– Então... qual é a aposta paralela? – perguntou ela, incapaz de conter sua curiosidade. Não que fosse aceitá-la. Isso seria loucura. Mas, Demi tinha de admitir na privacidade de sua mente, Joseph Jonas era o tipo de sujeito que fazia uma mulher querer ver como era bom se sentir “louca”.
– Provar que o sexo bom carece de emoções... – Ele fez uma pausa, a voz era puro calor líquido. – Ou admitir que o melhor sexo do mundo é puramente físico.
– Como?
O olhar dele dizia tudo.
Demi arfou. Claro, ela se sentia atraída por ele. Qual mulher viva não se sentiria? E ele lhe dera alguns olhares muito quentes que, se fossem de qualquer cara para qualquer outra garota, ela teria interpretado como interesse. Mas ela? E o homem mais sexy vivo?
– Espera que eu vá dormir com você? – sussurrou ela, a frase soando mais como uma declaração do que uma pergunta. Ela já havia feito sexo com aquele sujeito em sua mente pelo menos uma dúzia de vezes desde que ele adentrara no estúdio. Mas fazer sexo com ele de fato? Ela precisaria ficar nua. Realmente nua, e assim ele veria a verdadeira Demi sob a maquiagem e o sutiã com enchimento. Diabos, não.
– Você tem alguma ideia melhor para provar seu argumento? – perguntou ele, com uma risada maliciosa. O olhar de Joe deixava claro que ele estava excitado com a ideia. Demi semicerrou os olhos. Tinha que ser um truque. Os caras normalmente não lhe lançavam olhares demorados e sensuais. A menos que quisessem alguma coisa. Ou, no caso de Joe, quisessem distraí-la. Pior: fazê-la parecer uma idiota.
Os ombros de Demi ficaram tensos.
– Poupe-me – disse ela, fungando. – Não vou ter relações sexuais com você só para vencer uma aposta idiota.
– Não está interessada em aprender em primeira mão qual é a minha versão de intimidade?
– Tanto quanto você deseja experimentar uma relação amorosa cheia de compromisso – apontou ela, sendo tomada pela irritação.
– E você realmente acredita que para fazer sexo bom é preciso haver a presença de algo emocional?
– Acredito. Paixão é mais forte que luxúria – insistiu ela. Abanando a mão, ela gesticulou entre os dois. – Como seria fácil dizer “claro, vamos lá”. Aí poderíamos entrar por aquela porta ali e rasgar as roupas um do outro. Seria quente, selvagem e cheio de suor. Gritos de satisfação ecoariam pelo corredor. – Ela espiou o olhar presunçoso dele e arqueou uma sobrancelha antes de completar: – Seus gritos.
O sorriso dele foi breve e agradecido.
Demi prendeu a respiração diante da imagem, mas não permitiu que a paixão anuviasse seu argumento.
– Mas isso não ia fazer diferença. Seria apenas passageiro. Rápido, sem sentido e, uma vez que estivesse terminado, você iria embora sem pensar duas vezes. Isso – declarou ela – é luxúria. O que só serviria para provar que estou certa.
Os olhos dele escureceram para um tom azul-cobalto, a avidez queimando, nítida e brilhante. Pela intensidade de seu olhar, ele gostava da imagem que as palavras dela evocavam.
Joe deu um passo adiante e os mamilos de Demi se arrepiaram. Ela empinou o queixo, tentando esconder o fato de que não estava apenas excitada, mas também intimidada ao extremo.
– E se eu prometesse que, se você destrancar a porta, o sexo seria tão bom que faria você esquecer todo esse mito sobre o amor?
Demi engoliu em seco, mas não recuou. Não quando todas as suas crenças estavam em jogo.
– Eu posso esquecer momentaneamente. O sexo bom causa isso. – Pelo menos ela imaginava que causava. Pessoalmente, nunca tinha feito sexo bom o suficiente para esquecer o jeito como se sentira quando lera O amante de lady Chatterley pela primeira vez, muito menos esquecer algo tão importante quanto seus sentimentos. – Mas não é disso que estou falando. Estou dizendo que a verdadeira intimidade é mais do que “pá, pá, pá, obrigado, moça”.
– E eu estou dizendo que se o “pá, pá, pá” é feito do jeito certo, a moça é quem vai agradecer.
Demi revirou os olhos.
– Você está fazendo jogo de palavras – falou para ele.
– Palavras são minha especialidade. No entanto, não são a única coisa na qual sou bom – retrucou, com um sorriso pretensioso.
– Obviamente – murmurou Demi, sem a intenção de discutir as proezas sexuais dele. Afinal, o sujeito a deixava excitada e úmida só por estar ali parado. Se ele realmente fizesse alguma coisa, ela provavelmente derreteria em uma poça de gemidos.
– Então... – disse Joe, a voz esmorecendo quando se aproximou ainda mais. O calor irradiava do peito dele, fazendo uma chama queimar no baixo-ventre de Demi. – O que me diz? Um caso sem compromisso.
Sexo quente e selvagem.
Ele deu um último passo, roçando o corpo no dela. Demi conteve um gemido diante da doce pressão do peito dele de encontro aos seus mamilos ávidos, a coxa cálida e rígida entre as pernas dela.
Joe pôs as mãos na parede, uma de cada lado da cabeça dela, e baixou o rosto até suas bocas ficarem separadas por poucos centímetros. Demi engoliu em seco, incapaz de desviar o olhar das profundezas azuis dos olhos dele. Como se sob um feitiço irresistível, ela simplesmente esperou, tanto ansiosa quanto apavorada, para ver se ele prosseguiria.
Quando Joe o fez, não foi o beijo profundo e selvagem que ela estava esperando. Em vez disso, foi mais como uma provocação. Um roçar suave dos lábios, cálido, úmido e gentil. Se fosse qualquer outro cara ali, ela teria definido o beijo como meigo.
Com o olhar ainda prendendo o dela, Joe recuou só um pouquinho, o hálito aquecendo a boca de Demi.
O que fora aquilo? O sujeito mais quente que já grudara o corpo no dela, e aquele era o tipo de beijo que ela inspirava? Demi queria agarrar o cabelo dele e puxá-lo para si, saquear a boca dele com a sua. Beijá-lo com uma paixão profunda e intensa que nem mesmo ela sabia existir.
– Apenas pense no assunto – murmurou ele.
Demi semicerrou os olhos, mas, antes que pudesse dizer qualquer coisa, a boca de Joe mergulhou na sua outra vez, agora a arrebatando com uma ferocidade que refletiu bem em seu ventre. Ela cedeu ao poder furioso do beijo dele. O calor inflamou quando Joe arrastou a mão pela lateral do pescoço dela, então trilhou pela seda macia da blusa. Pela clavícula, pelo ombro, roçando muito sutilmente a lateral do seio. Demi estremeceu quando os dedos passaram pela cintura, a mão lhe agarrando a coxa. Um desejo inédito surgiu, e então ela puxou a saia, somente o suficiente para que a mão dele pudesse tocar a pele nua.
Se a própria ousadia já estava deixando Demi chocada, ficou fora de si com a reação dele. Os dedos de Joe apertaram uma vez, então ele deslizou a mão pela coxa, contornando até agarrarem a curva das nádegas. Com o corpo assumindo a liderança, já que era a primeira vez na vida que o cérebro dela sofria um apagão, Demi levantou a perna para envolver a cintura musculosa dele e lhe dar mais acesso. O gemido dele veio grave e gutural de encontro à sua boca. Ele se reposicionou, só um pouquinho, de modo que a perna ficou pressionando aquele ponto latejante que estava umedecendo a calcinha. O beijo ficou mais intenso, os dedos abarcando, apertando o traseiro dela no mesmo ritmo da dança da língua dele. A pressão virou um nozinho apertado, forte e exigente. Era tudo que Demi podia fazer para não se deixar pulverizar de encontro a ele em busca de alívio.
A intensidade da reação dela, a perda veloz de controle, deixou-a assustada. Não o suficiente para parar, no entanto. Nem perto disso.
Então já não conseguia pensar, mal conseguia reagir, quando ele se afastou. Não apenas a boca, mas o corpo inteiro. Joe deu um passo para trás, deixando-a agitada, ofegante e com frio nos pontos onde a carne havia sentido seu calor.
– Um mês – disse Joe, com um sussurro rouco. – Vamos nos dar um mês totalmente focados em prazer físico. No fim, você vai admitir que estou certo.
Ainda capturada por uma névoa de prazer, ela quase concordou... Na verdade, estava no meio do processo de concordar... quando absorveu as últimas palavras dele. Claro, até parece. Tudo que aquele beijo tinha conseguido provar era que ele sabia como usar a boca. Ela fechou os olhos para evitar a imagem que aquela percepção em particular projetava em sua mente, então balançou a cabeça.
– Você acha que vou me apaixonar por você ou coisa parecida? – acusou ela. Pela reação de seu corpo, seria fácil acreditar nisso. Mas aquilo foi algo puramente físico. Demi se conhecia muito bem. Joseph Jonas estava tão longe de fazer seu tipo que não havia possibilidade de seu subconsciente abrir seus portões emocionais para que ele pudesse entrar.
– Deus, não – disse ele, com uma risada que ricocheteou pelo corredor vazio. – Você é esperta demais para isso, e definitivamente não sou nada digno de ser amado. Acredite, eu ouvi isso de muitas mulheres para ter certeza.
Ainda excitada, porém determinada a agir de modo tão blasé quanto ele, Demi semicerrou os olhos. Por que não havia amargura nas palavras dele? Apesar de o pai tê-la ignorado, seu amor nunca fora questionado. Apenas suas prioridades. Ser chamado de indigno de ser amado seria, bem, basicamente uma desgraça. Mas Joe não parecia se importar nada com isso. Talvez realmente não acreditasse que as emoções fossem uma fantasia indulgente.
E talvez ela devesse isso a si, e a todos os leitores que estavam clamando por mais profundidade nos livros dele, para provar que estava errado.
Demi quase riu. Era como se fosse a própria versão de um serviço público. E se o acordo lhe rendesse o sexo mais incrível de sua vida? Bem, algumas vezes uma garota simplesmente tinha que fazer o serviço.
– Luxúria versus intimidade. Qual deles é de fato mais poderoso? Você sabe que está intrigada – atestou ele, correndo o dedo na lateral do pescoço dela. Só restava a ela não arquear e ronronar. – Pense nisso.
Vamos sair na sexta-feira e aí você pode me dizer o que decidiu.
Talvez tivesse sido o tom arrogante dele... Joe tinha tanta certeza de que ela iria recuar. Ou sua postura confiante, o quadril inclinado para um lado enquanto ele exibia aquele meio-sorriso que berrava “homem sensual no comando”. Ou tivesse sido aquela vozinha dentro de Demi, exigindo que ela abraçasse totalmente seu novo “eu”, a transformação de visual e tudo mais. Ela havia desejado deixar de ser invisível... bem, ele definitivamente a enxergava agora. Era quase como se ela fosse o tipo de mulher sobre a qual ele escrevia. Quente, sexy e autoritária. Sem quaisquer restrições a beijar grudada na parede no meio de um corredor.
Poderia também ter sido simplesmente por causa da natureza esmagadora daquela experiência toda, mas, finalmente, ela assentiu, devagar.
– Só estou concordando em jantar na sexta-feira – informou ela.
Os olhos de Joe se iluminaram em triunfo, mas ele apenas assentiu.
– E se você aceitar a aposta? Quais serão as condições? – questionou ele.
– Você quer dizer que ainda não foram definidas?
– Que tal se eu lhe der este prazer...?
A mente de Demi estava vazia. Ela não conseguia pensar em uma única coisa que não soasse estúpida. Mas estava tão confiante em sua posição sobre romance que isso realmente não tinha importância, então tomou emprestada a postura presunçosa dele e deu de ombros.
– Vamos deixar isso em aberto, certo? O vencedor determina o prêmio, dentro dos limites razoáveis. – Ela percebeu que tinha soado como se já tivesse concordado, então emendou rapidamente: – Se eu aceitar a aposta, é claro.
– É você quem manda.
Seus nervos se debatiam em expectativa enquanto Demi observava o rosto dele. O sorriso de Joe escorria satisfação, como se alguém tivesse acabado de lhe prometer um orgasmo de ordem mundial.
E, disse Demi a si, se prosseguissem com aquilo, ela com certeza teria um.
Enquanto caminhava até seu carro, Joe percebeu que não se lembrava de quando se divertira tanto com uma mulher. Considerando que ambos estavam completamente vestidos, ele tinha certeza de que era a primeira vez. Mesmo Angelina, com toda influência em sua vida, só tinha sido capaz de animá-lo fisicamente. Demi o estimulava a pensar, a querer, a rir. Era uma combinação potente.
Por mais que estivesse ansioso com a coisa toda, não acreditava realmente que Demi fosse aceitar qualquer uma das apostas. O máximo que esperava era mexer um pouco com ela, perturbá-la de leve para que pensasse duas vezes antes de mexer com ele.
Joe tinha certeza de que venceria a aposta das resenhas. Não porque não a considerasse uma boa crítica literária... Ele havia pesquisado e tinha de admitir, ela era boa. Mas ele havia escolhido os livros mais controversos, o que tornaria impossível para Demi angariar votos suficientes para vencer.
Uma vez que a conhecera, percebera que ela era dona de uma veia competitiva muito grande. Mas também havia uma camada reservada ali. Joe não conseguia decifrá-la. Mas planejava fazê-lo. Ah, sim, ele planejava dedicar bastante tempo decifrando todos os segredos deliciosos da srta. Devonne.
Fora por isso que ele se rendera ao impulso e a encurralara para fazer aquela outra aposta. Mas se a concordância dela tinha sido uma surpresa, as condições foram um choque. Ela as havia deixado em aberto, escancaradas.
Joe sabia o que desejava reivindicar. O empresário experiente dentro de si exigia que ele a obrigasse a refutar publicamente suas opiniões anteriores. O escritor sempre curioso dentro dele queria uma entrevista profunda, prometendo total honestidade. Joe queria mergulhar no cérebro dela, saber tudo que fazia aquela mulher enigmática funcionar.
Entretanto, Joe, o homem, não desejava nada além do prazer de ter o corpo de Demi embaixo do seu. Em cima. Recebendo-o em seu calor úmido glorioso. O corpo dele enrijeceu diante da lembrança daquele traseiro lindo em sua mão.
Dadas as opções, o homem excitado sempre vencia.


*****

Capítulo big pra vocês. O que acharam dessa primeira "safadeza"? Hahaha, amanhã tem mais capítulo, beijos.



2 comentários:

  1. Oie Gi! Peço desculpas por não ter comentado no cap passado!! Agora que pude ler...mas estou amando a fic!! Ela é maravilhosa!!
    E o que dizer deste cap? Uma palavra que eu usaria para definí-lo é perfeição!! Obrigada por postar!! Bju!!

    ResponderExcluir
  2. Amando, mal posso esperar para o próximo.... posta logo please!!!

    ResponderExcluir