DEMETRIA
LOVATO corria pela última quadra e meia rumo à cozinha e estúdio de Hamilton
Ramsfeld. Ela estava atrasada, mais do que atrasada, estava prestes a perder a
oportunidade de uma vida, a chance de estar no Premier Chef. E a chance de ganhar
um milhão em dinheiro e ter o próprio programa de culinária na TV. E de voltar
a trabalhar em uma cozinha que tivesse estrelas no Guia Michelin e provar que
todo o seu talento nato não fora desperdiçado.
Ela
estava atrasada porque tinha pouco dinheiro naquela semana, o que era culpa
dela mesma, pois havia gastado cada centavo disponível de sua renda em um novo
conjunto de facas para o concurso. A gasolina encarecera, e ela não pudera
bancar um tanque para viajar de San Diego para Santa Monica, então precisou
pegar um ônibus.
Agora
o suor pingava de suas costas, ela estava morrendo de calor, e as facas que
carregava na mão esquerda começavam a parecer que pesavam uma tonelada. Ela
atravessou as portas da frente do prédio e sentiu o ar-condicionado resfriando
as costas úmidas de imediato. Olhou para a mesa vazia na recepção.
–
Droga – disse baixinho, correndo até a mesa para pegar uma prancheta com uma
lista de nomes, incluindo o dela, e instruções para tomar o elevador até o 14º
andar. Apertou o botão do elevador e abriu a bolsa para procurar pela carta que
havia recebido dos produtores do Premier Chef, esperando que houvesse o número
exato da sala nela. A campainha tocou, e ela entrou no elevador, prendendo a
pontinha do pé no vão do fosso, o que a fez cair para frente.
Demi
xingou enquanto tropeçava no ar, esperando cair no chão, mas em vez disso,
atingiu uma pessoa de corpo tépido e sólido. Ela o ouviu xingar quando o jato
de líquido molhou ambos. Olhou para cima, murmurou um pedido de desculpas e
congelou quando encarou o par de olhos azuis como o mar do Caribe. Tentou se
levantar, mas soltou o braço dele e o agarrou pela cintura para não cair.
– Ai,
droga – disse ela. – Simplesmente não estou tendo um bom dia.
Ele
era alto, e ela podia notar, pelo modo como a segurava, que estava em forma.
Seu peito era musculoso, e os ombros, fortes. O queixo quadrado dava-lhe um ar
bem-sucedido. Quando ele olhou para baixo, aquele olhos azuis reluzentes
estavam gélidos. Não o suficiente para secar o suor que pingava pelas costas
dela, mas Demi certamente sentiu um arrepio. Ótimo, pensou, era como se o
universo estivesse conspirando para arruinar seu dia.
–
Desculpe – disse ela.
–
Tudo bem – respondeu ele, o sotaque sulista arrastado invadiu seus sentidos, e
ela deu uma segunda olhadinha. Ele tinha cabelo negro casualmente desalinhado
que lhe cobria a testa. O corpo era esguio e musculoso, não muito comum nos
chefs que ela já havia conhecido. E ela não tinha dúvidas de que ele era um
chef. – Talvez da próxima vez você deva olhar para onde está indo.
–
Obrigada, não tinha pensado nisso – rebateu ela. Não se sentia no clima para
ser doce e alegre, já que estava morrendo de calor e ficando pegajosa por causa
do líquido secando sobre sua pele. – O que você estava bebendo?
– Chá
gelado com muito açúcar – respondeu ele.
Claro
que estava bebendo algo típico de sua região, com aquele sotaque completamente
sulista ela não podia mesmo estar surpresa. Demi esfregou as mãos nas roupas e
balançou a cabeça.
–
Alguém lá em cima realmente me odeia.
– Lá
em cima? – questionou ele, contornando o corpo dela para apertar o botão do 14º
andar.
– O
universo, o céu ou como você quiser chamar os caprichos do destino – disse ela,
enfiando uma mecha do cabelo atrás da orelha.
– Por
que você está culpando uma força invisível se claramente está atrasada? –
perguntou ele. – Se estivesse aqui no horário, nada disso teria acontecido.
–
Touché – comentou ela.
O
silêncio cresceu entre eles, e Demi tentou simplesmente deixar rolar, mas ela
odiava o silêncio… sempre odiara.
–
Você está aqui para o concurso? – perguntou. Foi um palpite educado, mas ela
suspeitava que seria confirmado, afinal ele tinha uma bolsa de facas de chef em
uma das mãos.
– Sim
– disse ele. – Espero que você seja melhor na cozinha do que é no elevador.
– Ah,
você não me viu em minha melhor performance no elevador – disse Demi com uma
piscadela. Então, estendendo a mão para ele, se apresentou: – Sou Demetria
Lovato.
– Joseph…
Stephens – disse ele. Sua pegada era firme, e a mão, quente em contato com a
dela. As mãos dele mostravam sinais de que era chef há algum tempo, pois havia
marcas de queimadura e cicatrizes antigas. Se as mãos dele servissem como
referência, aquele sujeito sabia cozinhar.
Ela
olhou para o rosto dele, talvez por um período um pouco maior do que deveria,
incapaz de desviar o olhar da barba por fazer, o que lhe conferia uma aparência
bruta e sexy. Quando Demi voltou a fitar os olhos dele, notou que Joe havia
arqueado uma das sobrancelhas para ela.
Demi
largou a mão dele e esfregou a própria na calça jeans. Que diabos havia de
errado com ela hoje?
– Ah,
seu nome parece com o daquele ratinho no filme Ratatouille – comentou ela. Sua
sobrinha amava aquele desenho, e depois que o haviam assistido juntas, Louisa
insistira em comer Ratatouille no jantar.
–
Ratatouille? O prato feito com legumes?
– Não
– corrigiu ela. – O desenho animado. É sobre um chef que se sente perdido e
encontra seu toque culinário com a ajuda de um ratinho chamado Joe.
–
Hum… Não, meu nome é por causa do meu tio-avô – explicou ele. – Não assisto a
desenhos animados.
Ela
deu de ombros.
– É
bonitinho. Você deveria assistir um dia desses.
Ela
deu um passo para trás e olhou para ele.
–
Desculpe de novo por ter trombado em você.
– Sem
problemas. Eu fico mais sujo na cozinha – disse ele. – Hoje só consigo pensar
em cozinhar.
– Eu
também – replicou ela com um meio sorriso. – Sou a coproprietária da Sweet
Dreams, uma loja de cupcakes em San Diego.
– A
Garota do Cupcake – falou ele. – Eu li o perfil dos outros chefs esta manhã.
–
Garota do Cupcake? Minha sócia e eu temos uma confeitaria muito lucrativa… Eu
preferiria não ser chamada de Garota do Cupcake. – Ela queria ter tido a ideia
de ler os perfis também, talvez assim saberia mais sobre Joe. Mas como estava
atrasada, não tivera tempo.
Agora
era a vez de ele dar um passo para trás e lhe fazer uma reverência.
–
Minhas mais humildes desculpas, confeiteira.
–
Onde você trabalha? – perguntou ela.
–
Meio que estou na entressafra agora, mas trabalhei nas melhores cozinhas de
Nova Orleans.
–
Suspeitei disso – comentou ela.
–
Como?
–
Esse seu sotaque sulista arrastado te entregou.
Ele
sorriu devagar e com firmeza, fazendo a pulsação de Demi falhar brevemente. Ela
não conseguia distinguir exatamente o que era, mas havia algo de familiar no
sorriso dele. E também algo tão sensual que ela se perguntava se deveria descer
no andar seguinte.
Algumas
mulheres adoravam homens de uniforme, outras, homens com poder e dinheiro. Mas
para Demi o chamariz sempre fora a sensualidade mundana de um homem que sabia
cozinhar.
–
Você gosta do meu sotaque? – perguntou ele, falando de modo ainda mais
arrastado do que antes.
Ela
sorriu de volta.
–
Talvez.
Ele
arqueou uma das sobrancelhas para ela.
– A
maioria das pessoas acha meu sotaque charmoso.
– É
mesmo?
Ele
lhe deu um olhar medido e então piscou para ela.
–
Garota do Cupcake, esse sotaque sulista é uma parte importante da minha
personalidade – falou. – Algumas pessoas me subestimam porque se baseiam no meu
sotaque, mas uso isso ao meu favor na cozinha. Posso ser muito exigente.
Ela
sabia que Joe estava falando de cozinhar, mas um lado dela pensava que ele
também poderia ser exigente na cama. Demi pigarreou.
– Eu
também – retrucou. Administrar a confeitaria com Selena era um trabalho duro, e
elas só haviam alcançado o sucesso porque, para elas, a confeitaria sempre
vinha em primeiro lugar.
–
Garota do Cupcake…
– Se
me chamar de Garota do Cupcake mais uma vez, não vou ser tão legal.
–
Essa era você sendo legal? – perguntou ele.
E
embora o tom de brincadeira ainda estivesse ali na voz dele, ela olhou para
seus olhos e viu uma alusão de fagulha. Ela gostava dele e estava ansiosa para
detoná-lo na cozinha.
–
Acho que você não é o único que tem mais pimenta do que açúcar – provocou ela.
A
porta se abriu, e eles deram de cara com uma imensa fila de colegas esperando
para se inscrever.
–
Estou surpresa por ver tantas pessoas aqui hoje – disse ela.
– Eu
não. O prêmio em dinheiro atraiu todo mundo, de chefs executivos a cozinheiros
iniciantes – comentou ele. – Vou me lavar. Vejo você na cozinha.
Demi
o observou se afastar antes de se dar um tapa mental. Ela não estava lá para
repetir os erros de seu passado, mas para consertá-los. Desta vez iria fazer
direito, e isso significava não se apaixonar por mais um chef, mesmo que ele
tivesse um sorriso matador, um traseiro sexy e um sotaque charmoso.
*****
Meninas, ai está o primeiro capítulo. Espero que vocês gostem dessa fic.
O que acharam do primeiro encontro Jemi?
Se eu não postar muito essa semana, me desculpem, mas eu to ocupada com médicos e com a questão da colação de grau.. Amanhã mesmo tenho que ir pra escola ensaiar porque vou ser a oradora..
Qualquer coisa, me chamem no whatsapp ou no twitter: (44) 9993-7501 e @orgydemi
Enfim, se cuidem, beijos ♥
Joseph… Stephens? KKKKKKKK OXI..... arruma um tempinho pra postar sim :( essa fic é hot?
ResponderExcluirTo ansiosa, mas to.morta de sdds da outra :(
Já já você entende esse Stephens alsnak é hot sim akjsa, pois é, tbm sinto falta :'(
ExcluirCheguei atrasada e não pude votar, inclusive não aparece isso de votação no celular. De qualquer forma essa era a minha segunda opçãp de voto, devo admitir que chefes com secretarias ou sequestrador com vitima são meus pontos fraco.
ResponderExcluirE essas conversas que vi duplo sentido em todas, Jesus até imagino como será o decorrer da história.
Sam, xx
Cara, eu já to amando essa fic!!!!
ResponderExcluirE esse encontro deles!!?? Só conversas de duplos sentidos!!
Eu to muito ansiosa, posta logo!
Ameeeei
ResponderExcluirAdorei esse primeiro encontro..... ansiosa por mais...... continua logoooo.... tbém estou sofrendo de abstinência da outra fic..
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