9.12.14

Capítulo Seis




DEMI VENCEU outra vez, e quando sentou-se no carro para a viagem de volta à casa em Malibu, ela estava meio que em choque. Ao mesmo tempo que sabia ser capaz de cozinhar, a vitória era a confirmação de que ela era um verdadeiro talento, como sua avó costumava dizer. Era uma vitória amarga, no entanto, porque ela se deu conta do que havia jogado fora por “amor”.
– Parabéns – disse Vivian. – Pensei que ia pegar você no último minuto quando aquela carne de porco que você tirou do forno estava um pouco rosada.
– Pensei a mesma coisa. Quero dizer, churrasco Austin é complicado de superar. Tudo estava fluindo para mim hoje – respondeu Demi.
– Verdade. Eu provei seu prato e, por mais que seja doloroso para mim admitir isso, estava delicioso.
– Obrigada, Viv. O seu também estava bom – elogiou Demi.
– Estou surpresa por Dave ter ficado entre os três primeiros – disse Vivian. – Alguém com certeza o ajudou em suas aptidões de destrincha, ou ele estava escondendo o jogo ontem à noite… Você acha que ele é astuto o suficiente para fazer isso?
Demi não sabia. Ela deu de ombros e pegou seu diário de receitas para fazer algumas anotações sobre o prato que havia preparado. Por causa do estilo do programa, ela não havia tido tempo de fazer anotações enquanto estava cozinhando. Com apenas uma hora para cozinhar, simplesmente não havia tempo para analisar enquanto preparava. Uma coisa que havia observado era que Joe havia retrocedido em mais um sabor típico de Nova Orleans, o que havia lhe custado pontos na rodada final, de acordo com os jurados. Ela fizera um prato com sabores italianos, bem diferente da comida que havia apresentado antes.
Derrotar Joe era bom porque ele a havia desafiado e porque ela queria que ele a notasse e a enxergasse como aquela a ser superada. Mas ele pareceu bravo e chateado consigo depois que anunciaram Demi como vencedora. Isso era algo que ela não queria que ocorresse com ele.
Perder era difícil. Ela certamente o tinha feito em quantidade suficiente quando ela e Selena estavam competindo uma contra a outra em concursos de confeitaria. Demi nunca teria pensado assim àquela época, mas a rivalidade com Selena a ajudara a se preparar para o momento atual.
– Não consigo acreditar que Quinn está entre os três últimos. Foi um choque – disse Vivian. – Ontem à noite ele apresentou um ótimo prato.
– É diferente quando se cozinha contra o relógio – disse Demi, ainda fazendo anotações em seu diário. Ela não queria conversar sobre os outros chefs. De fato, o único que a interessava tinha um sotaque sulista arrastado. Ela sentia que talvez ele não estivesse em seu melhor dia.
Será que a noite anterior o havia abalado mais do que ele queria admitir?
Demi esperava que sim. Não queria achar que era a única que estava tomando decisões erradas e sofrendo por ambos. E ainda assim, ao mesmo tempo, ela realmente esperava que Joe não estivesse afetado por ela. Queria… não, precisava que o relacionamento com ele fosse do tipo despreocupado. Aquilo facilitaria as coisas quando eles seguissem caminhos separados. Para registrar o encontro entre eles como simples luxúria.
Ela se virou para olhar pela janela e se concentrou no fato de que todo o treinamento em Paris havia valido a pena. Ela nunca teria imaginado que poderia ganhar um carro cozinhando, admitia que havia conquistado muitas coisas como confeiteira e até mesmo começara seu próprio negócio, mas estas eram habilidades que ela evitava utilizar desde que abandonara a cozinha do chef Renard há muitos anos. Habilidades que ela associara a suas decisões ruins e que resultaram em um coração partido. Era gratificante saber que o sexo com Joe não soava como um erro de fato.
Embora não tivesse absolutamente plano nenhum de fazê-lo outra vez, Demi não se arrependia. Diabos, ela pensou, voltando o olhar para seu diário de receitas: se dormir com Joe elevava sua habilidade culinária a este nível, ela teria de descobrir como dormir com ele e não envolver suas emoções na coisa toda.
Eles retornaram à casa, e todos saíram dos carros. Demi tentou não prestar atenção em Joe, mas não conseguiu evitar. Um lado dela se perguntava se ele ainda queria encontrá-la naquela tarde. Mas ela sabia que ele iria querer. Se havia uma coisa que Demi tinha aprendido sobre Joe no curto período desde que o conhecera, era que ele nunca dizia nada se não estivesse falando sério.
– Acho que você colocou os jurados na sua mão – disse Quinn. – Difícil acreditar que uma pequena confeiteira de cupcakes está superando todos nós.
– Eu…
– Ela é uma chef habilidosa, Quinn. Pode falar a bobagem que quiser, mas estamos todos sendo julgados por nossos pratos – disse Joe baixinho com aquele sotaque sulista dele. – Ela não teria vencido se não tivesse merecido.
– Tanto faz – falou ele, e saiu de perto furiosamente.
Vivian ergueu ambas as sobrancelhas para Demi, como se para perguntar por que ele está defendendo você? Demi simplesmente deu de ombros. Ela não fazia ideia do motivo pelo qual Joe a defendera, mas um lado dela realmente gostava do que ele havia feito.
– Obrigada – respondeu Demi enquanto eles subiam os degraus até a casa.
– Joe está certo – disse Dave.
– Você se saiu bem hoje – Demi comentou com Dave.
– Eu só relaxei do jeito que Joe sugeriu. Parei de ouvir o tique-taque do relógio em minha cabeça e consegui pensar na comida – justificou Dave.
– Olhe para você, Joe, dando conselhos e defendendo chefs…
Joe ficou calado, então entrou na casa e foi até a sala de estar conjugada, especificamente até o bar.
– Não vejo objetivo em ganhar algo se todo mundo não estiver disputando no mesmo nível.
– Concordo – disse Vivian quando se juntou a Joe, servindo-se de gin e tônica. – E você, Demi? O que nossa vencedora deseja beber?
– Refrigerante diet – respondeu ela.
– E rum? – perguntou Vivian com um sorriso.
– Não – retrucou ela. Ainda precisava encarar uma conversa com Joe sobre a noite anterior e iria precisar estar com todo seu juízo intacto. Todos se dividiram em grupos enquanto debatiam sobre o que iria ser feito para o jantar.
Era um clima de acampamento de verão.
Devido à vitória de Demi, todo mundo quis ficar perto dela, e a tarde passou rapidamente, como um borrão, enquanto ela papeava com todos os chefs. Finalmente, a maioria dos competidores foi para os quartos enquanto alguns saíram para caminhar na praia ou surfar. Joe foi até Demi, que estava sentada em uma cadeira da varanda.
– Pronta para aquela conversa? – perguntou ele.
Não, pensou ela. Naquele momento, estava em paz. O caos em sua cabeça estava tranquilo, e ela estava saboreando o fato de ter feito o tipo de comida da qual sua avó teria ficado orgulhosa. Mas sabia que precisava lidar com Joe e com a noite anterior.
– Acho que sim.
– Não estou planejando torturar você – disse ele com um sorriso torto.
– Eu sei. É só que neste instante… deixa para lá. Vai soar bobo se eu disser. – Ela ficou de pé e começou a seguir em direção à margem da praia.
– Não tem nada de bobo em você, Demi. Eu subestimei você, provavelmente por causa do seu tamanho.
– Todo mundo sempre faz isso. Mas é como Shakespeare disse: “Verdadeira raposa era na escola; apesar de pequena, é perigosa.”
– Ele estava certo. É sempre engraçado para mim como a sabedoria do século XVII se aplica à vida moderna.
– Você conhece muita coisa de Shakespeare? – perguntou Demi.
– Sim. Minha mãe é professora de inglês no ensino médio, e meu pai diz que mulheres gostam de homens que lêem sonetos para elas.
– E você acreditou nele? – perguntou ela.
– Bem, até agora ele provou estar certo sobre mais algumas outras coisas. Eu nunca disse isso para ele, no entanto. Ele tem um ego imenso.
Ela riu devido ao modo como ele falou aquilo. Percebia pelo jeito como Joe contava que ele e os pais tinham um relacionamento íntimo. Ela não deveria estar surpresa, ele tinha a personalidade de alguém que possuía tudo. Um homem que estava muito acostumado a conseguir o que queria. Então o que exatamente ele queria dela?
– Você se lembra de algum soneto? – perguntou ela quando eles chegaram à praia e começaram a caminhar à beira d’água.
– Não mais – respondeu ele. – Mas eu não queria recitar Shakespeare para você. Eu queria conversar sobre a noite passada.
É claro que ele queria. – O que tem ela?
– VOCÊ QUER repetir o que aconteceu? – perguntou Joe.
Demi parou abruptamente e se virou para olhar para ele.
– Nós não estamos aqui para fazer sexo.
– Não, não estamos, mas existe algo entre a gente – disse ele.
Ela assentiu.
– Eu sei que você disse que me beijar fez você cozinhar melhor na cozinha do chef Ramone…
– O que você está tentando me perguntar? Se eu quero dormir com você outra vez para cozinhar melhor? – quis saber ele, ofendido por Demi ter feito tão pouco dele como homem. Mas então Joe percebeu que ela não sabia realmente quem ele era.
Ela mordeu o lábio e então deu um passo agressivo em direção a ele.
– É exatamente o que desejo saber.
Joe enxergou um desafio na expressão de Demi e soube que, apesar do jeito indiferente como ela estava agindo, a noite passada tinha significado mais do que sexo casual para ela. A última coisa que ele tinha pretendido fazer durante aquele concurso era se envolver com qualquer mulher. Estava tomando uma decisão drástica durante sua estadia na Califórnia e precisava se manter focado nisto.
Mas também sabia que a vida tinha um jeito de empurrá-lo para seguir a direção necessária, e não tinha exatamente certeza do motivo pelo qual estava tão ligado em Demetria Lovato, só sabia que não havia como negar isto.
– Eu não preciso de sexo para cozinhar bem – disse ele a ela. – Eu cozinho há minha vida inteira, mas ainda estava para achar uma mulher que me tirasse da minha zona de conforto na cozinha do jeito que você fez hoje.
– Mesmo? – indagou ela, dando um passo para trás e parecendo não notar a rebentação que lhe envolvia os tornozelos e encharcava a barra da calça jeans. – Desculpe.
– Não peça desculpas – falou ele, e segurando a mão dela, começou a caminhar outra vez, receoso de dizer muito mais coisas. Mas Joe já havia revelado mais do que deveria, considerando que eles eram concorrentes. Ainda assim, mentir sobre a atração que sentia por Demi não teria sido aceitável para ele. – Eu só queria que você soubesse que não estou brincando com você.
Ela suspirou profundamente.
– Estou feliz por isso. Tenho que admitir que fiquei com um pouco de medo de isto ser parte de sua estratégia. Embora, para ser honesta, tenha parecido voltar contra você hoje. O que aconteceu quando você estava cozinhando?
– Não sei – admitiu ele. – Só recuei para os pratos e sabores com os quais estou familiarizado.
– E os jurados não queriam isso. Acho que eles querem que a gente evolua… você sabe, você me deve um prato. Tem que cozinhar para mim.
– Eu sei. O que quer que eu faça para você? – perguntou ele.
– Não sei. Algo que vá fazer eu me esquecer de tudo o que sei sobre você. Faça-me um prato que vá me obrigar a enxergar você sob um prisma diferente – disse ela. – Assim como a oferta de um petisco sobre Shakespeare fez.
– Você gostou daquilo, não foi?
– Sim – admitiu ela. – Você tem uma voz muito bonita, eu não me importaria de ouvi-lo recitar alguns sonetos para mim.
– Talvez nossa próxima aposta envolva isto – disse ele.
Ela balançou a cabeça.
– Você não vai querer me ouvir tropeçando em inglês arcaico.
– Talvez você tenha que ler algo um pouco mais picante para mim. Acho que não haveria nada mais sexy do que ouvir você falando sobre suas fantasias.
Ela corou e balançou a cabeça outra vez. O vento agitava sua franja.
– Eu não sou… isto é, eu não tenho…
Joe gargalhou quando percebeu que a imperturbável Demetria Lovato ficava desconfortável ao falar sobre sexo. Ela era sedutora ao extremo e fez o que queria quando eles estavam no momento de intimidade, mas havia um lado dela que era tímido no que dizia respeito às palavras.
– Não consigo acreditar que você não tem fantasias – disse ele.
– É claro que tenho – protestou ela. – Todo mundo tem, mas isso não significa que eu queira falar sobre elas.
– Eu quero.
– Não estou surpresa. Apesar do que o seu pai te disse sobre os sonetos, você ainda é homem. Qual o motivo para homens gostarem de ouvir mulheres falando assim? – perguntou ela.
– É sexy – disse ele. – E não estou interessado nas fantasias de todas as mulheres.
Ela se virou para olhar o mar. Ele se perguntou se realmente iria conhecer todos os segredos dela, mesmo ciente de que ficariam juntos ali por seis semanas. O interior de Demi era muito particular. Será que Joe seria capaz de descobrir mais a respeito dela através de sua culinária e de seus pratos? Ele duvidava. Sentia que ela estava se escondendo não apenas dele, mas do mundo. Ela só o deixava enxergar o que pensava que ele queria ver.
O acanhamento ao falar sobre sexo provavelmente era uma das primeiras coisas genuínas que ele fora capaz de descobrir a respeito dela. Demi era toda ousadia e coragem, mas debaixo daquilo havia uma mulher vulnerável.
Ele estava sendo honesto quando disse que a desejava e que não tinha nada a ver com o concurso, no entanto via agora que aquele fato em especial tornava o relacionamento entre eles complicado. Será que ela, ao menos, queria lhe dar uma chance?
– Como você se sente em relação à gente se conhecer melhor durante o concurso? – perguntou ele. – Não estou tentando manipular você.
Ela se voltou para ele, os olhos acinzentados tão tempestuosos quanto o Golfo do México durante um furacão.
– Não sei. Quero dizer não. Estou aqui para provar algo a mim e para vencer. E sei que você está aqui pelo mesmo motivo.
– Isso mesmo. Ambos estamos cozinhando pelo nosso futuro – disse ele. – Acho que todo mundo aqui está.
Joe percebeu que Demi não tinha respondido à pergunta. Não de fato. Tinha a sensação de que, se deixasse, ela nunca responderia.
– Não vou ignorar o que acontece entre nós dois, Garota do Cupcake. Eu quero você, mas mais do que isso, quero conhecer você.
– Eu entendo, mas não tenho certeza do que responder. Não faz diferença se eu responder não e pedir a você para me deixar em paz. Você já faz parte de mim. Droga, eu não deveria ter dito isso.
Ele riu e a puxou, fazendo-a desequilibrar e cair em seus braços, e então, abaixando-se, a beijou com toda a frustração mal contida que sentira durante o dia todo. Quando ele levantou a cabeça e se afastou dos lábios dela, eles estavam inchados, e os olhos, semicerrados. Joe queria carregá-la para algum lugar privado e fazer amor com ela. Mas sabia que, da próxima vez que ele e Demi fizessem amor, as coisas iriam mudar entre eles, e não haveria volta.
– Existe alguma coisa entre a gente – disse ele.
– Eu sei. Eu queria que fosse só a culinária – admitiu ela. – Sempre tive um gosto péssimo para homens.
– Talvez seu gosto esteja mudando – disse Joe, relutante em permitir que ela o amontoasse no mesmo balaio dos sujeitos que tinham vindo antes dele.
Espero que sim, pensou Demi.
– Já fui magoada e não quero cometer o mesmo erro outra vez, mas eu sempre sou muito lerda para aprender as coisas.
– Quais erros?
Ela balançou a cabeça.
– Não é uma história que eu queira te contar.
– Conte a versão mais curta, que caiba em um post.
– A versão de 140 caracteres? – perguntou ela, no entanto sorriu para ele.
– É.
– Pensei que contos de fadas pudessem se realizar e acreditei em toda as palavras ditas por ele. Bote aí a hashtag #deviatersidomaisesperta.
– Que tipo de contos de fadas? – perguntou Joe.
– Que existe um cara para mim. Um homem que poderia me completar e me dar o final feliz. Mas isso não é realista. Não posso ignorar a verdade sobre as mulheres da família Lovato.
– Que verdade é essa?
– Vivemos sozinhas – respondeu ela.
– E seu pai?
– Nunca conheci meu pai ou meu avô. Nenhuma das mulheres em minha família conheceu seus pais… sabe o que isso significa, Joe?
– Não sou esse tipo de homem.
– Você está prometendo alguma coisa para mim? – quis saber ela.
Demi não acreditaria nele. Afinal, promessas eram apenas palavras, e ela precisava de… não, merecia atitudes.
– Não.
DEMI FICOU um pouco surpresa por Joe ter sido tão honesto com ela. Um lado dela tinha que respeitar a honestidade dele. Mas a garotinha dentro de si, que ainda queria acreditar em contos de fadas, estava decepcionada por ele não ter cumprido o esperado.
– Acho que é isso.
– Sim, é – disse ele. – Não vou fazer você perder tempo fazendo promessas quando você provavelmente não vai acreditar nelas. Simplesmente vou ter que convencê-la de que não sou como os outros homens que passaram pela sua vida.
Ela prendeu a respiração, e o coração falhou uma batida. Ele estava falando sério? Ou será que era apenas um truque para fazê-la acreditar… Ele teria que ser bem cruel para dizer esse tipo de coisa… para alimentar suas esperanças apenas para destruí-las depois.
– Tudo bem, prove.
– Não tenho como provar agora, tenho?
– Não – respondeu ela. Pensando que ele provavelmente nunca provaria. Demi não iria criar qualquer esperança em relação a Joe. Ele estava ali por motivos particulares, assim como ela. Não havia por quê complicar as coisas mais ainda.
– Acho que devemos voltar.
– Ainda não. Quero que você me mostre a cidade.
– Hum… por quê?
– Temos a tarde livre e, se vou preparar uma refeição para você, preciso conhecer você melhor.
– Ha – disse ela. – Como é que passear pela cidade comigo vai ajudar nisso?
– Eu estava pensando que poderíamos ir à feira de fazendeiros de Los Angeles.
– Os produtos bons já terão acabado. Além disso, aquilo está mais para um shopping center com comerciantes fixos.
– Então mostre-me algo que defina Los Angeles para você – disse ele.
– Eu sou mais do sul – disse ela. – Los Angeles realmente não é meu tipo de cidade.
– Não acho que os produtores do programa vão nos deixar dirigir até San Diego – disse ele com aquele meio sorriso que a deixava sem fôlego.
Não havia como negar que Joe era um homem muito atraente. Mesmo parado à beira da praia, com o vento bagunçando seu cabelo negro cacheado e espesso, ele ficava mais sensual. Os olhos estavam sombreados pelo sol. A camisa complementava o peito largo. O jeans desbotado abraçava as pernas, e quando ele se virou, Demi permitiu que seu olhar se demorasse sobre o traseiro dele. Ela queria esticar a mão e tocá-lo, mas não o fez. Precisava se controlar. Até ele provar a ela que não a amaria e abandonaria.
– Bem?
– Bem o quê? – perguntou ela. Distraída pelo corpo dele. Queria ter podido ver mais dele na noite anterior.
– Para onde podemos ir que defina Los Angeles para você? – perguntou ele. – Em que você está pensando?
– Em nada – disse ela. O restaurante Johnnie’s Culver City lhe veio à mente. Não era longe de onde eles estavam, e os sanduíches de lá eram… bem, não realmente a cara de Los Angeles, estavam mais para as delicatessens judaicas de Nova York. O tipo de coisa capaz de transportar o comensal para outro lugar.
Era perfeito para demonstrar o que ela havia dito a ele mais cedo.
– Tive uma ideia. Vou falar com Nick e ver se podemos conseguir um carro.
– Muito bem. Acho que provavelmente teremos que levar outras pessoas conosco – disse ele. – Não consigo enxergar os produtores permitindo apenas nós dois saindo juntos.
– Concordo. Tudo bem, Joe. Você vai descobrir um jeito de me cortejar mesmo com outras pessoas em volta.
– Está certo – respondeu ele.
Eles retornaram à casa, e Demi ficou feliz por finalmente estar no meio dos outros participantes do programa. Havia uma tensão na casa, provavelmente porque os três últimos colocados do desafio teriam de cozinhar no dia seguinte focando em permanecer no concurso. Ela estava feliz porque nesta noite só precisava pensar em Joe, e não em ir para casa depois da primeira semana.
Ela encontrou Nick e perguntou a ele se eles podiam ir até o Johnnie’s. Vinte minutos depois ele confirmou que podiam, e sete deles seguiram para os carros. Demi ficou surpresa por Quinn ter se juntado a eles. Achou que ele fosse querer ficar e treinar suas habilidades com a faca, assim como Liam e Frances, que também ficaram entre os três últimos.
Ela estava espremida no banco de trás, entre Joe e Quinn. Tentou não dar bola para o fato de ainda adorar o perfume da loção pós-barba de Joe.
– Algum de vocês já esteve no Johnnie’s antes?
– Eu não – respondeu Joe. – Esta é minha primeira vez em Los Angeles.
– Eu estive aqui antes, mas costumo frequentar os restaurantes top de linha – disse Quinn. – Não estou surpreso por você gostar de lanchonetes.
– Qual é o seu problema comigo? – perguntou ela a Quinn.
Ele deu de ombros.
– Eu só não enxergo como é que alguém com seus gostos pôde me superar na cozinha.
– Meus gostos? Quinn, comida não precisa ser um negócio feito para gourmets o tempo todo. Hoje o desafio foi cozinhar para universitários. Você realmente não entende onde errou? Não importa o quão obscuros sejam seus ingredientes se o cliente não gostar… isso é uma lição básica da culinária.
– Ela está certa – completou Joe. – Tentei apresentar um novo prato no meu último restaurante, e a clientela se revoltou. Eles queriam os pratos que esperavam encontrar lá.
Quinn assentiu.
– Acho que eu não estava enxergando o panorama.
Demi sorriu.
– Eu disse que estava errado – admitiu ele.
– Eu não quero que você esteja errado, apenas que pare de me culpar porque não venceu.
Ele ficou calado durante o restante do trajeto e, quando encostaram diante do restaurante na Sepulveda e todo mundo desceu dos carros, Joe segurou a mão de Demi e a parou.
– O quê?
– Eu só queria que estivéssemos juntos quando subíssemos até lá. O que tem nesse restaurante que fala ao seu coração?
– A tradição dele – falou ela. – E ele me lembra de uma viagem a Nova York que fiz com minha mãe e minha avó. Comemos em uma lanchonete lá… Foi uma viagem legal. As únicas férias que realmente tive com minha mãe, já que ela ficava trabalhando o tempo todo. Quando eu dou uma mordida em um sanduíche de pastrami aqui, eu me lembro daquele dia e da risada dela.
Demi temia ter falado demais, mas Joe apenas assentiu.
– Para mim, uma das melhores patisseries é o Café du Monde. Meu pai e eu costumávamos caminhar até lá todos os domingos de manhã, e eu ficava sentado enquanto ele lia o jornal. Éramos só nós dois…
– A comida deveria causar isso sempre – disse Demi. – Nem sempre consigo captar isto, mas é por isso que as receitas tradicionais são importantes, para encontrar aquele sabor familiar e levá-lo a algum lugar novo.
– Sim – concordou ele.
Mas Demi podia ver que Joe estava perdido em seus pensamentos. Ela se perguntava se havia revelado demais ao levá-lo ali, mas daí havia aprendido ao longo dos anos que a maioria das pessoas enxergava apenas o que queria ver, tanto nela quanto em si mesmas. Joe não iria perceber o quanto a comida era importante para ela e para seu passado ou que era a chave para todos os segredos dela. Ele teria de escutar as coisas que ela não dizia para descobrir aquilo. E ele era, afinal, apenas um homem.

*****

Eu também estava torcendo pro Joe, mas a Demi ganhou, akslj
Sim, tudo aconteceu bem rápido mesmo, e eles já estão bem envolvidos, mas bem, acreditem ou não, só mais um capítulo e já tá na metade da fic, aksljaisa
Ela não é nem de longe longa como a anterior, e agora com esse esquema de quatro comentários, dou no máximo uns três dias pra ela acabar, asjao.. Essa é uma das mais diferentes né? E bem fofa também..
É isso, beijos

7 comentários:

  1. Apaixonada pelos dois...... continua.... surtando aqui....

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  2. Nossa, vamos por partes.....
    Pensei que sairia mais um hot na praia. A Demi é tão insegurança, acho que ela já ta caída no Joe, ele eu não sei... n ta totalmente caído na dela, mas ta quase ne? Quinn é meio idiota ne, ainda bem que a Demi não se abala com isso...
    Demi ta sr abrindo aos poucos, mas será que ela vai ter uma reação boa quando souber quem é a família de Joe?
    To curiosa pra saber o que esses desafios irão render.

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  3. Estou amando a nova fanfic...
    Vc tem Twitter?
    Mt legal a história, vc é fa da demi ou de alguém mais?

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    1. Ps: os comentários tao com senha de confirmação

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    2. Que bom amor.. Tenho sim -> @orgydemi
      Sou só Lovatic ♥ e você?
      Ah, sério? :( mudei o layout e esqueci de tirar, que mancada minha. Mas obrigada meu anjo, vou tirar agora mesmo!

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  4. aaaah ta perfect!!! q coisa q a demi nao da o braco a torcer

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  5. Que fofura os dois, o que será que o Joe vai cozinhar pra ela ? Já estou até vendo o clima de sedução , tenho certeza que ele será a sobremesa dela kkkkkkk. O próximo capítulo promete, roendo as unhas.... posta logo.

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