JOE
MANTEVE distância de Demi quando ambos retornaram à casa. Ele pegou algumas
coisas na despensa e começou a cozinhar. O concurso parecia um pouco mais real
para todo mundo quando encaravam o fato de que no dia seguinte um deles teria
que ir embora.
Aquela
noção de que um deles poderia ir embora a qualquer momento deixava
Joe
determinado a aproveitar o tempo com Demi ao máximo. Então ele fez um prato
para ela se lembrar do que havia contado sobre a mãe na cidade de Nova York.
Enquanto ele nunca havia estado em Los Angeles, tinha uma história antiga com
Nova York. Um de seus tios era dono de uma escola de culinária exclusiva lá, e Joe
passava três semanas no Meatpacking District, em todos os verões, aprimorando
suas habilidades de chef.
Havia
outras pessoas trabalhando com ele na cozinha agora, mas sem a conversa alegre
da noite anterior. O concurso havia ficado sério hoje. Liam, um dos chefs a
ficar entre os últimos, estava refazendo exaustivamente o mesmo molho que tinha
preparado mais cedo naquele dia. O molho que rendera a ele péssimas críticas.
Liam
tinha uma barba cuidadosamente aparada e olhos castanho-escuros que pareciam
ver o mundo de forma fatigada. Ele era alto, mas não tanto quanto Joe, com sua
figura de 1,83 metro, e era um pouco encorpado. Ele se movimentava quase de
maneira desajeitada quando não estava em sua estação de trabalho. Mas uma vez
com uma faca nas mãos, suas aptidões vinham à tona.
– Já
descobriu? – perguntou Joe quando notou que o chef havia parado de fazer
anotações em seu caderno.
–
Quase. Não faço ideia do que eles vão jogar em cima de mim amanhã, mas molhos
sempre foram meu ponto fraco. Eu sei misturar um buerre blanc, mas é só isso.
Devia ter pensado melhor antes de tentar fazer um molho hoje.
–
Você fez o que tinha que fazer para tentar vencer.
–
Fiz?
–
Sim, você precisa ir além do seu limite. Foi isso que percebi hoje. Não posso
simplesmente fazer o que sempre fiz – disse Joe. Não era nada além da verdade,
e ele queria ter descoberto isso mais cedo. Era mais do que provável que aquela
fosse a razão de sua relutância em assumir a posição de chef principal do
Gastrophile. Ele tentara inserir novos pratos no cardápio, mas hoje havia
percebido que tinha feito do jeito errado. Havia um modo de colocar sua marca
no restaurante sem estripar o que era feito antes. E essa era a chave.
–
Verdade. Estou no mesmo barco. Cozinhar sempre foi fácil para mim, quando nada
mais era. Esta é a primeira vez vez que falhei totalmente. Não gosto disso.
Joe
riu.
– Nem
eu. Estou muito acostumado a vencer.
Liam
sorriu para ele.
– Eu
aceitaria o terceiro lugar entre os três primeiros.
–
Aposto que sim. Da próxima vez, nós dois ficaremos entre os três primeiros.
– Dá
próxima vez, vou ser o número um – disse Liam. – Vou te deixar terminar de
preparar sua comida.
Joe
finalizou seu prato e então colocou tudo em recipientes plásticos e em um
isopor que encontrou na despensa. Deixou sobre o balcão e saiu para procurar Demi.
Ela estava sentada na beira de sua cama, com o diário de receitas aberto,
relendo suas anotações. Ele ficou ali por um longo instante, apenas olhando
para ela. Embora tivessem se passado apenas alguns dias, a impressão dele a
respeito dela havia mudado radicalmente desde aquele primeiro momento, quando
se conheceram, no qual ela derramou chá nos dois.
No
entanto, uma coisa ainda não havia mudado. Joe ainda a desejava e iria
continuar a desejá-la, ele suspeitava, não importando quantas vezes a
possuísse. Havia algo quase elusivo naquela mulher. Algo que ele simplesmente
não conseguia afastar, independentemente de quantas vezes tentasse.
Joe
notou o jeito como o cabelo cor de azeviche de Demi estava enfiado atrás da
orelha e da longa curva do pescoço. A blusa que ela usava abraçava os seios e a
pequena cintura. As pernas estavam cruzadas sob o corpo em uma posição que ele
duvidava ser capaz de reproduzir mesmo que tentasse durante horas.
–
Gosta do que vê? – perguntou ela, uma ponta de humor na voz.
–
Você sabe que sim, chère – respondeu ele, demorando-se com o olhar sobre o
corpo dela. Ela se remexeu na cama, descruzando aquelas pernas bem torneadas e
ficando de pé.
– Seu
jantar está pronto – disse ele, fazendo uma leve reverência.
–
Ótimo. Estou interessada em ver o que sua viagem de campo nesta tarde inspirou.
Não
era a comida que o estava inspirando, e Joe sabia disso agora. Se tivesse esse
conhecimento e estivesse em seu juízo durante o desafio na Universidade da
Califórnia, ele apostava que teria vencido hoje. Mas não vencera. Ele só podia
usar tal percepção para se assegurar de que se manteria entre os três primeiros
e prosseguir a cada semana do concurso.
–
Espero que você se surpreenda – disse ele.
– Com
certeza me surpreenderei. É raro ter um homem cozinhando para mim – falou ela,
seguindo-o pelo corredor até a cozinha.
Considerando
o pouco que Joe sabia a respeito do histórico pessoal dela, aquilo não era tão
surpreendente assim.
– Os
homens com quem você se relacionou não eram chefs.
– Um
deles era – disse Demi, quase sussurrando.
Ele
pegou o isopor e a guiou pela sala de estar até o pátio atrás da casa.
–
Podemos comer aqui… ou na praia, onde teremos mais privacidade.
–
Voto na praia – falou ela. – Não quero que todo mundo saiba que estamos
jantando juntos.
– Por
que não?
– As
pessoas vão falar – disse ela. – Não importa que não haja regras sobre
confraternização, mas eu sei o quanto a fofoca pode ser maldosa. Acho que ambos
vamos ficar mais confortáveis se mantivermos isso em particular.
Ele
assentiu. Achava a mesma coisa. Além disso, não queria dividir Demi com mais
ninguém. Havia algo de muito intenso na atração que sentia por ela. Ele queria
conhecê-la melhor e lhe ocorreu, enquanto eles caminhavam pela praia para
encontrar o local perfeito para o piquenique, longe dos outros frequentadores,
que ele havia criado um jantar esta noite para seduzi-la. Ele devia ter
imaginado.
Para Joe,
a comida era uma das experiências mais sensuais. Ele abriu a manta que havia
pegado no armário de lençóis e ficou observando enquanto Demi se sentava bem no
centro dela. Ele pôs o isopor ao lado dela antes de sentar-se também.
Joe
abriu o isopor para pegar a garrafa de vinho que havia embrulhado em uma toalha
resfriada e a posicionou no lado gelado do isopor. Ele a abriu habilmente e
então pegou duas taças e serviu para ambos.
Demi
pegou uma taça da mão dele.
– Te
digo uma coisa, você escolheu o lugar perfeito para jantar. Brisa suave, sol se
pondo… Estou quase seduzida só de estar sentada aqui.
–
Quase é a palavra-chave, quando esta refeição terminar, você estará totalmente
seduzida.
– Não
estou muito certa disso, mas gosto da sua confiança.
– Eu
também gosto da sua – disse ele. Se havia uma qualidade que sempre se destacava
em Demi era sua crença em si mesma. Ele a admirava por isso. Sabia que ela
havia dado duro para tal, ao contrário dele, cujo talento já era sempre
presumido por causa de seu DNA.
– Um
brinde à confiança e ao ego, e esperando que sempre haja espaço na cozinha para
os nossos.
Ele
sorriu a ergueu a taça em direção à dela.
– À
confiança.
Joe
notou que ela manteve o contato visual com ele enquanto bebia o primeiro gole
do vinho. O pai dele dizia que apenas as pessoas com enorme bom senso faziam
isso. O vinho era seco e estava resfriado, exatamente do jeito que ele gostava.
–
Pronta para ser impressionada?
–
Sempre – respondeu ela.
Ele
pegou os vasilhames e os pratos que havia embalado.
–
Enquanto arrumo seu prato, por que você não me conta sobre o outro chef que
mencionou?
A mão
dela tremeu enquanto bebia mais um gole do vinho e uma gota
espirrou
em seu lábio. Demi o encarou, e Joe se perguntou se o que dissera a chateara.
–
Presumo que simplesmente foi mais um homem que não cuidou de você.
A
ÚLTIMA coisa sobre a qual Demi queria conversar era sobre o passado, mas
atualmente Jean-Luc Renard parecia estar em todo lugar. Mas ela sabia que
precisava, pelo menos, dizer alguma coisa. Joe havia se esforçado mais do que
ela esperava naquele jantar de aposta.
A mão
de Demi tremeu outra vez. Será que ela estava mesmo pensando que eles poderiam
ser um casal? Pensou na maneira como lidava com seu relacionamento com Selena,
e elas possuíam um contrato profissional como rede de segurança para garantir
que Selena fizesse jus à sua parte no contrato. Embora agora que conhecia Selena,
Demi compreendesse que a outra nunca a deixaria na mão.
Mas
não sabia disso no início. E, cansada de ser machucada outra vez, fizera todo o
possível para se proteger. Ela se afastara da Confeitaria Sweet Dreams com a
crença de que poderia confiar nas mulheres, mas não nos homens. E agora estava
olhando para Joe e se perguntando se podia confiar nele.
Ela
queria confiar.
– Vai
pegar o prato ou simplesmente ficar olhando para ele? – perguntou Joe, a voz
baixa, como se sentisse que ela estava nutrindo pensamentos profundos.
Demi
queria gritar de frustração consigo. Qualquer outra mulher simplesmente
aproveitaria a noite e o romantismo, mas ela estava calculando todos os
movimentos dele contra seu frágil coração e tentando conhecê-lo cautelosamente
enquanto tentava se proteger. Era mais difícil do que deveria, porque Demi
sentia como se pudesse acreditar nele.
Queria
que Joseph Stephens fosse apenas o que parecia ser: um chef desempregado que
sabia cozinhar como ninguém e dono de um charme arrebatador.
–
Sim, vou pegar. O cheiro está delicioso – disse ela.
– Eu
esperava que você fosse gostar. Por que não deixa sua história sobre
amores
passados para outra noite? – sugeriu ele. – Não quero você pensando em outro
homem enquanto saboreia meus pratos.
Ela
assentiu. Também não queria pensar em Jean-Luc. E uma coisa que facilitava
ainda mais para ela ignorar seu amor do passado era o fato de o chef com três
estrelas no Guia Michelin nunca ter cozinhado para ela. Aquela devia ter sido a
primeira pista de que o que eles possuíam não era verdadeiro… – O que você
preparou?
–
Cidade de Nova York – respondeu ele, com aquele sorriso maroto típico. – Você
disse que suas lembranças mais felizes estavam associadas à sua mãe e essa
cidade.
–
Você conhece Nova York? – perguntou ela. – Como alguém de Nova Orleans se torna
familiarizado com uma cidade grande como aquela?
– Eu
saio do pântano de vez em quando – disse ele ironicamente.
– Não
foi isso o que eu quis dizer. Desculpe. É só que você parece totalmente
enraizado ao sul – explicou ela. – É surpreendente, só isso.
–
Bem, prove e me diga se é uma surpresa boa ou não – falou ele.
Ela
afastou os pensamentos sobre o passado e, em vez disso, se concentrou no
presente. Joe não havia provado ser nada diferente de um amante ardente, chef
de primeira-classe e um sujeito muito legal que gostava dela. Demi colocou a
taça de vinho na mesa improvisada que Joe havia feito com a tampa do isopor e
pegou o garfo de prata pesado que ele lhe entregara.
Cuidadosamente,
pegou um pedaço de carne, que estava empanada e com molho, um pouco do risoto
cremoso e levou à boca. O cheiro estava incrível, e sua boca já estava cheia
d’água. Quando abriu os lábios, notou que Joe encarava sua boca. Deixou a
língua mirar no sabor antes de dar a primeira mordida.
Ele
semicerrou os olhos e, de repente, Demi se perdeu na comida, assim que a
sensação de estar em Nova York lhe invadiu o paladar. A comida tinha aquele
conforto aconchegante que Demi sempre recebera da mãe, mas também aquela
ousadia que ela sempre sentia quando estava em Nova York. Fechou os olhos e se
esqueceu de tudo, admitindo que, se ele cozinhasse daquele jeito na semana
seguinte, ela e os outros concorrentes estariam fora da disputa.
–
Está gostoso – disse ela finalmente, bem ciente de que suas palavras foram um
elogio fraco para o prato que havia acabado de provar.
Ele
assentiu.
–
Obrigado. Não vou deixar que todos esses elogios efusivos me subam à cabeça.
–
Como se você precisasse de mim para dizer que você é bom – falou ela. – Este
prato é Nova York, mas também minha experiência lá. Como você fez isso?
Ele
se inclinou para frente e lhe tocou o rosto. Como se ela fosse mesmo capaz de
ignorar Joseph Stephens.
– Eu
escutei você – disse ele. – Tudo o que você disse nesta tarde sobre lembranças
gastronômicas fez eu perceber que estava faltando um tempero poderoso em minha
maleta de chef. E esse tempero era a experiência pessoal.
–
Nota mental… Pare de dar conselhos a Joe se quiser vencer este concurso – disse
ela com um sorriso arrependido.
Ele
riu, conforme Demi esperava que fizesse, mas aquilo não reduziu a tensão dentro
dela. De algum modo, ela sabia que a mera menção ao seu amante em Paris tinha
sido responsável por baixar seu astral. Tinha achado que quase seis anos seria
tempo suficiente para atenuar não apenas as lembranças dele, mas o controle
dele sobre ela, mas estava percebendo que não era bem assim.
Demi
imaginava que algumas das feridas tinham sido fundas demais. Mas também sabia
que havia tantos elementos similares aos que fizeram com que se apaixonasse por
Jean-Luc especificamente na situação atual com Joe. A comida, a paixão por
cozinhar… aquela visão um tanto gaulesa sobre a vida, compartilhada por ambos.
–
Acho que você vai se sair bem. Você tem um dos melhores instintos gastronômicos
que já vi. Meu avô teria adorado ter você como aprendiz na cozinha dele.
–
Quem é seu avô?
Joe
mordeu o lábio e desviou o olhar dela, mirando no próprio prato por um minuto.
–
Ninguém, na verdade, só um velho chef que dizia para mim que cozinhar é algo
que vem da alma, mas até eu ouvir você falando sobre isso, nunca havia
compreendido exatamente o que ele queria dizer.
–
Então você está dizendo que eu faço você se lembrar de seu avô? – perguntou
ela.
– Nem
um pouco. Mas você tem, sim, o mesmo instinto visceral que ele. Acho que ele
ficaria muito impressionado com você – disse Joe.
–
Você está impressionado? – perguntou ela. Quis soltar um lamento depois de ter
dito aquilo, mas também realmente queria que ele gostasse dela. Que enxergasse
todos os seus talentos e nenhuma de suas falhas. Mas que droga, pensou ela. Demi
já estava começando a esperar que ele pudesse ser o homem que ela enxergara
naquela noite. Um homem que tinha os mesmos objetivos, a mesma alma que ela.
Aquilo era algo no qual ela realmente precisava trabalhar se quisesse ter
qualquer chance de se proteger para não se apaixonar por Joe.
–
Chère, você não fez nada senão me impressionar desde o instante em que caiu nos
meus braços – disse ele.
Ambos
terminaram de jantar, e então Joe arrumou os pratos de volta no isopor. Demi
percebeu que ele mantinha tudo tão limpo e ordenado quanto sua estação de
trabalho quando estavam cozinhando.
–
Você é muito organizado.
– É
uma coisa boa em um chef – disse ele.
–
Sim, mas mesmo longe da cozinha. Por que isso? – perguntou ela. Podia não ser
nada, mas, mais uma vez, poderia ser a chave para decifrar Joe.
– Meu
pai dizia que um homem sem disciplina para se manter organizado não tem
disciplina para administrar uma cozinha.
– E
esse foi seu objetivo? – questionou ela.
– Foi
minha herança – respondeu ele.
Havia
uma seriedade na voz dele, e Demi se perguntou que tipo de expectativa a
família devia colocar nele. A decepção que deviam sentir por ele estar
desempregado agora. Joe precisava daquela vitória, pensou ela, quase tanto
quanto ela.
– Da
sua família Creole?
–
Seguramente – replicou ele.
Ela
segurou a mão dele.
–
Você é um grande chef, Joe. Ninguém pode tirar isso de você, e não importa se
você é o chef principal do restaurante mais famoso de Nova Orleans ou o
fornecedor de comida de rua em Nova York, você ainda está honrando seu talento.
JOE
FICOU lisonjeado com as palavras de Demi, e aquela era uma opinião que sua avó
teria ecoado, mas seu pai, seu avô e seus tios tinham um plano diferente para Joe
e seu futuro. Eles queriam que ele recebesse o manto de chef supremo e
continuasse a tradição na cozinha que havia ganhado três estrelas no Guia
Michelin. E, pela primeira vez, Joe compreendeu que poderia não querer tomar
aquele caminho.
Ele
havia vindo até ali com, aparentemente, uma meta, um objetivo, no entanto,
desde o segundo em que conhecera Demi, tudo mudara. Não importava o que ele
havia dito a si no passado, havia algo no instante presente que parecia a
verdade. Era como se a vida dele estivesse mudando e ele não tivesse
experimentado isso fora da cozinha antes.
Ele
se reposicionou sobre a manta, até ficar atrás de Demi, e a puxou para seus
braços, de modo que as costas dela encontraram o peito dele. Ela se sentou
rigidamente no início. Então toda sedução que Joe criou com sua comida não a
havia feito relaxar com ele. O sexo deve ter criado mais barreiras entre eles
do que ele havia imaginado, pensou Joe.
Sob
toda a sua atitude de garota durona havia um interior delicado que Demi
protegia como uma guerreira feroz. E a intuição dizia a Joe que era porque ela
havia sido magoada… decepcionada pelas pessoas em geral. Mas mais do que isso.
Ele se lembrou do que ela dissera sobre nenhum homem ter permanecido em sua
vida. Nem pai, nem avô. Nem namorado.
E
embora soubesse que as próprias intenções eram honrosas, havia um lado dele que
sabia que precisava ter muito cuidado. Ele não fazia ideia se aquela atração
era apenas empolgação por estar em um lugar novo e conhecer um tipo de mulher
que ele nunca encontrara. Aos 30 anos, tinha idade suficiente para se conhecer
e saber o que queria, mas não fazia ideia se conseguiria domar Demi e
convencê-la de que ele era do tipo de sujeito que permanecia.
Ou se
ele queria permanecer. O fato é que Joe estava mentindo para ela ao não contar
seu verdadeiro nome e sua história. E parte dele sabia que deveria dizer algo
para que ela soubesse, mas também não podia arriscar que os outros soubessem
quem ele era. E o segredo era seu fardo. Se em algum momento sua verdadeira
herança culinária ficasse conhecida, ele não iria querer que Demi pagasse o
preço por ele não ter se manifestado mais cedo.
Os
motivos de Joe soavam todos bons para ele, mas outro lado dele sabia que,
enquanto mantivesse esta vida em segredo, aqueles momentos idílicos com Demi
continuariam. Ele não precisava tentar decifrar a logística de se apaixonar por
uma mulher que morava na costa oeste. Ele não precisava encarar o fato de que a
vida dele sempre iria ser em Nova Orleans, enquanto a dela estava profundamente
arraigada àquela região ali. Ele meio que gostava da liberdade de ser Joseph
Stephens em vez de Joseph Jonas. Joseph Stephens podia ficar. – Está vendo
aquela constelação? – perguntou ele.
–
Sim. Órion, certo?
–
Sim, o caçador. É a mais visível de todas as constelações, você consegue vê-la
de qualquer lugar do mundo. Quando eu era mais jovem, meu pai precisou viajar
durante alguns anos, e toda noite ele me dizia para olhar para esta
constelação, pois ele estaria fazendo a mesma coisa. Ele dizia que assim
estaríamos juntos mesmo estando a quilômetros de distância.
Ela
relaxou de encontro a ele enquanto ele contava mais sobre o céu noturno. Joe
não sabia muito, mas já havia descoberto que, com Demi, a chave para
ultrapassar as barreiras dela era compartilhando mais a respeito de si mesmo.
–
Minha mãe e eu fazíamos isso com a lua. Ela mandava um beijo para a lua, e eu o
recuperava na hora de ir dormir… – disse ela, a voz vacilando um pouco.
– Eu
nunca havia contado isto a ninguém.
–
Tudo bem. Seu segredo está seguro comigo – falou ele.
Ela
se virou para olhar para ele.
–
Quero acreditar, mas o passado me ensinou que um segredo só fica seguro se você
não contá-lo a ninguém.
Ele
pensara exatamente a mesma coisa, e sabia que um homem que estava ocupado
tentando esconder alguma coisa não tinha chão onde se firmar. Joe se abaixou
para beijá-la, porque parecia melhor fazer aquilo do que fazer promessas que
ele sabia não ser capaz de cumprir. Queria dizer que nunca mentiria para ela,
mas como já estava mentindo…
Furioso
consigo por não ser capaz de ser o homem que queria ser com ela, Joe enfiou a
língua dentro da boca de Demi. Tentando mostrar a ela a verdade do único jeito
que podia fazer naquele instante. Ele a desejava, mas, mais do que isso, ele
gostava dela, a respeitava, estava encantado com ela. Queria que ela fosse a
mulher em sua vida, independentemente do fato de serem concorrentes atrás do
mesmo prêmio.
Ao
mesmo tempo que ele não estava pronto para jogar a toalha e conceder a vitória
a ela, sabia que, se Demi vencesse, ele não ficaria tão decepcionado quanto
teria ficado há uma semana. Já havia aprendido mais sobre si nos últimos dias
do que nos últimos quatro anos fazendo a mesma coisa todos os dias.
Joe
colocou as mãos na cintura dela e a abraçou quando levantou a cabeça. Os lábios
dela estavam inchados, e os olhos, fechados.
–
Isso quase saiu do controle.
–
Mesmo? Pensei que este pudesse ser seu plano para esta noite – disse ela.
–
Não. Quero conhecer a Demetria Lovato de verdade, para que na próxima vez,
quando eu levar você para minha cama… e será na minha cama, aí vou ter tempo
para explorar seu corpo. Nós dois sabemos que isso é mais do que simplesmente
atração.
Ela
dobrou os braços e pôs as mãos nos ombros dele, se inclinando para bem perto.
–
Você continua dizendo as coisas certas…
–
Isso é um problema? – perguntou ele, mantendo as mãos na cintura de Demi embora
quisesse deslizá-las para seu traseiro e puxá-la para si. Queria senti-la
cavalgando em cima dele e reivindicando mais um beijo para avivar a paixão que
existia entre eles.
–
Não. Mas já ouvi tudo isso antes. As mentiras, as frases prontas. E parte de mim
quer acreditar que você seja diferente, Joe, mas você é homem.
–
Sim, chère, sou. E sou um que você nunca conheceu.
Ela
balançou a cabeça.
–
Neste ponto você está certo, mas pela minha experiência todo homem está
escondendo alguma coisa, e meu instinto diz que você é igualzinho.
Ele
engoliu em seco e soube que, se mentisse, aquilo iria machucá-lo mais tarde,
mas concluiu que poderia compensar o erro. Demi precisava que ele fosse um
homem no qual ela pudesse acreditar. Precisava de um homem para provar para si
que havia mais em um relacionamento do que faíscas, e ele estava determinado a
ser aquele homem.
Ela
se virou, e ele a abraçou, mas desta vez, quando ela se acomodou no corpo dele,
Joe não sentiu a paz da noite ou o desejo de compartilhar histórias do passado.
Em vez disso, a mente dele estava ativa com o pensamento de que mais cedo ou
mais tarde teria de revelar a Demi quem ele realmente era. Mas quando?
*****
Nossa, vocês estão animadas mesmo, estão comentando bem rápido, ausaisj
Obrigada por avisarem que os comentários estão precisando de senha de confirmação, mas acontece que já tá desativado, eu já procurei tutoriais, ta tudo certo, mas não consigo tirar, alguém me ajudaaaaaaaaaa!!
Amo vocês, beijos ♥
Pq ele não conta logo quem ele é? Ela vai se decepcionar com ele, ele tem que falar a verdade logo. Continuaaaa.....
ResponderExcluirMeu deus , queria um chefe desse na minha vida!!! Que homem é esse? Se joga menina.... continua pelo amor de deus.
ResponderExcluirPosta posta posta. Posta posta posta posta posta posta posta posta posta posta posta posta posta posta posta
ResponderExcluiraaaaaai que lindos dkhskhskshskshsjsush meu, Joseph n ta mentindo ta omitindo então da pra relevar, acho que a Demi vai ficar chateada quando descobrir, pq ela já foi mágoada, espero estar errada rs
ResponderExcluirAi a confirmação de comentários já sumiu gi
ExcluirEu to amando a fic, acho que quando o Joe falar a verdade ela vai ficar chateada por ele ter escondido isso dela mas ela vai perdoar, não sei pq mas sinto que o ex da Demi vai aparecer no programa e isso vai acabar mechendo um pouco com ela mas não sei
ResponderExcluirMeus amores que lindosss ♥
ResponderExcluirEles estão caidinhos um pelo outro.
O Joseph tem que contar logo para a Demi a verdade, eu também acho que ela vai ficar chateada por ele tá escondendo isso dela.
Eu também to achando que o ex da Demi vai aparecer no programa como um dos jurados convidados, ou alguma coisa assim, mas acho que ele vai aparecer e ela vai acabar se prejudicando com isso.
Posta logo !!!
Beijos<3