14.8.14

Capítulo Doze






MESMO CONHECENDO o poder do sexo como conhecia, Joe ficou chocado com a intensidade com que reagiu ao prazer de Demi. Seu membro, já rígido e úmido por causa das secreções dela, estava dolorosamente inflado. Ele precisava possuí-la. Agora.
Ele levou a mão à boca, lambendo a essência dela de seu dedo.
– Deliciosa – murmurou ele, quando os olhos dela turvaram.
Torturando a ambos, ele ficou de pé. Precisava provar-se capaz de se afastar antes que perdesse a cabeça. Num movimento fluido, ele ergueu o corpo nu dela, úmido e suado, colocando-o na beira do sofá. Era a vez de ele tomar o controle.
Joe não teve pressa, deleitando-se no comprimento maravilhoso da perna dela enquanto acariciava desde a coxa úmida até a curva delicada do tornozelo. Ele ficaria sonhando com as pernas de Demi durante anos.
Ele segurou um tornozelo, então o outro, e os colocou sobre seus ombros. A visão por si só quase o fez chegar ao clímax ali mesmo, no sofá. Intumescidos e reluzentes, os lábios dela faziam um beicinho de boas-vindas. Com as mãos sob os quadris dela, Joe a ergueu, dando um último beijo naqueles lábios. O calor almiscarado, o sabor maravilhoso que era exclusivamente dela, preencheram os sentidos de Joe.
O gemidinho de satisfação dela foi tudo que ele conseguiu suportar. Joe pegou o pacote de preservativos que havia deixado no sofá quando se despiu e o vestiu. Então, soltando Demi até que apenas os tornozelos ficassem apoiados nos ombros dele, deslizou para dentro dela em uma única e poderosa investida.
O grito arfante dela preencheu o cômodo.
Necessitando se movimentar, ir mais depressa, Joe impôs um ritmo veloz. Com as mãos nos quadris dela, segurava-a quietinha enquanto investia e saía, voltando a entrar. Ele observava a reação dela com olhos semicerrados. Não podia atingir o clímax antes dela, e estava chegando mais perto a cada investida. Os seios dela, tão pequenos e perfeitos, inflavam e baixavam a cada arfada. Ele queria tocá-los, envolver os mamilos com a boca, mas estava muito longe.
Como se ouvindo os pensamentos dele, Demi se impulsionou de encontro às mãos dele. Quando Joe mostrou que não iria soltá-la, mantendo-a prisioneira de seu ritmo, ela agarrou as almofadas e então levou as mãos aos próprios seios, girando os longos dedos em volta das pontas rosadas.
Joe desacelerou, perdendo o ritmo. Os olhos dela se abriram e se fixaram nos dele. Demi os estreitou, observando-o atentamente enquanto pinçava os mamilos entre os dedos. Ele gemeu. Ela deu um sorrisinho, então ergueu um dedo para enfiá-lo na própria boca e sugá-lo.
Ele engoliu em seco quando ela retornou o dedo molhado para o mamilo, pincelando e girando cada vez mais rápido. Incapaz de fazer de outro modo, ele acompanhou o ritmo dela. Mais rápido, entrando e saindo.
A respiração dela vinha em espasmos agora, os tornozelos pressionando os ombros dele com força enquanto ela arqueava as costas. Quando ela apertou os seios juntos, exprimindo seu prazer, ele se rendeu ao próprio prazer. As paredes internas dela se contraíram em torno do membro quando ele chegou ao ápice, derramando-se dentro dela. A intensidade de sua libertação arrancou um berro dele.
Droga. Joe mal conseguia respirar, soltando os quadris de Demi para desabar no sofá com ela. Com um movimento, ele reposicionou os dois, de modo que ficou deitado esticado nas almofadas, com Demi encolhida em cima dele, os braços envolvendo o corpo trêmulo dela.
Joe navegou pela onda após o prazer, o corpo relaxando. Ele havia perdido o controle. Totalmente. Ela o havia desafiado a fazê-la parar de pensar, mas ele conseguira? Ah, ele sabia que ela havia se descontrolado. Mas, sem dúvida, tinha sido ela quem comandara. A respiração de Joe desacelerou para o ritmo normal, porém os batimentos levaram um pouco mais de tempo para se estabilizar. Provavelmente porque sua mente continuava a reproduzir as imagens de Demi quando ela alcançou o êxtase. Ele queria mais. Queria vê-la chegar lá, queria sentir a própria explosão dentro dela. De novo, e de novo, e de novo. Demi engasgou quando o membro de Joe, pronto para brincar novamente, roçou na perna dela.
– Ah, sim – prometeu ele, baixinho. – Vou passar a noite inteira fazendo você enlouquecer.
Demi se sentia maravilhosa. Seu corpo estava quente, extravagantemente desejoso e seriamente saciado. Os membros estavam pesados demais para se mexer. Nebulosa por causa do sono, sua mente estava muito mais lenta para despertar. O prazer a inundava, uma satisfação emocional intensa em desacordo com sua irritação normal das manhãs.
Ela foi acordada pela mão pouco familiar lhe abarcando um seio. Confusa, tateou a mão, notando os pelos salpicados no braço, o perfume masculino almiscarado preenchendo seus sentidos.
Joe. Então tudo voltou à sua mente como uma onda. Joe e o sexo mais incrível de sua vida. Demi corou até o ponto onde a mão dele estava posicionada, em sua pseudoinocência. O mamilo dela se arrepiou, cutucando a palma dele como se estivesse tentando acordá-lo.
Se ele acordasse, faria algo com aquela mão. E ela sabia em primeira mão que as coisas que ele fazia eram maravilhosas. Lembranças da noite lampejaram detrás das pálpebras cerradas, um sorriso malicioso curvando seus lábios. Emoções, doces e ternas, se misturavam à satisfação sexual. Ela queria abraçar o sentimento íntimo e rir.
Ela iria se levantar e preparar o café da manhã. Talvez algo doce para que pudessem colocar na boca um do outro. Perguntava-se se tinha alguma frutinha vermelha. Algo que fosse saudável e sensual. Com um suspiro profundo, Demi se imaginou servindo café na cama. Uma manhã perfeita depois de uma noite perfeita.
Meu Deus, eles tinham sido fantásticos juntos. Ela não fazia ideia de onde saíra aquela devassa selvagem, mas adorara. Se os braços de Joe não estivessem em volta dela agora, ela teria se espreguiçado e estremecido de satisfação. Aquilo havia sido, ela percebeu, como algo saído de um dos livros dele.
Demi abriu os olhos de repente. Droga. Tinha sido exatamente como algo dos livros dele. Selvagem, erótico, intenso. Até mesmo luxurioso. O que provava totalmente o argumento dele.
E lá estava ela, rindo e pensando em preparar o café da manhã para o sujeito. Como se a luxúria levasse a trocas de olhares sonhadoras por cima dos copos de suco de laranja. Aquilo tinha a ver apenas com a aposta. Ele não havia disfarçado suas intenções, e enquanto, sim, fora sensacional na cama, tinha sido apenas para provar seu argumento. No entanto, saber daquilo não impediu que as lágrimas fizessem os olhos de Demi arderem. Como ela foi idiota, caindo diretamente na armadilha e provando o argumento de ambos em apenas uma noite. Ele era todo luxúria, e ela automaticamente havia começado a tecer corações e flores na experiência deles, tentando deixar tudo bonitinho.
Demi engoliu em seco, subitamente muito ciente de sua nudez. E, pensou ela enquanto esfregava um dedo no rosto, estava sem sua máscara. Se Joe acordasse agora, ele veria a verdadeira Demi. A Demi de cabelo desgrenhado, rosto limpo, emocionalmente carente e cerebral. Ou, pior, ele não a veria. Afinal, ela tivera anos de invisibilidade por trás de si.
Nenhuma delas era aceitável. E ambas eram, tinha certeza, inevitáveis. Ela daria qualquer coisa para ser desejada, desejada de verdade. Ela inteira; o lado cerebral, o lado sensual recém-descoberto e, ela percebia, a garotinha insegura... ela só queria abraços e confirmação de que era importante.
Assim que Demi saiu da cama, com cuidado para não perturbar Joe, ela disse a si que era por causa da aposta que estava escapando para tomar um banho e colocar sua máscara bonita. Mas seu coração sabia que, na verdade, era por medo de que, quando ele desse de cara com seu “eu” verdadeiro, simplesmente olharia através dela, como se fosse invisível.


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