De volta à realidade
O avião aterrissou em Nova York
no que pareceu ser em tempo recorde. Eles tinham ficado muito quietos na viagem
para casa, sem saber como reagir quando saíram do avião. Demi permaneceu do
lado de fora do avião, os pés firmemente plantados no cimento da costa leste
quando respirou fundo o ar estagnado. Com a mão na sua pequena cintura, Joe a
levou até seu carro que estava esperando, observando um dos carregadores
colocar sua bagagem no porta-malas.
"Não posso acreditar que
estamos de volta à Nova York." Ela olhou para a familiar paisagem
industrial e sentiu seu coração afundar já com saudade do paraíso tropical do
qual tinha acabado de sair.
"Estamos." Ele disse,
mas suas palavras estavam sem entusiasmo. Ajudou-a entrar no carro e em
seguida, deu uma gorjeta ao homem por ajudar com as malas e levá-los até a
porta da frente.
Demi olhou pela janela lateral,
sentindo-se uma pessoa diferente por dentro. Sempre fora fria e distante, isso
estava em sua natureza, mas considerando que antes tinha se esforçado para ser
assim, agora não tinha certeza do porque fez isso. Sobre a ponte, viu os
edifícios altos passarem por sua janela, viu uma mulher de cabelos escuros
gritando com um homem também de cabelos escuros e, em seguida, ouviu o som
familiar de sirenes. Saudou sua volta para Nova York, com um olhar carregado de
decepção.
"Não posso acreditar que o
contrato acabou." Finalmente falou uma vez que estavam perto de sua casa.
"Pensei que estaria
comemorando."
"Eu estou."
"Não parece, achei que
você estaria pulando de alegria, ou pelo menos me mandando pro inferno. "
"Estou tentando ser
agradável, invadi seu escritório e paguei por aquele erro." Ela deu de
ombros. "Não posso pensar em uma boa razão para ser uma cadela, se tivesse
sido você a invadir meu escritório, iria ter sua cabeça em uma bandeja. Sou
apenas grata por não me delatar e minha carreira não sofrer por minha
incompetência."
"Suas coisas deverão ser
entregues ainda esta noite."
"Que coisas?"
"Suas roupas, maquiagem,
joias e tudo mais que você acumulou ao longo dos últimos 30 dias."
"Você vai me deixar ficar
com essas coisas?"
"São suas."
"Mas são roupas caras e as
joias mais ainda."
"Elas são suas, fim de
conversa, além disso, seu terno estará lá também."
"Você quer dizer o terno
que usei na primeira noite que cheguei a sua casa? Aquele de tamanho
grande?" Perguntou espantada e Joe desejou imediatamente o primeiro dia de
volta. Questionou se faria as coisas de forma diferente, levando em
consideração como se sentia agora. Sabia que se fosse esperto, cancelaria o
contrato, em seguida, a mandaria de volta para sua casa naquela noite e
salvaria os dois de muita dor.
"Sim".
"Pensei que tivesse
queimado-o."
"Não."
"Poderia ter queimado, não
preciso mais dele." Disse ela com um sorriso e Joe a encarou com os olhos
cerrados.
"O que isso quer
dizer?"
"Isso significa que estou
farta desses ternos."
"Não vai usá-los
mais?" Perguntou, percebendo que era estranho sentir uma sensação de
alívio com ela usando aquelas roupas horrendas.
"De jeito nenhum."
Ela balançou a cabeça enquanto o viu estacionar em frente à sua casa e de
repente sentiu um desejo irresistível de gritar a plenos pulmões.
Trinta dias atrás, ela tinha
rezado por este dia, tinha sido sua única esperança. Agora não queria sair do
carro e descobriu que não estava preparada para deixá-lo ainda.
Seu orgulho era a única coisa
impedindo-a de fazer um completo papel de idiota, se recusava a implorar e não
daria o braço a torcer sozinha. Embora parte dela desejasse que Joe tivesse uma
atitude típica dele e exigisse que ela ficasse com ele por um pouco mais de
tempo e até mesmo a forçasse a voltar para sua casa. "É melhor eu
ir." Disse, desejando sair de seu carro com o orgulho intacto.
"Ok, vou vê-la
amanhã." Disse, sentindo necessidade de ter toda essa situação resolvida e
acabada. Precisava que saísse de seu carro antes de fazer algo que fosse se
arrepender e ela iria odiá-lo por isso. Sabia que o contrato tinha acabado e já
não tinha qualquer direito sobre ela, mas estava mais do que tentado a trancar
as portas e levá-la a força de volta para sua casa.
"Ok." Respondeu ela e
rapidamente saiu do carro antes que mudasse de ideia e exigisse que ele a
levasse de volta para sua casa. Moveu-se tão rápido que não percebeu o lenço
cinza de seda cair de sua bolsa.
"Demi." Ele chamou
antes que ela fechasse a porta, virou-se, esperando um pedido para voltar.
"Você deixou cair isso." Entregou-lhe o lenço de seda cinza que tinha
usado para amarrá-la pelo menos uma dúzia de vezes. Não sabia por que queria
guardá-lo, mas se recusou a deixá-lo para trás.
"Obrigada." Deu um
pequeno sorriso, em seguida, fechou a porta do carro e voltou para sua casa. Joe
observou o movimento, lutando contra a vontade de detê-la. Então, só quando
sentiu que pegaria a maçaneta da porta, colocou a mão no volante e foi embora.
Joe sentou em seu sofá em
transe, estupefato, olhando cegamente para a parede à sua frente. Teve a
brilhante ideia de dar uma grande festa para distrair-se dos seus próprios
sentimentos, mas rapidamente se viu afastado das festividades. Com seus amigos,
família e um bando de mulheres seminuas bebendo e festejando, parecendo
estrelas de rock em torno dele, sentou-se sozinho em seu sofá, ainda tentando
fazer seu cérebro entender tudo o que aconteceu no último mês.
Não havia dúvida em sua mente
sobre o que queria, mas isso não coincidia com suas necessidades. Queria Demi
mais do que jamais quis qualquer outra mulher em sua vida, mas precisava ser
independente e capaz de fazer o que quisesse. Sua vontade de possuir Demi tinha
motivos egoístas, queria mais do que apenas sexo com ela. Queria que fosse sua
de corpo e alma, mas não estava preparado para abrir mão de sua liberdade em
troca. Não estava preparado e nem treinado para ser monogâmico, mas iria exigir
isso dela, a queria inteira para si mesmo e não estava disposto a compartilhar.
"Caramba, você está sexy
hoje à noite, Jonas." ele olhou para a esquerda para ver uma loira
curvilínea, cujo rosto conhecia, mas do nome não se lembrava. "Se não
estiver ocupado, talvez pudesse me mostrar seu quarto ou algo assim." Ela
bateu os cílios quando ele franziu a testa.
"Estou ocupado."
Virou e voltou a encarar a parede.
"Tudo bem." Disse ela
sem jeito antes de ir embora.
Demi sentou em seu sofá com uma
garrafa de vinho enquanto a voz reconfortante de seu cantor de blues favorito
saía dos alto-falantes. Tinha tentado analisar seus sentimentos, tentando
racionalizá-los, mas quanto mais pensava, mais a confusão tomava conta de seu cérebro.
Ainda queria apenas gritar, na
verdade, queria gritar por algumas horas. Também queria chorar e, em seguida,
correr para a casa de Joe. Estava tão desesperada para estar lá agora,
realmente ansiosa, embora odiava-se por isso. Queria ser a Devonne Lovato forte
que sempre havia sido, afastar-se dele, sem sequer olhar para trás. Deveria
estar feliz, alegre, seu contrato de escravidão acabara, deveria estar
festejando.
Em vez disso, sentou-se sozinha
em seu sofá cinza, argumentando consigo mesma na companhia de uma garrafa de
vinho. Nem sequer bebia vinho normalmente, era um hábito que adquiriu enquanto
estava com Joe.
Estava olhando para sua casa:
fria, vazia, cinza e branca. O mobiliário caro onde nunca sentou, o quintal
onde nunca se divertiu, sua cama, que nunca soube como realmente desfrutar, até
a noite que Joe ficou com ela. Sua casa estava tão sem vida quanto ela tinha
sido uma vez e era um atestado da solidão que nem tinha ideia de que sentia. Na
época, tinha muitas outras coisas para se preocupar além de amigos e diversão.
Ela estava tão direcionada, que seu foco realmente a tornou cega para tudo mais
ao redor e então, nunca aprendeu a apreciar apenas sua vida.
Sentia-se tão diferente agora e
queria fazer tudo oposto do que realmente faria! Queria fazer uma bagunça
horrivelmente nojenta! Desejava pular sobre o sofá caro, derramar vinho em seu
tapete e quebrar alguns pratos, mas, mais do que tudo, queria transar com Joseph
Jonas em sua cama novamente.
"Talvez eu tenha a
síndrome em que o cativo se apaixona por seu raptor ou algo assim." Disse
em voz alta para si mesma. O que mais poderia ser? As evidências provavam,
odiava-o, ele forçou-a a uma situação e foi obrigada a ceder ou seria punida
por isso.
Faria todo sentido, se apenas
essa pequena líder de torcida na parte de trás de sua cabeça não estivesse
gritando: "Mentirosa! Mentirosa! Mentirosa!" Se fosse alguma
alteração psiquiátrica ou alguma forma de lavagem cerebral, então não teria
gostado muito desde o começo.
Joe terminou a festa mais cedo
e mandou todos embora. Seus primos e seus amigos mais próximos estavam bêbados
demais para perceber que havia algo de errado com ele, mas Aries sabia e tinha
decidido ficar para trás depois que todos haviam saído.
"Então, o que foi?"
Aries perguntou sentado no sofá, claramente sem pressa para sair. "É
ela?"
"Quem?"
"A garota da festa?"
Ele serviu dois copos de conhaque e passou um para Joe. "Será que ela te
pegou traindo? Ou descobriu o sádico desgraçado que você realmente é?"
Brincou.
"Ela já sabia."
"Então vamos
brindar," Ergueu a taça, "às mulheres!" Sorriu segurando a taça
para frente quando Joe virou as costas.
"Ela é uma cadela
agressiva." Engoliu o conteúdo do copo, em seguida, pegou a garrafa e
serviu outra dose. "E muito arrogante para uma mulher."
"Não ouço você falar de
uma mulher assim, desde a última vez que me contou sobre aquela vaca com quem
estava brigando pela sociedade." Aries riu, lembrando-se de algumas
conversas bêbadas com seu amigo sobre a colega tirana de trabalho que ele desprezava.
"Deveria" Tomou outro
gole do líquido ardente. "São a mesma pessoa."
"O quê?" Ele olhou
para Joe em descrença: "Você está me dizendo que a criatura maravilhosa
que trouxe para minha festa é a mesma advogada com quem tem lutado há
anos?"
"Sim."
"Você está louco Jonas,
deveria ter fodido a mulher há três anos atrás."
"Há três anos, queria
estrangular aquela mulher, você não tem ideia do que aquela mulher é capaz de
fazer." Balançou a cabeça. "Eu a vi deixar um homem de joelhos,
apenas com suas palavras. Tem um coração frio e cruel."
"Mas você é Joseph Jonas,
se alguém pode domar seu mau temperamento, é você."
"Não sei se quero, eu meio
que gosto do jeito que ela é."
"Então qual é o
problema?"
"A monogamia."
"Ah, o velho
problema." Disse ele com compreensão: "Te conheço a vida inteira e
você sempre foi solteiro. Estar em um relacionamento seria uma grande
mudança."
"Para a qual não estou
preparado, tenho que deixá-la em paz." Decidiu, sentindo o alívio por
saber o que tinha que fazer.
"Espero que ainda possa
manter essa postura quando vê-la amanhã."
Demi tinha terminado a garrafa
de vinho e ficou bêbada, olhando para si mesma no seu espelho oval, a última
dose forçou seus pensamentos em uma direção diferente. Iria parar de se
lamentar e assumir o controle de sua vida novamente. Seu contrato de escravidão
acabou e nunca mais teria que se curvar a cada ordem de Joe como um pequeno cão
de estimação, era uma nova mulher. Apesar de tudo, tinha aprendido algumas
lições valiosas, as quais levaria com ela. Sentiu como se estivesse finalmente
respirando ou tirando um peso de seus ombros, sentiu-se viva e ansiosa com seu
novo conhecimento da vida. Não tinha ideia do que queria fazer, ou por onde
iria começar, mas queria fazer tudo, as coisas que nunca tinha experimentado antes,
as coisas que anteriormente tinha afastado de sua vida.
Este seria um novo capítulo em
sua vida, e agora, iria apreciá-lo sem questionar. Abriu seu armário e deu uma
boa olhada, do lado direito estavam todas as roupas inadequadas, ternos
deselegantes, seus vários óculos de grau e sapatos de solteirona. Em seguida, à
sua esquerda estavam todas as roupas que tinha comprado ao longo dos anos, mas
tinha muito medo de usar em público. Seu armário era cheio de belos ternos de
grife, vestidos e todo tipo de acessório, apenas pendurados lá, abandonados.
Eram coisas que não tinha nem tentado usar e ainda estavam com as etiquetas.
Sempre teve uma relação de amor e ódio com a moda, detestava o que
representava, mas adorava a aparência. Porém, agora, sentia-se diferente sobre
isso também, não se importava mais com o que representava, só gostava da
maneira como aparentava para ela.
Olhou para sua esquerda, em
seguida, de volta para a direita e para esquerda de novo. Então, sem pensar
duas vezes, correu para a cozinha e pegou uma caixa de sacos de lixo antes de
voltar para seu quarto. Aproximou-se do lado direito de seu armário como se
estivesse cheio de morcegos. Em seguida, abriu o saco de lixo e atacou o que
estava lá dentro, como uma mulher possuída.
Jogou cada terno tamanho G no
saco, cada corpete que achatava seus seios, as calcinhas da vovó e os sapatos.
Decidiu manter seus óculos mais atraentes, os de aro preto, mas apenas para
leitura. Levou os sacos para o quintal e jogou tudo no grande latão de lixo, em
seguida, pegou o álcool e o isqueiro e tacou fogo. Ficou ali observando-os
queimar, sentindo-se um pouco dramática, mas não querendo ter a chance de, em
um momento de fraqueza, esconder-se por trás de suas roupas feias novamente.
Não tinha consciência do que fazia naquela época, mas agora que sabia, nunca
mais iria ser a vítima de novo.
Não se sentia desse jeito mais,
agora sentia-se sexy e queria parecer assim. Ela também ficou um pouco irritada
com sua crença tola de que esses ternos horríveis davam ar de respeito. Não era
a roupa, era ela e nunca permitiria que a desrespeitassem, independente do que
estivesse usando, nem deixaria as roupas levarem o crédito pelos seus feitos.
Era muito inteligente e ganhou muitos casos para ser menosprezada por qualquer
outro advogado. Sabia como lidar com ela agora e iria esmagar todos seus
adversários como sempre fez, só que agora, faria isso com estilo. Depois de uma
longa noite, agitada, apenas ela e uma garrafa de vinho como companhia,
finalmente caiu no sono.
*****
Desculpa a demora, ontem eu passei o dia todo estudando e a noite, quando posto, acabou a energia, tive que ficar estudando com uma lanterna até. Mas graças a Deus acabaram minhas provas, o que significa tempo livre\o/
Comentem para o próximo. Se tiver 5 comentários posto ainda hoje. Beijos ♥
Tu deveria apanhar ne, mas eu te perdoou.
ResponderExcluirDemi caiu na real e jogou as roupas feias fora, FINALLY!
Mas ela e o Joseph vão demorar a se aceitarem? Pq ambos são cabeça dura ne
Obg por me perdoar auehausj finalmente mesmo! Lua, vc sempre quer spoilers né garota ansiosa ajsjajsjakksja não vale, tem que te calma com a gigi aqui aisjaks
ExcluirPosta logo,e faz esses dois cabeças duras se acertarem logo please.
ResponderExcluirVou postar, aushaisjia daqui a pouquinho, segurem o forninho ajsjajs
ExcluirIMAGINO COMO VAI SER O REENCONTRO.....QUEM VAI TER CIÚME DE QUEM PRIMEIRO? POSTA LOGOOOOOOO
ResponderExcluirCARLA
Auehaudhuas mais tarde tem mais, bjss
ExcluirEu acho que o Joe vai enlouquecer com outros homens babando pela nova Demi kkkkkkk posta mais por favor.......
ResponderExcluirposta hoje ainda please
ResponderExcluirPosta logo!!
ResponderExcluirTo com preguiça de comentar.
Voltei!!
ExcluirFinalmente a Demi caiu na real e tá sendo ela mesma sem medo do que os outros vão pensar dela. Já tô até imaginando como vai ser quando eles voltarem para o escritório, Joseph não vai agüentar ficar perto dela sem ter ela para ele.
Posta logo por favor!!
Eu to muito ansiosa.
Aguardando aqui sabe, tu sempre me deixa esperando eu mereço um spoiler pra compensar
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