Conversas com um estranho
Demi sentiu como se
estivesse flutuando na escuridão. Havia algo em volta dela que estava
segurando-a no chão e impedindo-a de flutuar para o céu. O forte cheiro de mofo
ao redor levou seus sentidos e as grossas teias de aranha em seu cérebro
começaram a desintegrar-se, permitindo que o cérebro calmo se agitasse. A
fantasia de sua mente estava desvanecendo e sentiu-se voltando à realidade.
Acordou de repente, os
olhos cegos pela escuridão enquanto respirou fundo, seus pulmões sedentos por
ar. Sentiu seu coração disparar quando tentou se mover e viu-se impedida.
Tentou ajustar os olhos à escuridão para ver o que estava segurando-a. Seus
braços e pernas estavam amarrados à cadeira de madeira velha que estava
sentada, as cordas grossas amarradas em seus pulsos e tornozelos, deixando-a
completamente imóvel.
Tentou gritar, mas o
rolo de alguma coisa em sua boca impediu o som de ser ouvido. Sua cabeça estava
grogue e seus pensamentos estavam dispersos, não podia lembrar o que tinha
acontecido com ela ou como chegou aqui. A última coisa que lembrava, é que
estava dormindo e esperando por Joe.
Sentiu seu pulso
acelerar quando ouviu o som fraco de passos se aproximando dela. Girou a cabeça
de um lado para o outro tentando encontrar a direção dos passos que estavam
vindo e viu o vulto escuro surgir das sombras negras do porão mofado. Observou
quando a figura foi em direção a ela, com um manto longo preto arrastando no
chão com cada passo. Olhou com medo à figura diretamente na sua frente, a
máscara de couro preta lisa escondia as características do estranho e um
quadrado de prata fino ligado à máscara, cobria a boca. Os olhos estavam
cobertos por um material preto de malha, mas não precisava ver os olhos para
saber que a figura estava olhando para ela. Demi tinha certeza que o estranho
podia ouvir seu coração, pois batia violentamente no peito.
Apenas quando tinha
certeza de que uma mão iria alcançá-la e agarrá-la ou seu próprio coração fosse
explodir, a figura escura começou a se afastar. Seu rosto mascarado direcionado
a ela enquanto desapareceu lentamente nas sombras do lado oposto do ambiente.
Joe decidiu ficar na
casa de Demi, até que ela voltasse e também decidiu dar um tempo fora do
trabalho. Não podia ir lá e sentar-se no escritório cheio de potenciais
suspeitos e esperar manter a calma. Do jeito que se sentia agora, iria acabar
interrogando brutalmente todos que trabalhavam lá. Apenas o pensamento de não
saber quem era que estava entre eles, o estava enlouquecendo. No entanto,
sabendo que uma dessas pessoas tinha sua namorada refém o estava deixando
homicida. Cada um dos funcionários tinha um diferente incentivo para destruir Joe
e raptar Demi. Alguns tinham mais de um motivo, incluindo seu próprio irmão.
Recostou-se na cadeira
quando viu Petal e Alex abrir a porta lateral que vinha do quintal. Petal
correu até ele e Joe tinha certeza por seus olhos que ela tinha chorado a noite
toda.
"Por favor, me
diga que não é verdade, diga-me que Devonne não está desaparecida!" Petal
chorou alto, grossas listras do rímel preto e sua sombra rosa claro deixando
manchas pelo rosto.
"Como é que você
descobriu?" Ele perguntou.
"Madame ligou para
ver se por acaso Devonne estava comigo ou se a tinha visto. Ela disse para não
me preocupar e que estava tudo bem, mas sei que alguma coisa estava
errada" ela chorou mais alto, colocando um chumaço de lenço em seu nariz.
"Vi sua limusine na frente, onde está Madame?"
"Está lá
dentro." Joe indicou e Petal correu para a casa.
"Você está bem
cara?" Alex sentou-se na cadeira em frente a Joe.
"Estou bem."
Respondeu secamente e Alex puxou uma garrafa de conhaque.
"Estou aqui para
ajudar de qualquer forma possível, é só me avisar o que precisa meu
amigo."
"Obrigado." Joe
concordou, valorizando a oferta, mas sem condições mentais de expressar a sua
gratidão.
Demi se sentiu leve e
fora de foco quando abriu os olhos, parecia mais cansada e drogada. Olhou ao
redor do quarto e viu o vulto escuro lentamente caminhando na sua direção
novamente, mas desta vez estava mais irritada com as exibições dramáticas e
tentou gritar sob sua mordaça. O estranho parou diante dela novamente, desta
vez chegando até o bolso do manto preto e retirou uma seringa. Demi balançou a
cabeça, tentando gritar abaixo da mordaça do braço que se aproximava. Tentou
desesperadamente se soltar, balançando para frente e para trás na cadeira
enquanto a figura facilmente deslizou a ponta da agulha no lado de seu pescoço
antes de desaparecer nas sombras. Estava lutando arduamente para ficar
acordada, mas suas pálpebras pareciam como se tivessem sido vidrados no cimento
e em alguns segundos estava dormindo.
Paul entrou no
escritório com uma estrutura mental diferente, todo mundo era suspeito e todos
seriam tratados como tal. A primeira coisa que ele e Fritz fizeram foi
confirmar a presença de todos e ficaram chocados ao ver nenhuma ausência, o que
significava que se fosse alguém no escritório, eles estavam lá agora, enquanto Demi
estava sendo mantida contra a sua vontade noutro local.
Demi acordou para
descobrir que seu pesadelo não estava restrito a um inconsciente pensamento,
estava bem acordada e ainda amarrada a uma cadeira. Numa tentativa induzida
para conseguir se soltar, tentou balançar a cadeira de lado a lado.
"Você só vai se
machucar fazendo isso, mas você não vai se soltar." Ouviu a voz eletrônica
anunciar pela sala. Era uma imitação barata de uma voz de secretária eletrônica
e Demi franziu a testa em sua mordaça. Ela se esforçou para ver de que direção
à voz estava vindo, mas a escuridão era profunda para ver alguma coisa com
clareza. "Amarrei bem apertado." A figura avançou um passo, mas não
perto o suficiente para Demi ver. De repente, uma luz foi acesa, uma luz quente
apontada diretamente para ela, forçando-a a olhar de soslaio. Aquilo iluminou o
ambiente escuro e ela ouviu os passos atrás dela. "Sei o quão determinada
você pode ser Srta. Lovato e não posso correr o risco de você conseguir
fugir."
Então, tão rapidamente
quanto a luz foi acesa, a memória do que aconteceu voltou em seu cérebro
confuso. Lembrou-se, agora, que estava quase dormindo à espera por Joe...
"Vejo que agora
está pensando e aposto que você está se perguntando quem sou." Mesmo que o
dispositivo eletrônico pudesse cobrir a voz, não conseguia esconder a alegria
que se expressou através de suas palavras computadorizadas. "Não se
preocupe, você vai descobrir em breve Srta. Lovato."
A casa ainda estava
cheia com a família, Dianna e sua vasta comitiva e metade da polícia, mas Joe
sentou-se na varanda dos fundos longe de todos. Eles tinham todas as ligações
de seu telefone do escritório, do telefone da casa de Dianna e seu próprio
telefone de casa, direcionados para casa de Demi e Dianna decidiu entreter toda
a comitiva na tentativa de seduzi-los a trabalhar mais para encontrar sua
filha. Joe não servia para nada neste momento, estava cansado de estar lá se
sentindo completamente desamparado. Queria estar na rua, à procura dela e
perguntando às pessoas se tinham visto alguma coisa, mas estava com medo de que
ela ligaria enquanto estivesse fora.
A amostra de sangue de
seu carro tinha voltado como positivo para a amostra de sangue enviado pelo
médico pessoal de Demi. O cabelo encontrado no carro de Joe também combinava
com o cabelo retirado de uma escova levada da casa de Demi. O Detetive Rogers
estava convencido de que era uma instalação malfeita e se recusou até mesmo a
levá-la em consideração.
Demi acordou para
descobrir que estava vestindo um gigante vestido cocktail branco desatualizado
e uma bota branca do século passado. Ouviu alguém entrar e ficou imediatamente
em guarda. Observou enquanto a figura escura deu um passo em sua direção com um
prato de comida antes de desatar-lhe a mordaça.
"Quem é
você?" exigiu no minuto em que conseguiu falar.
"Hora de
comer." A voz eletrônica disse e Demi balançou a cabeça em negativa.
"Quem é
você?" gritou.
"Minha identidade
será divulgada no momento certo, mas não agora, agora é hora de comer."
"Não vou comer
qualquer coisa que você me der." Sussurrou.
"Se você não comer
vai morrer de fome."
"Então prefiro
morrer de fome ao ter uma morte dolorosa por causa do veneno que você,
provavelmente, colocou na comida."
"Se quisesse que
você morresse, já estaria morta, tive uma grande oportunidade." A figura
estendeu uma colher de sopa e Demi virou a cabeça. "Você precisa
comer."
"E você precisa
tirar essa merda da minha cara!" retrucou quando sentiu a raiva começar a
dominar o medo. Já falaram várias vezes que um dia sua boca grande iria
colocá-la em um mundo de problemas e agora, acreditava nisso. Apesar de suas
melhores intenções, não podia aguardar calmamente. "Já te falei que não
vou comer!" gritou.
A figura dissimulada
finalmente entendeu a insinuação, então, sem mais uma palavra, virou-se e
deixou Demi sozinha no porão novamente.
Joe estava cansado de
seguir as regras e precisava de respostas e agora. Interrogou todos e tinha
procurado no escritório, mas, devido às leis de inviolabilidade, não era autorizado
a procurar no âmbito pessoal dos funcionários. Joe esperou até que todos
deixaram o prédio à noite antes de enviar uma mensagem para seus primos. No
prazo de minutos, seus primos chegaram e os cinco começaram a procurar pelas
mesas e armários de todos empregados. Sabia que era errado e poderia ser
denunciado por tal ato ilegal, mas não se importava neste momento, a única
coisa que queria era Demi de volta.
Joe foi para a mesa de
Lila primeiro, depois, vasculhou pelas mesas dos advogados, enquanto seus
primos vasculhavam as mesas das secretárias.
"Eu não encontrei
nada." Disse Júlio.
"Nem eu."
Royce acrescentou.
"Vou à casa de
todos os funcionários para ver o que eles estão fazendo." Joe disse,
claramente frustrado e sem opções.
"Podemos ir no meu
carro." Royce ofereceu.
Demi ouviu os passos
familiares descendo as escadas e pode sentir a figura caminhando ficando atrás
dela, fora de sua linha de visão. Sentiu a mordaça ser desamarrada e ficou em
silêncio depois que foi removida.
"Agora é a
hora!" ouviu a voz eletrônica dizer. Então ouviu o som do zíper do tecido
grosso arrastar enquanto a voz continuava, sem o dispositivo eletrônico.
"Olá Demi."
As palavras foram pronunciadas lentamente e sentiu os cabelos na parte de trás
de seu pescoço arrepiar. Conhecia aquela voz, apenas uma pessoa falava seu nome
assim, parecendo um papagaio implorando por uma bolacha "Você reconhece
minha voz?" Perguntou a voz masculina.
De jeito nenhum, não
podia ser ele. Claro que não era o homem simpático que sempre pedia ajuda e
sempre tinha uma palavra gentil a dizer. Não é o homem que lhe ofereceu
condolências quando perdeu a sociedade, isto simplesmente não era possível. Ele
era recatado e de fala mansa, até meio afeminado, definitivamente não era o
tipo que você iria suspeitar de raptar uma colega de trabalho.
"Ainda não tinha
percebido? Ou tinha?" A voz perguntou atrás dela. Então, viu a sombra da
figura fantasiada movendo-se para frente e seus olhos se arregalaram quando
saiu de trás dela. "Surpresa!" Ele sorriu quase envergonhado.
"Aposto que você nunca teria esperado que fosse eu.”
"Gavin?"
Disse com os olhos cada vez mais arregalados de espanto. De jeito nenhum, não
poderia ser Gavin Grant, não o generoso Gavin. "Isso é uma piada?"
olhou ao redor, esperando alguém saltar e gritar 'Surpresa'.
"Aposto que você
nunca suspeitou de mim."
"Nenhuma
vez." Balançou a cabeça, incapaz de superar a identidade do sabotador.
Esperava que fosse Lila sob a máscara preta ou até Juliette, mas nunca Gavin
Grant.
"Quem poderia
suspeitar de mim, para todos sou um cara bem educado, de fala mansa e advogado
levemente patético."
"Mas por
quê?" balançou a cabeça, em confusão. "Não entendo, sempre nos demos
bem."
"Sim, até que você
se tornou amiga de meu inimigo." Balançou a cabeça. "Por que você não
poderia simplesmente continuar odiando-o como eu?"
“De quem está
falando?" perguntou enquanto balançava a cadeira. "Deixe-me sair
Gavin e nós podemos discutir isso de maneira civilizada!"
"Não."
"Não?"
"Não, eu não posso
deixar você sair agora."
"Sim, você pode,
deixe-me sair Gavin!" exigiu sentindo o choque completo da situação
desaparecer e sendo substituído pela raiva.
"Eu sinto
muito."
"É melhor você me
deixar sair daqui agora!" gritou tentando se livrar da cadeira sem
sucesso.
"É tarde demais para
deixá-la sair, você faz parte do plano agora." Disse se afastando dela.
"Não! Pode voltar
aqui e me soltar! Agora!" gritou quando o ouviu subir as escadas e
continuou gritando depois que ele saiu do porão. "GAVIN!"
Joe sentiu uma onda de
raiva perfurando seu estômago e olhou para o céu. Por um instante, Joe podia
sentir Demi e sabia que estava furiosa. Foi surreal e temia que pudesse estar
ficando louco ou tendo algum tipo de alucinação induzida pelo estresse, mas era
o único pedaço de esperança que sentiu desde que ela desapareceu.
"Por que está
fazendo isso?" Demi perguntou assim que a mordaça foi removida.
"Você quer saber
por quê?" Gavin sorriu enquanto pegava um pequeno controle remoto da mesa
ao lado de sua cadeira e ligava o monitor de tela grande em frente onde ela
estava sentada. "Eu vou te mostrar o porquê." A tela preta
instantaneamente ganhou vida com a imagem de Demi em close up, sem se dar conta
que estava sendo fotografada. A próxima era uma foto dela e Joe se beijando na
frente de sua casa, e em seguida, as imagens que tinham sido enviadas para o
escritório, estavam piscando na tela. Depois vieram as imagens de vídeo,
filmadas do lado de fora da janela de seu quarto, nenhum deles ciente disso
enquanto transavam loucamente por todo o quarto. Demi não podia assistir mais e
abaixou a cabeça. "Não, veja!"
"Não!" ela
gritou, recusando-se a olhar para a tela por mais tempo e ele finalmente
desligou.
"Agora você
entende por que estou fazendo isso? Você colocou o meu plano em movimento no
momento que começou a transar com Joseph Jonas."
"Você está me
dizendo que a razão pela qual estou aqui agora, trancada em seu porão é porque
transei com Joseph Jonas?" ela sentiu sua raiva aumentar em um grau que
nunca tinha experimentado.
"Sim." Ele
respondeu e ela sentiu sua fúria explodir.
"Seu verme, você
rastejou para filmar meus momentos mais íntimos, mas está com raiva de mim por
transar com Joe? Maldito carneirinho, você não é nada, além um cordeiro de fala
suave em pele de cobra, seu pequeno covarde parasita!"
"Você realmente
não quer dizer isso, está com raiva porque tenho você amarrada." Disse
Gavin recusando-se a acreditar em suas palavras.
"Não, além de um
rato furtivo, você está iludido também" Ela riu sadicamente. Ela queria
atacá-lo agora, podia sentir sua raiva surgindo através de seu corpo, estava
pronta para a guerra.
Gavin esperou algum
tempo antes de voltar para o porão para ver Demi.
"Você está com um
humor melhor agora?" perguntou Gavin, esperando que a fome a deixasse mais
maleável. Ela o olhou fixamente quando ele desamarrou a mordaça.
"Se não me deixar
ir, juro que vou cortar a sua..." ele colocou a mordaça sobre sua boca
antes que ela pudesse terminar a ameaça. Agarrou o prato de comida e olhou para
ela.
"Você vai ficar
com fome em breve." Sorriu presunçosamente antes de deixar o porão.
"Vou matar Joseph
Jonas." Gavin informou a Demi.
"O que você acabou
de dizer?" Perguntou Demi, convencida de que tinha entendido mal.
"Eu vou matar Joe."
"Por quê? O que
ele fez para você? Será que ele dormiu com sua namorada ou algo assim, roubou
um caso seu ou arruinou sua vida?" ela não conseguia entender, percebeu o
desprezo de Gavin por Joe, mas assassinato era uma história totalmente
diferente.
"Vou matar Joe e
você vai levar a culpa." Ele sorriu: "Já coloquei o plano em ação,
deixei seu sangue e uma amostra de cabelo no carro de Joe. Então, quando eles
encontrarem a sua pele sob as unhas, o cabelo torcido em torno de um dedo e
gotas de seu sangue em seu cadáver em decomposição, vão saber que foi
você."
"Isso não faz
qualquer sentido, por que colocar o meu sangue no carro de Joe agora?"
"Para conectá-la à
ele e quando não encontrarem seu corpo depois de acharem o dele, vão presumir
que ele a matou também."
"Esse é o plano
mais estúpido que já ouvi!" ela balançou a cabeça em desgosto.
"Sério, não sei como você ainda passou no exame, seu idiota. Tudo o que
você realmente faz no trabalho é correr ao redor do escritório beijando a bunda
de todo mundo ou perguntando como fazer seu trabalho, é um incompetente
covarde." Olhou para ele com um olhar de cobra venenosa. "Seu nível
de covardia me enoja."
"Você é uma
vadia." Ele balançou a cabeça.
"Você está certo,
eu sou e você é um covarde chorão, deveria estar me agradecendo por ser honesta
com você." Olhou para ele com desprezo.
"Então, o que você
sugere que eu faça?" Virou-se para ela.
"Com o seu plano
para assassinar Joe?"
"Sim."
"Acho que você
deveria se matar ao invés disso." Disse ela com um olhar de puro ódio.
Gavin parecia que ia chorar por um momento e se não fosse o olhar
condescendente que Demi estava lhe dando, ele provavelmente faria. "Eu
gostaria que você chorasse, seu bundão, seria o melhor entretenimento que tive
durante todo o dia." Ela desafiou-o, mas ao invés disso, ele pegou a
mordaça, rapidamente colocou-a de volta na sua boca e, em seguida, prendeu bem
atrás de sua cabeça.
"Eu queria que
você fosse parte disso Demi, queria entregar-lhe a morte de Joseph Jonas em uma
bandeja de prata. Você teria adorado, mas de alguma forma você fez o que todas
as outras mulheres fazem, permitiu que Joe a conquistasse."
Demi ouviu a porta
abrir e viu a luz entrar. Ela então percebeu-o andar e descer as escadas, seus
passos atingindo o solo e, em seguida, aproximar-se dela. Ele ficou diante dela
com aquele sorrisinho ridículo no rosto e uma grande bandeja de comida.
Colocou-a em cima da mesa que estava à sua frente.
“Eu trouxe uma coisa
para comer, deve estar com fome agora", chegou por trás dela e desamarrou
a mordaça "e espero que seja um pouco mais razoável." Ele ficou para
trás e sorriu. "Gostaria de algo para comer, Demi?"
"Você sabe que vou
me soltar." Ela disse com a cara de paisagem em pleno vigor.
"Não, você não
vai."
"Você vai
escorregar, vai cometer um erro e eu vou me soltar." Ela encarou-o , com
os olhos brilhando de ódio. "Então vou te matar." Disse com uma
firmeza, enviando arrepios pela sua espinha.
"Então vou ter
cuidado extra para não cometer um erro."
"Você é
incompetente Sr. Grant, confie em mim, você vai se atrapalhar, sempre
faz." Ela sorriu com confiança.
"Se continuar
sendo ingrata, vou levar a sua comida de volta até que seja um pouco mais
agradecida."
"Por favor,
leve-a, pegue aquela comida e enfie no seu rabo! Isso é mais razoável?"
virou-se para ele com um meio sorriso.
Demi sorriu de orelha a
orelha quando sentiu as cordas em torno de seus pulsos soltarem lentamente.
Ainda iria demorar algum tempo antes que pudesse soltá-las o suficiente para
deslizar a mão, mas ela cuidadosamente trabalhou até conseguir. Neste ponto,
com a sua liberdade iminente e sua vida dependendo de uma corda solta, sabia
que precisava mudar suas táticas. Ela teve que desviar sua atenção para longe
de seu pulso dilacerado, bem como mantê-lo longe de suspeitar que ela estava
fazendo. Também precisava comer alguma coisa antes que ficasse muito fraca para
escapar dele, sua barriga já estava começando a doer e ela estava começando a
sentir vertigens. Usaria a fome como vantagem e permitiria que ele achasse que
este era o motivo de sua civilidade. Ele acharia que a fome a tinha enfraquecido
e ele não estaria em guarda.
Ela observou-o descer
as escadas com a comida e silenciosamente rezou para que caísse. Para seu
grande desgosto, ele desceu com segurança total e trouxe a bandeja de comida
para se sentar na mesa à sua frente.
"Esta é sua última
chance Srta. Lovato." Ele falou baixinho enquanto desamarrava a mordaça.
"Você vai cooperar agora?" Apesar do impulso irresistível de
amaldiçoá-lo e xingar, precisava manter seu plano. Ela conseguiu erguer o canto
de sua boca, para o que poderia ser considerado um sorriso.
"Estou com um
pouco de fome." Manteve o sorriso falso, lutando contra o desejo de ser
cruel. Gavin parecia aceitar qualquer ato de bondade da parte dela, sendo
verdade ou não.
"Deixe-me ajudá-la
então." Disse ele deslizando a colher na sopa grossa, em seguida,
segurando-a diante de sua boca. Demi hesitou por um momento antes de finalmente
abrir os lábios para aceitar a sopa. "Como está?"
"É muito
boa."
"Lembrei-me de
vê-la levar uma sopa de frango semelhante no trabalho uma vez, então pensei que
deveria tentar."
"Você é muito
observador."
"Você acha?"
Perguntou ele em excitação.
"Sim." Ela
respondeu quando ele deu-lhe outra colherada de sopa.
"Obrigado Demi."
Sorriu como um tolo cego e Demi lutou contra o impulso de lhe dizer isso.
"Por que você está
realmente fazendo isso Gavin?" Perguntou calmamente.
"Por que você
começou a transar com Joe?" Gavin disparou uma pergunta para ela.
"Tudo bem, acho
que não importa quem descubra agora", encolheu os ombros, decidiu que
dizer a verdade realmente poderia trabalhar a seu favor. "Eu fiz algo
precipitado que quase destruiu toda a minha carreira como advogada."
"O quê?"
"Invadi o
escritório de Joe, sabotei seu computador e roubei a sua proposta para a
sociedade." Ela admitiu.
"Foi você quem fez
isso? Eu me perguntava quem era, foi muito inteligente." Ele sorriu em
reverência.
"Não, não foi, ele
me pegou em flagrante."
" O que ele
fez?"
"Ele me deu um
ultimato, ou eu serviria a ele por trinta dias ou me denunciava."
"Então é por isso
que você começou a transar com ele." Ele parecia quase aliviado.
"Sim, essa foi a
única razão."
"Eu gostaria de
saber isso antes." Disse, com uma profunda tristeza tomando conta dele.
"Eu deveria saber. Você não parece ser do tipo que ficaria de bom grado
com alguém como ele."
"Claro que não, eu
não podia suportá-lo."
"E agora?"
"Agora? Não tenho
escolha senão submeter-me a ele, tenho medo de dizer não. Eu sei que ele usaria
as provas contra mim e minha carreira estaria terminada." Ela mentiu.
"Ele está
chantageando você!"
"Sim."
"Então, não seria
melhor para você se ele não estivesse por perto?"
"É claro que
seria, mas não com o seu plano que me faria pegar prisão perpétua."
"Não se tivermos um
plano alternativo."
"É tarde demais,
você já plantou as provas."
"Poderíamos pensar
em alguma coisa, somos dois advogados muito inteligentes."
"Eu acho que a
prova que deixou poderia ser usada ao meu favor, eu poderia alegar legítima
defesa. Poderia dizer que foi ele quem me sequestrou." Ela sorriu e Gavin
sorriu em adulação.
"Você faria
isso?"
"Faria qualquer
coisa para fazê-lo parar de me chantagear." Ela continuou sua mentira e
viu Gavin cair direitinho.
"Você é uma mulher
muito inteligente Demi." Ele pegou outra colherada de sopa e segurou-a
diante de sua boca.
"Eu sou." Ela
sussurrou antes de abrir a boca para a sopa, revoltada por ter que jogar junto
com seu ex-colega de trabalho psicopata.
O pulso de Demi estava
em carne viva e sangrando, mas ela estava exultante, sua mão estava quase fora
da corda. Ela trabalhou para afrouxar a corda até Gavin voltar, ela
imediatamente deslizou sua mão para trás através das cordas. Sorriu de orelha a
orelha quando Gavin chegou perto, esperando que não percebesse o sangue em sua
mão.
"É café?" ela
perguntou animada.
"Com certeza,
querida." Gavin sorriu quando trouxe a bandeja de seus alimentos favoritos
para ela.
"Você é
absolutamente incrível. " Ela sorriu.
"Eu sou?"
"Sim, você deve
ter lido minha mente ou algo assim, porque eu tenho sonhado com cafeína."
Dianna fez um bule de
chá e levou-o para a varanda dos fundos, onde Joe estava. Era sua própria
mistura especial de chá, foi criado para acalmar a alma e os nervos, era o que Joe
precisava. Dianna não tinha visto o homem dormir uma vez desde que Demi tinha
desaparecido e podia ver o cansaço tomando conta dele.
"Você está muito
cansado." Dianna disse com um olhar de preocupação. "Vai estar muito
esgotado para receber Demi corretamente quando ela voltar." Suas palavras atingiram
Joe como um bloco de cimento tentando passar por suas veias e ele virou-se para
ela.
"Eu estou
bem."
"Você precisa
descansar, querido. "
"Vou descansar uma
vez que Demi esteja em casa, mas obrigado."
"Confie em mim, eu
entendo."
Ela soltou a mão das
cordas e foi capaz de deslizar para fora com muito trabalho. Colocou de volta
quando ele desceu com a bandeja de comida, colocando-a em cima da mesa enquanto
sorria e ela tentava sorrir de volta. Não era um sorriso verdadeiro, mas foi
obviamente, suficiente para encantar Gavin e enfraquecer sua guarda.
"Você está linda
hoje. Eu estava pensando sobre nosso plano e acho que formamos uma ótima
equipe." Ele sorriu.
"Eu também."
Ela sorriu.
"Trouxe um guisado
de carne." Ele sorriu e pegou uma colher cheia do ensopado e Demi aceitou,
desejando que pudesse arrancar as mãos das cordas agora, agarrar a colher e em
seguida, bater-lhe na cabeça com ela até que se sentisse melhor.
"Obrigada."
"De nada."
Ela se escondeu atrás
das escadas, com uma grossa vassoura até que ele começou a descer os degraus.
Ela, então, enfiou a vassoura através dos degraus, em seguida, bateu na parte
de trás de seu tornozelo, o golpe o fez cair. Ela correu para fora de debaixo
das escadas e tentou subir, mas ele agarrou sua perna.
"Não, você não vai
a lugar nenhum." Rosnou como um louco.
"Solte-me!"
ela gritou, chutando-o na cabeça com o pé livre, enquanto ele tentava puxá-la
pela escada abaixo. Ela puxou a perna e com toda a sua força, o chutou na cara.
Seu nariz se abriu com gotas de sangue espirrando em seu sapato. Ele caiu para
trás e ela aproveitou esse segundo que tinha e agarrou a vassoura que ainda
estava entre os degraus. Ela começou a bater com o cabo na cabeça dele, até que
caiu no chão. Bateu mais uma vez para garantir antes de amarrá-lo e prendê-lo
no porão.
Foi correndo para a
porta da frente quando o emblema da Mercedes brilhante pendurado na chave
chamou sua atenção. Ela pegou e foi direto para a sua garagem. Acelerou a maior
parte do caminho, não tinha celular, estava muito nervosa para parar e chamar a
polícia.
Ela estava realmente
esperando que um policial qualquer aparecesse e a mandasse parar por excesso de
velocidade.
*****
MINHAS PRINCESAS LINDAS, desculpa a demora. Gavin é um fdp, não acham? Vi que algumas de vocês já desconfiavam que era ele. Quem acertou nas suspeitas? Auaheuhsa.. Acham que a Demi vai realmente conseguir fugir? Beijos ♥
Menina como vc para assim? Pelo amor de Deus posta mais hj por favor.... espero que a Demi esteja longe.... Joe ajuda ela cara... Continua please....
ResponderExcluirPosta logo
ResponderExcluirJ.A
Acho que a Demi consegue fugir, mas o Gavin não para por ai não, safado ein.... Joseph todo preocupado ♥♥♥♥
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPosta posta posta posta posta posta
ResponderExcluirPelo amor de Deus posta logo... muito muito muito muito muito muito muito ansiosa...
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