22.10.14

Capítulo Vinte e Oito






Conversas com um estranho

Demi sentiu como se estivesse flutuando na escuridão. Havia algo em volta dela que estava segurando-a no chão e impedindo-a de flutuar para o céu. O forte cheiro de mofo ao redor levou seus sentidos e as grossas teias de aranha em seu cérebro começaram a desintegrar-se, permitindo que o cérebro calmo se agitasse. A fantasia de sua mente estava desvanecendo e sentiu-se voltando à realidade.
Acordou de repente, os olhos cegos pela escuridão enquanto respirou fundo, seus pulmões sedentos por ar. Sentiu seu coração disparar quando tentou se mover e viu-se impedida. Tentou ajustar os olhos à escuridão para ver o que estava segurando-a. Seus braços e pernas estavam amarrados à cadeira de madeira velha que estava sentada, as cordas grossas amarradas em seus pulsos e tornozelos, deixando-a completamente imóvel.
Tentou gritar, mas o rolo de alguma coisa em sua boca impediu o som de ser ouvido. Sua cabeça estava grogue e seus pensamentos estavam dispersos, não podia lembrar o que tinha acontecido com ela ou como chegou aqui. A última coisa que lembrava, é que estava dormindo e esperando por Joe.
Sentiu seu pulso acelerar quando ouviu o som fraco de passos se aproximando dela. Girou a cabeça de um lado para o outro tentando encontrar a direção dos passos que estavam vindo e viu o vulto escuro surgir das sombras negras do porão mofado. Observou quando a figura foi em direção a ela, com um manto longo preto arrastando no chão com cada passo. Olhou com medo à figura diretamente na sua frente, a máscara de couro preta lisa escondia as características do estranho e um quadrado de prata fino ligado à máscara, cobria a boca. Os olhos estavam cobertos por um material preto de malha, mas não precisava ver os olhos para saber que a figura estava olhando para ela. Demi tinha certeza que o estranho podia ouvir seu coração, pois batia violentamente no peito.
Apenas quando tinha certeza de que uma mão iria alcançá-la e agarrá-la ou seu próprio coração fosse explodir, a figura escura começou a se afastar. Seu rosto mascarado direcionado a ela enquanto desapareceu lentamente nas sombras do lado oposto do ambiente.
Joe decidiu ficar na casa de Demi, até que ela voltasse e também decidiu dar um tempo fora do trabalho. Não podia ir lá e sentar-se no escritório cheio de potenciais suspeitos e esperar manter a calma. Do jeito que se sentia agora, iria acabar interrogando brutalmente todos que trabalhavam lá. Apenas o pensamento de não saber quem era que estava entre eles, o estava enlouquecendo. No entanto, sabendo que uma dessas pessoas tinha sua namorada refém o estava deixando homicida. Cada um dos funcionários tinha um diferente incentivo para destruir Joe e raptar Demi. Alguns tinham mais de um motivo, incluindo seu próprio irmão.
Recostou-se na cadeira quando viu Petal e Alex abrir a porta lateral que vinha do quintal. Petal correu até ele e Joe tinha certeza por seus olhos que ela tinha chorado a noite toda.
"Por favor, me diga que não é verdade, diga-me que Devonne não está desaparecida!" Petal chorou alto, grossas listras do rímel preto e sua sombra rosa claro deixando manchas pelo rosto.
"Como é que você descobriu?" Ele perguntou.
"Madame ligou para ver se por acaso Devonne estava comigo ou se a tinha visto. Ela disse para não me preocupar e que estava tudo bem, mas sei que alguma coisa estava errada" ela chorou mais alto, colocando um chumaço de lenço em seu nariz. "Vi sua limusine na frente, onde está Madame?"
"Está lá dentro." Joe indicou e Petal correu para a casa.
"Você está bem cara?" Alex sentou-se na cadeira em frente a Joe.
"Estou bem." Respondeu secamente e Alex puxou uma garrafa de conhaque.
"Estou aqui para ajudar de qualquer forma possível, é só me avisar o que precisa meu amigo."
"Obrigado." Joe concordou, valorizando a oferta, mas sem condições mentais de expressar a sua gratidão.
Demi se sentiu leve e fora de foco quando abriu os olhos, parecia mais cansada e drogada. Olhou ao redor do quarto e viu o vulto escuro lentamente caminhando na sua direção novamente, mas desta vez estava mais irritada com as exibições dramáticas e tentou gritar sob sua mordaça. O estranho parou diante dela novamente, desta vez chegando até o bolso do manto preto e retirou uma seringa. Demi balançou a cabeça, tentando gritar abaixo da mordaça do braço que se aproximava. Tentou desesperadamente se soltar, balançando para frente e para trás na cadeira enquanto a figura facilmente deslizou a ponta da agulha no lado de seu pescoço antes de desaparecer nas sombras. Estava lutando arduamente para ficar acordada, mas suas pálpebras pareciam como se tivessem sido vidrados no cimento e em alguns segundos estava dormindo.
Paul entrou no escritório com uma estrutura mental diferente, todo mundo era suspeito e todos seriam tratados como tal. A primeira coisa que ele e Fritz fizeram foi confirmar a presença de todos e ficaram chocados ao ver nenhuma ausência, o que significava que se fosse alguém no escritório, eles estavam lá agora, enquanto Demi estava sendo mantida contra a sua vontade noutro local.
Demi acordou para descobrir que seu pesadelo não estava restrito a um inconsciente pensamento, estava bem acordada e ainda amarrada a uma cadeira. Numa tentativa induzida para conseguir se soltar, tentou balançar a cadeira de lado a lado.
"Você só vai se machucar fazendo isso, mas você não vai se soltar." Ouviu a voz eletrônica anunciar pela sala. Era uma imitação barata de uma voz de secretária eletrônica e Demi franziu a testa em sua mordaça. Ela se esforçou para ver de que direção à voz estava vindo, mas a escuridão era profunda para ver alguma coisa com clareza. "Amarrei bem apertado." A figura avançou um passo, mas não perto o suficiente para Demi ver. De repente, uma luz foi acesa, uma luz quente apontada diretamente para ela, forçando-a a olhar de soslaio. Aquilo iluminou o ambiente escuro e ela ouviu os passos atrás dela. "Sei o quão determinada você pode ser Srta. Lovato e não posso correr o risco de você conseguir fugir."
Então, tão rapidamente quanto a luz foi acesa, a memória do que aconteceu voltou em seu cérebro confuso. Lembrou-se, agora, que estava quase dormindo à espera por Joe...
"Vejo que agora está pensando e aposto que você está se perguntando quem sou." Mesmo que o dispositivo eletrônico pudesse cobrir a voz, não conseguia esconder a alegria que se expressou através de suas palavras computadorizadas. "Não se preocupe, você vai descobrir em breve Srta. Lovato."
A casa ainda estava cheia com a família, Dianna e sua vasta comitiva e metade da polícia, mas Joe sentou-se na varanda dos fundos longe de todos. Eles tinham todas as ligações de seu telefone do escritório, do telefone da casa de Dianna e seu próprio telefone de casa, direcionados para casa de Demi e Dianna decidiu entreter toda a comitiva na tentativa de seduzi-los a trabalhar mais para encontrar sua filha. Joe não servia para nada neste momento, estava cansado de estar lá se sentindo completamente desamparado. Queria estar na rua, à procura dela e perguntando às pessoas se tinham visto alguma coisa, mas estava com medo de que ela ligaria enquanto estivesse fora.
A amostra de sangue de seu carro tinha voltado como positivo para a amostra de sangue enviado pelo médico pessoal de Demi. O cabelo encontrado no carro de Joe também combinava com o cabelo retirado de uma escova levada da casa de Demi. O Detetive Rogers estava convencido de que era uma instalação malfeita e se recusou até mesmo a levá-la em consideração.
Demi acordou para descobrir que estava vestindo um gigante vestido cocktail branco desatualizado e uma bota branca do século passado. Ouviu alguém entrar e ficou imediatamente em guarda. Observou enquanto a figura escura deu um passo em sua direção com um prato de comida antes de desatar-lhe a mordaça.
"Quem é você?" exigiu no minuto em que conseguiu falar.
"Hora de comer." A voz eletrônica disse e Demi balançou a cabeça em negativa.
"Quem é você?" gritou.
"Minha identidade será divulgada no momento certo, mas não agora, agora é hora de comer."
"Não vou comer qualquer coisa que você me der." Sussurrou.
"Se você não comer vai morrer de fome."
"Então prefiro morrer de fome ao ter uma morte dolorosa por causa do veneno que você, provavelmente, colocou na comida."
"Se quisesse que você morresse, já estaria morta, tive uma grande oportunidade." A figura estendeu uma colher de sopa e Demi virou a cabeça. "Você precisa comer."
"E você precisa tirar essa merda da minha cara!" retrucou quando sentiu a raiva começar a dominar o medo. Já falaram várias vezes que um dia sua boca grande iria colocá-la em um mundo de problemas e agora, acreditava nisso. Apesar de suas melhores intenções, não podia aguardar calmamente. "Já te falei que não vou comer!" gritou.
A figura dissimulada finalmente entendeu a insinuação, então, sem mais uma palavra, virou-se e deixou Demi sozinha no porão novamente.
Joe estava cansado de seguir as regras e precisava de respostas e agora. Interrogou todos e tinha procurado no escritório, mas, devido às leis de inviolabilidade, não era autorizado a procurar no âmbito pessoal dos funcionários. Joe esperou até que todos deixaram o prédio à noite antes de enviar uma mensagem para seus primos. No prazo de minutos, seus primos chegaram e os cinco começaram a procurar pelas mesas e armários de todos empregados. Sabia que era errado e poderia ser denunciado por tal ato ilegal, mas não se importava neste momento, a única coisa que queria era Demi de volta.
Joe foi para a mesa de Lila primeiro, depois, vasculhou pelas mesas dos advogados, enquanto seus primos vasculhavam as mesas das secretárias.
"Eu não encontrei nada." Disse Júlio.
"Nem eu." Royce acrescentou.
"Vou à casa de todos os funcionários para ver o que eles estão fazendo." Joe disse, claramente frustrado e sem opções.
"Podemos ir no meu carro." Royce ofereceu.
Demi ouviu os passos familiares descendo as escadas e pode sentir a figura caminhando ficando atrás dela, fora de sua linha de visão. Sentiu a mordaça ser desamarrada e ficou em silêncio depois que foi removida.
"Agora é a hora!" ouviu a voz eletrônica dizer. Então ouviu o som do zíper do tecido grosso arrastar enquanto a voz continuava, sem o dispositivo eletrônico.
"Olá Demi." As palavras foram pronunciadas lentamente e sentiu os cabelos na parte de trás de seu pescoço arrepiar. Conhecia aquela voz, apenas uma pessoa falava seu nome assim, parecendo um papagaio implorando por uma bolacha "Você reconhece minha voz?" Perguntou a voz masculina.
De jeito nenhum, não podia ser ele. Claro que não era o homem simpático que sempre pedia ajuda e sempre tinha uma palavra gentil a dizer. Não é o homem que lhe ofereceu condolências quando perdeu a sociedade, isto simplesmente não era possível. Ele era recatado e de fala mansa, até meio afeminado, definitivamente não era o tipo que você iria suspeitar de raptar uma colega de trabalho.
"Ainda não tinha percebido? Ou tinha?" A voz perguntou atrás dela. Então, viu a sombra da figura fantasiada movendo-se para frente e seus olhos se arregalaram quando saiu de trás dela. "Surpresa!" Ele sorriu quase envergonhado. "Aposto que você nunca teria esperado que fosse eu.”
"Gavin?" Disse com os olhos cada vez mais arregalados de espanto. De jeito nenhum, não poderia ser Gavin Grant, não o generoso Gavin. "Isso é uma piada?" olhou ao redor, esperando alguém saltar e gritar 'Surpresa'.
"Aposto que você nunca suspeitou de mim."
"Nenhuma vez." Balançou a cabeça, incapaz de superar a identidade do sabotador. Esperava que fosse Lila sob a máscara preta ou até Juliette, mas nunca Gavin Grant.
"Quem poderia suspeitar de mim, para todos sou um cara bem educado, de fala mansa e advogado levemente patético."
"Mas por quê?" balançou a cabeça, em confusão. "Não entendo, sempre nos demos bem."
"Sim, até que você se tornou amiga de meu inimigo." Balançou a cabeça. "Por que você não poderia simplesmente continuar odiando-o como eu?"
“De quem está falando?" perguntou enquanto balançava a cadeira. "Deixe-me sair Gavin e nós podemos discutir isso de maneira civilizada!"
"Não."
"Não?"
"Não, eu não posso deixar você sair agora."
"Sim, você pode, deixe-me sair Gavin!" exigiu sentindo o choque completo da situação desaparecer e sendo substituído pela raiva.
"Eu sinto muito."
"É melhor você me deixar sair daqui agora!" gritou tentando se livrar da cadeira sem sucesso.
"É tarde demais para deixá-la sair, você faz parte do plano agora." Disse se afastando dela.
"Não! Pode voltar aqui e me soltar! Agora!" gritou quando o ouviu subir as escadas e continuou gritando depois que ele saiu do porão. "GAVIN!"
Joe sentiu uma onda de raiva perfurando seu estômago e olhou para o céu. Por um instante, Joe podia sentir Demi e sabia que estava furiosa. Foi surreal e temia que pudesse estar ficando louco ou tendo algum tipo de alucinação induzida pelo estresse, mas era o único pedaço de esperança que sentiu desde que ela desapareceu.
"Por que está fazendo isso?" Demi perguntou assim que a mordaça foi removida.
"Você quer saber por quê?" Gavin sorriu enquanto pegava um pequeno controle remoto da mesa ao lado de sua cadeira e ligava o monitor de tela grande em frente onde ela estava sentada. "Eu vou te mostrar o porquê." A tela preta instantaneamente ganhou vida com a imagem de Demi em close up, sem se dar conta que estava sendo fotografada. A próxima era uma foto dela e Joe se beijando na frente de sua casa, e em seguida, as imagens que tinham sido enviadas para o escritório, estavam piscando na tela. Depois vieram as imagens de vídeo, filmadas do lado de fora da janela de seu quarto, nenhum deles ciente disso enquanto transavam loucamente por todo o quarto. Demi não podia assistir mais e abaixou a cabeça. "Não, veja!"
"Não!" ela gritou, recusando-se a olhar para a tela por mais tempo e ele finalmente desligou.
"Agora você entende por que estou fazendo isso? Você colocou o meu plano em movimento no momento que começou a transar com Joseph Jonas."
"Você está me dizendo que a razão pela qual estou aqui agora, trancada em seu porão é porque transei com Joseph Jonas?" ela sentiu sua raiva aumentar em um grau que nunca tinha experimentado.
"Sim." Ele respondeu e ela sentiu sua fúria explodir.
"Seu verme, você rastejou para filmar meus momentos mais íntimos, mas está com raiva de mim por transar com Joe? Maldito carneirinho, você não é nada, além um cordeiro de fala suave em pele de cobra, seu pequeno covarde parasita!"
"Você realmente não quer dizer isso, está com raiva porque tenho você amarrada." Disse Gavin recusando-se a acreditar em suas palavras.
"Não, além de um rato furtivo, você está iludido também" Ela riu sadicamente. Ela queria atacá-lo agora, podia sentir sua raiva surgindo através de seu corpo, estava pronta para a guerra.
Gavin esperou algum tempo antes de voltar para o porão para ver Demi.
"Você está com um humor melhor agora?" perguntou Gavin, esperando que a fome a deixasse mais maleável. Ela o olhou fixamente quando ele desamarrou a mordaça.
"Se não me deixar ir, juro que vou cortar a sua..." ele colocou a mordaça sobre sua boca antes que ela pudesse terminar a ameaça. Agarrou o prato de comida e olhou para ela.
"Você vai ficar com fome em breve." Sorriu presunçosamente antes de deixar o porão.
"Vou matar Joseph Jonas." Gavin informou a Demi.
"O que você acabou de dizer?" Perguntou Demi, convencida de que tinha entendido mal.
"Eu vou matar Joe."
"Por quê? O que ele fez para você? Será que ele dormiu com sua namorada ou algo assim, roubou um caso seu ou arruinou sua vida?" ela não conseguia entender, percebeu o desprezo de Gavin por Joe, mas assassinato era uma história totalmente diferente.
"Vou matar Joe e você vai levar a culpa." Ele sorriu: "Já coloquei o plano em ação, deixei seu sangue e uma amostra de cabelo no carro de Joe. Então, quando eles encontrarem a sua pele sob as unhas, o cabelo torcido em torno de um dedo e gotas de seu sangue em seu cadáver em decomposição, vão saber que foi você."
"Isso não faz qualquer sentido, por que colocar o meu sangue no carro de Joe agora?"
"Para conectá-la à ele e quando não encontrarem seu corpo depois de acharem o dele, vão presumir que ele a matou também."
"Esse é o plano mais estúpido que já ouvi!" ela balançou a cabeça em desgosto. "Sério, não sei como você ainda passou no exame, seu idiota. Tudo o que você realmente faz no trabalho é correr ao redor do escritório beijando a bunda de todo mundo ou perguntando como fazer seu trabalho, é um incompetente covarde." Olhou para ele com um olhar de cobra venenosa. "Seu nível de covardia me enoja."
"Você é uma vadia." Ele balançou a cabeça.
"Você está certo, eu sou e você é um covarde chorão, deveria estar me agradecendo por ser honesta com você." Olhou para ele com desprezo.
"Então, o que você sugere que eu faça?" Virou-se para ela.
"Com o seu plano para assassinar Joe?"
"Sim."
"Acho que você deveria se matar ao invés disso." Disse ela com um olhar de puro ódio. Gavin parecia que ia chorar por um momento e se não fosse o olhar condescendente que Demi estava lhe dando, ele provavelmente faria. "Eu gostaria que você chorasse, seu bundão, seria o melhor entretenimento que tive durante todo o dia." Ela desafiou-o, mas ao invés disso, ele pegou a mordaça, rapidamente colocou-a de volta na sua boca e, em seguida, prendeu bem atrás de sua cabeça.
"Eu queria que você fosse parte disso Demi, queria entregar-lhe a morte de Joseph Jonas em uma bandeja de prata. Você teria adorado, mas de alguma forma você fez o que todas as outras mulheres fazem, permitiu que Joe a conquistasse."
Demi ouviu a porta abrir e viu a luz entrar. Ela então percebeu-o andar e descer as escadas, seus passos atingindo o solo e, em seguida, aproximar-se dela. Ele ficou diante dela com aquele sorrisinho ridículo no rosto e uma grande bandeja de comida. Colocou-a em cima da mesa que estava à sua frente.
“Eu trouxe uma coisa para comer, deve estar com fome agora", chegou por trás dela e desamarrou a mordaça "e espero que seja um pouco mais razoável." Ele ficou para trás e sorriu. "Gostaria de algo para comer, Demi?"
"Você sabe que vou me soltar." Ela disse com a cara de paisagem em pleno vigor.
"Não, você não vai."
"Você vai escorregar, vai cometer um erro e eu vou me soltar." Ela encarou-o , com os olhos brilhando de ódio. "Então vou te matar." Disse com uma firmeza, enviando arrepios pela sua espinha.
"Então vou ter cuidado extra para não cometer um erro."
"Você é incompetente Sr. Grant, confie em mim, você vai se atrapalhar, sempre faz." Ela sorriu com confiança.
"Se continuar sendo ingrata, vou levar a sua comida de volta até que seja um pouco mais agradecida."
"Por favor, leve-a, pegue aquela comida e enfie no seu rabo! Isso é mais razoável?" virou-se para ele com um meio sorriso.
Demi sorriu de orelha a orelha quando sentiu as cordas em torno de seus pulsos soltarem lentamente. Ainda iria demorar algum tempo antes que pudesse soltá-las o suficiente para deslizar a mão, mas ela cuidadosamente trabalhou até conseguir. Neste ponto, com a sua liberdade iminente e sua vida dependendo de uma corda solta, sabia que precisava mudar suas táticas. Ela teve que desviar sua atenção para longe de seu pulso dilacerado, bem como mantê-lo longe de suspeitar que ela estava fazendo. Também precisava comer alguma coisa antes que ficasse muito fraca para escapar dele, sua barriga já estava começando a doer e ela estava começando a sentir vertigens. Usaria a fome como vantagem e permitiria que ele achasse que este era o motivo de sua civilidade. Ele acharia que a fome a tinha enfraquecido e ele não estaria em guarda.
Ela observou-o descer as escadas com a comida e silenciosamente rezou para que caísse. Para seu grande desgosto, ele desceu com segurança total e trouxe a bandeja de comida para se sentar na mesa à sua frente.
"Esta é sua última chance Srta. Lovato." Ele falou baixinho enquanto desamarrava a mordaça. "Você vai cooperar agora?" Apesar do impulso irresistível de amaldiçoá-lo e xingar, precisava manter seu plano. Ela conseguiu erguer o canto de sua boca, para o que poderia ser considerado um sorriso.
"Estou com um pouco de fome." Manteve o sorriso falso, lutando contra o desejo de ser cruel. Gavin parecia aceitar qualquer ato de bondade da parte dela, sendo verdade ou não.
"Deixe-me ajudá-la então." Disse ele deslizando a colher na sopa grossa, em seguida, segurando-a diante de sua boca. Demi hesitou por um momento antes de finalmente abrir os lábios para aceitar a sopa. "Como está?"
"É muito boa."
"Lembrei-me de vê-la levar uma sopa de frango semelhante no trabalho uma vez, então pensei que deveria tentar."
"Você é muito observador."
"Você acha?" Perguntou ele em excitação.
"Sim." Ela respondeu quando ele deu-lhe outra colherada de sopa.
"Obrigado Demi." Sorriu como um tolo cego e Demi lutou contra o impulso de lhe dizer isso.
"Por que você está realmente fazendo isso Gavin?" Perguntou calmamente.
"Por que você começou a transar com Joe?" Gavin disparou uma pergunta para ela.
"Tudo bem, acho que não importa quem descubra agora", encolheu os ombros, decidiu que dizer a verdade realmente poderia trabalhar a seu favor. "Eu fiz algo precipitado que quase destruiu toda a minha carreira como advogada."
"O quê?"
"Invadi o escritório de Joe, sabotei seu computador e roubei a sua proposta para a sociedade." Ela admitiu.
"Foi você quem fez isso? Eu me perguntava quem era, foi muito inteligente." Ele sorriu em reverência.
"Não, não foi, ele me pegou em flagrante."
" O que ele fez?"
"Ele me deu um ultimato, ou eu serviria a ele por trinta dias ou me denunciava."
"Então é por isso que você começou a transar com ele." Ele parecia quase aliviado.
"Sim, essa foi a única razão."
"Eu gostaria de saber isso antes." Disse, com uma profunda tristeza tomando conta dele. "Eu deveria saber. Você não parece ser do tipo que ficaria de bom grado com alguém como ele."
"Claro que não, eu não podia suportá-lo."
"E agora?"
"Agora? Não tenho escolha senão submeter-me a ele, tenho medo de dizer não. Eu sei que ele usaria as provas contra mim e minha carreira estaria terminada." Ela mentiu.
"Ele está chantageando você!"
"Sim."
"Então, não seria melhor para você se ele não estivesse por perto?"
"É claro que seria, mas não com o seu plano que me faria pegar prisão perpétua."
"Não se tivermos um plano alternativo."
"É tarde demais, você já plantou as provas."
"Poderíamos pensar em alguma coisa, somos dois advogados muito inteligentes."
"Eu acho que a prova que deixou poderia ser usada ao meu favor, eu poderia alegar legítima defesa. Poderia dizer que foi ele quem me sequestrou." Ela sorriu e Gavin sorriu em adulação.
"Você faria isso?"
"Faria qualquer coisa para fazê-lo parar de me chantagear." Ela continuou sua mentira e viu Gavin cair direitinho.
"Você é uma mulher muito inteligente Demi." Ele pegou outra colherada de sopa e segurou-a diante de sua boca.
"Eu sou." Ela sussurrou antes de abrir a boca para a sopa, revoltada por ter que jogar junto com seu ex-colega de trabalho psicopata.
O pulso de Demi estava em carne viva e sangrando, mas ela estava exultante, sua mão estava quase fora da corda. Ela trabalhou para afrouxar a corda até Gavin voltar, ela imediatamente deslizou sua mão para trás através das cordas. Sorriu de orelha a orelha quando Gavin chegou perto, esperando que não percebesse o sangue em sua mão.
"É café?" ela perguntou animada.
"Com certeza, querida." Gavin sorriu quando trouxe a bandeja de seus alimentos favoritos para ela.
"Você é absolutamente incrível. " Ela sorriu.
"Eu sou?"
"Sim, você deve ter lido minha mente ou algo assim, porque eu tenho sonhado com cafeína."
Dianna fez um bule de chá e levou-o para a varanda dos fundos, onde Joe estava. Era sua própria mistura especial de chá, foi criado para acalmar a alma e os nervos, era o que Joe precisava. Dianna não tinha visto o homem dormir uma vez desde que Demi tinha desaparecido e podia ver o cansaço tomando conta dele.
"Você está muito cansado." Dianna disse com um olhar de preocupação. "Vai estar muito esgotado para receber Demi corretamente quando ela voltar." Suas palavras atingiram Joe como um bloco de cimento tentando passar por suas veias e ele virou-se para ela.
"Eu estou bem."
"Você precisa descansar, querido. "
"Vou descansar uma vez que Demi esteja em casa, mas obrigado."
"Confie em mim, eu entendo."
Ela soltou a mão das cordas e foi capaz de deslizar para fora com muito trabalho. Colocou de volta quando ele desceu com a bandeja de comida, colocando-a em cima da mesa enquanto sorria e ela tentava sorrir de volta. Não era um sorriso verdadeiro, mas foi obviamente, suficiente para encantar Gavin e enfraquecer sua guarda.
"Você está linda hoje. Eu estava pensando sobre nosso plano e acho que formamos uma ótima equipe." Ele sorriu.
"Eu também." Ela sorriu.
"Trouxe um guisado de carne." Ele sorriu e pegou uma colher cheia do ensopado e Demi aceitou, desejando que pudesse arrancar as mãos das cordas agora, agarrar a colher e em seguida, bater-lhe na cabeça com ela até que se sentisse melhor.
"Obrigada."
"De nada."
Ela se escondeu atrás das escadas, com uma grossa vassoura até que ele começou a descer os degraus. Ela, então, enfiou a vassoura através dos degraus, em seguida, bateu na parte de trás de seu tornozelo, o golpe o fez cair. Ela correu para fora de debaixo das escadas e tentou subir, mas ele agarrou sua perna.
"Não, você não vai a lugar nenhum." Rosnou como um louco.
"Solte-me!" ela gritou, chutando-o na cabeça com o pé livre, enquanto ele tentava puxá-la pela escada abaixo. Ela puxou a perna e com toda a sua força, o chutou na cara. Seu nariz se abriu com gotas de sangue espirrando em seu sapato. Ele caiu para trás e ela aproveitou esse segundo que tinha e agarrou a vassoura que ainda estava entre os degraus. Ela começou a bater com o cabo na cabeça dele, até que caiu no chão. Bateu mais uma vez para garantir antes de amarrá-lo e prendê-lo no porão.
Foi correndo para a porta da frente quando o emblema da Mercedes brilhante pendurado na chave chamou sua atenção. Ela pegou e foi direto para a sua garagem. Acelerou a maior parte do caminho, não tinha celular, estava muito nervosa para parar e chamar a polícia.
Ela estava realmente esperando que um policial qualquer aparecesse e a mandasse parar por excesso de velocidade.


*****


MINHAS PRINCESAS LINDAS, desculpa a demora. Gavin é um fdp, não acham? Vi que algumas de vocês já desconfiavam que era ele. Quem acertou nas suspeitas? Auaheuhsa.. Acham que a Demi vai realmente conseguir fugir? Beijos

6 comentários:

  1. Menina como vc para assim? Pelo amor de Deus posta mais hj por favor.... espero que a Demi esteja longe.... Joe ajuda ela cara... Continua please....

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  2. Acho que a Demi consegue fugir, mas o Gavin não para por ai não, safado ein.... Joseph todo preocupado ♥♥♥♥

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Posta posta posta posta posta posta

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  5. Pelo amor de Deus posta logo... muito muito muito muito muito muito muito ansiosa...

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