23.1.15

Capítulo Um




Domingo, 28 de outubro de 2012
19h29

Levanto e olho para a cama, prendendo a respiração com medo dos sons que estão surgindo do fundo de minha garganta.
Não vou chorar.
Não vou chorar.
Ajoelhando-me lentamente, apoio as mãos na beirada da cama e passo os dedos nas estrelas amarelas espalhadas pelo azul-escuro do edredom. Fico encarando as estrelas até começarem a desfocar por causa das lágrimas que embaçam minha visão.
Aperto os olhos e afundo a cabeça na cama, agarrando o cobertor. Meus ombros começam a tremer enquanto os soluços que tentava conter irrompem de mim violentamente. Com um movimento rápido, eu me levanto, grito e arranco o cobertor da cama, jogando-o do outro lado do quarto.
Cerro os punhos e olho ao redor freneticamente, procurando mais alguma outra coisa para atirar. Pego os travesseiros da cama e os arremesso no reflexo do espelho, na garota que não conheço mais. Fico observando a menina do espelho me encarar de volta, soluçando de forma patética. A fraqueza de suas lágrimas me deixa furiosa. Começamos a correr uma em direção à outra até nossos punhos colidirem no vidro, quebrando o espelho. Vejo-a se desfazer em um milhão de pedacinhos brilhantes sobre o carpete.
Agarro as bordas da cômoda e a empurro para o lado, soltando outro grito que estava preso há muito tempo. Após o móvel cair, abro uma das gavetas e arremesso o conteúdo pelo quarto, rodopiando, jogando e chutando tudo o que encontro pela frente. Agarro as cortinas azuis e as puxo até o suporte quebrar e estas caírem ao meu redor. Estendo o braço para as caixas empilhadas no canto do quarto e, sem nem saber o que tem dentro delas, pego a que está no topo e a lanço na parede com tanta força quanto meu corpo de 1,60m consegue reunir.
— Odeio você! — grito. — Odeio você, odeio você, odeio você!
Estou jogando tudo o que encontro pela frente em cima de tudo o que está na minha frente. Toda vez que abro a boca para gritar, sinto o gosto de sal das lágrimas que me escorrem pelas bochechas.
De repente, os braços de Jonas me seguram por trás e me prendem com tamanha firmeza que fico imobilizada. Eu me balanço, me viro e grito mais ainda até parar de pensar no que estou fazendo. Passo a reagir apenas.
— Pare — diz ele calmamente em meu ouvido, sem querer me soltar. Escuto o que ele diz, mas finjo que não ouvi. Ou simplesmente não me importo. Continuo me debatendo em seus braços, que me apertam mais.
— Não encoste em mim! — grito o mais alto que posso, arranhando-lhe os braços. Mas Jonas não liga para isso.
Não encoste em mim. Por favor, por favor, por favor.
A pequena voz ecoa na minha cabeça, e imediatamente amoleço o corpo em seu abraço. Fico mais fraca conforme minhas lágrimas se fortalecem e me consomem. Eu me transformo num mero recipiente para as lágrimas que não param de cair.
Sou fraca e estou deixando ele vencer.
O aperto de Jonas fica mais fraco, e ele põe as mãos nos meus ombros. Em seguida, me vira para ele. Não consigo nem sequer encará-lo. Eu me derreto em seu peito de tanta exaustão e frustração, agarrando sua camisa enquanto soluço, a bochecha encostada em seu coração. Sua mão toca a parte de trás de minha cabeça, e ele leva a boca até meu ouvido.
— Demi. — A voz dele está calma, inabalada. — Você precisa sair daqui. Agora.

Sábado, 25 de agosto de 2012
23h50
Dois meses antes...

Gostaria de pensar que a maioria das decisões que tomei nesses meus 17 anos foi inteligente. Espero que a inteligência seja medida proporcionalmente e que minhas poucas decisões idiotas pesem menos que as inteligentes. Se for mesmo assim, amanhã vou precisar tomar várias decisões boas, pois deixar Zac entrar escondido pela janela do meu quarto três vezes nesse mês pende bastante a balança para o lado das idiotices. No entanto, só é possível medir a estupidez de uma decisão com o tempo... então pelo jeito terei de esperar para ver se serei descoberta antes de julgar qualquer coisa.
Apesar do que está parecendo, não sou uma vagabunda. A não ser, é claro, que o conceito de vagabunda se baseie no fato de que fico com várias pessoas, mesmo que não me sinta atraída por nenhuma. Considerando isso, é até possível argumentar.
— Vá logo — articula ele com os lábios, por trás da janela fechada, nitidamente irritado com minha lerdeza.
Destravo a janela e a deslizo para cima da forma mais silenciosa possível. Dianna pode até ser uma mãe não muito convencional, mas, em relação a garotos entrarem escondidos pela janela do quarto à meia-noite, é a típica mãe repressora.
— Silêncio — sussurro.
Zac ergue o corpo, joga uma perna por cima do beiral e entra no quarto. O fato de as janelas deste lado da casa estarem a 1 metro do chão ajuda bastante; é quase como se eu tivesse minha própria porta. E, na verdade, Miley e eu provavelmente usamos mais as janelas que as portas para ir de uma casa à outra. Dianna já está tão acostumada com isso que nem sequer comenta mais o fato de minha janela ficar aberta a maior parte do tempo.
Antes de fechar a cortina, olho para a janela do quarto de Miley. Ela acena para mim com uma das mãos enquanto puxa o braço de Jaxon, que também está entrando no quarto dela, com a outra. Assim que ele entra, põe a cabeça para fora da janela.
— Me encontre em sua caminhonete daqui a uma hora — sussurra ele bem alto para Zac, e depois fecha a janela e puxa as cortinas de Miley.
Miley e eu somos grudadas desde que ela se mudou para a casa ao lado quatro anos atrás. As janelas de nossos quartos são adjacentes, o que é extremamente conveniente. No início, as coisas eram bem inocentes. Quando tínhamos 14 anos, eu entrava escondida no quarto dela à noite, roubávamos sorvete do freezer e assistíamos a filmes. Com 15 anos, começamos a convidar garotos para entrarem escondidos em nossos quartos, tomar sorvete e ver filmes com a gente. Aos 16 anos, os garotos passaram a importar mais que filmes e sorvete.
Agora, aos 17, só nos damos o trabalho de sair de nossos respectivos quartos depois que os garotos vão embora. É então que o sorvete e os filmes voltam a ser mais importantes.
Miley troca de namorado com a mesma frequência com que troco os sabores do sorvete. O sabor do mês para ela é Jaxon. O meu é Rocky Road. Zac e Jaxon são melhores amigos e foi por isso que eu e Zac começamos a ficar. Quando o sabor do mês de Miley tem um melhor amigo, ela tenta empurrá-lo sutilmente para mim. E Zac é o maior gato. Tem um corpo incrível, cabelo perfeitamente desleixado, olhos escuros penetrantes... tudo nesse nível. A maioria das garotas que conheço se sentiria privilegiada só de estar no mesmo cômodo que ele.
Pena que eu não ache isso.
Fecho as cortinas e, ao me virar, vejo que Zac está a centímetros de meu rosto, pronto para começar. Ele toca minhas bochechas e abre seu sorriso arranca-calcinha.
— Oi, linda.
Antes que eu possa responder, seus lábios cumprimentam os meus com um beijo molhado. E continua me beijando enquanto tira os sapatos, que ele descalça sem dificuldade alguma enquanto vamos em direção à minha cama, ainda com as bocas coladas. A facilidade com que ele faz as duas coisas simultaneamente é impressionante e perturbadora.
Sem pressa, ele me acomoda na cama.
— Sua porta está trancada?
— Vá conferir — digo.
Ele me dá um beijo rápido nos lábios antes de saltar da cama para ver se a porta está mesmo trancada. Já estou com Dianna há treze anos e jamais fiquei de castigo; não quero dar motivos para ela começar a fazer isso agora. Daqui a algumas semanas vou fazer 18 anos, mas duvido que ela mude a forma de me educar, não enquanto eu continuar morando na casa dela.
Não que a forma como tenta me educar seja algo ruim. É apenas... bem contraditória. Ela sempre foi rígida comigo. Nunca tivemos internet, celulares, nem mesmo televisão, porque ela acredita que a tecnologia é a origem de todos os males do mundo. No entanto, é extremamente leniente com outras coisas. Me deixa sair com Miley sempre que quero e, contanto que eu avise onde estou, a hora em que chego em casa não importa. Mas jamais abusei muito dessa regra, então talvez tenha hora para chegar em casa e só não saiba disso ainda.
Ela não liga se solto um palavrão, apesar de eu raramente fazer isso. Às vezes, até me deixa beber vinho no jantar. Conversa comigo como se eu fosse mais uma amiga que uma filha (apesar de ter me adotado 13 anos atrás) e, de alguma maneira, consegue fazer com que eu seja (quase) totalmente sincera sobre tudo o que acontece na minha vida.
Não existe meio-termo com ela. Ou é extremamente leniente ou extremamente rígida. É uma liberal conservadora. Ou uma conservadora liberal. Seja lá o que for, é difícil entendê-la, e foi por isso que desisti há anos.
O único assunto que já nos fez discutir foi o ensino público. Estudei em casa a vida inteira (o ensino público é outra origem de todos os males do mundo) e venho implorando para frequentar um colégio desde que Miley pôs essa ideia em minha cabeça. Tenho me candidatado para algumas universidades e acho que minhas chances aumentariam se pudesse acrescentar algumas atividades extracurriculares nas inscrições. Depois de meses de súplicas, minhas e de Miley, Dianna finalmente cedeu e deixou que eu me matriculasse para o último ano. Eu poderia conseguir os créditos de que preciso para completar meu programa de ensino domiciliar em apenas alguns meses, mas uma pequena parte de mim sempre quis a vida de uma adolescente normal.
Claro que se eu soubesse que Miley começaria um intercâmbio na mesma semana em que compartilharíamos nosso primeiro dia de aula juntas, eu nunca levaria a sério a ideia de estudar num colégio. No entanto, sou imperdoavelmente teimosa e prefiro enfiar um garfo na parte carnuda da mão do que dizer a Dianna que mudei de ideia.
Tentei evitar o pensamento de que não vou ter Miley comigo este ano. Sei o quanto ela queria o intercâmbio, mas meu lado egoísta estava torcendo para que não desse certo. Fico apavorada só de pensar em passar por aquelas portas sem ela. Contudo, sei que nossa separação é inevitável e que, mais cedo ou mais tarde, vou ser obrigada a fazer parte do mundo real onde existem outras pessoas além de Miley e Dianna.
Minha falta de acesso ao mundo real foi totalmente substituída por livros, e não deve ser muito saudável viver na terra dos finais felizes. Ler também me ensinou sobre os horrores (possivelmente exagerados) do ensino médio, dos primeiros dias de aula, das panelinhas, das garotas malvadas. E, segundo Miley, já tenho uma certa reputação só por ser amiga dela, o que não ajuda em nada. Miley não tem um passado muito comportado, e, pelo visto, alguns dos garotos com quem fiquei não costumam manter segredo. Juntando as duas coisas, imagino que meu primeiro dia de aula vai ser bem interessante.
Não que eu me importe com isso. Não me matriculei para fazer amizades nem para impressionar ninguém, então, contanto que minha reputação injustificada não interfira no meu objetivo principal, tudo vai ficar bem.
Assim espero.
Zac volta para a cama após verificar que a porta está trancada e abre um sorriso sedutor para mim.
— Que tal um pequeno strip-tease?
Ele balança os quadris e levanta um pouco a camisa, deixando à mostra o abdômen sarado. Estou começando a perceber que ele mostra o abdômen sempre que pode. Zac é basicamente o típico bad boy egocêntrico.
Rio quando ele gira a camisa acima da cabeça e a joga em mim. Ele desliza o corpo em cima do meu mais uma vez e põe a mão na minha nuca, ajustando minha boca de novo.
Faz pouco mais de um mês que Zac entrou escondido no meu quarto pela primeira vez, e na mesma hora ele deixou claro que não queria nenhum relacionamento sério. E eu deixei claro que não queria nenhum relacionamento sério com ele, então nos demos bem desde o início. Claro que ele é uma das únicas pessoas que conheço no colégio, então me preocupo que isso talvez estrague essa coisa boa que está rolando entre nós — que é absolutamente nada.
Ele está aqui há menos de três minutos e já colocou a mão por dentro da minha camisa. Acho que ficou bem claro que ele não está aqui pelo meu papo interessante. Seus lábios desgrudam dos meus e chegam até meu pescoço, então aproveito o intervalo para inalar profundamente e tentar sentir alguma coisa mais uma vez.
Qualquer coisa.
Fixo o olhar no teto, nas estrelas de plástico que brilham no escuro, percebendo vagamente os lábios que se aproximam dos meus seios. São setenta e seis. As estrelas, quero dizer. Sei disso porque nas últimas semanas tive tempo de sobra para contá-las durante esses momentos desagradáveis. Eu, deitada, imperceptivelmente indiferente enquanto Zac explora meu rosto, pescoço e, às vezes, meus seios, com lábios curiosos e excitados demais.
Se não estou curtindo, por que deixo ele fazer isso?
Jamais senti alguma ligação emocional com os garotos com quem fico. Ou melhor dizendo, com os garotos que ficam comigo. Infelizmente é algo bem unilateral. Apenas um garoto chegou perto de provocar alguma reação física ou emocional em mim, mas no fim das contas acabou sendo apenas uma ilusão autoinduzida. O nome dele era Matt, e saímos juntos por menos de um mês, até suas idiossincrasias começarem a me irritar. Por exemplo, ele só tomava água de garrafa com um canudo. E suas narinas se expandiam quando ele se aproximava para me beijar. E o fato de ele ter dito que me amava somente três semanas após decidirmos namorar.
Pois é. A última descoberta foi uma maravilha.
Tchauzinho, Matty.
Miley e eu já analisamos minha falta de reações físicas com garotos muitas vezes. Por um tempo, ela desconfiou que eu devia ser lésbica. Quando tínhamos 16 anos, após um beijo muito breve e constrangedor para “testar” essa teoria, chegamos à conclusão de que não era esse o caso. Não é que eu não goste de ficar com garotos. Gosto, sim — caso contrário, não ficaria com eles. Mas não gosto disso pelos mesmos motivos das outras garotas. Nunca fiquei caidinha por ninguém. Ninguém jamais me fez sentir frio na barriga. Na verdade, desconheço totalmente essa sensação de ficar encantada por alguém. A verdadeira razão pela qual gosto de ficar com garotos é a seguinte: me sinto completa e confortavelmente entorpecida. São em situações como esta em que estou agora com Zac que gosto de desligar a mente. Ela se desliga por completo, e gosto disso.
Meus olhos estão focados nas 17 estrelas no quadrante direito superior da constelação no teto. De repente, volto bruscamente à realidade. As mãos de
Zac se aventuraram além do que deixei no passado; rapidamente percebo que ele desabotoou minha calça jeans e que seus dedos estão na borda de algodão da minha calcinha.
— Não, Zac — sussurro, empurrando sua mão.
Ele retira a mão, geme e depois pressiona a testa no meu travesseiro.
— Qual é, Demi. — Ele está respirando forte em meu pescoço e apoia o peso no braço direito, olhando para mim, tentando me conquistar com seu sorriso.
Já mencionei que sou imune ao sorriso arranca-calcinha dele?
— Por quanto tempo vai ficar fazendo isso? — Ele desliza a mão pela minha barriga e aproxima as pontas dos dedos da minha calça mais uma vez. Fico horrorizada.
— Isso o quê? — Tento sair de baixo dele.
Ele ergue o corpo, se apoiando nas mãos, e olha para mim como se eu fosse totalmente sem noção.
— Essa história de pagar de “santinha”. Já não aguento mais, Demi. Vamos fazer isso de uma vez por todas.
O que me faz voltar a pensar que, ao contrário do que dizem por aí, não sou uma vagabunda. Nunca transei com nenhum dos garotos com quem fiquei, nem mesmo com Zac, que está fazendo bico na minha frente neste exato momento. Sei que não reagir sexualmente poderia facilitar e me fazer transar com pessoas aleatórias. No entanto, também sei que é exatamente por isso que não devo transar. Sei que, no instante em que fizer isso, os boatos vão deixar de ser apenas boatos. Tudo vai passar a ser verdade. E a última coisa que quero é que as fofocas sobre mim se concretizem. Acho que posso creditar meus quase 18 anos de virgindade puramente à teimosia.
Pela primeira vez nesses dez minutos em que ele está aqui, percebo o cheiro de álcool.
— Você está bêbado.
Empurro seu peito.
— Eu disse para você não aparecer mais aqui bêbado.
Ele sai de cima de mim, e eu me levanto para abotoar a calça e ajeitar a camisa. Fico aliviada por ele estar bêbado. Estou mais do que querendo que vá embora.
Ele se senta na beirada da minha cama, agarra minha cintura e me puxa para perto. Em seguida, põe o braço ao meu redor e encosta a cabeça na minha barriga.
— Desculpe-me — diz ele. — É que eu quero tanto você que acho que não vou aguentar mais vir aqui se não puder tê-la toda para mim. — Ele abaixa as mãos e encosta na minha bunda, depois pressiona os lábios na pele entre minha calça e minha camisa.
— Então não venha mais aqui. — Reviro os olhos e me afasto dele. Em seguida, vou até a janela. Quando abro a cortina, vejo Jaxon saindo do quarto de Miley. De alguma maneira, nós duas conseguimos condensar as visitas de uma hora para dez minutos. Olho para Miley, e ela me lança um olhar de “hora de escolher um sabor novo”.
Ela sai pela janela logo depois de Jaxon e se aproxima de mim.
— Zac também está bêbado?
Confirmo com a cabeça.
— Terceiro strike. — Eu me viro e olho para Zac, que está deitado na cama, sem perceber que já passou da hora de ir embora. Vou até a cama e pego sua camisa, arremessando-a no rosto dele. — Se manda — digo. Ele olha para mim e ergue a sobrancelha. Quando vê que estou falando sério, sai da cama de má vontade e calça os sapatos fazendo bico, como se fosse um menininho de 4 anos. Eu me afasto para que ele possa sair.
Miley espera Zac sair pela janela e depois sobe por ela enquanto um dos garotos murmura a palavra “vagabas”. Já dentro do quarto, Miley revira os olhos, vira-se e põe a cabeça do lado de fora.
— Engraçado, nós somos vagabas porque vocês não comeram ninguém. Canalhas.
Ela fecha a janela e vai até a cama, deixando-se cair no colchão e cruzando as mãos atrás da cabeça.
— E mais um já era.
Acho graça, mas minha risada é interrompida por uma forte batida na porta do quarto. Destranco-a na mesma hora e dou um passo para o lado para que Dianna entre. Seus instintos maternais não me desapontam. Ela olha freneticamente ao redor do quarto até avistar Miley na cama.
— Droga — diz ela, virando-se para ficar de frente para mim. Ela põe a mão nos quadris e franze a testa. — Jurava que tinha escutado algum garoto aqui dentro.
Vou até a cama e tento disfarçar o pânico total que se espalha pelo meu corpo.
— E está desapontada porque... — Às vezes não entendo mesmo as reações dela. Como já disse... é contraditório.
— Você vai fazer 18 anos daqui a um mês. O tempo que tenho para deixá-la de castigo pela primeira vez está se esgotando. Precisa começar a aprontar um pouco mais, menina.
Suspiro aliviada ao perceber que ela só está brincando. Quase me sinto culpada por ela não suspeitar de que a filha estava sendo apalpada cinco minutos antes neste mesmo quarto. Meu coração bate tão forte no peito que fico com medo de que possa escutar.
— Dianna? — diz Miley atrás da gente. — Se serve de consolo, dois caras bonitinhos estavam se agarrando com a gente ainda agora, mas nós os expulsamos logo antes de você chegar porque eles estavam bêbados.
Fico boquiaberta e me viro para lançar a Miley um olhar que eu espero ser capaz de lhe dizer que o sarcasmo não tem muita graça quando o que se diz é verdade.
Mas Dianna ri.
— Bem, talvez amanhã à noite vocês arranjem uns gatinhos sóbrios.
Não preciso mais me preocupar com a possibilidade de Dianna escutar meu coração, pois ele parou de vez.
— Gatinhos sóbrios, é? Acho que posso providenciar isso — diz Miley, piscando para mim.
— Você vai dormir aqui? — pergunta Dianna a Miley ao voltar para a porta.
Miley dá de ombros.
— Acho que hoje vamos ficar lá em casa. É a última semana que tenho para curtir minha própria cama pelos próximos seis meses. Além disso, tem Channing Tatum na minha televisão.
Olho para Dianna e vejo que vai começar.
— Não, mãe. — Começo a me aproximar dela, mas vejo seus olhos ficando lacrimosos. — Não, não, não. — Quando a alcanço, já é tarde demais. Ela está aos prantos. Se tem uma coisa que não suporto é gente chorando. Não porque fico emotiva, mas porque me irrita. E é constrangedor.
— Só mais um — diz ela, correndo para Miley. Ela já a abraçou umas dez vezes hoje. Quase acho que ela está mais triste que eu por Miley ir embora daqui a alguns dias. Miley atende ao pedido de um décimo primeiro abraço e pisca para mim por cima do ombro de Dianna. Praticamente tenho de separar as duas à força, para que Dianna saia do meu quarto.
Ela anda até a porta e se vira mais uma vez.
— Espero que você conheça um italiano bem gato — diz ela para Miley.
— Espero que eu conheça mais que um — comenta Miley impassível.
Quando a porta se fecha após Dianna sair, me viro, pulo na cama e dou um murro no braço de Miley.
— Você é uma vaca — digo. — Não foi engraçado. Achei que ela havia acreditado.
Ela ri, segura minha mão e se levanta.
— Vamos. Tem Rocky Road lá em casa.
Ela não precisa pedir duas vezes.

Segunda-feira, 27 de agosto de 2012
07h15

Fiquei em dúvida se devia correr esta manhã ou não, mas acabei decidindo dormir mais um pouco. Corro todos os dias, exceto aos domingos, mas parecia errado acordar mais cedo que o normal hoje. O primeiro dia de aula já é tortura suficiente, então decido adiar o treino para depois do colégio.
Felizmente, tenho meu próprio carro há cerca de um ano, então não preciso depender de ninguém para chegar ao colégio na hora. Não só chego pontualmente, mas 45 minutos adiantada. Meu carro é o terceiro a entrar no estacionamento, então, pelo menos, consigo uma boa vaga.
Uso o tempo extra para dar uma conferida na quadra de esportes ao lado. Se estou pensando em tentar entrar para o time de atletismo, preciso pelo menos saber onde ficam as coisas. Além disso, não posso simplesmente ficar sentada no carro por meia hora, contando os minutos.
Ao chegar na pista de atletismo, vejo um rapaz do outro lado, dando voltas, então vou para a arquibancada. Eu me sento no local mais alto e fico assimilando os novos arredores. Lá de cima, consigo ver o colégio inteiro. Não parece tão grande nem tão intimidador quanto eu imaginava. Miley desenhou um mapa para mim e até escreveu algumas dicas, então tiro o papel da mochila para dar uma olhada nele pela primeira vez. Acho que ela se sente mal por ter me abandonado e está tentando compensar.
Olho para a área do colégio e depois para o mapa. Parece fácil. Aulas são no prédio à direita. Almoço à esquerda. Atletismo atrás do ginásio. A lista de dicas é bem longa, então começo a ler.
— Nunca use o banheiro ao lado do laboratório de ciências. Nunca. Nunca mesmo.
— Pendure a alça da mochila só em um ombro. Nunca use nos dois ombros, isso é coisa de nerd.
— Sempre confira a data de validade do leite.
— Fique amiga de Stewart, o cara da manutenção. Vai ser bom para você.
— O refeitório. Evite-o a todo custo, mas se o clima estiver ruim é só fingir que não sabe o que está fazendo quando entrar ali. Eles conseguem sentir o cheiro do medo na pessoa.
— Se o Sr. Declare for seu professor de matemática, sente-se no fundo da sala e não faça nenhum contato visual. Ele adora colegiais, se entende o que quero dizer. Ou, melhor ainda, sente-se na frente. Vai conseguir um A superfácil.
A lista continua, mas não consigo ler mais. Não paro de pensar no “eles conseguem sentir o cheiro do medo na pessoa”. Em momentos como esse, eu queria ter um celular. Ligaria para Miley agora mesmo e exigiria uma explicação. Dobro o papel e o guardo na bolsa, em seguida volto a prestar atenção no corredor solitário. Ele está sentado na pista, de costas para mim, alongando-se. Não sei se é um aluno ou um treinador, mas, se Zac visse esse cara sem camisa, provavelmente seria bem mais modesto e não ergueria a sua com tanta rapidez.
O rapaz se levanta e segue em direção à arquibancada, sem erguer o olhar, portanto não me vê. Sai pelo portão e anda até um dos carros no estacionamento. Depois abre a porta, pega uma camisa no banco da frente e a veste. Entra no carro e vai embora, no exato momento em que o estacionamento começa a ficar cheio. E está ficando cheio bem rápido.
Ai, meu Deus.
Pego a mochila e coloco as duas alças nos ombros de propósito. Em seguida, desço a escada que leva até o Inferno.
Eu disse Inferno? Porque isso foi eufemismo. O colégio público é tão ruim como eu imaginava que poderia ser e ainda pior. As aulas não são tão ruins, mas eu precisei (por pura necessidade e desconhecimento da área) usar o banheiro ao lado do laboratório de ciências. E apesar de ter sobrevivido, vou ficar com sequelas para o resto da vida. Uma simples anotação de Miley me dizendo que o banheiro está mais para bordel teria sido suficiente.
Agora estamos indo para a quarta aula do dia e já ouvi as palavras “vadia” e “puta” sendo sussurradas de maneira nada sutil por quase todas as garotas com quem cruzei nos corredores. E, por falar em sutilezas, a pilha de dinheiro que caiu do meu armário quando o abri, junto a um bilhete, foi uma bela prova de que não sou muito bem-vinda aqui. O bilhete havia sido assinado pelo diretor, mas não acreditei muito nisso por causa dos erros gramaticais e das últimas palavras: Peço desculpa por seu armário não ter vindo com uma barra de pole dance, sua vagabunda.
Fico encarando o bilhete nas mãos com um sorriso tenso, aceitando vergonhosamente os dois próximos semestres que eu mesma trouxe para minha vida. Cheguei a acreditar que as pessoas só se comportavam assim nos livros, mas estou testemunhando em primeira mão que gente idiota existe de verdade. Também espero que a maioria dessas brincadeirinhas de mau gosto sigam na linha de me dar dinheiro como se eu fosse uma stripper. Que imbecil dá dinheiro quando quer insultar alguém? Imagino que alguma pessoa rica. Ou pessoas ricas.
Tenho certeza de que a panelinha de garotas rindo atrás de mim, com suas roupas caras que beiram à indecência, está esperando que eu largue minhas coisas no chão e saia chorando, correndo para o banheiro mais próximo. Suas expectativas vão se deparar com alguns problemas:
1. Eu não choro. Nunca.
2. Já entrei naquele banheiro e jamais volto lá.
3. Gosto de dinheiro. Quem sairia correndo por causa disso?
Deixo a mochila no chão do corredor e recolho o dinheiro. Há pelo menos vinte notas de 1 dólar espalhadas pelo chão, e mais de dez que ainda estão no meu armário. Pego todas e as enfio na mochila. Deixo uns livros e pego outros, fecho o armário, em seguida coloco as alças da mochila nos dois ombros e sorrio.
— Digam aos queridos pais de vocês que agradeço. — Passo pelo grupinho de meninas (que não está mais rindo) e ignoro os olhares fulminantes.
É hora do almoço, e, ao ver a quantidade de chuva inundando o pátio, fica claro que esse clima de merda é alguma retaliação cármica. Contra quem, não faço ideia.
Posso fazer isso.
Ponho as mãos nas portas do refeitório, abrindo-as, meio que esperando ser recebida com fogo e enxofre.
Passo pela entrada, e não é com fogo e enxofre que me recebem. É com uma quantidade de decibéis que meus ouvidos nunca ouviram na vida. Parece mais que cada pessoa dentro do refeitório está tentando falar mais alto que todas as outras pessoas ali presentes. Acabei de me matricular num colégio em que todo mundo só se importa em superar o outro.
Faço meu melhor para fingir que estou confiante, sem querer atrair a atenção indesejada de ninguém. De garotos, panelinhas, párias ou de Zac. Consigo chegar à metade da fila ilesa; e, então, alguém me puxa pelo braço.
— Estava esperando você — diz ele.
Nem consigo ver direito o rosto do garoto enquanto ele sai me guiando pelo refeitório, serpenteando entre as mesas. Até reclamaria daquele incômodo repentino, mas é a coisa mais empolgante que aconteceu comigo durante todo o dia. Ele afasta o braço do meu e pega minha mão, me puxando atrás dele com mais rapidez. Paro de resistir e me entrego ao fluxo.
Pelas costas dele, percebo que é estiloso, por mais estranho que seu estilo possa ser. Está usando uma camisa de flanela que tem a borda do mesmo tom rosa choque dos sapatos. A calça é preta, justa e cai muito bem no corpo de alguém... se esse alguém for uma garota. No caso dele, a calça só realça a magreza de sua silhueta. O cabelo castanho-escuro é curto nas laterais e um pouco mais comprido em cima. Os olhos dele estão... me encarando. Percebo que paramos e que ele não está mais segurando minha mão.
— Veja se não é a puta da Babilônia. — Ele sorri para mim. Apesar das palavras que acabaram de sair de sua boca, a expressão é de ternura. Ele se senta à mesa e balança a mão indicando para eu fazer o mesmo. Há duas bandejas na sua frente, mas ele é só um. Então empurra uma delas para o lugar vazio na minha frente. — Sente-se. Temos uma aliança a discutir.
Eu não me sento. Não faço nada por vários segundos, além de contemplar a situação que está diante de mim. Não faço ideia de quem seja esse garoto, e, mesmo assim, ele age como se estivesse esperando por mim. Sem mencionar que acabou de me chamar de puta. E, pelo jeito, comprou... meu almoço? Dou uma conferida de canto de olho, tentando entendê-lo, e, de repente, a mochila no lugar ao lado dele chama minha atenção.
— Você gosta de ler? — pergunto, apontando para o livro que aparece no topo da sua mochila. Não é um livro didático. É um livro-livro. Algo que eu pensava que essa geração de monstros da internet desconhecia. Estendo o braço, tiro o livro da mochila e me sento na frente dele. — É de que gênero? E, por favor, não diga ficção científica.
Ele recosta-se e sorri como se tivesse acabado de vencer alguma coisa. Droga, talvez ele tenha vencido mesmo. Acabei me sentando, não foi?
— Que importância tem o gênero, se o livro é bom? — pergunta ele.
Folheio as páginas, sem conseguir distinguir se é um romance ou não. Sou muito fã de romances e, pela expressão no rosto desse garoto à minha frente, ele também deve ser.
— E o livro é? — pergunto, folheando-o. — Bom?
— É, sim. Pode ficar com ele. Acabei de ler agorinha, durante a aula de informática.
Olho para ele, que ainda está contente com sua vitória. Guardo o livro na mochila, inclino-me para a frente e investigo o que tem na minha bandeja. A primeira coisa que faço é conferir a validade do leite. Está OK.
— E se eu fosse vegetariana? — pergunto, olhando para o peito de frango no meio da salada.
— É só comer a salada ao redor — responde ele.
Pego o garfo e corto um pedaço de frango, levando-o em seguida à boca.
— Bem, está com sorte, pois não sou.
Ele sorri, pega o próprio garfo e começa a comer.
— E vamos formar uma aliança contra quem? — Estou curiosa para saber por que ele me escolheu.
Ele dá uma olhada ao redor e ergue a mão no ar, girando-a em todas as direções.
— Idiotas. Atletas. Preconceituosos. Vacas.
Ele abaixa a mão, e noto as unhas pintadas de preto. Ele percebe que estou observando suas unhas, então olha para baixo e faz um bico.
— Escolhi preto porque é o que melhor representa meu humor de hoje. Talvez depois que você concordar em se juntar a mim nessa jornada, eu troque por uma cor um pouco mais alegre. Quem sabe amarelo.
Balanço a cabeça.
— Odeio amarelo. Fique com o preto, combina com seu coração.
Ele ri. Uma risada genuína e pura que me faz sorrir. Gostei de... deste garoto cujo nome nem sei.
— Qual é o seu nome? — pergunto.
— Nicholas. E você é Demetria. Pelo menos espero que sim. Acho que devia ter confirmado sua identidade antes de sair revelando os detalhes do meu plano malévolo e sádico de me apossar do colégio com essa nossa aliança de duas pessoas.
— Sou Demi. E não precisa se preocupar, pois você ainda nem me contou os detalhes do seu plano malévolo. Mas estou curiosa para saber como você descobriu quem sou. Conheço uns quatro ou cinco garotos desse colégio e fiquei com todos eles. Mas você não é um desses, então como descobriu?
Por uma fração de segundo, vejo nos olhos dele uma centelha do que parece ser pena. Mas ele tem sorte de ter sido apenas uma centelha.
Nick dá de ombros.
— Sou novo aqui. E, se não deu para deduzir pelo meu estilo impecável, acho que posso afirmar que sou... — Ele se inclina para a frente e coloca as mãos em concha ao redor da boca, para revelar seu segredo. — Mórmon — sussurra ele.
Acho graça.
— E eu achando que você ia dizer gay.
— Isso também — diz ele, mexendo o punho. Ele dobra as mãos debaixo do queixo e se inclina alguns centímetros para a frente. — Mas falando sério, Demi. Vi você hoje na aula, e é óbvio que também é nova por aqui. E, depois de ver o dinheiro de stripper cair do seu armário antes da quarta aula e sua ausência de reação, percebi que fomos feitos um para o outro. Além disso, também imaginei que, se nos juntarmos, vamos evitar pelo menos dois suicídios desnecessários de adolescentes. E então, o que acha? Quer ser minha melhor amiga de todas do universo inteiro?
Eu rio. Como não rir com isso?
— Claro. Mas se o livro for ruim vamos reavaliar essa amizade.

*****

Postei agora porque tava ansiosa pra postar logo, haha.
Quando tiver uns 7 comentários, posto outro, ok?
Respostas aquiaquiaqui e aqui.
Amo vcs, bjs

19 comentários:

  1. Adorei que postou mais cedo, fico atualizando toda hora mesmo sabendo que vc geralmente só posta a noite, mas a esperança é a ultima que morre kkkkkkk quanto a história estou ansiosa pra saber o que vai acontecer.... já vi que eles vão aprontar muitoo..... kkkkk...... quando vai ser o primeiro encontro Jemi? Ele era o corredor solitário que foi embora no carro? Posta logo please......

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    1. Eu tava animada pra postar mesmo, nasnmiaojs
      O primeiro encontro vai ser logo, garanto <3
      E quanto ao garoto que foi embora no carro, era só um garoto qualquer mesmo, haha.
      Posto sim, beijos ♥

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  2. eu amei sauusahusa mas é to um pouco confusa, mas to amando, eu to confusa hj entao sla sahdausihasi bjj giii

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    1. Confusa em que parte? asjaoisjoa com o que aconteceu no início?
      Bom, explicando: o que aconteceu lá é o que vai acontecer em certa parte da fic, tanto que quando a fic "realmente" começa, aparece "dois meses antes", pra explicar o que levou ela àquilo, aknsajkns
      Que bom que ta gostando ajahskj, beijos Lena

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  3. Eu fiquei realmente confusa com o começo, e ainda não entendi direito, maa acho que o "surto" dela tem haver com alguma coisa quer o Joe faz, talvez não sei
    E eu realmente adorei o Nicholas, e acho que essa parceria deles vai dar o que falar, porque vão aprontar muito
    Eu amei o capítulo
    Posta logo
    Beijos e eu amo você meu anjo ♥

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    1. O que aconteceu no começo foi o seguinte: aquilo é o que vai acontecer em certa parte da fic, tanto que quando a fic "realmente" começa, aparece "dois meses antes", pra explicar o que levou ela a chegar àquele ponto.
      Ah, confesso que eles nem aprontam, ahsoaisj, mas também amei ele <3
      Posto sim, beijos ♥

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  4. Também fiquei um pouco confusa no começo, não entendi direito.
    E eu AMEI o Nicholas, sério mesmo.
    Quando ele puxou ela eu até pensei que fosse o Joseph, mas depois que a Demi foi descrevendo o Nick eu percebi que não era ele.
    O rapaz na pista de atletismo era o Joseph, não?
    To adorando a fic!
    Posta logo!
    Beijos.

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    1. O que aconteceu no começo foi o seguinte: aquilo é o que vai acontecer em certa parte da fic, tanto que quando a fic "realmente" começa, aparece "dois meses antes", pra explicar o que levou ela a chegar àquele ponto.
      Nick é um amor ajsoia <3
      O rapaz da pista de atletismo não era o Joe, era só um rapaz qualquer mesmo askjaks
      Que bom ♥
      Posto sim, beijos <3

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  5. Gente , o que será que aconteceu pra ela quebrar o quarto todo? Pq o Joe diz a ela que ela tem que sair de lá? Faz maratona flor e acaba com a minha agonia. Posta.
    Nanda

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    1. Então amor, vai demorar um tempinho pra vocês descobrirem o que houve pra ela chegar àquele ponto, mas como vocês sempre descobrem antes alijsioajs
      Posto sim, amor, e quando der faço maratona.
      Beijos

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  6. KDSDOSDLSDKS EU AMEI ESSA FANFIC NOVA ❤
    Morri na hora que ela foi no banheiro, sobre os banheiros de escola publica serem um bordel é uma pura verdade, porque o da minha escola também é kkkkkkkkkkkk
    Amei o Nicholas, é meio hilario imaginar ele gay kdjskdsdks
    Imagino que esse Zac vai ser um pé no saco.
    Continua logo, amei de verdade.

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    1. QUE BOM
      Sim, a parte dos banheiros pçakjspoaks
      Verdade, é muito estranho, porque o Nick é tão "macho alfa", ajksnakjsh
      To feliz que amou.. Continuo sim, beijos <3

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  7. Posta logo menina, já estou adorando esse Nick, eles vão ser babado, confusão e gritaria. Posta mais.

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    1. Nem tanto, eu queria que eles aprontassem também aiushioasi
      Posto sim, anjo. Beijos.

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  8. Amei amei amei ,To muito curiosaaaaa kkkkkkkkkkk
    Posta mais logo !!!

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  9. poooostaaaa nunca comentei aqui mas leio a um tempo suas fics... postaaa please

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    1. Ah, mesmo que já leia a algum tempo, como nunca comentou, bem-vinda, amor <3
      Posto sim, beijos

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  10. Desculpe nunca ter comentado e pq nao tinha uma conta... ai leio pelo celular e bem difícil comentar... obrigado amor

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