17.1.15

Capítulo Dezenove




Ele voltou para mim?
Minha mão cobriu meu peito como se pudesse impedir meu coração de saltar.
Era metade da manhã, e a agitação da rotina diária podia ser ouvida da minha janela. O sol estava derramando dentro do meu apartamento. Eu já tinha ligado para o trabalho mais cedo informando que eu não iria hoje porque precisava terminar esse livro hoje.
Hoje à noite seria aniversário de 30 anos de um colega de trabalho numa boate no centro, e eu nem sabia se conseguiria ir.
Entrei na cozinha para tomar água e comer uma barrinha de granola. A energia seria necessária para a próxima parte.
Ele voltou para mim?
Enrolei-me no sofá, respirei fundo e virei a página.
Você tem que tratar o vício por uma pessoa do mesmo jeito que trataria por droga. Se não pudesse ficar com Demi por inteiro, então não queria nenhum contato com ela porque isso causaria problemas.
Mesmo ligar ou mandar mensagem não era possível. Parecia duro, mas não conseguiria lidar nem ao menos com ouvir a voz dela e não poder estar com ela.
Isso não significava que não a desejasse. O primeiro ano foi um inferno.
Mami não estava melhor que antes de eu ir para Boston. Ela continuava a me pedir informações sobre Eddie e Dianna, stalkeando26 o facebook de Dianna e me acusando de ser um traidor depois que admiti que minha madrasta não era tão ruim depois que você a conhecia. Não podia citar o nome de Demi porque não queria que minha mãe suspeitasse de algo ou procurasse por ela. Mami estava tomando pílulas para dormir, e eu tinha que vigiá-la como um gavião.
Eu estava certo na minha suposição de que ela nunca aceitaria o fato de eu estar com Demi naquela época. Era uma ironia triste: Mami estava obcecada com Dianna, e eu estava obcecado com a filha de Dianna.
Éramos dois problemáticos.
Não se passava um dia sem que eu pensasse em Demi com outro cara. Isso me deixava louco. Ela estava tão longe e eu não podia fazer nada. Ironicamente, existia um lado meu que queria que ao menos pudesse protegê-la como irmã, mesmo que não pudéssemos ficar juntos.
Doentio, né? Mas e se alguém a magoasse? Eu nem ficaria sabendo e não poderia bater no cara. E esqueça sobre ela transar com mais alguém.
Uma vez tinha socado a parede do meu quarto só de pensar nisso.
Então, uma noite, perdi o controle e mandei uma mensagem dizendo que sentia sua falta. Pedi que não respondesse. Ela não respondeu, e me fez sentir pior. Jurei nunca repetir aquele erro.
Minha vida voltou ao que era antes de mudar para Boston: fumar, beber e foder com garotas com as quais eu não me importava. Era vazio.
A única diferença era que por baixo de tudo aquilo eu deseja mais…
Desejava ela. Ela me deu o gosto do tipo de conexão que eu sentia falta na minha vida.
Esperava que aquele sentimento no meu peito passasse com o tempo, mas nunca passou, apenas se intensificou. Achava que porque, lá no fundo, também sentia que onde quer que ela estivesse, Demi pensava em mim, se sentia do mesmo jeito. Eu sentia, e isso me torturou por anos.
Dois anos depois, o estado mental de Mami finalmente melhorou quando ela conheceu um cara. Era seu primeiro namorado desde Eddie.
George era libanês e era dono do mercado no fim da rua. Ele sempre estava em nossa casa e sempre trazia comida. Pela primeira vez, ela parecia ter esquecido sua obsessão por Eddie.
George era um ótimo cara, mas quanto mais ela ficava feliz, mais eu ficava amargo. Abri mão da única garota que gostei porque achei que a devastaria. Agora, ela estava feliz, e eu ainda estava miserável. E
Demi estava longe.
Sentia que cometi o maior erro da minha vida.
Precisava falar com alguém sobre isso porque minha raiva estava me consumindo. Nunca contei sobre Demi a ninguém. A única pessoa em quem eu poderia confiar era o amigo do Eddie, Liam, que era como um segundo pai.
Ele me deu algumas informações aquele dia no telefone; Demi tinha se mudado recentemente para Nova Iorque. Ele tinha seu endereço.
Liam tentou me convencer a voar até lá e contar a ela como eu me sentia.
Não achei que ela iria querer me ver mesmo que ainda se importasse. Eu a machuquei tanto que não entendia como ela poderia me perdoar. Liam achava que ir lá pessoalmente causaria uma boa impressão. Apesar de meus medos, reservei um voo para o dia seguinte, o que seria véspera de
Ano Novo.
Disse a Mami que iria visitar um amigo que conheci alguns anos atrás e festejar o feriado na cidade. Não poderia contar sobre Demi.
A viagem de seis horas foi a experiência mais enervante da minha vida. Queria chegar logo. Só queria abraçá-la de novo. Não sabia o que diria ou o que faria quando a visse. Nem sabia se estava com alguém.
Estava indo no escuro.
Era a primeira vez que pensava em mim primeiro e seguia meu coração.
Esperava que não fosse muito tarde porque realmente queria ter a oportunidade de dizer as coisas que deveria ter dito três anos atrás. Ela nem sabia que eu a amava.
Se a viagem de avião levou uma eternidade, a viagem de metrô até seu apartamento foi ainda mais frustrante. Enquanto o trem balançava, toda memória que tinha dela passou pela minha cabeça como um filme.
Não pude evitar sorrir enquanto pensava sobre as coisas que fiz com ela e como ela levava tudo na boa. Ela me fazia feliz. Na maior parte, minha mente voltava para aquela última noite quando ela me ofereceu sua virgindade. O trem parou; estava um pouco atrasado. Chegar logo parecia urgente.
Eu precisava dela.
Quando finalmente cheguei ao prédio, chequei o endereço duas vezes. Seu ultimo nome, Hansen, estava escrito a caneta próximo a campainha do apartamento 7b.
Não houve resposta. Não tinha ligado ou mandado mensagem, pois fiquei com medo de que ela não quisesse me encontrar. Mas eu vim até aqui. Tinha que ao menos vê-la.
O pub ali perto era o lugar perfeito para esperar antes de tentar de novo.
Bati em sua porta de hora em hora desde as quatro da tarde até às nove da noite. A cada vez não houve resposta, e eu voltava para o Pub do
Charlie e esperava.
Eram 21h15min. Nunca esqueci o horário em que meu desejo se realizou.
Eu a vi.
Mas não do jeito que eu desejei que acontecesse.
Demi.
Estava usando uma parka branca enquanto entrava no Charlie.
Não estava sozinha. Um cara – que parecia bem mais centrado que eu – tinha o braço envolto em sua cintura.
A comida gordurosa no meu estômago começou a voltar.
Ela estava rindo enquanto se sentavam no meio do restaurante.
Ela parecia feliz. Ela não me viu porque estava de costas.
Seu cabelo estava preso numa trança. Assisti enquanto ela tirava o cachecol lavanda que estava usando, revelando sua nuca, a nuca que eu deveria estar beijando essa noite depois que contasse o quanto a amava.
O cara se inclinou e gentilmente a beijou no rosto.
A voz dentro de mim gritava. “Não toque nela”.
Os lábios dele falaram. “Eu te amo”.
O que eu deveria fazer? Ir até lá e dizer “Ah, olá, eu sou o meio-irmão de Demi. Nós fodemos loucamente uma vez e a deixei no dia seguinte. Ela parece feliz com você, e você provavelmente a merece, mas queria que você se afastasse e me deixasse levá-la”.
Meia hora se passou. Vi a garçonete trazer a comida deles. Os vi comer. Vi o cara se inclinar e beijá-la mais uma dúzia de vezes. Fechei os olhos e ouvi sua risada. Não sabia por que tinha ficado. Só não conseguia deixá-la. Sabia que seria a última vez que a veria.
22h15min. Demi se levantou e deixou que ele colocasse o casaco sobre seus ombros. Nem uma vez olhou em minha direção. Não sabia o que faria se ela me notasse. Estava muito anestesiado para me mexer ou pensar.
Observei-a cada segundo até que a porta se fechou atrás deles.
Naquela noite vaguei pela cidade e eventualmente terminei junto com a multidão na Times Square vendo a bola cair27. Apesar dos confetes, do barulho e da alegria, me perguntei como cheguei ali porque ainda estava tonto desde que deixei o restaurante.
Uma senhora qualquer me pegou e me abraçou quando o relógio marcou meia noite. Ela nem sabia, mas eu precisava daquele abraço mais que tudo.
Marquei um voo de volta para a Califórnia na manhã seguinte.
Alguns meses depois, Eddie ligou para casa pela primeira vez em quase um ano. Casualmente perguntei por Demi, e ele me disse que ela estava noiva. Foi a última vez que mencionei seu nome.
Demorou quase três anos antes que pudesse realmente seguir em frente.
Eu tinha que parar. Joguei meu kindle para o outro lado. Meus olhos estavam tão cheios de lágrimas que as palavras estavam embaçadas.
Fechei os olhos para ver se conseguiria me lembrar de algo que me desse alguma pista para o fato de que Joe esteve lá. Ele esteve lá.
Como não soube que ele estava atrás de mim?
Ele veio por mim.
Ainda não conseguia acreditar.
Eu me lembrava daquela noite.
Lembrava que eu e Tim ainda estávamos na fase de lua de mel do relacionamento. As coisas estavam bem.
Lembro que apesar de ser véspera de Ano Novo, ficamos o dia todo procurando um novo computador para mim.
Lembro que paramos em meu apartamento para deixar o computador e fomos jantar no Charlie antes de ir para a Times Square ver a bola cair.
Lembro que quando deu meia noite, Tim me aqueceu com um beijo.
Lembro de me perguntar por que na bruma da noite mágica com um homem que parecia perfeito e que realmente se importava comigo, tudo que eu queria era Joe. Tudo em que eu pensava era Joe: onde ele estava naquele momento, se ele estava assistindo TV, se ele também pensava em mim.
E todo o tempo, Joe estava lá.
O destino tinha brincado conosco.
Nos próximos capítulos, ele escreveu sobre achar uma carreira que gostava, e como ele estava estável nisso. Sentia uma necessidade de ajudar outros, particularmente crianças que vinham de lares quebrados como ele.
Eu me apressei nos capítulos que descreviam como ele conheceu
Blanda. Foi a única parte do livro na qual não consegui me demorar.
Ele a conheceu no centro juvenil, eles ficavam juntos depois do trabalho como amigos. Ele estava apreensivo de se envolver porque sabia que ela era o tipo de garota que queria algo sério. Não sabia se estava pronto para isso. Com o tempo, ela o fez esquecer sobre mim, o fez rir, e ele aprendeu a amar e se importar com ela. Era seu primeiro relacionamento sério, e ele planejava pedi-la em casamento… Até…
Senti meu mundo desabar aquele dia.
As coisas finalmente estavam indo bem na minha vida. Meu emprego era estável. Blanda e eu morávamos juntos, e eu estava planejando pedi-la em casamento no casamento de sua irmã que aconteceria em alguns dias. Um solitário estava escondido há semanas.
Mami estava bem melhor. Estava com novos projetos de arte.
Quando rompeu com George um ano atrás tinha caído em depressão, mas agora estava namorando um cara chamado Steve que de novo tirou seu foco de Eddie. Então, a vida estava tão boa quanto ficaria, até que um telefonema de Clara mudou tudo.
— Sinto te dizer isso, Joe. Eddie teve um ataque do coração e morreu. — Foram as primeiras palavras que saíram da sua boca.
Inicialmente, minha reação foi a mesma que teria se ela tivesse ligado para informar que dia da semana era.
Eddie estava morto.
Não importava quantas vezes repetisse isso em minha cabeça, não conseguia processar.
Blanda me convenceu a ir ao enterro apesar da minha opinião.
Eddie não iria me querer ali. Ainda estava em choque e sem forças para lutar contra ela. Ela não sabia como era meu relacionamento com Eddie.
De sua perspectiva, não existia desculpas pra minha recusa. Para mim era mais fácil ceder do que lhe contar toda a história. Também sabia que
Mami não aguentaria ir. Ela queria que eu fosse representando nós dois.
Então, antes que eu me desse conta, estava em um avião com Blanda indo para Boston.
O ar do avião era sufocante. Blanda ficava pegando minha mão enquanto eu aumentava o volume da música. Quase consegui me acalmar quando um flash do rosto de Demi se esgueirou sobre o pânico.
Não teria apenas que lidar com a morte de Eddie, mas ela provavelmente estaria lá com seu marido.
Merda.
Sabia que seriam os piores dias da minha vida.
Quando chegamos a casa de Liam e Clara, eu estava à flor da pele.
Blanda e eu tomamos banho juntos no banheiro do quarto de hóspedes, mas não ajudou a acalmar meus nervos. Antes que saíssemos da
Califórnia, comprei uma caixa dos cigarros importados que eu costumava fumar. Peguei um e acendi enquanto sentava à mesa esperando Blanda, que estava se arrumando no banheiro. Estava desapontado comigo mesmo por voltar a fumar, mas parecia a única coisa me manteria de pé a essa altura dos acontecimentos.
Não tinha motivação para me vestir e descer. Acendi outro cigarro, traguei fundo e fui até as portas francesas que davam para a sacada. O céu estava limpo.
Olhar para baixo foi um erro.
Meus punhos se apertaram prontos para lutar em resposta ao fato de meu coração estar batendo tão rápido.
Não deveria tê-la visto de novo dessa forma. Uma parte de mim queria reviver sem ser convidada. Não sabia como lidar com isso. Demi estava de costas. Ela estava olhando para o jardim e devia ter acabado de descobrir que eu estava aqui. Provavelmente estava planejando como escapar para que não precisasse me ver, ou talvez estivesse com raiva disso como eu estava. O fato de ela estar ali sozinha me dizia que o fato de eu estar lá a afetava.
— Demi. — Sussurrei.
Foi como se ela tivesse me ouvido, porque ela se virou. De repente, uma onda de emoção que eu tentei enterrar desde aquela noite em Nova
York me inundou. Eu não estava preparado para vê-la me olhando.
Traguei fundo.
Também não estava preparado para como ficaria zangado nesse momento. Olhando para ela apenas uma vez, voltei a sentir tudo: a realização da morte de Eddie, o lembrete doloroso dos meus sentimentos não resolvidos por ela, o ciúmes e a tristeza daquela noite em Nova York, o pulsar do meu pau.
O nível de raiva crescendo em mim foi uma surpresa desagradável.
Eu estava confuso.
Nunca quis vê-la de novo, Demi.
É malditamente bom vê-la de novo, Demi.
Senti como se ela conseguisse me decifrar naquele momento, e não gostei disso. Ficamos ali nos encarando por um minuto inteiro. Sua expressão de surpresa escureceu assim que senti as mãos de Blanda me envolverem.
Instintivamente me virei e entrei, tirando Blanda de sua visão.
Acho que estava tentando proteger Demi, mas não sei por que me incomodei. Mas que merda ela esperava que eu fizesse, sentasse e a desejasse enquanto ela estava casada com o Sr. Perfeito? Ainda assim, sei que ver Blanda aparecer do nada deveria ter sido um choque.
— Está tudo bem? — Blanda perguntou.
Ela não tinha visto Demi.
— Sim. — Disse ausentemente.
Precisando ficar sozinho, andei até o banheiro e fechei a porta para me preparar antes que tivesse que enfrentar tudo.
Ela estava sentada na parte mais distante da mesa de jantar quando descemos. Não me olhou.
Odeio quando você faz isso, Demi.
Dianna se levantou e me abraçou. Cumprimentei-a brevemente, falei que sentia muito pela morte de Eddie, mas o tempo todo estava pensando em que merda diria para Demi. Olhei para ela e agora ela também me olhava. Eu me afastei enquanto Blanda abraçava Dianna e dava seus pêsames.
Precisava encarar a situação.
Andei até ela e mal consegui dizer seu nome.
— Demi.
Ela pulou nervosamente como se eu falar seu nome tivesse acendido um fogo em seu traseiro. Ela se encolheu um pouco.
— Si-Sinto muito... Sobre Eddie.
Seus lábios tremeram. Ela estava descomposta – uma bagunça, eu disse a mim mesmo. Não queria admitir que ela estava ainda mais bonita do que eu me lembrava, as novas luzes em seu cabelo destacavam o tom avelã de seus olhos, senti falta das três pequenas sardas em seu nariz, o jeito que o vestido preto agarrava seus seios me lembrou de coisas que deveria esquecer.
Não pude me mover, só fiquei ali lhe encarando. O cheiro familiar do seu cabelo era intoxicante.
Meu corpo se encolheu quando ela me abraçou. Realmente tentei não sentir nada, mas em seus braços eu estava no epicentro de tudo. Seu coração batia contra meu peito, e o meu imediatamente acompanhou o ritmo. Nossos corações estavam se comunicando de um jeito que nossos egos não nos permitiam dizer com palavras. A batida do coração era a forma mais pura de honestidade.
Pus minhas mãos em suas costas e pude sentir seu sutiã. Antes que pudesse processar o que isso fez comigo, a voz de Blanda me devolveu à realidade enquanto Demi se afastava. O espaço entre nós pareceu imenso.
Não acreditava que isso estava realmente acontecendo: meu passado colidindo com meu presente. A que escapou estava cara a cara com a que me fez superar tudo.
As mãos de Demi estavam vazias; sem anéis. Onde estava seu noivo ou marido? Onde ele estava?
Perdido em meus pensamentos, nem ouvi o que estava sendo dito.
Clara salvou o dia quando chegou com a comida e Demi foi ajudá-la.
Demi voltou e começou a colocar a mesa. Estava tão tensa que os talheres ficavam escorregando e batendo na mesa enquanto ela lutava com eles. Queria brincar e perguntar quando ela tinha começado a tocar bateria com colheres. Eu não consegui.
Quando ela finalmente se sentou, Liam perguntou.
— Então, como vocês se conheceram?
Demi olhou para cima pela primeira vez enquanto Blanda contava como nos conhecemos. Quando Blanda se inclinou para me beijar, senti
Demi nos observando e o clima ficou muito desconfortável.
O assunto mudou para minha mãe, e Demi voltou a fingir prestar atenção na comida.
Meu corpo congelou quando Blanda perguntou.
— Onde você vive, Demi?
— Vivo em Nova York. Cheguei aqui há alguns dias.
“Eu” cheguei, não “nós”.
Queria ter uma câmera para pegar o olhar no rosto de Demi quando Blanda sugeriu que nós fossemos visitá-la em Nova York.
O clima ficou calmo de novo, e a olhei algumas vezes quando ela não estava prestando atenção. Quando ela me viu, voltei a atenção ao prato.
— Joe nunca me contou que tinha uma meia-irmã. — Blanda disse.
Não sabia a quem ela dirigiu essa frase, mas não queria tocar nesse assunto. Demi ainda se recusava a me olhar.
Dianna falou.
— Joe viveu conosco por um tempo curto quando eram adolescentes. — Ela olhou para Demi. — Eles não se davam bem naquela época.
Por alguma razão, o olhar desconfortável de Demi me atingiu. Ela ainda olhava para baixo, sem prestar atenção ao que a mãe tinha dito, ou a mim. Uma necessidade inexplicável de fazê-la me notar, notar o que tivemos, tomou conta de mim. Voltei a meu jeito antigo por um momento e falei para chamar sua atenção.
— É verdade, Demi?
Ela parecia esgotada.
— O que é verdade?
Levantei minha sobrancelha.
— Que não nos dávamos bem.
Sua mandíbula se apertou e seus olhos nunca deixaram os meus enquanto me avisavam pra não pressionar.
Finalmente, ela disse.
— Tivemos nossos momentos.
Minha voz baixou até ficar gentil.
— Sim, nós tivemos.
Seu rosto estava vermelho. Eu pressionei. Tentei controlar o dano aliviando o clima.
— Do que você costumava me chamar?
— O que você quer dizer?
— “Meio-irmão mais querido”, era isso? Por causa da minha personalidade brilhante? — Me virei para Blanda. — Eu era um fodido miserável naquela época.
Fui assim por um tempo… Até que Demi me fez querer ser uma pessoa melhor.
— Como você sabe sobre esse apelido? — Demi perguntou.
Ri pra mim mesmo, lembrando como costumava ouvir suas conversas com sua amiga.
Era bom vê-la finalmente sorrir.
— Oh, é mesmo. Você costumava ouvir minhas conversas.
Blanda olhava para nós.
— Parece que aqueles eram momentos divertidos.
Não tirei meus olhos de Demi. Queria que ela soubesse que foram os melhores da minha vida.
— Eles eram. — Eu disse.
A única coisa boa em focar em meus sentimentos não resolvidos por Demi era que tirava meus pensamentos de Eddie.
Quando escapei para ficar sozinho no quintal depois do jantar, o fato que ele estava morto voltou a me atingir.
Ele e eu nunca tivemos a chance de nos entender. Era interessante como fazer as coisas darem certo nunca importou enquanto ele estava vivo, mas com ele morto, isso me assombrava. Eu, no mínimo, queria provar que ele estava errado, fazendo algo de mim. Agora, ele estava em algum outro lugar provavelmente encarando Paul.
Pensar nisso constantemente me deixava louco. Peguei um cigarro e tentei meditar. Não funcionou porque minhas emoções foram de triste para zangado.
Ouvi a porta se abrindo e passos atrás de mim. Não me pergunte como, mas sabia que era ela.
— O que está fazendo aqui, Demi?
— Blanda me pediu pra vir conversar com você.
Sobre o que elas falaram? Blanda não podia descobrir o que aconteceu entre Demi e eu. Ri sarcasticamente.
— Oh, sério?
— Sim.
— Estavam comparando notas?
— Isso não é engraçado.
Não era, mas meu mecanismo de proteção de agir como um idiota em horas de estresse saiu com força total. Era tarde demais. E merda, eu queria que ela nos reconhecesse.
Apaguei o cigarro.
— Você acha que ela teria te enviado para conversar comigo se ela soubesse que a última vez que nós estivemos juntos estávamos transando como coelhos?
A cor fugiu de seu rosto.
— Você tem que falar desse jeito?
— É verdade, não é? Ela ia pirar se soubesse.
— Bem, não vou contar a ela, então não precisa se preocupar. Eu nunca faria isso.
Os olhos de Demi começaram a se mexer, o que significava que eu estava a afetando. Antigos hábitos eram difíceis de matar. Eu estava viciado agora.
— Porque você está piscando para mim?
— Eu não estou... Meus olhos estão mexendo por que...
— Porque você está nervosa. Eu sei. Você fazia isso quando te conheci. Bom saber que completamos o ciclo.
— Acho que algumas coisas nunca mudam, não é? Faz sete anos, mas parece que...
— Foi ontem. — Interrompi. — Parece que foi ontem, e isso é fodido.
Essa situação toda é.
— Isso não deveria ter acontecido.
Meus olhos pararam em seu pescoço, e não consegui afastá-los.
Sabia que ela notaria. Eu me senti possessivo de repente, algo que sabia que não tinha direito de ser. Mas ainda precisava saber que merda estava acontecendo.
— Onde ele está?
— Quem?
— Seu noivo.
— Não estou noiva. Eu estava... Mas não mais. Como você sabia que eu estava noiva?
Tive que olhar pra baixo. Não podia deixá-la ver como essas notícias me afetavam.
— O que aconteceu?
— É uma longa história, mas fui eu quem terminou. Ele se mudou pra Europa a trabalho. Não era pra ser.
— Você está com alguém agora?
— Não.
Merda.
Ela continuou.
— Blanda é muito legal.
— Ela é maravilhosa; uma das melhores coisas que já me aconteceu, na verdade.
Ela era. Eu amava Blanda; eu amava. Eu nunca poderia feri-la.
Precisava convencer a Demi e a mim que Blanda era a pessoa certa. Era errado o fato que ouvir que Demi estava solteira me deixava tão animado.
Demi rapidamente mudou de assunto para Eddie e minha mãe.
Estava começando a chover, então usei isso como desculpa para entrar.
Ela não foi.
Então, seus olhos começaram a se encher de lágrimas.
De repente, meu coração parecia que estava se partindo. Precisei lutar contra essas emoções, e eu só sabia uma forma de fazer isso com
Demi: sendo um idiota.
Explodi com ela.
— O que você está fazendo?
— Blanda não é a única que está preocupada com você.
— Ela é a única que tem o direito de estar. Não precisa se preocupar comigo. Eu não sou da sua conta.
Meu coração estava batendo rápido em protesto ao que tinha acabado de sair da minha boca porque lá no fundo, queria que ela se importasse.
Ela estava ferida. Eu a magoei de novo, e mesmo assim precisava lutar contra esses sentimentos.
— Quer saber? Se eu não me sentisse tão triste pelo que você está passando agora, mandaria você beijar minha bunda. — ela disse.
Suas palavras vibraram diretamente no meu pau. Senti a urgência de agarrá-la e beijá-la. Eu precisava esquecer isso.
— E se eu quisesse ser um idiota, eu diria que você está louca para que eu beije sua bunda porque você se lembrou do quanto ama quando eu faço isso.
Que merda foi essa que eu disse? Eu precisava sair antes que fizesse algo ainda mais estúpido, se bem que seria difícil superar isso.
Enquanto passava por ela, eu disse.
— Cuide de sua mãe hoje à noite.
Então a deixei ali no jardim. Quando abri a porta, dei um beijo forte em Blanda para me obrigar a parar de pensar em Demi.
O velório foi mais difícil do que eu esperava, de várias formas. Me recusei a olhar o caixão. Não conhecia ninguém. Não me encaixava aqui.
As vozes se fundiram. Não ouvia nada. Não via nada. Contava os minutos para poder voltar ao avião.
Blanda me mantinha em pé.
A única vez que senti dor foi quando olhei para Demi. Fui para um lugar para fugir de tudo, e acabei me encontrando com ela. Ela tentou fingir que não me viu quando saiu do banheiro, mas sabia que era a oportunidade de me desculpar pelo meu comportamento anterior.
Não esperava que ela usasse aquele momento para dizer que ainda sentia algo por mim.
Quebrou toda minha resolução. Tudo nesse dia tinha me enfraquecido. Seu cabelo estava preso, e em algum ponto, envolvi a mão em seu pescoço. O trauma de toda essa experiência tinha embaçado meu julgamento. Era irreal, como se estivesse sonhando. Mas não tinha nada que eu precisasse mais nesse momento.
Os passos de Blanda interromperam meu transe. Ela tinha vindo me ver, mas não viu nada. Me senti culpado quando olhei em seus olhos amorosos. Ela estava preocupada comigo e eu, enquanto isso, estava no meio de algum tipo de sonho.
Eu me odiava.
Logo depois de subirmos, insisti que saíssemos mais cedo e achássemos uma carona para a casa de Liam e Clara. Estava desesperado para lavar toda a marca de Demi de minhas mãos e mente, então praticamente ataquei Blanda quando chegamos no quarto.
Disse que precisava de sexo ali, naquele momento. Ela não questionou, apenas começou a se despir. Ela era esse tipo de namorada.
Ela me amava incondicionalmente mesmo no meu estado maníaco.
O problema era que… O que o meu corpo realmente queria não estava no quarto.
Enquanto me movia dentro e fora de Blanda, fechei meus olhos e só vi Demi: o rosto de Demi, o pescoço de Demi, a bunda de Demi.
Foi a coisa mais baixa que já fiz. Culpa me consumiu, e parei imediatamente. Sem explicação, corri ao banheiro e liguei o chuveiro. A necessidade de alívio era imensa. Comecei a me masturbar ante uma imagem de Demi de joelhos me olhando enquanto cobria seu pescoço com meu gozo. Isso me fez gozar em um minuto.
Eu era doente.
Depois que me recuperei do orgasmo, me senti pior que antes.
Aquela noite, meus pensamentos se revezavam entre Demi e
Eddie. Não dormi. Eddie ganhou na maioria das vezes enquanto imagens dele me atormentavam.
Blanda iria embora para California antes por causa do casamento de sua irmã. Não conseguia imaginar como suportaria o enterro sem
Blanda para me apoiar… Ou me manter afastado de Demi.
Embaralhando as letras da palavra funeral; você tem "diversão real28". É claro que não foi nada disso.
Não olhe para cima. Era o que eu me dizia. Não olhe para o caixão.
Não olhe para Demi. Apenas continue encarando o relógio, e cada minuto passado será um passo mais perto de acabar.
Essa regra funcionou até que fomos para o cemitério, nesse ponto eu pirei e acabei no Honda de Demi indo Deus sabe para onde.
Precisava fumar, mas a necessidade não era grande o suficiente para parar o carro.
Tudo estava borrado: o funeral, meu ataque de pânico e agora, até as árvores que se alinhavam ao longo da estrada enquanto Demi dirigia tão rápido que elas se fundiram em uma linha verde.
Tudo estava embaçado.
Continuei olhando pela janela pelo que pareceram horas até que ela falou.
— Mais uns 20 minutos e então pararemos em um lugar, ok?
Olhei para ela. Ela estava cantarolando.
Doce Demi.
Merda.
Meu peito estava apertado. Fui tão idiota com ela e agora eu estava praticamente de carona. Ela me salvou de mim mesmo essa tarde, e não fiz nada para merecer isso. Não tinha energia de lhe dizer o quanto isso significava pra mim, então apenas disse:
— Obrigado.
Um fio de seu cabelo loiro estava na minha calça preta. O enrolei na mão e finalmente relaxei o suficiente para dormir. Era a primeira vez que dormia em dias.
Acordei delirando. Quando me dei conta de onde ela tinha me levado, senti vontade de rir.
Um cassino.
Era brilhante.
Quando entramos no prédio, Demi começou a tossir incessantemente e reclamar da fumaça. Era estranho, mas meu desejo de fumar tinha passado. A adrenalina de estar naquele ambiente tinha tirado meu foco dos problemas. Eu estava pulsando.
— Tente se divertir, irmãzinha. — A provoquei sacudindo seus ombros e me arrependi imediatamente de por as mãos nela porque, aparentemente, meu corpo não era confiável.
— Por favor, não me chame assim.
— Como prefere que te chame? Ninguém nos conhece aqui.
Podemos inventar nomes. Estamos ambos de preto. Parecemos membros da máfia.
— Qualquer coisa menos irmãzinha.
— O que você quer jogar?
— Quero ir a uma das mesas. E você?
— Aos caça-níqueis.
Caça-níqueis. Deus, ela era fofa.
— Caça-níqueis? Você está selvagem hoje, hein?
— Não ria.
— Não se vai a um cassino como esse para jogar nas máquinas, especialmente nos caça-níqueis.
— Não sei como jogar nas mesas.
— Posso te ensinar, mas precisamos de bebidas antes. — Pisquei para ela. — Álcool antes do pôquer, sempre.
Seu rosto ficou rosa. Quase tinha me esquecido de como adorava deixá-la envergonhada.
Ela revirou os olhos.
— Bom, algumas coisas nunca mudam. Pelo menos você voltou a fazer piadas sujas. Isso quer dizer que fiz algo certo hoje.
— Sério, essa ideia... — Olhei para o caos ao nosso redor e depois para ela. — Vir aqui... Foi perfeito.
O que desejava lhe dizer era que passar um tempo com ela de forma tão inesperada era a melhor parte.
Compramos algumas fichas, e fui comprar algumas bebidas.
Estava me sentindo bem até voltar para onde Demi estava esperando.
Um gordo com chapéu de vaqueiro tinha batido em seu traseiro enquanto ela estava ao seu lado.
Sem pensar, meu corpo entrou no modo de combate.
— Me diga que eu não vi esse idiota te bater na bunda. — Dei a ela as bebidas. — Segure isso.
O segurei pelo pescoço. Precisei das duas mãos para passar em volta de seu pescoço gordo.
— Quem você acha que é para por as mãos nela desse jeito?
Ele levantou as mãos.
— Não sabia que ela estava acompanhada. Ela estava me ajudando.
— Parecia que você estava ajudando a si mesmo. —
Acidentalmente cuspi nele enquanto falava então o arrastei até Demi. —
Se desculpe.
— Olhe cara...
— Se desculpe. — Eu gritei enquanto apertava seu pescoço.
— Sinto muito.
Minhas orelhas pulsavam. Ainda queria matá-lo.
Demi implorava.
— Vamos, Joe. Por favor, vamos.
Seu rosto assustado me fez perceber que bater no cara não valeria a pena. Peguei minha bebida e comecei a me afastar.
Então, o ouvi dizer.
— Tem sorte de chegar agora. Ia pedir a ela para soprar meus dados.
Eu perdi o controle, indo em sua direção e quase ferindo Demi que tentou usar seu pequeno corpo como escudo. Acabou molhada com as bebidas que caíram nela.
— Joe, não! Podemos ser expulsos. Por favor. Eu estou te implorando.
Me dei conta naquele momento que se tocasse nele ou o mataria ou o feriria gravemente. Precisava me afastar.
— Agradeça a ela por ainda ter um rosto. — Ainda fervia quando saímos da sala. A única vez que tinha feito aquilo também foi em defesa de Demi. Agora eu a protegia como um irmão ou ex-amante? Essa era a questão.
Seu cabelo estava bagunçado, e seu vestido molhado.
— Merda, Demi. Você está uma bagunça.
Na verdade, nunca esteve mais bonita.
Ela riu.
— Uma bagunça gostosa.
— Vamos. Vou te comprar uma roupa nova.
— Tudo bem. Só estou um pouco molhada.
Um pouco molhada. Merda. Não pense nisso, Joe.
— Não, não está bem. É minha culpa.
— Vai secar. Vamos fazer assim, se ganhar algo hoje à noite, pode gastar tudo numa nova roupa para mim numa dessas lojas caras. É a única forma que eu o deixarei gastar dinheiro comigo.
Me senti um idiota, e sabia que não sairia até que pudesse comprar o melhor vestido para compensar o que eu fiz.
Depois que fui pegar mais bebidas, disse a ela que era melhor ficarmos separados enquanto jogava. Existiam muito idiotas jogando pôquer, e não queria bater em ninguém. Demi não sabia como era atraente.
Surpreendeu-me que ela apenas tivesse ouvido e concordado em esperar.
Quando me sentei à mesa, meu telefone vibrou.

Demi: Porque se importa se outros caras derem em cima de mim?
Você não deveria se importar.

Merda. Não deveria ser uma surpresa ela me chamar atenção.
Ela estava certa.
Eu estava sendo egoísta. Eu não estava com medo de algum cara dar em cima dela. O que me dava medo era a possibilidade de ter que ver enquanto ela devolvia o interesse. Ela era solteira, e eu não. O que a pararia? Eu era ciumento como sempre, e não tinha o direito de ser. Era irracional e errado. Então não a respondi, porque não havia uma boa resposta.
Não conseguia me concentrar e ficava perdendo. Minha mente estava focada na mensagem e no meu comportamento inaceitável. Peguei meu telefone e olhei fotos de Blanda numa tentativa de me lembrar a quem eu pertencia. Passei pelas fotos: nossa viagem a San Diego, ela e minha mãe cozinhando, nós nos beijando, nosso gato Dublin… O anel que ela ainda não tinha visto. Tentei voltar a atenção ao jogo, mas a pergunta de Demi continuava me consumindo. Então, respondi com o que parecia ser verdade.

Joe: Sei que não deveria me importar. Mas quando é você, o que deveria estar sentindo nunca é o que eu sinto.

Uns vinte minutos depois, eu já tinha perdido 200 dólares quando ela me encontrou e esfregou mil dólares em meu rosto. Não acreditava que ela tinha ganhado isso tudo em caça níqueis.
— Merda, Demi! Parabéns!
Quando lhe dei um abraço, pude sentir como seu coração batia rápido. Disse a mim mesmo que era porque ela tinha ganhado e não pelo mesmo motivo que o meu coração estava explodindo.
Decidimos procurar um lugar para comer e optamos por uma churrascaria. Durante a refeição, estava pensando sobre uma mensagem que recebi mais cedo de um número desconhecido. Nela só havia o número 22 e tinha chegado exatamente às 22h22min. 22 de fevereiro era o aniversário de Eddie. Eu tinha certeza que a mensagem era dele, que era sua forma de mexer comigo do além. Então, não estava tocando na comida.
Demi, ao contrário, não teve problemas em terminar meu bife e o dela. Mergulhou a carne no molho.
Eu lhe provoquei.
— Que tal um pouco de carne nesse molho?
— Eu adoraria. Isso me lembra do meu pai. Ele costumava colocar molho em tudo.
Vê-la comer me tinha feito sorrir. Ela não tinha como saber o quanto significava para mim que ela estivesse ali. Eu tinha pirado de mil formas diferentes e ainda assim ela estava ali… Com molho em todo rosto.
Ela me viu sorrir.
— O quê? — Perguntou com a boca cheia.
Peguei meu guardanapo e limpei sua boca.
— Nada, desastrada.
De repende me dei conta: amanhã poderia ser a última vez que a veria.
Meu corpo inteiro se tencionou. Esse dia me fez sentir de tudo.
Outra coisa me atingiu: a pergunta para sua mensagem mais cedo, a razão porque me incomodava se outro cara aparecesse. Consegui deixá-la ir uma vez porque achei que ela estava feliz e com alguém que a amava. Tudo que acreditei para superá-la era uma mentira. Perceber isso agora me fez sentir tudo de novo, mesmo que eu não pudesse lidar com isso.
Encostei minha cabeça no sofá e suspirei. Ler o que ele pensava estava me matando. Precisava parar um pouco de ler porque estava me sentindo ansiosa sobre para onde o livro estava indo.
Eu já estava atrasada para o aniversário da minha amiga. Não poderia faltar porque fui uma das organizadoras.
Decidi que tomaria um banho, me vestiria e levaria o kindle comigo para ler sempre que pudesse. O aparelho mostrou que só faltava 15% do livro para terminar. Achei que não teria problemas em terminá-lo em público.
Você sabe o que dizem sobre achar coisas.

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26 Stalker, em um inglês, significa “perseguidor”. No Brasil a palavra “stalkear” foi incorporada à linguagem coloquial para se referir ao ato de perseguir outra pessoa, bisbilhotar sua vida (especialmente nas redes sociais).
27 A Bola da Times Square ou Times Square Ball é um balão horário localizado na Times Square, em Nova York. Ela fica na cobertura do One Times Square, e é uma parte importante da festa de Ano Novo na Times Square. É popularmente conhecida como a bola que cai, já que desce cerca de 43 m em 60 segundos através de um mastro especialmente projetado; O acontecimento tem início às 23:59 do dia 31 dezembro e termina à meia-noite quando registra o início de um novo ano.
28 Em inglês é real fun = funeral

*****

A Vi acertou sobre o Joe ter voltado quando a Demi estava noiva \O/ 
Confesso que amo esses capítulos com a versão do Joe, pois percebo que o que ele sente é bem diferente do que eu supunha que ele sentia quando a Demi narrava, acho isso bem interessante.
Respostas aqui.
Amanhã tem mais.
A fic já está acabando :(
Amo vcs, beijos

20 comentários:

  1. Já está acabando? Não pode ser :(
    Eu também amo esses capítulos do Joe, porque na verdade não é nada do que a Demi pensava que ele estava pensando, e isso é tão legal
    Eu simplesmente amei o capítulo
    Eu precisei de mais
    Posta logo meu anjo
    Amo você
    Beijos

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    1. Sim, infelizmente tá :(
      Verdade, é uma coisa diferente, é bem interessante, eu também adoro <3
      Que bom que você amou, amor.
      Posto sim, love u ♥
      Bjs

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  2. Ok, retiro o que eu disse no meu último comentário, o capítulo anterior não foi somente um dos melhores, mas todos esses capítulo em que a Demi lê a biografia do Joe são os melhores da fic.
    Eu estava super ansiosa para ver a parte em que o Joe fala da noite que eles passaram no cassino, pois é completamente diferente de como vimos no ponto de vista da Demi.
    Estou louca para descobrir o que vai acontecer.
    Eu amo demais essa fic e não acredito que já está acabando :(
    Posta mais!
    Beijos.

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    1. Sim, concordo totalmente, esses capítulos são, literalmente, os melhores <3
      Pois é, a descrição dele enriquece a visão inicial que tínhamos de certos fatos, e eu amo isso
      Nem eu acredito :(
      Posto sim.
      Beijos.

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  3. Ler a história contada por ele é simplesmente maravilhoso. Qual vai ser a atitude dela depois de ler isso tudo? Será que ele mandou o livro pra ela pq ele já terminou com a Blanda? Continua....

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    1. É mesmo, dá uma visão diferente da história, e acho isso incrível <3
      Bom, no próximo capítulo você vai saber de tudo, nzxiahs
      Continuo, anjo.
      Beijos

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  4. Não pode estar acabando :'(
    Ah cara, eu amo essa fanfic, sério.
    Joseph e Demetria são tão enrolados, não vejo a hora de Joseph terminar com Blanda e eles finalmente se resolverem.
    Continua, beijos.

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    1. Que bom que você ama, mas, infelizmente, tá acabando sim :(
      Eu também não, essa separação está me matando.
      Continuo sim, amor.
      Beijos <3

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  5. O-M-G!! Esse deve ser o capitulo mais intenso dessa fic!! É tao legal ver a versao do Joe, pq eu julgava tanto ele agr estou julgando eu mesma kkkk. Quero mais Giovanna!!! P.s. : ja esta acabando?

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    1. Foi bem intenso mesmo, eu amei, <3
      Sim, eu também o havia julgado erroneamente por bastante tempo amnznxan
      Vou postar, Mari, pode deixar akjsioaj
      Já está acabando sim, faltam só mais dois :(
      Beijos

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    2. Nao acreditooooo! So dois 77 estou chorando

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  6. AÍ MEU CORE
    que capítulo foi esse sem or, to sem palavras, simplesmente perfeito
    estou amando essa ficou sério
    posta mais por favor

    beijos

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    1. Ai, meu amor, fico tão feliz que você esteja amando <3
      Esse capítulo foi muito %%$!#@$%, forninho is down asuiahsh
      Posto, anjo.
      Beijos

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  7. Serio , eu não sei oque sentir sobre essa versão do Joe , foi tão intenso sobre tudo !!!
    To muito curiosa sobre os próximos capítulos Gi, serio! Posta mais !

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    1. Não sabemos o que sentir, porque eu também to sem palavras! Foi bem intenso mesmo.
      Adoro a curiosidade de vocês ashasajs
      Posto sim, meu amor.
      Beijos ♥

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  8. Esse lado do Joe Ta me deixando super pra baixo , ele simplesmente passou por tantas coisas....e agora Demi está se sentindo péssima!!!!
    Posta mais , eu To adorando cada capítulo que você posta !!

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    1. Pois é, o Joe sofreu muito, e ambos estão sofrendo, agora :(
      Que bom que ta adorando, fico feliz <3
      Posto sim.
      Beijos

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  9. Meus Deus , tadinho do Joe ! Essa autobiografia dele ta sensacional!!! Mas ele tava tão confuso e tristinho que queria eu estar consolando ele kkkkkkkk
    Posta mais logo!

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    1. Ta, tá realmente incrível <3
      Quem não queria estar consolando Joseph Jonas akmsnalkjsioa
      Posto sim, amor.
      Beijos

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