30.1.15

Capítulo Cinco




Quarta-feira, 29 de agosto de 2012
6h15

Corro há quase três anos. Não lembro por que comecei nem por que passei a gostar tanto a ponto de me tornar tão disciplinada. Acho que tem muito a ver com o fato de eu ser tão frustrantemente protegida. Tento ficar otimista quanto a isso, mas é difícil ver as interações e os relacionamentos que os outros alunos têm no colégio, mas eu não. Não ter acesso à internet enquanto estivesse no ensino médio não seria algo tão relevante alguns anos atrás, mas agora é praticamente um suicídio social. Não que eu me importe com o que as pessoas pensam.
Não vou negar, tive uma vontade imensa de investigar Jonas na internet. Antes, quando queria descobrir mais sobre alguma pessoa, eu e Miley usávamos a conexão da casa dela. Mas agora Miley está num voo transatlântico, então não posso pedir a ela. Em vez disso, fico sentada na cama, pensando no assunto. Será que ele é mesmo tão mau quanto sua reputação? Será que provoca em outras garotas o mesmo efeito que tem em mim? Quem serão os pais dele, será que tem irmãos, será que está namorando alguém? Por que quer ficar com raiva de mim o tempo inteiro se a gente acabou de se conhecer? Ele é sempre tão charmoso quando não está tão ocupado com a própria raiva? Odeio que ele seja sempre uma coisa ou outra, sem ter um meio-termo. Seria tão bom ver um lado seu mais calmo e relaxado. Será que ele tem esse meio-termo? Fico me perguntando essas coisas... porque é tudo o que posso fazer. Fazer essas perguntas para mim mesma em silêncio a respeito do caso perdido que de alguma maneira se entocou bem no meio dos meus pensamentos e que não quer sair de maneira alguma.
Saio do meu transe e termino de calçar o tênis de corrida. Pelo menos, nosso desentendimento da véspera, no corredor, não foi resolvido. Por causa daquilo, ele não vai correr comigo hoje, o que me deixa bastante aliviada. Preciso do meu tempo sozinha mais que nunca. Não sei por qual motivo, mas vou ficar o tempo inteiro imaginando coisas.
Sobre ele.
Abro a janela do quarto e saio. Está mais escuro que o normal para essa hora da manhã. Olho para cima e vejo que o céu está nublado, refletindo com perfeição meu humor. Observo a direção das nuvens e olho para o céu à esquerda, curiosa para ver se tenho tempo suficiente para correr antes da chuva torrencial começar.
— Você sempre sai pela janela ou estava apenas tentando me evitar?
Eu me viro ao ouvir sua voz. Ele está na beirada da calçada, de bermuda e tênis de corrida. E dessa vez sem camisa.
Droga.
— Se estivesse tentando evitá-lo, teria simplesmente ficado na cama. — Ando até ele com confiança, esperando disfarçar que vê-lo fez com que meu corpo inteiro entrasse em curto-circuito. Uma pequena parte de mim está desapontada por ele ter aparecido hoje, mas a maior parte está ridiculamente, pateticamente feliz. Passo por ele e me abaixo na calçada para me alongar. Abro as pernas e me inclino para a frente, me apoiando no tênis e enterrando a cabeça no joelho — em parte para alongar o músculo, mas também para evitar olhar para ele.
— Não sabia se você viria. — Ele se abaixa e fica na minha frente na calçada.
Eu me levanto e olho para ele.
— Por que eu não viria? Não sou eu a problemática. Além disso, nenhum de nós é dono da rua. — Eu praticamente vocifero com ele. Sem nem saber o motivo.
Mais uma vez ele faz aquilo de ficar me encarando e pensando, o olhar intenso me deixando sem reação. Repete tanto isso que quase fico com vontade de batizar esse hábito. É como se ele estivesse me prendendo com os olhos enquanto pensa em silêncio, sem trair nenhuma indicação de propósito na expressão. Nunca conheci ninguém que pensasse tanto nas próprias falas. A maneira como ele fica refletindo enquanto prepara sua resposta — parece até que as palavras são limitadas e que ele só quer usar as que forem de extrema necessidade.
Paro de me alongar e me viro para ele, sem vontade de ceder nessa disputa visual. Não vou deixar que faça seus truquezinhos mentais de Jedi comigo, não importa o quanto queira ser capaz de fazer algo assim com ele. Jonas é completamente incompreensível e ainda mais imprevisível. Isso me deixa furiosa.
Ele alonga as pernas na minha frente.
— Me dê as mãos. Também preciso me alongar.
Ele está sentado com as mãos estendidas na minha frente como se fôssemos brincar de adoleta. Se alguém passar de carro, dá para imaginar os boatos surgindo. Só de pensar, começo a rir. Ponho as mãos nas suas, e ele me puxa para a frente, em sua direção, por vários segundos. Quando ele relaxa, também o puxo para a frente e ele se alonga, mas não olha para baixo. Em vez disso, continua com o olhar fixo e debilitante nos meus olhos.
— Só para constar — diz ele. — Ontem não fui eu o problemático.
Eu o puxo com força redobrada, mais por malícia que por desejo de ajudá-lo a se alongar.
— Está insinuando que eu sou a problemática?
— E não é?
— Esclareça — digo. — Não gosto de coisas vagas.
Ele ri, mas é uma risada irritante.
— Demi, se tem uma coisa que deve saber sobre mim é que não sou vago. Já disse que vou ser sempre sincero com você, e, para mim, ser vago é a mesma coisa que ser desonesto. — Ele puxa minha mão mais para a frente e se inclina para trás.
— Acabou de me dar uma resposta bastante vaga — saliento.
— Você não me perguntou nada. Já disse que se quiser saber alguma coisa, é só me perguntar. Parece que você acha que me conhece, quando na verdade nunca me perguntou nada.
— Eu não conheço você.
Ele ri de novo, balança a cabeça e solta minhas mãos.
— Deixe para lá. — Ele se levanta e começa a se afastar.
— Espere. — Eu me levanto do concreto e vou atrás dele. Se alguém aqui tem o direito de estar com raiva, esse alguém sou eu. — O que foi que acabei de dizer? Que não conheço você. Por que está todo irritado comigo de novo?
Ele para de andar, vira-se e dá alguns passos em minha direção.
— Achei que depois de passar um tempo juntos nos últimos dias, você teria uma reação um pouco diferente no colégio. Já dei várias oportunidades para me perguntar o que quiser, mas, por algum motivo, prefere acreditar no que ouve por aí, apesar de não ter ouvido nada da minha boca. E, vindo de alguém que também é vítima de vários boatos, imaginei que não seria tão rápida em julgar.
Vítima de vários boatos? Se ele acha que vai ganhar pontos comigo por termos algo em comum, errou feio.
— Então é isso? Você achou que a periguete novata se identificaria com o babaca que bate em gays?
Ele solta um gemido e passa a mão pelo cabelo, frustrado.
— Não faça isso, Demi.
— Não fazer o quê? Chamar você de babaca que bate em gays? Está bem. Vamos colocar em prática essa sua sinceridade. Você deu ou não deu uma surra tão grande num aluno no ano passado e, por isso, acabou sendo preso?
Ele põe as mãos no quadril e balança a cabeça. Em seguida olha para mim com o que parece ser uma expressão de desapontamento.
— Quando eu disse não faça isso, não estava me referindo a me insultar. Estava me referindo a insultar a si mesma. — Ele dá um passo à frente, diminuindo a distância entre nós. — E sim. Bati tanto que por pouco ele não morreu, e, se aquele canalha aparecesse na minha frente agora, eu faria tudo de novo.
Seus olhos estão tomados pela raiva, e fico com medo demais para continuar falando sobre o assunto. Ele pode até ter dito que seria sincero... mas suas respostas me apavoram mais que a ideia de fazer mais perguntas. Dou um passo para trás, e ele faz o mesmo. Nós dois ficamos em silêncio, e me pergunto como chegamos a esse ponto.
— Não quero correr com você hoje — digo.
— Também não estou muito a fim de correr com você.
Com isso, nos viramos em direções opostas. Ele segue para sua casa, eu, em direção à minha janela. Não tenho nem vontade de correr sozinha.
Entro pela janela assim que a chuva começa a cair, e, por um instante, fico com pena por ele ter de correr até sua casa. Mas só por um instante, pois o carma não deixa nada passar e, com certeza, agora está retaliando Jonas. Fecho a janela e vou até a cama. Meu coração está tão disparado que parece que acabei de correr os 5 quilômetros. Só que, em vez disso, está disparando porque estou incrivelmente furiosa.
Conheci esse garoto faz apenas uns dias, mas jamais discuti tanto com alguém na minha vida. Se eu somasse todas as discussões que Miley e eu tivemos nos últimos quatro anos, o resultado não chegaria nem perto das últimas 48 horas com Jonas. Não sei nem por que ele se importa. Acho que depois de hoje é provável que não se importe mais.
Pego o envelope na minha mesinha de cabeceira e o abro. Tiro a carta de Miley, me encosto no travesseiro e a leio, querendo fugir do caos em minha cabeça.

Demi,
Espero que quando estiver lendo isso (pois sei que você não vai ler na mesma hora), eu já esteja loucamente apaixonada pelo meu namorado italiano gato e não esteja mais pensando em você nem por um segundo.
Mas sei que não é verdade, pois vou pensar em você o tempo inteiro.
Vou pensar em todas as noites que ficamos acordadas com nossos sorvetes, nossos filmes e nossos garotos. Mais que tudo, vou ficar pensando em você e em todas as razões pelas quais a amo.
Só para citar algumas: amo o fato de você ser péssima com despedidas, sentimentos e emoções, pois também sou assim. Amo como sempre pega a parte de morango e de baunilha do sorvete por saber o quanto amo a parte de chocolate, apesar de você também amar. Amo o fato de não ser estranha e desajeitada apesar de estar tão isolada da sociedade a ponto de fazer os Amish parecerem fashion.
Mais que tudo, amo o fato de você não me julgar. Amo que, nos últimos quatro anos, jamais questionou minhas escolhas (por mais que tenham sido ruins) nem os garotos com quem fiquei nem o fato de eu não acreditar em namoro. Eu poderia dizer que é fácil você não me julgar pois também é uma piranha safada. Mas nós duas sabemos que isso é mentira. Então obrigada por ser uma amiga livre de julgamentos. Obrigada por nunca ser condescendente nem me tratar como se você fosse melhor que eu (apesar de nós duas sabermos que você é). Por mais que eu consiga rir das coisas que as pessoas falam sobre nós pelas costas, fico arrasada por dizerem essas coisas sobre você também. E por isso peço desculpas. Mas nem tanto, pois sei que se você tivesse de escolher entre ser minha melhor amiga piranha ou a santinha, você daria para todos os caras do mundo. Pois você me ama muito. E eu permitiria isso, porque também a amo tanto assim.
E só mais uma coisa que amo em você antes de eu calar a boca, pois estou a apenas 2 metros de distância enquanto escrevo esta carta e está sendo bem difícil não sair pela minha janela e ir apertar você.
Amo sua indiferença. E o fato de você não estar nem aí para o que as pessoas pensam. Amo como você está focada no seu futuro e todo o resto que se dane. Amo o fato de que, quando contei que ia para a Itália depois de convencê-la a se matricular no meu colégio, você simplesmente sorriu e deu de ombros quando isso teria destruído a amizade de quase todas as melhores amigas. Deixei você na mão para ir atrás do meu sonho, e você não deixou que isso a chateasse. Nem pegou no meu pé por causa disso.
Amo que (última coisa, prometo) quando vimos Forças do Destino e Sandra Bullock foi embora no final e eu fiquei gritando com a televisão por causa desse fim horroroso, você simplesmente deu de ombros e disse: “É realista, Miley. Você não pode ficar com raiva de um final realista. Alguns são horrorosos mesmo. São os finais felizes superfalsos que deviam irritar você.”
Nunca vou me esquecer daquilo, pois você tinha razão. E sei que não estava tentando me ensinar uma lição, mas foi isso o que acabou acontecendo. Nem tudo vai dar certo no meu caminho e nem todo mundo ganha um final feliz. A vida é realista, e, às vezes, as coisas ficam feias e só nos resta aprender a lidar com elas. Vou aceitar isso com uma dose da sua indiferença e seguir em frente.
Então. Enfim. Já chega. Só queria dizer que vou sentir sua falta e avisar que é melhor esse seu novo melhor amigo do mundo inteiro cair fora quando eu voltar daqui a seis meses. Espero que perceba o quanto você é incrível, mas, caso não note, vou mandar todos os dias uma mensagem para que se lembre. Prepare-se para ser bombardeada nos próximos seis meses com mensagens irritantes e sem fim, contendo apenas elogios a Demi.
Amo você,
Mi

Dobro a carta e sorrio, mas não choro. Ela não esperaria que eu chorasse com a carta, não importa o quanto tenha me deixado com vontade de fazer isso. Estendo o braço até a mesinha de cabeceira e pego na gaveta o celular que ela me deu. Tenho duas mensagens que não vi.

Já disse o quanto você é incrível alguma vez recentemente? Saudades.
É o segundo dia, é melhor me responder. Preciso contar sobre Lorenzo. Além disso, você é inteligente de uma maneira repugnante.

Sorrio e respondo a mensagem. Preciso de umas cinco tentativas para descobrir como fazer isso. Tenho quase 18 anos e é a primeira mensagem que envio na vida? Isso precisa entrar para o Guinness.

Posso me acostumar com esses elogios diários. Não se esqueça de me lembrar o quanto sou bonita, o quanto meu gosto musical é impecável, e que sou a corredora mais rápida do mundo. (Só algumas ideias para começar). Saudades também. E não vejo a hora de saber mais sobre Lorenzo, sua piranha.

Sexta-feira, 31 de agosto de 2012
11h20

Os próximos dias no colégio são parecidos com os dois primeiros. Cheios de drama. Meu armário parece ter se tornado um centro de post-its e bilhetes grosseiros, apesar de eu jamais ver nada sendo colocado na porta ou dentro dele. Não consigo entender o que as pessoas ganham com isso se nem assumem a autoria. Como o bilhete que estava colado no meu armário hoje de manhã. Tudo o que dizia era: “puta”.
Sério? Cadê a criatividade? Não dava para justificar isso com uma história interessante? Talvez alguns detalhes da minha indiscrição? Se vou ler essa merda todo dia, o mínimo que podem fazer é tornar a situação mais interessante. Se eu fosse me rebaixar ao nível de deixar um bilhete injustificado no armário de alguém, pelo menos faria a gentileza de entreter quem vai lê-lo. Escreveria algo interessante como: “Peguei você na cama com meu namorado ontem à noite. Não curti você ter passado óleo de massagem nos meus pepinos. Sua puta.”
Acho graça, e é estranho rir em voz alta de meus próprios pensamentos. Olho ao redor e vejo que não tem mais ninguém no corredor. Em vez de arrancar os post-its do armário, que provavelmente é o que eu devia fazer, pego minha caneta e os torno um pouco mais criativos. De nada, transeunte.
Nick põe a bandeja na frente da minha. Agora cada um buscava sua própria bandeja, pois ele parece achar que só quero comer salada. Sorri para mim como se soubesse que vou querer saber do segredo que ele está guardando. Mas se for mais um boato, dispenso.
— Como foram os testes para entrar na equipe de atletismo ontem? — pergunta ele.
Dou de ombros.
— Não fui.
— Pois é, eu sei.
— Então por que perguntou?
Ele ri.
— Porque primeiro gosto de esclarecer as coisas com você antes de acreditar nelas. Por que não foi? — Dou de ombros mais uma vez. — E que história é essa de ficar dando de ombros? É tique nervoso?
Repito o dar de ombros.
— Só não estou a fim de fazer parte de uma equipe com as pessoas daqui. Perdi o interesse.
Ele franze a testa.
— Para começar, atletismo é um dos esportes mais individuais de todos. Segundo, achei que você tinha dito que estava aqui por causa das atividades extracurriculares.
— Não sei por que estou aqui — digo. — Talvez estivesse sentindo necessidade de testemunhar uma boa dose do pior da natureza humana antes de entrar no mundo real. Assim o choque não vai ser tão grande.
Ele aponta para um aipo e ergue a sobrancelha.
— É verdade. Uma introdução gradual aos perigos da sociedade vai ajudar a amortecer o choque. Não podemos soltá-la sozinha no meio do mato depois que passou a vida inteira sendo mimada num zoológico.
— Bela analogia.
Ele pisca para mim e morde o aipo.
— Por falar em analogias, o que é aquilo no seu armário? Ele estava coberto de analogias e metáforas sexuais.
Eu rio.
— Gostou? Demorei um tempinho, mas estava me sentindo criativa.
Ele concorda com a cabeça.
— Gostei especialmente do que dizia “Você é tão puta que deu para Nick, o mórmon.” Balanço a cabeça.
— Esse daí não foi de minha autoria. Foi verdadeiro. Mas eles ficaram mais divertidos, não é? Agora que estão com mais sacanagem?
— Bem, eles eram divertidos. Não estão mais lá. Vi Jonas rasgando-os ainda agora.
Olho imediatamente para ele, que está sorrindo com certa malícia mais uma vez. Acho que era esse o segredo que não estava conseguindo segurar.
— Que estranho.
Estou curiosa para saber por que Jonas se daria o trabalho de fazer uma coisa dessas. Nós nem corremos juntos desde que nos falamos pela última vez. Na verdade, nem interagimos mais. Agora ele se senta do outro lado da sala na primeira aula, e eu não o vejo durante o resto do dia, só no almoço. E, mesmo assim, ele se senta do outro lado do refeitório, com os amigos. Pensei que depois do nosso impasse estávamos nos evitando e fim de história, mas pelo jeito estava errada.
— Posso perguntar uma coisa? — diz Nick.
Dou de ombros novamente, mais para irritá-lo.
— Os boatos sobre ele são verdadeiros? Sobre ser esquentado? E sobre a irmã?
Tento não parecer surpresa com o comentário, mas é a primeira vez que ouço falar de uma irmã.
— Não faço ideia. Mas passei tempo suficiente com ele para saber que me assusta o bastante e, por isso, não quero mais passar tempo com ele.
Estou louca para perguntar sobre o comentário da irmã, mas não tenho voz ativa quando minha teimosia fala mais alto. Por alguma razão, investigar a vida de Joseph Jonas é um desses momentos.
— Oi — diz uma voz atrás de mim.
Imediatamente sei que não é Jonas, pois a voz não surtiu efeito algum em mim. Quando me viro, Zac põe a perna ao meu lado no banco e se senta. — Tem planos para depois da escola?
Mergulho o aipo no molho ranch e dou uma mordida.
— Provavelmente.
Zac balança a cabeça.
— Não gostei dessa resposta. Encontro você no seu carro depois da última aula.
Ele se levanta e vai embora antes que eu possa contestar. Nick dá um sorriso sarcástico. Eu só dou de ombros.
Nem imagino o que Zac quer falar comigo, mas ele precisa de uma lobotomia se pensa que vai passar na minha casa amanhã à noite. Estou me sentindo mais que pronta a abdicar dos garotos pelo resto do ano. Especialmente se não tenho mais Miley para tomar sorvete comigo depois que vão embora. O sorvete era a única parte boa de ficar com eles.
Pelo menos ele cumpre o que disse e está esperando no meu carro, encostado na porta do motorista, quando chego no estacionamento.
— Oi, princesa — diz ele.
Não sei se é o tom de voz ou o fato de ter acabado de me dar um apelido, mas suas palavras me fazem estremecer. Vou até lá e me apoio no carro ao seu lado.
— Nunca mais me chame de princesa.
Ele ri e desliza o corpo para minha frente, segurando minha cintura.
— Tudo bem. Que tal linda?
— Que tal Demi mesmo?
— Por que sempre está com raiva?
Ele estende as mãos para meu rosto, toca minhas bochechas e me beija. Tristemente, eu deixo ele fazer isso. Em boa parte porque acho que merece, após me aguentar por um mês inteiro. No entanto, não tem direito a tantos favores assim, então afasto meu rosto apenas alguns segundos depois.
— O que você quer?
Ele põe os braços ao redor da minha cintura e me puxa para perto.
— Você. — Ele começa a beijar meu pescoço, então o empurro, e ele se afasta. — O que foi?
— A ficha ainda não caiu? Eu disse que não vou dormir com você, Zac. Não estou tentando fazer joguinhos nem querendo que fique correndo atrás de mim o tempo inteiro, como outras garotas doentias e esquisitas fazem. Você quer mais, e eu não, então acho que precisamos aceitar o impasse e seguir em frente.
Ele fica me encarando, suspira e me puxa para perto, me abraçando.
— Não preciso de nada mais, Demi. Está bom desse jeito mesmo. Não vou insistir de novo. É que gosto de ir para sua casa e gostaria de passar lá amanhã à noite. — Ele lança para mim aquele sorriso arranca-calcinha. — Agora pare de ficar com raiva de mim e venha aqui. — Ele puxa meu rosto para perto e me beija novamente.
Por mais irritada e furiosa que esteja, não deixo de sentir um alívio assim que seus lábios encontram os meus; é a irritação diminuindo por causa do entorpecimento que toma conta de mim. Só por esse motivo, deixo que ele continue me beijando. Ele me aperta contra o carro, passa a mão no meu cabelo e depois beija meu queixo e meu pescoço. Apoio a cabeça no carro e ergo o punho atrás dele para ver a hora no meu relógio. Dianna vai viajar a trabalho, então preciso ir ao mercado comprar doces para todo o fim de semana. Não sei por quanto tempo ele vai continuar me apalpando, mas sorvete está começando a parecer algo tentador. Reviro os olhos e abaixo o braço. Na mesma hora, meu batimento cardíaco triplica e meu estômago se revira e sinto todas as coisas que uma garota deve sentir quando os lábios de um gato a estão beijando. Mas não estou reagindo ao cara bonito cujos lábios estão me beijando. E sim ao cara bonito que está me fulminando com o olhar do outro lado do estacionamento.
Jonas está parado ao lado do carro dele, com o cotovelo apoiado na porta, nos observando. Imediatamente, empurro Zac para longe de mim e me viro para entrar no carro.
— Então está combinado amanhã à noite? — pergunta ele.
Entro no carro, ligando o motor, e depois olho para ele.
— Não. A gente já era.
Fecho a porta e saio da vaga de ré, sem saber se estou furiosa, envergonhada ou apaixonada. Como ele é capaz de fazer isso? Como é que me faz sentir essas coisas lá do outro lado do estacionamento?
Acho que estou precisando de uma intervenção.

*****

Oi oi, gente, como vocês estão?
Meninas, nunca se preocupem com o fato de um dia eu desistir do blog com uma fic em andamento, ok? Porque acho uma das coisas mais chatas que existem, o leitor "perde tempo" lendo capítulo por capítulo, comentando, atualizando, fora toda a curiosidade, pra no final a dona do blog interromper tudo? Já aconteceu isso com fics que eu realmente gostava, e eu sei como dá raiva, então, se um dia eu parar de postar aqui, será com todas as histórias, ok?
But, não se preocupem, porque eu amo vocês e tudo isso aqui, e não pretendo abandonar tão cedo
Respostas aqui.
É isso, love u, bjs

23 comentários:

  1. Adorei posta logo to curiosa passei ontem o dia atualizando a pagina pra saber se tinha capítulo novo.
    Minha curiosidade esta a mil posta logo bjs

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eita que menina curiosa, ajksnuans
      Posto sim, anjo.
      Beijos

      Excluir
  2. Qual é do Joe hein? ele é muito estranho kkkk Joe tem ciumes do Zac lol
    posta logo

    ResponderExcluir
  3. Eu estou amando essa fic..... acho que o Joe tinha que partir para o ataque logooo...... kkkkkkk........,. Eles estão parecendo cão e gato..... posta mais......

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Que bom <3
      Pois é, tinha mesmo zkmxnak
      Mas logo logo ele começa, asjnajsn
      Posto.
      Bjs

      Excluir
  4. Curiosidade a mil aqui !!!! To amando muito , a cada capítulo sinto mais ansiedade !!
    Posta mais logo pleaseeee

    ResponderExcluir
  5. To adorando casa vez mais , essa fic é maravilhoooossaaaaaaa <3 <3
    Posta logo !!!

    ResponderExcluir
  6. Ainda bem que voce não vai parar a fic <3
    Poxa vai demorar pro Jonas e pra Demi se pegar ? NAAAOOO....... Mas ok , eu espero!! Kkkkkk
    Posta mais logo !!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Não vou mesmo <3
      Assim, não sei explicar, vai demorar pra eles se beijarem, mas pra se pegar, não muito, entendeu?, não né? aksnasn
      Posto, bjs. ♥

      Excluir
  7. Voltei!
    Fiquei dois dias sem entrar no blog e já haviam três capítulos para ler, por isso eu demorei para comentar.
    Eu to amando muito essa história.
    Adoro o Joe, e to doida para que aconteça um beijo entre ele e a Demi. Na parte em que eles estavam sozinhos no corredor da escola, no capítulo anterior, achei que ia rolar um beijo deles mas não aconteceu, apesar de eu achar que isso vai demorar um pouco para acontecer.
    E essas corridas deles estão me fazendo Enlouquecer, no momento é uma das partes que eu mais gosto no capítulo.
    E eu to doida de curiosidade para descobrir esses segredos do Joe.
    Posta logo, Gi!
    Beijosss.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Viii <3
      Entendi amor, mas tudo bem, você sempre comenta ♥
      Que bom que você ta gostando, e sim, o beijo demora um pouquinho, mas depois que acontece, muahaha sz
      Sim, adoro essas corridas deles, mas depois de um tempo eles vão parar

      Excluir
  8. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  9. Eu acho que Joseph bateu no menino lá mas porque ele fez algo e não porque ele era "gay", sei lá, parece que ele não é homofóbico.
    Amei o capítulo, Demi tem que socializar um pouco e procurar colocar internet na casa dela, como alguém sobreviveu assim por 18 anos? jesus me abana, tenho pavor só de pensar eijdkssdks
    Miley é a melhor.
    Continua logo, Beijoss.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Exatamente, Joe não faz o tipo e não é homofóbico mesmo, amém <3
      Verdade, eu não aguento uma semana alknsmzm
      Miley lacradora sldsmd
      Posto sim, beijos

      Excluir
  10. Eu amei o capítulo
    Eu amei a carta da Miley
    Eu amei o Joe com ciúmes
    Eu amei tudo!
    E sim, é realmente chato, você capítulo por capítulo, comentando sempre pra depois abandonam o blog
    Posta logo

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Que bom Mi <3
      Sim, exatamente, eu não gosto disso, então nunca pararia uma fic em andamento, sabe?
      Posto sim, bjs ♥

      Excluir