A sobremesa foi servida. Demi optou pelo suflê de
chocolate com chantilly. No instante em que o prato foi colocado na sua frente,
ela notou os olhos famintos de Joe. Com um sorriso provocante, enfiou o dedo no
chantilly e o lambeu bem devagar. A boca de Joe se abriu de leve. Ela lambeu os
lábios e enfiou o dedo outra vez na sobremesa. Joe se inclinou para a frente,
com as pálpebras semicerradas, e seu olhar foi de provocante a desejoso. Demi
se perguntou quando tinha sido a última vez que ele fora seduzido, ou que
tivera que esperar por alguma coisa.
Com cuidado, ela tirou os sapatos de salto e deslizou
um pouco mais para a borda da cadeira. Tentando agir com naturalidade, comeu
mais um pedaço da sobremesa e ficou olhando Joe, que a observava. No instante
em que o pé dela encostou na perna dele, Joe agarrou a ponta da mesa e soltou
um palavrão.
— Tudo bem, Joe? — perguntou Petunia, examinando-o por
trás dos óculos.
— Tudo ótimo — respondeu ele, com a voz contida. — Só
está um pouco quente. — Ele piscou algumas vezes antes de pegar o copo d’água e
tomar um longo gole.
— Está mesmo bastante abafado. — Petunia se abanou. —
Mas você parece muito corado. Tem certeza de que não está com algum problema?
— Quem dera! — respondeu Joe.
— Hã? — Ela franziu as sobrancelhas.
— Todo o mundo já bebeu. — Ele apontou para uma
garrafa de vinho vazia, no meio da mesa. Demi mordeu o lábio inferior, tentando
segurar o riso. Ela deu outra mordida no suflê e lambeu o garfo. Do outro lado
da mesa, Joe gemeu. O pé dela encostou na pele dele de novo. — Filha da...
— Joe? — Petunia balançou a cabeça. — Você está me
deixando preocupada.
— A mim também. — Demi umedeceu os lábios e foi
subindo o pé bem devagar. Joe segurou a mesa com as duas mãos, e seus olhos
estavam deixando Demi em chamas, tamanha a intensidade com que ele a encarava.
— Estou bem.
Ele fechou os olhos enquanto Demi passava o pé para
cima e para baixo na perna dele, e depois a agarrou com as dela, puxando-o para
mais perto da mesa.
— Merda. — Ele soltou um suspiro.
— Ah, por favor! — reclamou Petunia. — Joseph Jonas,
pare com essa linguagem chula!
— Ele é um garoto muito, muito mau — concordou vovó,
dando uma piscadela. Joe gemeu, e seus olhos imploravam a Demi que parasse ou
apenas continuasse e o matasse logo de uma vez.
— Você sabe o que acontece com os garotos maus — disse
Demi, tentando ajudar.
— O quê? — Ele estava rouco.
— Levam uma surra — rugiu Petunia. — Daquelas!
Joe xingou como nunca.
— Wescott! Por favor, controle esse seu filho! —
exigiu Petunia. — Parece que ele não consegue parar de usar essa linguagem
chula à mesa de jantar! No meu tempo, a gente mandava as crianças para o quarto
se fizessem uma coisa dessas.
— Está bem. — Wescott revirou os olhos. — Vá para o
quarto, Joe. Aceite seu castigo como um homem.
— Eu, hã... — respondeu Joe, confuso. — Acho que é
melhor ficar aqui.
— Você ouviu seu pai. — Petunia sacudiu a cabeça. —
Precisa ficar de castigo.
— Por favor — choramingou ele, apoiando a cabeça nas
mãos.
— Joe... — Demi afastou o pé e se inclinou para a
frente. — Você devia ouvir seu pai. Não vai querer se meter em problemas. Vá
para o quarto.
— Não posso — disse ele, com os dentes cerrados. Vovó
se levantou, derrubando sem querer água gelada no colo dele. Os olhos de Joe se
arregalaram quando vovó se inclinou de forma que apenas Demi e Joe pudessem
ouvir o que ela ia dizer:
— De nada.
— Quero morrer — disse Joe.
— Seu desajeitado! Vá trocar as calças — ordenou vovó.
— Demi, por que não vai pegar mais água na cozinha?
Ela não precisou falar duas vezes. Praguejando, Joe
jogou o guardanapo na mesa e saiu logo depois de Demi. Sem os saltos, Demi
conseguiu correr pela grama. Quando estava na casa, arriscou um olhar para
trás. Joe estava se aproximando. O olhar no rosto dele era o de um predador.
Com um gritinho, Demi correu escada acima, até o
quarto, bem na hora em que os braços fortes dele a envolviam, empurrando-a mais
para dentro do aposento.
— Sua safada! Vou fazer você pagar.
Demi se virou nos braços dele e deu uma lambida em seu
queixo, como fizera com o suflê.
— Promete?
— Tire a roupa. — Ele a soltou e andou até a cama,
deitando-se bem devagar. — Agora.
— Estamos mandões hoje — Demi levou as mãos ao quadril
—, não é mesmo?
— É. — Joe se apoiou nos cotovelos. — Na minha
opinião, você está me devendo uma. Além de eu ter feito uma dança sensual para
você, e ainda por cima com calças de caubói, você me fez sofrer durante a
sobremesa enquanto minha tia-avó... a virgem, você se lembra dela... me dizia
que eu precisava de uma surra.
Demi riu.
— Não tem graça. — Joe gemeu. — Foi o momento mais
constrangedor da minha vida.
— Isso foi antes ou depois de a vovó fazer você se
acalmar? — perguntou Demi.
— Se você quiser que eu continue sexualmente ativo, é
melhor nunca mais mencionar isso. — Joe soltou um palavrão. Demi brincou com as
alças do vestido.
— Eu me lembro.
— Você se lembra? — Os olhos de Joe estavam fixos nos
dedos de Demi, que brincava com as alças do vestido, puxando-as mais para
baixo. — Do quê?
— De nós. — Demi deixou o vestido cair no chão e se
afastou da roupa amontoada. — Eu me lembro da noite que passamos juntos. Eu
menti. Disse a Dallas que não lembrava. Disse a você que não tinha sido bom. Só
estava tentando fazer você se sentir mal.
— Hum. — Joe se levantou e se aproximou dela bem
devagar.
— Eu mereci.
— Eu sei.
— Então... em uma escala de um a dez... — Joe estendeu
os braços e tocou nos ombros dela — ... um sendo o pior momento da sua vida e
dez o melhor...
— Seis — respondeu Demi, honestamente. — Vamos ser
justos, você tinha bebido tequila.
— Merda — reclamou Joe. — Devo mesmo estar perdendo o
jeito.
— E eu não tinha nada com o que comparar.
A mão de Joe parou.
— Você quer dizer que não tinha ninguém com quem
comparar? Ou que decidiu não me comparar a ninguém, porque fui muito ruim?
E lá estava. Parte da razão por que se apaixonara por
ele, naquele momento e para sempre.
— Eu, hã... não tenho ninguém com quem comparar.
Joe soltou um palavrão e encostou a testa na dela.
— Sou um idiota. Eu não sabia. Quer dizer, você mesma
disse, muita tequila, e...
— Tudo bem. — Demi o beijou de leve.
— Não. — Ele se afastou. — Não está tudo bem. É uma
merda, isso sim. — Antes que Demi pudesse responder, ele a ergueu nos braços e
a levou para a cama. — Isso deveria ser o tipo de coisa que muda a sua vida.
Que faz a terra tremer. Que apaga a sua mente. Você devia ter sentido cada
toque meu. — Ele passou os dedos da borda do sutiã até a barriga de Demi. —
Seus músculos deviam ter se contraído cada vez que você sentisse minha
respiração em seu pescoço. Seu corpo devia ter se arqueado em direção ao meu.
Devia ter implorado para que eu o tocasse, e o meu corpo devia ter sido menos
egoísta, para dar a você o que o seu corpo precisava, antes de começar a pensar
em mim mesmo. Demi gemeu quando ele tirou a blusa e ficou por cima dela.
— Sexo pode ser descuidado ou consciente. Pode virar
um hábito, ou pode ser uma coisa só para satisfazer. Pode ser bem egoísta. Mas
decidi que não quero mais fazer sexo.
— O quê? — Parte da paixão escapou da consciência de Demi.
— Como assim?
— Quero fazer amor — sussurrou Joe. — Com você. Não
quero que seja só físico. Preciso que seja uma experiência espiritual, porque é
muito mais do que sexo, com você, Demi. É tudo. Talvez seja diferente para
você, mas para mim... — Joe sacudiu a cabeça e beijou sua boca com vigor. — Eu
me entreguei. Você vem comigo?
— Já estou com você. — Demi envolveu o pescoço de Joe
e o puxou para mais perto de si. Só podia imaginar como seria maravilhoso
dividir a cama com ele depois daquele discurso.
*****
Lá pelas 21:00 tem outro. Beijos, lindas. ♥
Fiquei confusa com o Nick, ele não quer Jemi juntos por que tem uma aposta com a avó?
ResponderExcluirSim, amor. Tem aquela aposta que, se ele perder, a avó vai cantar no casamento, kkkkkk
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