9.5.15

Capítulo Quinze


Que dengo, meu Deus 

Joe parou o carro na primeira vaga.
— Acho que estamos no lugar certo. Eles acham que ganharam uma espécie de concurso da pousada. Tive que cronometrar a viagem para que chegássemos no momento em que eles estivessem tomando os drinques.
Demi riu.
— Uau! Você é tão maquiavélico quanto sua avó.
— É bom saber que, se eu não conseguir meu emprego de volta, pelo menos posso ganhar dinheiro manipulando os outros. Fico feliz por essa ter sido a única coisa que herdei da vovó.
— Isso e o bom gosto impecável — murmurou Demi, olhando para o carro.
— Também acho — concordou Joe. Mas, quando Demi se virou para ele, notou que Joe não estava olhando para o carro, e sim para ela. Aquilo não era real.
Não era real. Ele lhe ofereceu o braço. — Vamos?
Com uma risadinha, ela aceitou a oferta e caminhou com ele até a enorme pousada. Era anexa a um restaurante muito chique, bem no centro de Alki Beach.
O sol ainda estava alto, mas não fazia tanto calor a ponto de impedir uma caminhada na praia ou um jantar ao ar livre. Demi queria os dois. Isto é, se, antes, não virasse abóbora.
— Pronta? — sussurrou ele em seu ouvido quando abriu a porta para que ela entrasse.
Incapaz de encontrar as palavras, ela apertou o braço de Joe e fez que sim com a cabeça.
O cheiro de comida refinada inundou seus sentidos quando eles entraram de braços dados no lugar.
— Ah, sr. Jonas! — Um velho senhor de smoking estava parado diante deles. — A mesa está pronta, exatamente como o senhor pediu. Gostaria de começar com o champanhe?
Joe olhou para Demi, como se quisesse saber a opinião dela.
— C-champanhe está ótimo. — Ela engoliu em seco, nervosa, quando seus olhos examinaram o restaurante e finalmente pousaram em seus pais. Estavam sentados em um canto, conversando distraídos.
Sentiu a respiração acelerar. Perdendo de repente a coragem, ela fez menção de se virar e ir embora, mas Joe a segurou com firmeza. Quando os pais de Demi olharam em sua direção, curiosos, Joe fingiu não se importar com eles. Apenas os cumprimentou com um aceno de cabeça enquanto o garçom os levava para uma parte privada do restaurante.
Demi quase chorou ao ver a mesa. Estava coberta de pétalas de rosa e, nos pratos, estava escrito “feliz aniversário” com chocolate. Morangos estavam dispostos ao redor da mensagem. No canto havia um presente gigante.
Ela precisou se conter para não chorar, ou a maquiagem ficaria arruinada. Ninguém nunca fizera por ela nada que fosse sequer parecido com isso. Era inconcebível que Joe pudesse até mesmo ter pensado em algo assim, quanto mais ter planejado tudo em apenas uma hora! Só podia ser obra da vovó. Não tinha como o coração dele ser tão bom assim... Ou isso, ou ele só estava se sentindo culpado por ela tê-lo acusado de ser egoísta.
Ele afastou a cadeira para que ela se sentasse e sussurrou outra vez em seu ouvido:
— Feliz aniversário.
Demi sentiu que estava ficando ruborizada e se concentrou em respirar. A tarefa era muito difícil, pois tinha acabado de sentir os lábios de Joe roçarem a ponta de sua orelha, o que fizera seu coração bater com mais força.
Joe se sentou enquanto o garçom abria uma garrafa de champanhe. Concluída a tarefa, o homem os deixou sozinhos com os aperitivos e o espumante.
— Demi? — A voz de sua mãe revelava animação e surpresa. — É você, querida?
Com um sorriso tenso, Demi cumprimentou a mãe e o pai, que se aproximavam. Os dois procuravam observar tudo, absorver cada detalhe da cena, até que seus olhos finalmente pararam em Joe.
— Joseph Jonas? — Seu pai estendeu a mão. — Ouvi dizer que sua avó acabou de demiti-lo. Essa deve ter doído! Como vão as coisas?
Demi teve de se esforçar para não permanecer boquiaberta.
Com gestos elegantes, Joe se levantou e apertou a mão do pai de Demi.
— Obviamente, estou ótimo. Um trabalho é só um trabalho. Tudo o que importa é que Demi esteja ao meu lado, me apoiando. Enquanto ela estiver comigo, vou estar bem.
Se ela não soubesse que Joe estava representando, teria acreditado nele. A mãe os observava, quando perguntou:
— Vocês dois estão... namorando?
Demi abriu a boca para responder, mas Joe a interrompeu.
— É claro. Por que mais estaríamos aqui?
No rosto de sua mãe se abriu um sorriso tenso quando ela olhou para a roupa de Demi e depois para o prato.
— Ah, querida! Mas é claro, hoje é o seu aniversário!
Como pudemos esquecer outra vez?
— Não sei — disse Demi, e a voz saiu falhada. Ela ergueu a taça de champanhe. — Faço 22 hoje. Viva!
Joe ergueu sua taça e bateu-a na dela.
— Ah, isso é ótimo. — A mãe inclinou a cabeça, olhando para Demi. — Joe a trouxe aqui para comemorarem seu aniversário... Não é nada sério, então.
— Sério? — repetiu Demi. Será que eles eram loucos?
Como a conversa tinha ido de uma desculpa meia-boca por terem esquecido seu aniversário a isto, agora? A deixarem claro que não se convenciam de que Joe pudesse querer sair com ela. Demi mordeu o lábio e olhou para Joe. Todas as suas inseguranças voltaram com força. Por que ele ficaria com ela? Era um dos solteiros mais famosos de Seattle. Já namorara até modelos.
Ela fez menção de se levantar. Aniversário ou não, não aguentava mais. Entretanto, quando se levantou, Joe a puxou para seu lado e a fez sentar-se em seu colo.
— É melhor que eles ouçam de nossa boca, Demi.
— Ouçam o quê? — Seu pai parecia ignorar completamente a tensão.
— Sobre nós. — Joe acariciou o braço dela, bem devagar. — Estamos namorando, e é bem sério.
Demi ficou tensa.
A mãe riu.
O pai se juntou à mãe.
Demi tentou se afastar, mas Joe a segurou com firmeza. Ela conseguia sentir a raiva que emanava dele.
— Quer saber, amor?
Ainda em seu colo, Demi se virou para ele, que continuou:
— Por que não vamos comemorar em algum outro lugar? Tenho uma casa bem aqui, na praia... Podemos passar seu aniversário com o restante da família.
Bem, era isso, ele tinha conseguido: Joe a tinha resgatado e se transformado, de um sapo babaca, em um príncipe encantado. A respiração de Demi ficou acelerada quando suas bochechas sentiram o toque dos dedos dele.
Não era real. Não podia ser real. Imediatamente, toda a insegurança do acampamento escolar estava de volta.
Uma baleia. Ela era uma baleia, e, no momento, estava sentada no colo de Joe. Demi mandou que o coração parasse de bater tão depressa. Precisava lembrar a seu corpo que Joe era bom em provocar reações físicas.
Porque já sabia disso muito bem. Este homem já a fizera se apaixonar por ele duas vezes — não conseguiria uma terceira. Quando ele moveu a outra mão, massageando suas costas, Demi estremeceu involuntariamente. Não era isso que sempre quisera, que Joe a defendesse?
Tudo bem que agora ela estava bem mais velha, e claro que era tarde demais, mas quase dava para acreditar que ele tinha potencial para ser o homem com quem Demi tinha sonhado a vida inteira. O cara que não escolhia apenas os caminhos fáceis, mas também seguia pelos difíceis. E ela precisava desesperadamente encontrar essa qualidade em um homem, ainda mais depois de rever os pais. Ela não queria o tipo de relacionamento que os dois tinham, vivendo em uma bolha só deles. Demi queria amor, diversão, um herói, um melhor amigo. Droga. Talvez ela só estivesse projetando todas as suas necessidades e desejos em Joe porque fora ele quem lhe dera um pouquinho de atenção. E esse pensamento a levou de volta à insegurança inicial: por que, entre todas as pessoas do mundo, ele iria querer justamente ela? Não iria.
A verdade doía, mas ela precisava parecer forte na frente dos pais, para que eles acreditassem nessa mentira — uma mentira que ela rezava para que fosse verdade.
Joe só estava ali porque, por algum motivo, estava tentando fazer o que provavelmente seria sua única boa ação do ano, e não porque seu coração tivesse de repente se libertado da prisão de gelo e começado a bater por ela.
— Família? — Sua mãe parecia irritada. — Que família? A família dela está aqui. Bem aqui... Exceto por Dallas, que viajou para Los Angeles a trabalho. — Ela suspirou. — Nossa Dallas é tão bem-sucedida! Sabia que ela é química?
Demi queria chorar. Na verdade, queria saltar do colo de Joe e quebrar alguma coisa. Em apenas algumas horas, Joe fora para ela uma família melhor do que seus pais tinham sido durante anos! Família? Ele acabara de agir mais como família do que eles tinham feito a vida inteira. Ela travava uma batalha interior: não sabia se levantava e dava um tapa na cara da própria mãe ou se apenas saía, sem falar nada.
Em vez disso, libertou-se de Joe, que a abraçava com firmeza pela cintura, levantou-se e ficou olhando de cara feia para os pais por um tempo. Ela nunca mais tentaria conquistar a aprovação dos dois. Era inútil tentar. Então, em vez disso, iria se divertir e mostrar que podia ser feliz sem eles.
— Joe, você está certo. Vamos chamar vovó e ver se ela quer se juntar a nós para jantar.
Ele se levantou e a puxou para um abraço.
— Ótimo plano. — Sem qualquer aviso, tocou os lábios nos dela. Então a beijou como se não estivesse fingindo. Como se realmente gostasse dela e quisesse mostrar o que aqueles pais estavam perdendo. Mais uma vez, ela se deixou levar pelo momento, pelo que deveria ser sentir-se desejada. Passou os braços ao redor do pescoço dele e suspirou junto a seus lábios. Era seu aniversário, afinal.
Eles se separaram quando seu pai pigarreou.
— Olhe, Demi, se você acha que é uma boa ideia ser vista com um playboyzinho...
Joe riu.
— Um playboyzinho milionário. — O sorriso de Joe foi tão arrogante que Demi quis socá-lo, mas seus pais tinham pedido por aquilo. — Pelo menos acerte o título.
— Ele enfiou a mão no bolso e pegou algumas notas de cem dólares. — Vamos, amor.
Sem nem um aceno de despedida, eles deixaram o restaurante e entraram no carro de Joe. Ela teve um momento de satisfação quando viu os olhos arregalados com que o pai fitava o carro.
Então, quando estavam a pelo menos 1,5 quilômetro do restaurante, Demi caiu no choro.

*****

Wowww, não esperava que vocês comentassem tão rápido, na verdade, achei que nem ia ter comentário suficiente pra postar outro capítulo hoje, mas, ta aí, haha.
To feliz que vcs tão acompanhando e gostando. Mais 5 e posto outro, ta valendo até eu ir dormir, umas 4 da manhã, kkk, aí a partir de amanhã, volto a postar um por dia.. Se cuidem xuxus, beijo 

6 comentários:

  1. Olha eu aqui, primeirinhaaáaa!!!!! Tadinha da demi ....

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  2. Oi gente. Nossa mano deu uma peninha da Demi, que dó.... No niver dela... JOE COMO SEMPRE ARRASANDO. COMENTA MEU POVO QUE QUERO MAIS

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  3. Os pais da Demi sao a sapucaí e o joe a sabrina satto, sambou na cara deles kkkkk Maaaais

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  4. Mmmmmmmmds passei o dia inteiro lendo suas fics e me apaixonei por cada uma! to quase comentando duas vezes Kkkkkkkkk, continua por favor! *-*

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  5. Ameeeeeei
    Nossa que idiotas os pais da Demi. Vei.. Babacas
    Possta maissssss

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  6. Que vontade de dar uma surra nos pais da demi, como assim não lembra e não achar importante o aniversário da própria filha, desgraçados, e o joe todo príncipe fazendo tudo perfeito para a demi

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