2.2.15

Capítulo Sete


Essa foto é minha morte


Sábado, 1º de setembro de 2012
17h05

Aprendi uma lição importantíssima sobre a luxúria: causa o dobro do trabalho. Tomei dois banhos hoje em vez de um. Troquei de roupa quatro vezes em vez das duas de sempre. Limpei a casa uma vez (o que já é uma a mais do que costumo fazer) e chequei a hora no relógio umas mil vezes. Devo ter conferido se tinha alguma mensagem nova no meu celular a mesma quantidade de vezes.
Infelizmente, na mensagem da véspera ele não disse a que horas chegaria, então às 17h estou sentada esperando. Não tenho muita coisa para fazer, pois já assei doces suficientes para o ano inteiro e corri nada menos que 6,5 quilômetros. Pensei em preparar um jantar para nós, mas não faço ideia da hora em que ele vai chegar, então não sei quando a comida teria de ficar pronta. Estou sentada no sofá, tamborilando com as unhas no assento, quando recebo uma mensagem dele.

Que horas posso ir praí? Não que esteja ansioso ou algo assim. Você é muito, muito chata.

Ele me mandou uma mensagem. Por que não pensei nisso? Devia ter mandado uma mensagem para ele algumas horas antes, perguntando a que horas chegaria. Teria me poupado toda essa inquietação desnecessária e ridícula.

Chegue às 19 horas. E traga alguma coisa para comer. Não vou cozinhar para você.

Deixo o telefone no sofá e fico olhando para ele. Faltam uma hora e quarenta e cinco minutos. E agora? Olho ao redor da sala de estar vazia, e, pela primeira vez na vida, o tédio começa a me afetar de forma negativa. Até semana passada estava bem contente com minha vida medíocre. Será que ter sido exposta às tentações da tecnologia me deixou querendo mais? Ou talvez ter sido exposta às tentações de Jonas? Provavelmente os dois.
Estendo as pernas em cima da mesa de centro na minha frente. Estou de calça jeans e camiseta após finalmente decidir dar uma folga para o moletom. Também estou com o cabelo solto, mas só porque Jonas sempre me viu de rabo de cavalo. Não que esteja tentando impressioná-lo.
É óbvio que estou tentando impressioná-lo.
Pego uma revista e a folheio, mas minha perna está tremendo e estou tão inquieta que não consigo me concentrar. Leio a mesma página três vezes seguidas, então jogo a revista de volta na mesa e encosto a cabeça no sofá. Fico encarando o teto. E depois a parede. Em seguida os dedos dos pés, e fico me perguntando se devo pintá-los outra vez.
Estou enlouquecendo.
Por fim, acabo soltando um gemido, pego meu celular e mando outra mensagem para ele.

Agora. Venha agora. Estou surtando de tanto tédio e, se você não vier agora mesmo, vou terminar de ler o livro sozinha antes de você chegar.

Fico segurando o telefone na mão e vejo a tela pular para cima e para baixo apoiada em meu joelho. Ele me responde na mesma hora.

Lol. Estou comprando comida para você, sua mandona. Chego em vinte minutos.

Lol? O que diabos significa isso? Lots of love (“muito amor”)? Ai, meu Deus, espero que não. Assim vou expulsá-lo mais rápido que Matty. Mas, sério, o que isso significa?
Paro de pensar no assunto e me concentro nas últimas palavras. Vinte minutos. Ai, merda, de repente isso me parece rápido demais. Corro até o banheiro e checo o cabelo, as roupas, o hálito. Dou uma conferida em toda a casa, fazendo uma limpeza pela segunda vez. Quando a campainha finalmente toca, dessa vez sei o que fazer. Abrir a porta.
Ele está com os dois braços cheios de sacolas, parecendo bem domesticado. Olho para as compras de maneira suspeita. Ele ergue as sacolas e dá de ombros.
— Um de nós precisa cuidar da hospitalidade. — Ele passa por mim, vai até a cozinha e deixa as sacolas no balcão. — Espero que goste de espaguete com almôndegas, pois é isso o que vai comer. — Ele começa a tirar as compras das sacolas e utensílios de cozinha dos armários.
Fecho a porta da frente e vou até a bancada.
— Vai cozinhar para mim?
— Na verdade, vou cozinhar para mim, mas pode comer um pouco se quiser. — Ele me olha por cima do ombro e sorri.
— Você é sempre tão sarcástico? — pergunto.
Ele dá de ombros.
— Você é?
— Você sempre responde com outras perguntas?
— Você faz isso?
Pego uma toalha de mão na bancada e a arremesso nele. Jonas desvia e vai até a geladeira.
— Quer beber alguma coisa? — pergunta ele.
Coloco os cotovelos na bancada e apoio o queixo nas mãos, observando-o.
— Está me oferecendo algo para beber na minha própria casa?
Ele dá uma olhada nas prateleiras da geladeira.
— Quer leite que tem gosto de bunda ou refrigerante?
— E temos refrigerante? — Tenho quase certeza de que bebi todos que comprei ontem.
Ele se afasta da geladeira e arqueia a sobrancelha.
— Será que não somos capazes de dizer alguma coisa que não seja uma pergunta?
Eu rio.
— Não sei, somos?
— Por quanto tempo acha que a gente consegue fazer isso? — Ele encontra um refrigerante e pega dois copos. — Quer gelo?
— Você vai querer gelo? — Não vou parar de fazer perguntas, até que ele pare. Sou extremamente competitiva.
Ele se aproxima de mim e põe os copos no balcão.
— Você acha que eu devia querer gelo? — pergunta ele, com um sorriso desafiador.
— Você gosta de gelo? — desafio-o de volta.
Ele faz que sim com a cabeça, impressionado por eu o estar acompanhando.
— Seu gelo é bom?
— Bem, você prefere gelo em cubo ou gelo esmagado?
Ele estreita os olhos para mim, percebendo que acabei de encurralá-lo. Não vai conseguir responder essa com uma pergunta. Ele abre a tampa e começa a me servir refrigerante.
— Você não vai ganhar gelo.
— Há! — exclamo. — Ganhei.
Ele ri e volta para o fogão.
— Deixei você ganhar porque fiquei com pena.
Uma pessoa que ronca tanto quanto você merece um desconto de vez em quando.
Abro um sorriso sarcástico para ele.
— Sabe, os insultos só são engraçados quando cifrados. — Ergo o copo e tomo um gole. A bebida precisa mesmo de gelo. Vou até o freezer, pego alguns cubos e os coloco no meu copo.
Quando me viro, ele está bem na minha frente, me encarando. A expressão em seus olhos tem uma leve malícia, mas também tem seriedade suficiente para fazer meu coração palpitar. Ele dá um passo à frente, se aproximando até me encurralar contra a geladeira. Casualmente, ele ergue o braço e põe a mão na porta, ao lado da minha cabeça.
Não sei como não estou afundando no chão agora mesmo. Parece que meus joelhos estão prestes a ceder.
— Sabe que estou brincando, não é? — diz ele baixinho. Seus olhos estão observando meu rosto, e ele está sorrindo o mínimo necessário para que as covinhas apareçam.
Faço que sim com a cabeça e espero mesmo que ele se afaste de mim, pois estou prestes a ter um ataque de asma e isso porque nem tenho asma.
— Ótimo — diz ele, aproximando-se mais alguns centímetros. — Porque você não ronca. Na verdade, fica bem bonitinha dormindo.
Jonas não devia mesmo dizer coisas desse tipo. Especialmente quando está assim tão perto de mim. Ele dobra o braço e, de repente, fica mais próximo ainda. Inclina-se para perto do meu ouvido, e inspiro com força.
— Demi — sussurra ele sedutoramente no meu ouvido. — Eu preciso de você... longe da porta da geladeira. Preciso abri-la. — Ele se afasta devagar e continua olhando nos meus olhos, esperando minha reação. Um sorriso aparece nos cantos da sua boca, e ele tenta contê-lo, mas acaba caindo na gargalhada.
Empurro seu peito e passo por debaixo de seu braço.
— Você é um grande babaca!
Ele abre a geladeira, ainda rindo.
— Desculpe-me, mas caramba. Sua atração por mim é tanta que fica difícil não provocar você.
Sei que ele está brincando, mas fico morrendo de vergonha. Eu me sento de novo à bancada e apoio a cabeça nas mãos. Estou começando a odiar a garota em que estou me transformando por causa dele. Claro que seria muito mais fácil ficar perto de Jonas se eu não tivesse confessado, sem querer, que me sinto atraída por ele. E também seria muito mais fácil se ele não fosse tão engraçado. E meigo, quando quer ser. Além de gostoso. Acho que é isso que torna a luxúria algo tão agridoce. O sentimento é lindo, mas o esforço necessário para negá-lo é grande demais.
— Quer saber de uma coisa? — pergunta ele. Ergo o olhar, e ele está encarando a panela à sua frente, mexendo.
— Provavelmente não.
Ele olha para mim por alguns segundos e depois baixa o olhar para a panela.
— Talvez faça você se sentir melhor.
— Duvido.
Ele lança um outro olhar para mim e o sorriso brincalhão desaparece de seus lábios. Ele estende a mão para um armário de onde pega uma panela, em seguida vai até a pia e a enche de água. Ele volta para o fogão e volta a mexer.
— Talvez eu também me sinta um pouco atraído por você — revela ele.
Inspiro de forma imperceptível e exalo lenta e controladamente, tentando não parecer tão surpresa com o comentário.
— Só um pouco? — pergunto, fazendo o que sei fazer melhor: encher momentos constrangedores com sarcasmo.
Ele sorri, mas mantém os olhos fixos na panela à sua frente. O cômodo fica em silêncio por vários minutos. Ele está focado na panela, e eu, nele. Observo-o se movimentar pela cozinha com muita naturalidade e fico impressionada ao ver o quanto ele está à vontade. Mesmo na minha casa, estou mais nervosa do que Jonas. Não consigo parar de me mexer, inquieta, e queria que ele dissesse alguma coisa. Não parece estar incomodado com o silêncio, mas é algo que está se avultando no ar ao meu redor e preciso me livrar disso.
— O que significa lol?
Ele ri.
— Sério?
— É sério. Você digitou isso na mensagem mais cedo.
— Significa laugh out loud: “Rir em voz alta.”
— Usamos quando achamos alguma coisa engraçada.
Não consigo negar o alívio por não ser lots of love.
— Hum — digo. — Que idiotice.
— Pois é, é bem idiota. Mas é apenas costume, e as abreviações fazem a pessoa digitar bem mais rápido depois que se pega o jeito. Tipo PQP, ABÇS e BJS...
— Ai, meu Deus, pare com isso — digo, interrompendo-o antes que cite mais siglas. — Você falando de abreviações não é nada atraente.
Ele se vira para mim, me dá uma piscadela e vai até o forno.
— Então nunca mais vou fazer isso.
E então acontece de novo... o silêncio. Na véspera, o silêncio entre nós dois era aceitável, mas, por alguma razão, agora isso é incrivelmente constrangedor. Pelo menos para mim. Estou começando a achar que é só nervosismo em relação ao que vai acontecer no resto da noite. É claro que pela química entre nós, vamos acabar nos beijando em algum momento. Mas é muito difícil me concentrar no aqui e agora, e engatar uma conversa quando a única coisa na minha cabeça é esse beijo. Não suporto não saber quando é que ele vai fazer isso. Será que vai esperar até depois do jantar, quando meu hálito estiver fedendo a alho e cebola? Será que vai esperar até a hora de ir embora? Ou vai me beijar quando eu menos estiver esperando? Estou quase com vontade de me livrar logo disso. Ir direto ao ponto para que o inevitável seja deixado de lado e a gente possa seguir em frente com a noite.
— Você está bem? — pergunta ele. Volto a olhar para ele, que está do outro lado da bancada, na minha frente. — Onde você estava? Ficou distraída por um tempinho.
Balanço a cabeça e volto para a conversa.
— Estou bem.
Ele pega a faca e começa a fatiar um tomate. Até a habilidade para fatiar tomates é algo natural. Será que tem algo que esse garoto não faça bem? A faca ainda está em cima da tábua, e olho para ele. Está me encarando, sério.
— Onde você estava, Demi? — Ele fica me observando por alguns segundos, esperando minha resposta. Como não respondo, volta a olhar para a tábua de corte.
— Promete que não vai rir? — pergunto.
Ele estreita os olhos e fica pensando na minha pergunta para, em seguida, balançar a cabeça.
— Já disse que sempre serei sincero, então, não. Não posso prometer que não vou rir porque você é
meio engraçada e assim vai acabar pegando mal para mim.
— Você é sempre tão difícil?
Ele abre um sorriso, mas não responde, e continua me olhando como se estivesse me desafiando a dizer o que está mesmo em minha cabeça. Infelizmente, não sou de fugir de desafios.
— OK, tudo bem. — Endireito a postura na cadeira e respiro fundo, libertando todos os pensamentos de uma vez. — Não sou nada boa nisso de encontro, não sei nem se isso é um encontro, mas pelo menos sei que é mais que apenas dois amigos passando algum tempo juntos, e saber disso me faz pensar em mais tarde, na hora de você ir para casa, e se está planejando me beijar ou não, e sou o tipo de pessoa que odeia surpresas então não consigo deixar de ficar constrangida com isso porque quero que me beije e, talvez, esteja sendo presunçosa, mas acho que você também quer me beijar, então estava pensando o quanto seria mais fácil se nós simplesmente nos beijássemos logo para você poder continuar cozinhando e eu poder parar de mapear mentalmente como será o resto da noite. — Inspiro uma quantidade incrível de ar, como se não tivesse ar algum em meus pulmões.
Ele parou de fatiar no meio da minha fala, não sei muito bem em que momento. Está me olhando um pouco boquiaberto. Respiro fundo e exalo devagar, pensando que talvez eu tenha acabado de fazer o garoto querer sair correndo pela porta. E, tristemente, não o culparia se fizesse isso.
Jonas pousa a faca com delicadeza em cima da tábua de corte e coloca as palmas no balcão na frente dele, sem desviar o olhar do meu. Apoio as mãos no colo e espero uma reação. É tudo o que posso fazer.
— Essa — diz ele enfaticamente — foi a frase mais longa que já ouvi na vida.
Reviro os olhos e me encosto na cadeira, cruzando os braços no peito. Praticamente implorei para que me beijasse, e ele critica minha gramática?
— Relaxe — diz ele sorrindo.
Ele desliza os tomates da tábua de corte para dentro da panela, levando-a em seguida para o fogão. Ajusta a temperatura de uma das bocas e põe a massa na água fervendo. Depois que tudo está pronto, seca as mãos na toalha e dá a volta na bancada para se aproximar de mim.
— Levante-se — instrui ele.
Olho para ele com cautela, mas obedeço. Lentamente. Quando já estou de pé, de frente para ele, Jonas põe as mãos nos meus ombros e dá uma olhada ao redor.
— Hum — diz ele, pensando em voz alta. Olha para a cozinha, desliza a mão pelos meus ombros e segura meus punhos. — Eu meio que gostei de ter a geladeira como fundo. — Ele me leva até a cozinha e me posiciona de costas para a geladeira como se eu fosse uma marionete. Apoia as duas mãos na porta, nas laterais da minha cabeça, e olha para mim.
Não é a maneira mais romântica que o imaginei me beijando, mas acho que dá para o gasto. Só quero resolver isso logo. Especialmente agora que está fazendo a maior cena. Ele começa a se aproximar, então respiro fundo e fecho os olhos.
Fico esperando.
E esperando.
Mas nada acontece.
Abro os olhos, e ele está tão perto que me contorço, o que só o faz rir. No entanto, não se afasta, e seu hálito brinca com meus lábios como se fossem dedos. Ele cheira à menta e refrigerante; nunca pensei que os dois combinados fossem ter um bom resultado, mas têm sim.
— Demi? — diz ele baixinho. — Não estou querendo torturá-la nem nada do tipo, mas já me decidi antes de vir para cá. Não vou beijá-la hoje.
As palavras dele fazem meu estômago afundar devido ao peso do desapontamento. Minha autoconfiança acabou de escapar pela janela, e estou mesmo precisando de uma mensagem de Miley elevando meu ego bem agora.
— Por que não?
Ele abaixa uma das mãos devagar e a leva até meu rosto, depois começa a passar os dedos pela minha bochecha. Tento não estremecer com seu toque, mas é necessário usar cada partícula de minha força de vontade para não parecer totalmente atordoada. Seus olhos acompanham a mão que desce sem pressa pelo meu queixo e meu pescoço, parando no meu ombro. Ele conduz o olhar de volta aos meus olhos, e há neles uma quantidade inegável de luxúria. Ver essa expressão em seus olhos ameniza um pouquinho meu desapontamento.
— Quero beijar você — diz ele. — Acredite em mim, quero mesmo. — Ele abaixa os olhos até meus lábios e leva a mão de volta a minha bochecha, cobrindo-a. Dessa vez eu me inclino de propósito para perto de sua palma. Praticamente deixei o controle nas suas mãos desde o instante em que ele entrou pela porta. Estou totalmente à sua mercê.
— Mas, se você quer, então por que não vai me beijar? — Estou apavorada achando que ele vai mandar uma desculpa para cima de mim, algo que tenha a palavra namorada.
Ele envolve meu rosto com ambas as mãos e o inclina para perto do seu. Acaricia minhas maçãs do rosto com os polegares, e consigo sentir seu peito descendo e subindo encostado ao meu.
— Porque — sussurra ele — tenho medo de que você não vá sentir.
Inspiro rapidamente e prendo a respiração. Eu me lembro da conversa que tivemos ontem na minha cama e percebo que nunca devia ter contado a ele nada daquilo. Jamais devia ter falado que só sinto apatia quando beijo as pessoas, pois ele é a exceção absoluta a essa regra. Levo minha mão até a dele em minha bochecha, cobrindo-a.
Eu vou sentir, Jonas. Já sinto. Quero dizer essas palavras em voz alta, mas não consigo. Em vez disso, só balanço a cabeça.
Ele fecha os olhos, inspira e depois me afasta da geladeira, puxando-me para seu peito. Cerca minhas costas com um braço e apoia a outra mão em minha cabeça. Meus braços ainda estão caídos desajeitados nas laterais do corpo, então, com relutância, os levanto e os coloco ao redor de sua cintura. Ao fazer isso, ofego em silêncio com a paz que me consome ao estar envolta por seus braços. Nos aproximamos simultaneamente, e ele beija o topo de minha cabeça. Não é o beijo que eu estava esperando, mas com certeza adorei do mesmo jeito.
Estamos na mesma posição quando o timer do forno toca. Ele não me solta de imediato, o que me faz sorrir. Quando começa a soltar os braços, olho para o chão, sem conseguir encará-lo. De algum jeito, minha tentativa de corrigir o constrangimento do beijo só deixou as coisas ainda mais constrangedoras para mim.
Como se estivesse sentindo minha vergonha, ele segura minhas mãos e entrelaça nossos dedos.
— Olhe para mim. — Ergo os olhos, tentando disfarçar o desapontamento de ter percebido que nossa atração mútua está em níveis diferentes. — Demi, não vou beijá-la hoje porque, acredite em mim, jamais quis tanto beijar uma garota. Então pare de achar que não me sinto atraído porque você não faz ideia do quanto estou. Pode segurar minha mão, pode passar a mão pelo meu cabelo, pode ficar em cima de mim enquanto dou espaguete em sua boca, mas não vai ganhar um beijo hoje à noite. E provavelmente nem amanhã. Preciso disso. Preciso ter certeza de que está sentindo o mesmo que eu no instante em que meus lábios encostarem nos seus. Porque quero que seu primeiro beijo seja o melhor primeiro beijo na história dos primeiros beijos. — Ele leva minha mão até a boca e a beija. — Agora pare de ficar emburrada e me ajude com as almôndegas.
Sorrio, porque com certeza essa foi a melhor desculpa para ter sido rejeitada. Ele pode me rejeitar todos os dias pelo resto da minha vida, contanto que use essa desculpa.
Ele balança nossas mãos entre nós, olhando para mim.
— Tudo bem? — diz ele. — Isso é suficiente para você aguentar mais alguns encontros?
Faço que sim com a cabeça.
— É. Mas você está errado sobre uma coisa.
— Que coisa?
— Você disse que quer que meu primeiro beijo seja o melhor primeiro beijo de todos, mas esse não vai ser meu primeiro beijo. Sabe disso.
Ele estreita os olhos, afasta as mãos das minhas e segura meu rosto mais uma vez. Me empurra para a geladeira e aproxima perigosamente os lábios dos meus. O sorriso desapareceu de seus olhos e é substituído por uma expressão bem séria. Uma expressão tão intensa que me faz prender a respiração.
Ele se aproxima de uma maneira insuportavelmente lenta até seus lábios quase tocarem os meus, e a expectativa de senti-los já basta para me deixar paralisada. Não fecha os olhos, então também não faço isso. Jonas me mantém nessa posição por um instante, deixando nossas respirações se misturarem. Nunca me senti tão impotente, sem conseguir me controlar, e, se ele não fizer algo nos próximos três segundos, é bem provável que me jogue em cima dele.
Ele olha para meus lábios, o que me leva a prender o lábio inferior com os dentes. Se não fizesse isso, acabaria mordendo o garoto.
— Vou lhe avisar uma coisa — diz ele baixinho. — Assim que meus lábios encostarem nos seus, vai ser, sim, seu primeiro beijo. Porque, se nunca sentiu nada enquanto alguém a beijava, então ninguém jamais a beijou de verdade. Não da maneira como eu planejo beijá-la.
Então solta as mãos e continua olhando para mim enquanto anda de costas até o fogão. Vira-se para conferir a massa, como se não tivesse acabado de me arruinar para todos os outros garotos pelo resto da minha vida.
Não consigo sentir minhas pernas, então faço a única coisa que posso. Deslizo, me arrastando na geladeira até a bunda encostar no chão, e inspiro.

*****

Heeeeey princesas sz
To tão feliz com as reações de vocês à fic
Quem já ta jogada com o beijo que nem aconteceu ainda? O/ akjshnçais
Respostas here.
Amo vcsssss, beijos

21 comentários:

  1. MEU DUESUSUSUSUSUEE EU TO JOGADA!!!!
    JESUS AMADO, SENHOR ME SEGURA.
    Que cena linda cara, que momento lindo, vou ali chorar, só um momento.
    Morri de rir com eles fazendo uma pergunta em cima da outra, socorro, esses dois juntos são mt fodas.
    Eu estou amando tanto essa fanfic, não vejo a hora deles se beijarem logo, santa paciência em Joseph, beija logo ela antes que eu me jogue de uma ponte.
    Continua logo, beijos :*

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    1. Como se decidir entre rir e chorar? alsjaiosjo
      Acho que ninguém vê a hora desse bendito beijo asnbkjans -.-
      Fico tão feliz que você esteja gostando <3 e ah, não se jogue por favor!, asjnajsnao
      Beijos

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  2. Cara to amando a fic!!
    Mais um momento desses e eu piro kkkkkk
    Posta Logo!!!
    Beijos ;)

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  3. Quatro vezes que esse capítulo me fez mudar de idéia em relação a esse beijo deles! No primeiro momento eu achei que o beijo ainda não aconteceria, depois eu pensei que teria o beijo nesse capítulo, depois, novamente, eu achei que o beijo não aconteceria, e agora no final do capítulo eu pensei que esse bendito beijo finalmente aconteceria, mas não aconteceu. Eu vou ficar louca desse jeito!!
    Eu adoro o fato de os dois serem completamente sinceros um com o outro, isso faz eu amar mais ainda eles.
    Posta logo
    Beijos.

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    1. Ai meu Deus aksnas então vamos enlouquecer juntas, porque como não pirar com isso?
      Sim, a sinceridade deles é muito agradavelmente fofa <3
      Posto sim, beijos ♥

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  4. MEUUUUU DEUS! Posso dizer que chorei com esse capítulo porque um Joe desse não aparece na minha vida? Meu Deus poste looooogo mulher

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    1. Pois é, por que um Joe desse não aparece na minha vida? #choremos
      Posto, anjo.
      Beijos

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  5. OMG!! Como vc faz isso comigo Giovanna?! Eles estavam tao perto dd se beijarem! TAO PERTOOO! Avisa pro Joe q se ele quis vir me beijar eu vou sentir tudo o q ele quiser ;) Posta maaaais!!

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    1. Não me bata alsjaimsams <3
      Opaaaaa, eu também, com um Joe desse me beijando, como não sentir, senhor?
      Posto sim, beijosss

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  6. Puta que o pariu não acredito que você parou assim , do nada.... E essa quase beijo..... Porque QUASE senhor? POR QUE? Kkkkkkkk
    Ok , eu sei , sou dramática , mas é que eu To amando muito essa fic !! <3
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    Bjs

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    1. CALMA, MULHER! askjahsknas
      Senhor, dê-nos um help aqui aksha <3
      Que bom, anjo sz
      Posto, bjs ♥

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  7. Nossaaaa , quase se pegaram en ? E o Joe? Oque foi isso ? ADOREI!!!!
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  8. MEU DEEEUUUSSS ela falou tudo! Joe que merda é essa de não beijar ela ali na hora ? Tava quase pirando enquanto lia , e eles não se beijam no final.....ISSO SÓ ME DEIXOU MAIS ANSIOSA!!
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    Bjs

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    1. Essa é a intenção, adoro esse desespero ajsamsma não me bata, pfvr! Não sou má ajknahsja <3
      Posto sim, beijos

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  9. nossa que tensão isso kkk então vai demorar para rolar algo entre eles
    posta mais

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    1. Pois é, mas não vai demorar não, amém ashoainajs O/
      Posto.
      Beijos

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  10. Este comentário foi removido pelo autor.

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