27.2.15

Capítulo Quatorze




Sábado, 27 de outubro de 2012
23h20

A lembrança é tão vívida; não entendo por que só agora está surgindo. Como fui capaz de ver sua tatuagem tantas vezes, ouvi-lo me chamar de Hope e falar sobre Less e mesmo assim não lembrar? Estendo a mão, agarro seu braço e levanto a manga da camisa. Sei que está ali. Sei o que diz. Mas é a primeira vez que olho para ela sabendo seu verdadeiro significado.
— Por que fez essa tatuagem? — Ele já me contou, mas agora quero saber o motivo real. Ele desvia o olhar da rua e o direciona para mim.
— Já disse. Quero me lembrar das pessoas que decepcionei na vida.
Fecho os olhos e me endireito no banco, balançando a cabeça. Ele me disse que não é vago, mas não consigo pensar em uma explicação mais vaga que essa. Como pode ter me desapontado? O fato de achar que me desapontou de alguma maneira quando eu era tão novinha nem faz sentido. E ele se arrepender tanto a ponto de transformar isso numa tatuagem críptica é algo muito além de qualquer suposição que sou capaz de imaginar neste momento. Não sei mais o que dizer ou fazer para ele me levar de volta para casa. Não respondeu nenhuma pergunta minha e agora voltou com esses joguinhos psicológicos, dizendo apenas coisas em códigos que não são respostas. Só quero ir para casa.
Ele para o carro, e espero que dê a volta. Em vez disso, desliga o motor e abre a porta. Olho pela janela e percebo que estamos no aeroporto outra vez. Fico irritada. Não quero ficar aqui observando-o encarar as estrelas novamente enquanto pensa. Quero respostas ou então prefiro ir para casa.
Escancaro a porta do carro e o sigo relutantemente até a grade, esperando que me dê alguma explicação rápida se eu fizer o que ele quer pela última vez. Ele me ajuda a passar pela grade outra vez, nós dois voltamos para nossos lugares no meio da pista e nos deitamos.
Olho para cima na esperança de ver alguma estrela cadente. Estou mesmo precisando fazer um ou dois desejos agora. Desejaria voltar dois meses no tempo e não entrar no mercado naquele dia.
— Está pronta para as respostas? — pergunta Jonas.
Viro a cabeça para ele.
— Só se você estiver planejando ser sincero de verdade dessa vez.
Ele se apoia no braço e se vira para o lado, me olhando. Faz aquela coisa de novo, de ficar me encarando em silêncio. Está mais escuro que da última vez que estivemos aqui, então é difícil identificar a expressão em seu rosto. No entanto, dá para ver que está triste. Seus olhos jamais conseguem esconder a tristeza. Ele inclina-se para a frente e ergue a mão, levando-a até minha bochecha.
— Preciso beijar você.
Quase caio na gargalhada, mas tenho medo de que, se eu fizer isso, vou dar uma gargalhada insana, o que me deixa apavorada, pois já acho que estou enlouquecendo. Balanço a cabeça, chocada por ele sequer pensar que o deixaria me dar um beijo agora. Não depois de descobrir que passou os dois últimos meses mentindo para mim.
— Não — afirmo.
Ele mantém o rosto perto do meu e a mão em minha bochecha. Odeio o fato de que, apesar de toda a minha raiva ter sido causada por suas mentiras, meu corpo ainda reage ao seu toque. É uma batalha interna um tanto estranha quando a pessoa não consegue decidir se quer esmurrar a boca a 10 centímetros de seu rosto ou sentir o gosto dela.
— Preciso beijar você — repete ele, soando desesperado dessa vez. — Por favor, Demi. Tenho medo de que depois do que vou contar... nunca poderei beijar você de novo. — Ele chega mais perto de mim e acaricia minha bochecha com o polegar, sem desviar os olhos dos meus nem por um segundo.
— Por favor.
Faço que sim com a cabeça ligeiramente, sem saber por que minha fraqueza está falando mais alto. Ele abaixa a boca até a minha e me beija. Fecho os olhos e me permito senti-lo, pois grande parte de mim também está com medo de que essa seja a última vez em que vou sentir sua boca na minha. Tenho medo de que essa seja a última vez que vou sentir alguma coisa, pois foi só com Jonas que quis sentir algo.
Ele se ajeita até ficar de joelhos, segurando meu rosto com uma das mãos e apoiando a outra no concreto ao lado da minha cabeça. Ergo a mão e a passo em seu cabelo, puxando-o para minha boca com urgência. Sentir-lhe o gosto e o hálito se misturando com o meu momentaneamente me faz não pensar em nada do que aconteceu essa noite. Nesse momento, estou concentrada nele, no meu coração e em como este está acelerando e se partindo ao mesmo tempo. Quando penso que o que sinto por ele não é justificável nem verdadeiro, sinto dor. Sinto dor em toda parte. Na cabeça, na barriga, no peito, no coração, na alma. Antes, achava que o beijo dele era capaz de me curar. Agora parece que seu beijo está criando uma angústia terminal dentro de mim.
Ele sente que estou ficando frustrada conforme os soluços começam a sair da minha garganta. Ele leva os lábios até minha bochecha e depois até a orelha.
— Desculpe-me — diz ele, me abraçando. — Desculpe-me, de verdade. Não queria que soubesse.
Fecho os olhos e o afasto de mim, depois me sento e respiro fundo. Enxugo as lágrimas com o dorso da mão e puxo as pernas para cima, abraçando-as com força. Enterro o rosto nos joelhos para não ter de olhar para ele mais uma vez.
— Só quero que fale logo, Jonas. Perguntei tudo que queria no caminho para cá. Preciso que me responda agora para que eu possa voltar para casa logo. — Minha voz soa frustrada e saturada.
Sua mão toca a parte de trás da minha cabeça, e ele fica passando os dedos ali enquanto pensa numa resposta. Em seguida, limpa a garganta.
— Não tinha certeza de que era mesmo Hope na primeira vez que a vi. Estava tão acostumado a vê-la no rosto de todas as desconhecidas da nossa idade que há alguns anos tinha desistido de tentar encontrá-la. Mas, quando a vi no mercado e olhei nos seus olhos, tive a sensação de que era mesmo ela. Quando me mostrou a identidade e percebi que estava errado, fiquei me sentindo ridículo. Como se esse tivesse sido o alerta final de que precisava para finalmente deixar a lembrança dela para trás.
Ele para de falar, passa a mão devagar pelo meu cabelo e a apoia nas minhas costas, onde faz pequenos círculos com o dedo. Tenho vontade de afastar a mão, mas quero ainda mais que fique onde está.
— Fomos vizinhos de você e seu pai por um ano. Você, eu e Less... nós éramos melhores amigos. Mas é tão difícil se lembrar dos rostos de tanto tempo atrás. Achei que você fosse Hope, mas também pensei que se fosse mesmo ela, eu não duvidaria. Achava que, se a visse novamente algum dia, teria certeza de que era ela.
“Quando saí do mercado naquele dia, fui logo pesquisar na internet o nome que me deu. Não consegui descobrir nada a seu respeito, nem mesmo no Facebook. Passei uma hora inteira procurando e fiquei tão frustrado que fui correr para me acalmar. Quando dei a volta na esquina e a vi na frente da minha casa, não consegui respirar. Estava lá parada, exausta da corrida e... meu Deus, Demi. Estava tão linda. Ainda não sabia se era Hope ou não, mas naquele momento isso nem passou pela minha cabeça. Não me importava com quem você era; simplesmente precisava conhecê-la melhor.
“Depois de passar mais tempo com você naquela semana, não pude deixar de aparecer na sua casa naquela sexta à noite. Não fui com intenção de investigar seu passado nem com esperança de que algo acontecesse entre nós. Fui à sua casa porque queria que conhecesse quem realmente sou, não quem as pessoas pensam que sou. Depois de passar mais tempo com você naquela noite, não consegui pensar em mais nada, só no que fazer para passarmos mais tempo juntos. Nunca tinha conhecido ninguém que me entendia como você. Ainda me perguntava se era possível... se era possível que fosse ela. Fiquei mais curioso ainda depois que me contou que era adotada, mas, de novo, achei que podia ser coincidência.
“Mas quando vi a pulseira...”
Ele para de falar e afasta a mão das minhas costas. Ele desliza o dedo por debaixo do meu queixo, afastando meu rosto dos joelhos e me fazendo olhar em seus olhos.
— Fiquei magoado, Demi. Não queria que você fosse ela. Queria que dissesse que ganhou a pulseira de uma amiga, que a encontrou ou que comprou. Depois de tantos anos a procurando em todos os rostos que via por aí, finalmente tinha encontrado você... e fiquei arrasado. Não queria que fosse Hope. Só queria que você fosse você.
Balanço a cabeça, ainda tão confusa quanto antes.
— Mas por que não me contou? Por que seria tão difícil admitir que a gente se conhecia? Não entendo por que tem mentido sobre isso.
Ele me olha por um instante enquanto procura uma resposta adequada e afasta o cabelo dos meus olhos.
— O que se lembra da sua adoção?
Balanço a cabeça.
— Pouca coisa. Sei que fiquei com uma família de acolhimento temporário depois que meu pai me entregou. Sei que Dianna me adotou e que nos mudamos para cá de outro estado quando tinha 5 anos. Fora isso e algumas lembranças aleatórias, não sei de mais nada.
Ele fica com a postura igual à minha e põe as mãos nos meus ombros com firmeza, como se estivesse ficando frustrado.
— Tudo isso foi Dianna que lhe contou. Quero saber o que você lembra. O que você lembra, Demi?
Dessa vez, balanço a cabeça devagar.
— De nada. As lembranças mais antigas que tenho são com Dianna. A única coisa que lembro antes de Dianna é de ganhar a pulseira, mas isso é só porque ainda a tenho e a lembrança ficou grudada em minha cabeça. Nem sei quem foi que me deu.
Jonas segura meu rosto e leva os lábios até minha testa. Ele mantém os lábios ali, segurando-me em sua boca como se estivesse com medo de se afastar por não querer mais falar. Ele não quer ter de contar o que quer que saiba.
— Diga logo — sussurro. — Diga o que é que preferia não ter de me contar.
Ele afasta a boca e pressiona a testa na minha. Os olhos estão fechados, e ele está segurando meu rosto com firmeza. Parece tão triste, o que me faz querer abraçá-lo apesar de eu estar tão frustrada com ele. Ponho os braços ao seu redor e o abraço. Ele retribui o abraço e me põe no colo. Coloco as pernas ao redor da sua cintura, e nossas testas continuam unidas. Ele está me segurando, mas dessa vez parece que está fazendo isso porque a Terra lhe saiu do eixo e eu sou seu centro.
— Conte logo, Jonas.
Ele passa as mãos na minha lombar e abre os olhos, afastando a testa da minha para poder me olhar enquanto fala.
— No dia em que Less lhe deu a pulseira, você estava chorando. Eu me lembro de todos os detalhes como se tivesse sido ontem. Você estava no jardim, de costas para sua casa. Less e eu ficamos sentados com você por um bom tempo, mas você não parava de chorar. Ela voltou para nossa casa depois de lhe dar a pulseira, mas não consegui fazer isso. Eu me sentia mal em deixá-la sozinha, porque pensei que podia estar com raiva do seu pai de novo. Estava sempre chorando por causa dele, o que me fazia odiá-lo. Não me lembro de nada sobre ele, só que eu o odiava por fazer você se sentir daquele jeito. Eu só tinha 6 anos, então nunca sabia o que dizer quando você chorava. Acho que naquele dia eu disse algo como: “Não se preocupe...”
— Ele não vai viver para sempre — digo, terminando a frase. — Eu me lembro daquele dia. De Less me dando a pulseira e de você me dizendo que ele não viveria para sempre. São dessas duas coisas que sempre me lembrei. Só não sabia que era você.
— É, foi o que disse para você. — Ele leva as mãos até minhas bochechas e continua falando. — E depois fiz algo de que me arrependo diariamente.
Balanço a cabeça.
— Jonas, você não fez nada. Só foi embora.
— Exatamente — diz ele. — Voltei para o jardim da minha casa apesar de saber que devia ter ficado ao seu lado na grama. Fiquei parado no jardim, observando você chorar apoiada nos próprios braços, quando devia estar chorando nos meus. Tudo o que fiz foi ficar parado... observando o carro estacionar. Vi abaixarem a janela do carona, e escutei alguém chamar seu nome. Vi você olhar para o carro e enxugar os olhos. Você se levantou, limpou o short e foi até o carro. Vi quando entrou e sabia que, o que quer que estivesse acontecendo, não devia simplesmente ficar parado. Mas tudo que fiz foi observar quando eu devia ter ficado do seu lado. Nunca teria acontecido se eu tivesse ficado do seu lado.
O medo e o arrependimento em sua voz fazem meu coração disparar no peito. De alguma maneira, encontro forças para falar, apesar do medo que me consome.
— Não devia ter acontecido o quê?
Ele beija minha testa de novo, e seus polegares alisam delicadamente as maçãs do meu rosto. Jonas olha para mim como se estivesse com medo de me magoar.
— Eles levaram você. Quem quer que estivesse naquele carro levou você do seu pai, de mim, de Less. Está desaparecida há 13 anos, Hope.

Sábado, 27 de outubro de 2012
23h57

Uma das coisas que amo nos livros é que eles conseguem definir e condensar certos momentos da vida de um personagem em capítulos. É intrigante, pois na vida real é impossível fazer isso. Não dá para terminar um capítulo, pular as coisas pelas quais a pessoa não quer passar e simplesmente começar um capítulo que melhor se encaixa com sua vontade. A vida não pode ser dividida em capítulos... só em minutos. Os acontecimentos da vida de uma pessoa estão todos aglomerados um minuto após o outro, sem nenhum intervalo de tempo, páginas em branco ou pausas de capítulo, porque não importa o que aconteça, a vida simplesmente continua, segue em frente, as palavras são ditas, e as verdades sempre surgem, quer você queira ou não, e a vida nunca deixa você fazer uma pausa apenas para recuperar a porra do fôlego.
Preciso de uma dessas pausas de capítulo. Tudo que quero é recobrar o fôlego, mas não tenho ideia de como fazer isso.
— Diga alguma coisa — diz ele. Ainda estou sentada em seu colo, com as pernas ao seu redor. Minha cabeça está encostada no seu ombro, e meus olhos, fechados. Ele põe a mão na parte de trás da minha cabeça e leva a boca até meu ouvido, me abraçando mais. — Por favor. Diga algo.
Não sei o que quer que eu diga. Será que quer que eu demonstre surpresa? Choque? Quer que eu chore? Que grite? Não consigo fazer nada disso pois ainda estou tentando entender o que está dizendo.
“Você está desaparecida há 13 anos, Hope.”
As palavras se repetem na minha cabeça sem parar, como um disco arranhado.
“Desaparecida.”
Espero que esteja dizendo desaparecida no sentido figurado, que nem quando as pessoas dizem “quanto tempo não nos vemos, você desapareceu!”. Mas duvido que seja isso. Vi a expressão em seus olhos quando falou aquelas palavras, aquelas que não queria dizer de maneira alguma. Sabia o que elas provocariam em mim.
Talvez ele queira mesmo dizer no sentido literal e esteja confuso. Éramos muito novos; é provável que não se lembre corretamente da sequência de acontecimentos. Mas os últimos dois meses se passaram rápido demais diante dos meus olhos, e tudo sobre ele... todas as personalidades, variações de humor e palavras crípticas posso finalmente compreender. Como a noite em que estava na minha porta e disse que passou a vida inteira me procurando. Estava falando no sentido literal.
Ou na nossa primeira noite bem aqui nesta pista, quando perguntou se minha vida tinha sido boa. Ele passou os últimos 13 anos preocupado com o que tinha acontecido comigo. Estava sendo bem literal naquele momento, querendo saber se tinha sido feliz onde tinha ido parar.
Ou quando se recusou a pedir desculpas pela maneira como agiu no refeitório, explicando que sabia o que o deixou chateado mas que não podia me contar ainda. Não questionei aquilo na hora, pois parecia ter sido sincero sobre querer me explicar algum dia. Nunca em um milhão de anos eu teria adivinhado o motivo que o deixou tão chateado ao me ver usando a pulseira. Ele não queria que eu fosse Hope por saber que a verdade me deixaria magoada.
E tinha razão.
“Você está desaparecida há 13 anos, Hope.”
A última palavra me faz sentir um calafrio nas costas. Devagar, levanto o rosto, ficando longe de seu ombro, e olho para ele.
— Você me chamou de Hope. Não me chame assim. Esse não é meu nome.
Ele balança a cabeça.
— Desculpe-me, Demi.
A última palavra dessa frase também me faz sentir um calafrio nas costas. Saio de cima dele e me levanto.
— Também não me chame disso — digo com determinação.
Não quero ser chamada de Hope, de Demi ou de princesa nem de nada que me separe de qualquer outra parte de mim mesma. De repente me sinto como se fosse pessoas completamente diferentes aglomeradas numa só. Alguém que não sabe quem é nem onde é seu lugar, e isso é perturbador. Nunca me senti tão isolada na vida; como se não houvesse uma única pessoa no mundo inteiro em que pudesse confiar. Nem eu mesma. Não posso confiar nem nas minhas próprias lembranças.
Jonas se levanta e segura minhas mãos, olhando para mim. Está me observando, esperando minha reação. Mas vai ficar desapontado, pois não vou reagir. Não aqui. Não agora. Parte de mim quer chorar enquanto ele me abraça e sussurra “não se preocupe” no meu ouvido. Parte de mim quer gritar, berrar e bater nele por ter me enganado. Parte de mim quer deixar que continue se culpando por não ter impedido o que afirma ter acontecido 13 anos antes. Mas a maior parte de mim só quer que tudo desapareça. Quero voltar a não sentir nada. Tenho saudade do entorpecimento.
Solto minhas mãos das dele e começo a andar em direção ao carro.
— Preciso da pausa de um capítulo — digo, mais para mim mesma.
Ele vem atrás de mim.
— Nem sei o que isso significa. — A voz dele soa frustrada e confusa.
Ele segura meu braço para me parar, e mais do que provavelmente para perguntar o que estou sentindo, mas eu o empurro para longe e me viro para ele mais uma vez. Não quero que me pergunte o que estou sentindo, pois não faço a menor ideia. Estou atravessando uma gama inteira de sentimentos agora, alguns que nunca tive antes. Raiva, tristeza, medo e descrença acumulam-se dentro de mim, e quero que isso pare. Só quero parar de sentir tudo isso, então ergo o braço, seguro seu rosto e pressiono meus lábios nos dele. Beijo-o com força e rapidez, querendo que reaja, mas ele não faz isso. Não retribui o beijo. Ele se recusa a fazer minha dor desaparecer assim, e, então, minha raiva fala mais alto, me fazendo afastar meus lábios e lhe dar um tapa.
Ele mal se contorce, o que me deixa furiosa. Quero que ele sofra, assim como eu. Quero que sinta o que suas palavras fizeram comigo. Dou outro tapa, e ele permite. Quando vejo que continua não reagindo, empurro seu peito. Empurro várias vezes seguidas — tentando devolver cada grama de sofrimento que acabou de infiltrar na minha alma. Cerro os punhos, bato em seu peito e, quando vejo que isso não funciona, começo a gritar, a bater nele e a tentar me desvencilhar dos seus braços, pois agora estão em volta de mim. Ele me vira, para que minhas costas se apoiem em seu peito e nossos braços fiquem juntos, dobrados na minha barriga.
— Respire — sussurra ele no meu ouvido. — Acalme-se, Demi. Sei que está confusa e assustada, mas estou aqui. Estou bem aqui. Apenas respire.
A voz é calma e reconfortante, e fecho os olhos para assimilar tudo. Ele simula uma respiração funda, movendo o peito no mesmo ritmo do meu, me obrigando a inspirar e fazer o mesmo. Inspiro lenta e profundamente várias vezes, acompanhando-o. Quando paro de me debater em seus braços, ele me vira devagar e me puxa para seu peito.
— Não queria que você sofresse tanto assim — sussurra ele, balançando minha cabeça nas mãos. — Por isso não tinha contado nada.
Percebo agora que nem estou chorando. Não chorei desde que a verdade saiu de seus lábios, e faço questão de conter as lágrimas que estão querendo correr. Lágrimas não vão me ajudar nesse momento. Só vão me deixar mais fraca.
Coloco as palmas das mãos no peito dele e o empurro de leve. Sinto como se estivesse mais vulnerável às lágrimas enquanto ele me abraça porque sua presença é muito reconfortante. Não preciso que ninguém me conforte. Preciso aprender a depender somente de mim mesma para ser forte, porque sou a única pessoa em que posso confiar — mas não sei nem se eu mesma sou confiável. Tudo que eu achava que sabia era mentira. Não sei quem está por dentro disso nem quem sabe a verdade, e percebo que não sobrou mais confiança alguma em meu coração. Nem em Jonas, ou em Dianna... nem em mim mesma, na verdade.
Afasto-me e olho-o nos olhos.
— Você planejava me contar quem eu sou em algum momento? — pergunto, fulminando-o com o olhar. — E se nunca me lembrasse? Você teria me contado a verdade alguma hora? Tinha medo de que eu fosse abandoná-lo e que fosse perder a oportunidade de trepar comigo? É por isso que passou esse tempo inteiro mentindo para mim?
Ele fica bastante ofendido no instante em que as palavras saem dos meus lábios.
— Não. Não foi nada disso. Não é nada disso. Não contei porque tenho medo do que pode acontecer com você. Se eu denunciar para a polícia, vão tirar você de Dianna. É mais do que provável que ela seja presa e que você seja obrigada a voltar a morar com seu pai até completar 18 anos. Quer que isso aconteça? Você ama Dianna, e é feliz aqui. Não queria estragar tudo isso.
Solto uma breve gargalhada e balanço a cabeça. O raciocínio nem faz sentido. Nada disso faz sentido.
— Para começar — digo —, não prenderiam Dianna porque garanto que ela não sabe nada sobre isso. Em segundo lugar, tenho 18 anos desde setembro. Se não estava sendo honesto comigo por causa da minha idade, devia ter me contado em algum momento depois do meu aniversário.
Ele aperta minha nuca e olha para o chão. Não gosto do nervosismo que está demonstrando. Pela maneira como está reagindo, percebo que as confissões ainda não acabaram.
— Demi, tem tanta coisa que ainda preciso explicar. — Ele volta a me olhar nos olhos. — Seu aniversário não foi em setembro. Você faz aniversário dia 7 de maio. E só completa 18 anos daqui a seis meses. E Dianna? — Ele dá um passo na minha direção, agarrando minhas mãos. — Ela tem de saber, Demi. Ela tem de saber. Pare para pensar.
Quem mais poderia ter feito isso?
Imediatamente, solto minhas mãos e me afasto. Sei que é bem provável que guardar esse segredo tenha sido uma tortura para ele. Vejo em seus olhos que está sofrendo por me contar tudo isso. Mas tenho dado o benefício da dúvida a ele desde o instante em que nos conhecemos, e qualquer compaixão que sentia por ele acabou de desaparecer, porque agora está tentando me dizer que minha própria mãe estava envolvida nisso.
— Me leve para casa — exijo. — Não quero ouvir mais nada. Não quero descobrir mais nada hoje.
Ele tenta segurar minhas mãos outra vez, mas as afasto com tapas.
— ME LEVE PARA CASA! — grito.
Começo a voltar para o carro. Já ouvi o suficiente. Preciso de minha mãe. Tudo que preciso é vê-la, abraçá-la e saber que não estou totalmente sozinha, pois é bem assim que estou me sentindo.
Chego à grade antes de Jonas e tento subi-la sozinha, mas não consigo. Minhas mãos e braços estão fracos e tremendo. Ainda estou tentando escalar sozinha quando ele se aproxima por trás de mim e me levanta. Salto para o outro lado e ando até o carro.
Ele se senta no banco do motorista e fecha a porta, mas não liga o carro. Fica encarando o volante com a mão imóvel na ignição. Observo suas mãos com emoções conflitantes, pois quero tanto senti-las ao meu redor. Quero essas mãos ao meu redor, massageando minhas costas e meu cabelo enquanto ele me diz que tudo vai ficar bem. Mas também as olho com nojo, pensando em todas as formas íntimas como ele me tocou e me abraçou, sabendo o tempo inteiro que estava me enganando. Como pôde ficar comigo, sabendo de tudo aquilo, e me deixar acreditar em todas as mentiras? Não sei se sou capaz de perdoá-lo por isso.
— Sei que é muita coisa para assimilar — diz ele baixinho. — Sei que é. Vou levá-la para casa, mas precisamos conversar sobre isso amanhã. — Ele se vira para mim com um olhar insensível. — Demi, você não pode contar isso a Dianna. Está entendendo? Não até nós dois encontrarmos uma explicação para tudo.
Concordo com a cabeça, só para tranquilizá-lo. Não é possível que realmente ache que não vou falar com ela sobre isso.
Ele vira todo o corpo na minha direção e se inclina, colocando a mão no meu apoio de cabeça.
— Estou falando sério, linda. Sei que não acha que ela é capaz de fazer algo assim, mas até descobrirmos mais coisas, precisa guardar esse segredo. Se contar para alguém, sua vida inteira vai mudar. Dê um tempo para conseguir processar tudo. Por favor. Por favor me prometa que vai esperar até depois de amanhã. Até depois de conversarmos outra vez.
O tom apavorado perfura meu coração e faço que sim com a cabeça de novo, mas desta vez estou sendo sincera.
Ele fica me observando por vários segundos, então, se vira devagar e liga o carro, seguindo para a rua. Ele dirige os 6 quilômetros até minha casa, e nada é dito até chegarmos. Umas das minhas mãos está na maçaneta da porta, e estou prestes a sair do carro quando ele segura a outra mão.
— Espere — diz ele. Faço isso, mas não me viro. Fico com um pé dentro do carro e o outro no jardim, olhando para a porta. Ele toca minha têmpora e põe um fio de cabelo atrás da minha orelha. — Vai ficar bem hoje?
Suspiro com a simplicidade da pergunta.
— Como? — Volto para o banco e me viro para ele. — Como posso ficar bem depois de hoje?
Ele fica me encarando e continua alisando meu cabelo.
— Está acabando comigo... ter de deixá-la ir embora. Não quero deixá-la sozinha. Posso voltar daqui a uma hora?
Sei que está pedindo para entrar pela minha janela e se deitar do meu lado, mas balanço a cabeça no mesmo instante.
— Não dá — digo, com a voz falhando. — Está sendo difícil demais ficar perto de você agora. Só preciso pensar. Podemos nos ver amanhã, está bom?
Ele concorda com a cabeça, leva a mão da minha bochecha para o volante e me observa sair do carro e me afastar.

Domingo, 28 de outubro de 2012
00h37

Ao passar pela porta e entrar na sala, espero ser englobada pela sensação de conforto de que estou precisando desesperadamente. A familiaridade e a sensação de pertencimento é algo de que necessito para me acalmar, para acabar com a vontade de chorar. Aqui é a casa onde moro com Dianna... uma mulher que me ama e que faria qualquer coisa por mim, independentemente do que Jonas acha.
Fico parada no meio da sala escura, esperando a sensação me envolver, mas isso não acontece. Fico olhando ao redor cheia de suspeita e dúvida, e odeio estar observando agora minha vida de uma perspectiva completamente diferente.
Atravesso a sala de estar e paro perto da porta do quarto de Dianna. Penso em ir me deitar com ela, mas a luz lá dentro está apagada. Jamais precisei tanto estar com ela quanto agora, mas não sou capaz de abrir a porta do quarto. Talvez ainda não esteja pronta para enfrentá-la. Em vez disso, sigo pelo corredor em direção ao meu quarto.
Vejo que a luz do meu quarto está acesa por baixo da porta. Coloco a mão na maçaneta e a viro, abrindo a porta devagar. Dianna está sentada na minha cama. Olha para mim quando ouve a porta se abrir e se levanta no mesmo instante.
— Onde você estava? — Ela parece preocupada, mas há uma certa raiva em sua voz. Ou talvez desapontamento.
— Com Jonas. Você não falou a hora que eu precisava voltar.
Ela aponta para a cama.
— Sente-se. Precisamos conversar.
Tudo nela está parecendo diferente agora. Fico observando-a com cautela. Sinto como se estivesse fingindo ser a filha obediente enquanto concordo com a cabeça. É como se estivesse numa cena de um filme dramático do canal Lifetime. Vou até a cama e me sento, sem saber o que a deixou tão irritada. Estou torcendo um pouco para que tenha descoberto o que eu descobri esta noite. Assim seria muito mais fácil contar tudo.
Ela senta-se do meu lado e se vira para mim.
— Não pode mais sair com ele — diz ela com firmeza.
Pisco duas vezes, mais por estar chocada com o tema da conversa. Não imaginava que tinha a ver com Jonas.
— O quê? — digo, confusa. — Por quê?
Ela põe a mão no bolso e tira meu celular.
— O que é isso? — pergunta ela rangendo os dentes.
Olho para meu telefone sendo segurado com firmeza pelas mãos de Dianna. Ela aperta um botão e ergue a tela para que eu veja.
— E o que diabos são essas mensagens, Demi? Elas são péssimas. Ele diz coisas horríveis e malvadas para você. — Ela deixa o telefone na cama e estende o braço, segurando minhas mãos. — Por que você se permite ficar com alguém que a trata assim? Não a criei assim.
Ela não está mais erguendo o tom de voz. Agora está apenas fazendo o papel de mãe preocupada.
Aperto suas mãos para tranquilizá-la. Sei que é mais do que provável que eu esteja encrencada por causa do telefone, mas preciso que saiba que as mensagens não são nada do que está pensando. Na verdade, me sinto até um pouco boba por estarmos tendo essa conversa. Quando a comparo com os novos problemas da minha vida, isso fica parecendo um pouco infantil.
— Mãe, ele não está falando sério. Ele manda essas mensagens de brincadeira.
Ela solta uma risada desanimada e balança a cabeça, discordando.
— Há algo de errado com ele, Demi. Não gosto como olha para você. Não gosto como olha para mim. E o fato de ele ter comprado um telefone para você sem respeitar nem um pouco as minhas regras só mostra o tipo de respeito que ele tem pelas pessoas. Não importa se as mensagens são de brincadeira ou não, não confio nele. E acho que você também não devia confiar.
Fico encarando-a. Ela continua falando, mas os pensamentos na minha cabeça estão ficando cada vez mais barulhentos, bloqueando quaisquer que sejam as palavras que está tentando enfiar no meu cérebro. As palmas das minhas mãos começam a suar nesse instante, e sinto o batimento do meu coração nos tímpanos. Todas as crenças, escolhas e regras de Dianna estão surgindo na minha mente e tento separá-las e colocá-las em seus devidos capítulos, mas está tudo misturado. Tiro o primeiro pensamento da pilha de perguntas e sou direta com ela.
— Por que não posso ter um celular? — sussurro. Não tenho nem certeza se perguntei alto o suficiente para que me escutasse, mas ela para de mexer a boca, então sei que deu para escutar. — E internet — acrescento. — Por que não quer que eu use a internet?
As questões passam a envenenar minha cabeça e sinto como se precisasse colocá-las para fora. Tudo está começando a se encaixar, mas espero que não passe de uma coincidência. Espero que ela tenha me isolado porque me ama e quer me proteger. Porém, lá no fundo, está ficando bem claro que me excluiu durante toda minha vida porque estava me escondendo.
— Por que me fez estudar em casa? — pergunto, dessa vez bem mais alto.
Seus olhos estão arregalados, e é óbvio que ela não faz nem ideia do motivo que me levou a fazer essas perguntas agora. Ela se levanta e olha para mim.
— Não vai virar isso tudo contra mim, Demi.
Você mora na minha casa e segue minhas regras. — Ela pega o telefone na cama e vai até a porta. — Está de castigo. O celular já era. Seu namorado já era. Amanhã conversamos sobre isso.
Ela bate a porta, e imediatamente me jogo na cama, me sentindo mais desesperada que antes de entrar em casa.
Não pode ser. É apenas uma coincidência. Não pode ser. Ela não seria capaz de fazer algo assim. Aperto os olhos para conter as lágrimas e me recuso a acreditar nisso. Precisa haver alguma outra explicação. Talvez Jonas esteja confuso. Talvez Dianna esteja confusa.
Sei que eu estou confusa.
Tiro o vestido, visto uma camisa, desligo a luz e vou para debaixo das cobertas. Estou torcendo para acordar amanhã e perceber que tudo não passou de um pesadelo. Se não for isso, não sei quanto mais vou aguentar antes que minhas forças se esgotem de vez. Fico encarando as estrelas brilhando acima da minha cabeça e começo a contá-las. Afasto tudo e todos da mente e me concentro cada vez mais nelas.

Treze anos antes

Joe volta para seu jardim e se vira para me olhar. Enterro a cabeça de novo no braço e tento parar de chorar. Sei que eles provavelmente querem brincar de pique esconde de novo antes que eu precise voltar para casa, então tenho de parar de ficar triste para podermos brincar.
— Hope!
Ergo o olhar para Joe, mas ele não está mais olhando para mim. Achei que tinha me chamado, mas está olhando para um carro, que está estacionado na frente da minha casa com a janela aberta.
— Venha aqui, Hope — diz a moça.
Está sorrindo e me pedindo para ir até a janela. Sinto como se a conhecesse, mas não sei seu nome. Eu me levanto para ver o que quer. Limpo a terra do short e ando até o carro. Ela ainda está sorrindo e parece bem legal. Quando chego ao carro, ela aperta o botão que destrava as portas.
— Está pronta para ir, querida? Seu pai quer que a gente vá logo.
Não sabia que eu devia ir a algum lugar. Papai não falou que a gente ia sair hoje.
— Para onde a gente vai? — pergunto para ela.
Ela sorri, põe a mão na maçaneta e abre a porta para mim.
— No caminho eu conto. Entre e ponha o cinto, não podemos nos atrasar.
Ela não quer mesmo chegar atrasada no lugar para onde estamos indo. Não quero que se atrase, então me sento no banco e fecho a porta. Ela sobe a janela e começa a dirigir para longe da casa.
Olha para mim, sorri e estica o braço para o banco de trás. Ela me entrega uma caixinha de suco, então pego e abro o canudo.
— Meu nome é Dianna — diz ela. — E você vai ficar comigo por um tempinho. Vou contar tudo quando chegarmos lá.
Tomo um gole do meu suco. É de maçã.
Adoro suco de maçã.
— Mas e meu papai? Ele também vai?
Dianna balança a cabeça.
— Não, querida. Vamos ser só nós duas quando chegarmos lá.
Ponho o canudo de volta na boca pois não quero que ela me veja sorrindo. Não quero que saiba que estou contente porque papai não vai conosco.

*****

Eu to adorando o fato de vocês, pela primeira vez, não terem adivinhado o que aconteceria njhgrserx
Ta sendo tudo, no mínimo, surpreendente, não?
Alguém imaginou que a Demi seria uma garota desaparecida? Chegaram a associar o nome "verdadeiro" da Demi, Hope, com o da irmã do Joe, Less, que formam, juntos, Hopeless ("um caso perdido"), o nome da fic?
Desculpem não estar respondendo os comentários, mal to tendo tempo pra postar :(
Mas juro que leio todos, e fico feliz com cada um. Obrigada, meninas
Amanhã juro que posto outro.
Beijos, amo vcs

8 comentários:

  1. Caramba nem em um milhão de anos eu adivinharia isso, ta cheio de surpresas, quero outro capitulo para saber oque acontece e porque a Dianna fez isso. Preciso de mais posta logo essa fic ta cada vez melhor. BJS

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  2. Cara, eu sinceramente não sei o que falar
    Eu nunca imaginaria isso
    Eu estava desconfiando que o Joe, sabia de alguma coisa do passado da Demi, que ela não sabia mas nunca isso
    E o que foi isso????! Foi a Diana que sequestrou a Demi??!!! Eu nunca imaginaria isso
    E eu não acho que o Joe tenha tido culpa com o que aconteceu com a Demi, que dizer ele era só uma criança, o que poderia ter feito?!
    E não, eu realmente não tinha chegado a associar isso, eu nunca imaginaria isso, e só agora tudo faz sentido, a atitude do Joe, ao ver a Demi, com a pulseira, as coisas que ele falava pra ela
    Eu amei o capítulo
    Posta logo
    Beijos e eu amo você

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  3. O-M-G!!!! Coitadinho do Joe!! A Demi tem q aceitar q a Dianna nao é essa pessoa q ela acha q é, quer dizer,a pessoa q ela demonstra ser nesse capitulo, pq né , essa historia é cheia de reviravoltas! Anciosa para ver o proximo capitulo!

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  4. TOOOPPPPP
    Pelo amor de Deus , não sei se agüento mais kkkkkkk i think i'd have a heart attack kkkkkkkkk
    Quem diria que a a Demi é desaparecida.... Tipo...... OI ??????
    To mais curiosa ainda agr
    Posta mais <3
    Bjs

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  5. SEQUESTRADA????? NUNCA NA MINHA VIDA EU IMAGINARIA ISSO!!
    Como assim, gente? Nunca imaginei que Dianna sequestraria Demi e eu acho que deve ter algo dentro daquele suco pra fazer a Demi esquecer de tudo. Mas também deve ser coisa da minha cabeça porque eu mesma lembro de pouca coisa da minha infância, então acho que é normal ela esquecer um pouco de tudo... enfim.
    Já tô ficando doida com tantas informações, tantas reviravoltas.
    Joseph foi um anjo que caiu na vida de Demi, porque se não fosse ele, ela viveria pra sempre assim. Só espero que descubram quem Dianna realmente é.
    Continua pelo amor de Deus.

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  6. Oh , por favor , esse capítulo ta maravilhoso!!!! <3
    Quem diria que o passado da Demi seria tão tumultuado ?? E a Dianna, por que ela sequestrou a Demi ?
    To muito curiosa , cheia de perguntas Hahahahhahah
    Não demore pra postar mais please !!

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  7. Eita Xovaaannaaaa..... ou seria Eita Deeeemiiiii? HAHAHAHAHAHA
    Esse capítulo foi totalmente surpreendente, nao imaginava que ela tinha passado por todas essas coisas no passado...... TO MAIS CURIOSA AINDA AGORA !!
    Por favor , posta logo ! Kkkkkk
    Bjs

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  8. Sei que a historia não é a mais recente, mas tenho que comentar deixar meu comentário! Sua escrita é genial!! Já pensou em escrever um livro? A trama esta maravilhosa!! Não pare de escrever, porquê acredite, você tem um dom! <3333

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